Por elas escrita por raexgar001


Capítulo 2
Noite longa


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como prometido cap novo no sábado, espero que gostem.

Boa leitura!!



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Ao chegarem em casa Haru notou que a criança depois de chorar quase todo trajeto agora dormia calmamente em seus braços, ela sorriu olhando para aquele serzinho de cabelo azuis que lembravam a sua esposa.

— Ela é linda – Falou de repente. Isso fez Tokaku desviar os olhos da janela aonde verificava se alguém tinha seguido elas. A Azuma não respondeu, porém Haru sabia que ela estava ouvindo - Olha Tokaku! Ela dormiu – Sorriu mais uma vez – Haru vai colocá-la na cama.

A ruiva subiu as escadas em direção ao quarto, Tokaku sentou-se no espaçoso sofá para pensar. O que diabos tinha acontecido? Por que estavam atrás daquela garota? E por que logo no caminho dela e de Haru? A Azuma estava cansada de sempre se meterem em problemas desnecessários. O pior é que Haru havia gostado da pirralha, não precisava ser um gênio para notar. Tokaku tinha que agir rápido e por um fim naquilo antes que Haru pensasse muito e acabasse decidindo coisas.

Tokaku como uma boa ex-assassina treinada tinha seu olfato apurado, ela conseguia diferenciar a maldade das pessoas pelo cheiro assim como algumas das assassinas da classe negra. Pessoas más tinham cheiros ruins e pessoas boas cheiros bons. Aqueles dois homens fediam como animais sujos, diferente da criança, ela estranhamente cheirava como uma manhã de domingo, não tinha nada de ameaçador nisto, por que animais tão sujos iriam atrás de algo tão puro e lindo como o amanhecer? Quando deu por si já havia se passado bastante tempo.

Tokaku olhou pela janela percebendo que já era noite, bem era melhor fazer algo para comerem. Decidiu fazer algo simples como Cup Noodles apimentados, colocou dois potes em cima do balcão enquanto a água fervia, enquanto analisava sair fumaça da chaleira ela pensou que talvez a criança colaborasse em lhe responder algo se estivesse de estomago cheio, neste caso pegou mais um Cup Noddles, porém não tão picante.

Minutos depois Tokaku subia as escadas com os Cup Noodles fumegantes em mãos e alguns hashis entre a boca, com o pé abriu a porta do quarto encontrando Haru enxugando os longos cabelos frente ao espelho, ela havia acabado de sair do banho, pois ainda estava usando uma toalha envolta do corpo. Tokaku observou que a criança ainda dormia na enorme cama de casal, a azulada pôs o pote de Haru e o da garota em cima da mesa de computador e encostou-se na parede para comer o seu.

Enquanto comia seus olhos iam da garotinha em sua cama para sua esposa que vestia uma camisola. Tokaku já havia terminado de comer quando Haru ficou pronta, a ruiva pegou o potinho e os hashis, agradeceu a esposa e se pôs a devorar o alimento

— Quente! - Haru soprou um pouco de fumaça. 

Tokaku deu um sorriso ao ver a ruiva colocar a língua para fora enquanto abanava com a mão livre a língua queimada. Uma risadinha infantil pode ser ouvida, Tokaku olhou para a criança e Haru fez o mesmo, porém ela ainda estava “dormindo”.

— Parece que alguém acordou – Tokaku disse diretamente a esposa, no primeiro momento achava melhor que a ruiva conversasse com a garota, a azulada sabia que Haru levava mais jeito do que ela.

— Hey pequena! – Haru deixou seu Cup Noodle em cima da mesa – Se sente melhor? – A criança continuou “dormindo” – Sabemos que está acordada, não precisa ter medo somos suas amigas pode confiar.

A garotinha sentou-se envergonhada de ter fingido estar dormindo, Haru sorriu amigável o que a deu um pouco mais de coragem para ela começar a se aproximar na beirada da cama ficando mais próxima do casal. 

— Está com fome? – A garotinha assentiu – Gosta de Cup Noodles? Tokaku trouxe este só para você!

A criança recebeu o alimento, ela estava tímida sob o olhar das mais velhas. Colocou um pouco na boca para experimentar e gostando do sabor começou a comer tudo rapidamente.

— Você deve estar com bastante fome mesmo! – Haru sorriu antes de voltar a comer.

Tokaku trocou olhares com Haru, à criança comia tão apressadamente que parecia que havia algum tempo que não comia algo, elas notaram como ela estava magrinha, talvez realmente ela tivesse passado fome. 

Um tempo depois quando as duas terminaram de comer, Tokaku decidiu que estava na hora de fazer as perguntas. Sentou-se na cadeira com rodinhas que ficava a frente do computador e puxou-a com os pés até perto suficiente da cama, ficando frente a frente com a criança.

— Por que estavam te perseguindo? - A azulada tomou uma pose intimidadora. 

— Tokaku! – Haru repreendeu a esposa ao ver a criança tremer de medo com algumas lágrimas já se formando nos seus olhos. Rapidamente ela puxou a cadeira para trás afastando Tokaku da menor  – Não é assim que se faz! Ela é só uma criança! Olhe o tamanho, não deve ter menos que sete anos - Sussurrou fazendo Tokaku revirar os olhos.

Haru tinha razão, mas a Azuma não era boa com aquilo, estava mais acostumada a interrogar assassinos não crianças. Novamente ela puxou a cadeira de rodinhas com os pés se aproximando da cama.

— Se você me responder te dou um doce o que acha? - Tentou sorrir, mas sua expressão forçada causava mais medo do que antes, seus olhos ainda eram ameaçadores e com o sorriso ela parecia uma psicopata. 

— Tokaku! - Haru novamente lhe repreendeu. 

Com um longo suspiro Tokaku relaxou na cadeira cruzando as pernas e pondo a mão abaixo do queixo. Houve um silêncio de alguns poucos minutos, a azulada parecia pensar em algo enquanto a garotinha se acalmava aos poucos. Haru estava prestes a falar algo sobre a demora quando Tokaku falou.

— Qual seu nome pirralha? 

 Silêncio.

— Sabe-me dizer quantos anos você tem? 

Novamente silêncio. 

— Sabe-me dizer onde estão seus pais? - Tokaku notou que aquela pergunta deixou a garota desconfortável. Haru também notando isso resolveu que deveriam deixar o interrogatório para o dia seguinte, porém a criança começou a falar deixando Tokaku satisfeita e Haru surpresa.  

— Ichigo... Meu nome é Ichigo. Ichigo ten- tem se- sete anos... 

— Muito bem Ichigo, pode me dizer o que aconteceu? Onde estão seus pais? 

A garotinha pareceu apreensiva antes de apontar para cima, o casal acompanhou o dedo da garota se deparando com o teto, Tokaku franziu a testa sem saber o que aquilo queria dizer, já Haru arregalou os olhos surpresa.

— Eles estão mortos? – Haru engoliu em seco também apontando para cima indicando o céu, Tokaku suavizou a expressão, então era isso.

 – Sim...

— Pode nos contar o que aconteceu? - Tokaku voltou a perguntar.

— Ichigo não lembra muito, só que de repente pessoas más mataram a família da Ichigo - Tokaku olhou curiosa a criança, ela tinha a mesma mania que Haru de falar sobre si na terceira pessoa - Ichigo foi levada por uma mulher, mas Ichigo conseguiu escapar, esses homens vêem atrás da Ichigo desde então - A este ponto a garota já chorava abraçada ao próprio corpinho. 

— Está tudo bem Ichigo!  – Haru prontamente abraçou a pequena, a ruiva sentiu pena, pois se lembrou de sua família que havia tido o mesmo destino que a de Ichigo. 

Tokaku se desesperou, não suportava choro de criança, por hora não havia mais nada do que pudesse fazer, não achava que uma criança tão pequena poderia lhe dar mais informações do que aquela. De qualquer forma o importante ela  já sabia, alguém estava atrás da garota, mas quem? 

— Você lembra como se parecia a mulher que levou você? 

A garota chorou mais ainda, negando a todo o momento com a cabeça.

— Chega Tokaku! – Haru abraçou a pequena com mais força e a esposa suspirou derrotada, ao menos tentou.

— Eu vou tomar um banho – Levantou-se irada por não conseguir todas as respostas que queria, pegou a primeira muda de roupas que viu pela frente e rumou para a suite.

Já no banho tentando relaxar na espaçosa banheira que tinham - já que Haru gostava de tomar banho junto a ela - Tokaku tentava esquecer-se dos problemas um pouco, tarefa que se mostrou ser bastante difícil quando que pela porta passou seu pequeno problema. Cabelos azuis soltos, rostinho corado, completamente desprovida de roupa – vulgo pelada – e segurando a mão de uma Haru que trazia uma toalha e algumas peças de roupas grandes demais para o pequeno corpo de Ichigo.

— O que é isso? – Perguntou espantada, seu rosto corando por estar nua na frente da criança.

— Ela vai tomar banho com você.

— O que?!

— Não fique tímida Tokaku ela é apenas uma criança! Vamos Ichigo, pode entrar tem bastante espaço.

A garotinha entrou na banheira sentando-se a frente da mais alta. Tokaku olhou incrédula para Haru que apenas lhe ignorava enquanto deixava as coisas que havia trago em uma área mais afastada.

— Seja uma boa menina e obedeça a Tokaku – Antes de fechar a porta ela olhou para a Azuma e disse – Cuide bem dela e não faça coisas de Tokaku!

Com isso ela se referia a coisas como tratar a garota mal, deixá-la se afogar por não se importar, lhe intimidar com seu olhar entre outras coisas que faziam a azulada ser anti-social. A Azuma revirou os olhos e se afundou na banheira, ainda em baixo d’agua ela viu a criança lhe observar curiosa, aquela seria uma longa noite.

Tokaku realmente não levava jeito, ela mal conseguia se comunicar com a garota sem parecer uma ameaça e ainda ficava lhe dando ordens como: lave o cabelo ou a camisa está ao contrario, não sabe fazer nada pirralha. Obviamente que a pequena precisava de ajuda com tudo aquilo, porém a mais velha não conseguia compreender, na idade de Ichigo ela já estava sob os cuidados de Kaiba na escola de assassinos, basicamente Tokaku fazia tudo sozinha. Quando saíram do banho encontraram Haru deitada lendo um livro, ao avistar as duas ela chamou a criança para deitar ao seu lado.

— E isso agora? - Tokaku perguntou enquanto terminava de enxugar o longo cabelo. 

— Ela vai dormir com a gente. A cama é espaçosa não se preocupe.

Aquilo pegou a azulada de surpresa, ora essa não bastava ter que tomarem banho juntas ainda iriam dividir a cama? Ver a criança se aconchegar no seu lado da cama lhe causou uma inquietação. 

— Eu não vou dormir com ela!

— Não seja infantil Tokaku! 

— Eu não estou sendo infantil – Disse agora sua expressão voltando à habitual, algo mais sério.

Ver alguém - mesmo que uma criança - tomando seu lugar ao lado de Haru lhe deixou bastante incomodada, por anos fora só ela e a esposa, não gostava de como a ruiva parecia tão facilmente apegada a criança. 

— Eu vou treinar - Anunciou, fez um coque firme no cabelo e saiu do quarto sob protestos de Haru.

Tokaku caminhou até a academia da casa, no processo observou atentamente todas as janelas da casa, mesmo com um muro e um portão enorme envolta de cerca elétrica ela não abaixou a guarda, não sabia a competência dos assassinos que estavam atrás de Ichigo, então todo cuidado era pouco.

A Azuma começou se aquecendo logo depois colocou suas luvas de box e começou a socar com força o saco de pancadas, realmente aquela seria uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui, Capítulos novos todos os sábados, se eu não puder postar no sábado o farei na sexta ou no domingo.



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