Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 34
Manchete


Notas iniciais do capítulo

Bia
Olá, pessoas!
Hoje o negócio vai ficar tenso, de novo...
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786641/chapter/34

Salvei meu relatório da última sessão de fotos e enviei. Alguns segundos depois, o telefone tocou, e como Armin nunca atendia, eu o fiz.

— Júlia.

Pode vir aqui, por favor? — Bonnet pediu. Apesar da educação, seu tom de voz parecia sério demais.

— Estou indo.

Desliguei e levantei, indo para o corredor. Bati levemente na porta da sala de Bonnet, e minha entrada foi permitida. Assim que entrei, Melody levantou com um olhar do chefe e saiu da sala, fechando a porta.

Me aproximei da mesa dele, receosa com aquele clima estranho, e Bonnet me estendeu uma revista. Sem falar nada, a peguei e olhei a capa.

Senti uma onda gelada passar por meu corpo ao ver aquela imagem.

— É, você reconheceu a foto — comentou ele, pressionando o ossinho do nariz.

A manchete dizia:

“CASTIEL PERROT E LYSANDRE REVIER: BOATOS CONFIRMADOS?”

Engolindo seco, passei as páginas até encontrar a matéria, encontrando ali as outras fotos que eu tirei com o celular naquele fatídico dia. E, para meu maior espanto, meu nome estava abaixo de cada foto.

Eu fiquei estática, não entendendo como diabos conseguiram aquelas fotos.

— Ju.

Voltei a encarar Bonnet, que estava com uma expressão séria demais, fazendo minhas mãos tremerem.

— Foi você quem tirou essas fotos?

— Foi, mas... — Bonnet negou com a cabeça e eu tentei argumentar. — Não fui eu que mandei elas pra essa revista. Por que eu faria uma coisa dessas?!

— E como elas foram enviadas para a editora se você que as tirou? — perguntou ele com um tom de voz cansado, talvez decepcionado.

— Eu não sei. Bonnet, eu não tenho motivos pra fazer algo assim. Isso não faz o menor sentido!

Ele suspirou, permanecendo alguns segundos em silêncio.

— Castiel veio aqui agora pouco e me mostrou essa revista. Ele estava muito bravo, e com razão. Não pelo tom da matéria, mas por sua privacidade ter sido invadida por alguém de confiança, tanto para ele quanto para a agência.

— Eu não tenho razão pra fazer algo assim com ele, ele nunca fez nada de errado comigo.

Bonnet parecia tão perdido quanto eu.

— Contra provas não há argumentos, Ju. Sorte sua que o Castiel não quer te processar, mas pediu para que eu tomasse as devidas providencias... Eu sinto muito. Terei que te demitir.

Minha boca se abriu com o choque. Eu não conseguia pensar em mais nada para dizer.

— Pegue suas coisas e vá pra casa — disse ele gentilmente, encarando sua mesa.

Demorei uns segundos até me tocar do que ele tinha dito. Meu corpo estava pesado, e a minha cabeça, girando.

Dei um passo para frente e deixei a revista na mesa. Virei e andei rápido para a porta, secando as lágrimas que apareceram com as costas da mão. Saí para o corredor e fui para a minha, agora antiga, sala.

Armin me observou pegar minhas coisas.

— Onde você vai?

Minha garganta estava apertada, e o máximo que eu consegui foi olhar para ele com os olhos marejados antes de ir embora. Assim que comecei a descer as escadas, esbarrei com Marimar. Pelo jeito, ela já estava sabendo.

— Ju...

Kentin e Micalina estavam logo atrás, aparentemente tão perdidos quanto nós.

— Não fui eu, Mari, eu juro — gaguejei, a voz falhando com o choro preso na garganta.

— Eu sei que não! — Ela também estava arrasada. — Como alguém ia conseguir aquelas fotos?!

— E-eu não sei, mas eu nunca mandaria aquilo pra ninguém! Eu não tenho motivo nenhum pra fazer uma coisa dessas!

— É melhor a gente sair daqui — sugeriu Kentin, olhando para trás, e eu percebi que algumas pessoas estavam no corredor, nos olhando.

— Vem, vamos. — Mari me puxou.

Recebemos muitos olhares dos modelos que estavam pelos corredores e recepção da agência, e saímos rapidamente para a rua. As lágrimas já escorriam pelo meu rosto sem que eu conseguisse impedir.

— Meu Deus do céu... — desesperou-se Mari, me puxando pela mão. Ela parou e se virou para os amigos. — Fiquem aqui, tá? Me avisem sobre qualquer coisa do shooting ou outra coisa importante, por favor.

— Claro, pode deixar. — Micalina nos olhava com pesar, parecendo estar mal por não ter como nos ajudar.

Caminhamos para o metrô. Eu estava tentando me controlar.

— Ju, o que aconteceu? — Marimar perguntou. Sua mão estava gelada na minha, igualmente trêmula. — O Castiel estava furioso, ele... Ele achou que... Ai.

— O quê? O que ele disse? — Entramos no vagão quase vazio, pelo horário.

— Ele me acusou de ter envolvimento com as fotos e a matéria. Ele quis dizer que eu me aproximei dele só pra ganhar alguma coisa! — Ela não estava ligando para os olhares feios que recebia dos outros passageiros, mas ninguém entenderia nossa conversa em português.

Passei as mãos no rosto, secando as lágrimas. Meu coração estava acelerado de angústia.

— O Bonnet me chamou na sala dele pra falar disso. Ele me demitiu.

— O QUÊ?! Não, isso não é justo!

— Meu nome estava estampado naquelas fotos, Mari. Eu não sei como, mas estava. O Castiel foi lá pra reclamar. Foi injusto, mas o Bonnet não podia fazer outra coisa.

— Claro que podia! Podia tentar entender e conversar com todo mundo! Como ele demite você assim, do nada?!

Neguei com a cabeça, a sentindo pesada. Aliás, o corpo todo pesado.

— A gente precisa descobrir como pegaram aquela foto, Ju. Eu não vou aceitar isso. O Castiel precisa entender que não tivemos nada a ver com isso. Não tudo, pelo menos. Eu não posso deixar as coisas assim, você não tem culpa de nada. Eu que tive a ideia idiota de tirar aquelas fotos e você que se ferra!

Suspirei, cansada. — Mari, o problema não foi termos tirado as fotos, e sim como elas foram enviadas pra editora da revista. Eu não mandei elas pra lugar nenhum, nem para o email, nem para o drive, nem mesmo pra você.

— Eu vou descobrir, nem que eu dê a minha vida. Isso não foi justo. Eu vou falar com o Nathaniel.

— Mari, não piora as coisas...

— Eu não quero saber. Você tá levando a culpa por algo que eu fiz.

— Por favor, Mari, você também já tá envolvida no escândalo, não faz isso virar uma bola de neve — murmurei, aborrecida.

Ela suspirou. — Tudo bem. Mas eu vou investigar. Eu juro que vou. É o mínimo que eu te devo depois de ter feito você perder seu emprego.

Nos olhamos, chateadas, e nos abraçamos. Pouco depois chegamos na nossa estação e descemos, indo para casa.

Não tivemos pique de fazer nada. Depois de trocar de roupa, fiquei na minha cama até o começo da noite. Marimar não veio falar comigo, mas imaginei que ela estivesse falando com os amigos em busca de informações relevantes. Às sete da noite, meu estômago reclamou de fome e eu não tive outra opção a não ser levantar e ir cozinhar algo.

Mari estava na cozinha, digitando no celular enquanto uma cenoura esperava sua hora de ser picada na bancada. Já tinha arroz cozinhando em uma panela e água fervendo em outra, já com alguns legumes e ervas.

— Uma sopa vai cair muito bem agora — comentei, lhe dando um sorriso de agradecimento.

— É, eu também pensei isso. — Colocou o aparelho no bolso e voltou a cozinhar.

De repente, alguém deu alguns toques na porta e nos olhamos, estranhando.

Sem precisar me olhar, Mari foi na frente e abriu a porta, e nós duas nos surpreendemos com a visita inesperada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bia
Aaaaaa quanta tensãaoooo! Poxa, tadinha da Ju D:
Mas agora temos um visitante misterioso. Quem será?
Até mais o/

Ester
Eu faço tudo por você, ponho um anúncio na TV [...] Eu não desistirei jamais, viro manchete dos jornais, abro meu coração pra todo mundo veeeeerrrrr -q Okay, parei porque a situação das meninas tá coisa séria xD
E agora? Quem será que resolveu visitar as meninas?
Até mais, povo o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Click! et Brille" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.