Just another girl escrita por Nina Spim


Capítulo 11
Chapter Eleven


Notas iniciais do capítulo

mais um capítulo :) espero que gostem!



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Ele partiu o próprio coração

e eu assisti enquanto tentava consertá-lo.

(The only exception, Paramore).

Se não fosse o Glee, acho que eu estaria surtado. Decido que não mais almoçarei com Quinn e Kurt quis saber. Eu somente disse que não éramos mais amigas. Ele, é claro, estranhou.

— É porque ela é ex do Finn? – ele quis saber.

— Não. Não quero falar disso.

— Mas vocês estavam tão próximas.

— Pois é, amizades acabam.

— Sabe, eu não te entendo. A Quinn é legal, sabe? É diferente da Santana.

E eu não sei? Eu adoro essa garota, mas... Ela quis assim. E eu vou respeitar isso.

Nunca me aconteceu de me apaixonar por um amigo, então não faço ideia se é tão difícil assim ficar perto dele sabendo do que se sente. Mas eu sei como é não ser correspondida. É horrível mesmo. Então, eu a entendo.

Na aula de química, a gente só fala o essencial. Até fiquei surpresa por não ter querido mudar de parceira. Já faz três semanas. Na primeira, ela não apareceu. Mandei uma mensagem, mas sem resposta; nem mesmo visualizou.

Hoje, Quinn está aqui, mas concentrada no caderno. A gente não troca nenhuma palavra além da matéria.

Sinto falta dela, sinto falta de ela me dar as mãos mesmo sem motivos. De me abraçar na frente dos outros. De dizer que o meu repertório musical é bom.

Ela não parou de me seguir no Instagram, mas deixou de curtir minhas fotos e de ver meus stories.

Depois das aulas, vou para o Glee. Somos um grupo muito ruim. Finn está aqui, porque... Bom, não sei por quê, mas ele disse que tinha de estar aqui. Eu sou a melhor dentre as garotas e Finn é um verdadeiro líder. É claro que não sabe dançar e às vezes desafina, mas é bom. Eu e ele podemos fazer um bom par. Podemos ser co-capitães juntos.

Hoje é a vez dos duetos e eu escolho Finn. Quer dizer, mais ou menos. Ele só aceita porque todas as outras garotas já têm par.

Escolho “The only exception”.

Eu acho que somos perfeitos juntos.

— Foi ótimo, não acha? – pergunto para ele, depois, quando estamos saindo.

— É, acho que sim? – ele fala. Eu sei que ele não se importa comigo. É por isso que mal me olha, e isso acaba comigo.  

— Acho que poderíamos ser co-capitães. Todo mundo precisa de uma figura feminina e outra masculina para dar aquela força.

— Eu nem queria estar aqui. Mal canto de verdade.

— Canta, sim! – corto-o com energia – Acho que você só tem que ter mais, sabe, confiança. Qual é a sensação de estar no campo?

— Ah, eu gosto – Finn diz, com outra voz, mais carregada de felicidade.

— Então, finja que está no campo.

— Mas aqui eu só pareço estúpido. Cantar é meio idiota.

Isso me pega de surpresa. Tudo o que eu sei fazer é cantar. Tudo o que eu amo fazer é cantar. Então, eu sou idiota?

Tento esconder a minha mágoa com um sorriso equilibrado.

— Mas você conheceu novas pessoas e... E a gente pode passar mais tempo juntos! – Meu Deus, eu sou horrível!

Ele me olha sem entender.

— É, mas... O que isso tem a ver?

— Nada! – me apresso a dizer – Só que... Só que cantar pode ser uma coisa legal também. A gente pode falar mais sobre o que sente.

Finn pisca para mim, ainda desligado.

— É parece bom – Finn sorri – Será que tem como a gente fazer uma serenata?

— Serenata?

— É, pra Quinn. Você é amiga dela, não é? Você acha que ela vai gostar?

Pisco, chocada. Como assim a Quinn?

— Você ainda gosta dela?

Ele dá de ombros.

— Sei lá. A gente terminou porque ela não me agüentava mais, mas... Eu ainda gosto dela.

— Ela não vai aceitar – digo, categoricamente.

— Claro que vai – ele sorri grande, despreocupado – Eu sou de novo o capitão do time, e ela voltou pras Cheerios. Somos... somos perfeitos um para o outro!

Só porque eles são populares. É por isso que o Finn quer voltar para Quinn. Meu Deus. Eu sou ridícula. Esse tempo todo... E ele querendo voltar pra ex por causa de um uniforme?

— Bom, uma pena. Porque ela está apaixonada por outra pessoa – digo, com raiva.

— É mesmo? É pelo Puck?

Esse nome. Ah, meu Deus, vou vomitar.

— Não – respondo, com uma cara de nojo. Ele continua me olhando com expectativa, mas não tenho mais nada para dizer. – Olha, eu preciso ir.

Ele não diz nada, e eu começo a caminhar mais rápido, para longe dele. Meu Deus, eu quero chorar. Eu me odeio. Fico por aí nutrindo um sentimento que nunca vai acontecer, sou mesmo uma idiota.

— Pelo menos você podia fazê-la mudar de ideia – Finn fala, atrás de mim.

Não consigo acreditar. Nem me viro para responder:

— Acho que não.

{...}

Uma semana se passa e algo horroroso acontece: Puckerman se junta ao Glee. Sr. Schuester diz que precisamos de mais membros para conseguir competir nas seletivas. É claro que ele não sabe sobre o meu passado. Ninguém sabe, e eu não quero ter de falar para alguém.

É o primeiro ensaio, e eu estou quase vomitando. Espero não ter de cantar com ele. Mal me concentro na minha música do dia e erro feio muitas vezes. Vejo-o rindo, abertamente, e me sinto uma fracassada. Isso mexe demais comigo, e eu quase tenho vontade de sair da sala. Kurt fica preocupado o tempo inteiro, o que faz Sr. Schuester chamar atenção dele.

— É que certas pessoas não deveriam estar aqui – Kurt diz, alto, olhando para Puckerman.

Kurt é o único que sabe da verdade.

Puckerman responde com um dedo do meio para Kurt. É claro que Kurt não vai brigar, mas fica olhando feio para Puckerman.

Ao final, Kut fica me esperando. Saímos juntos da sala. Ele vai para casa primeiro, porque Burt já o está esperando. Eles têm a noite do frango frito ou algo assim, hoje.

Fico sozinha na entrada. Pego o celular e fico zanzando pelo Instagram. Olho o perfil de Quinn, porque ainda faço isso todos os dias. Tem uma nova foto dela de uniforme, no campo, no story. Quinn fica bem com a roupa, parece nascida para ela. Sorrio, porque ela parece feliz.

— E aí, Berry? – levanto os olhos, sentindo-me gelar. É claro que isso ia acontecer alguma hora. – Sentiu a minha falta? – Puckerman está sorrindo de um jeito que odeio. Odeio tudo sobre ele.

Infelizmente estou sozinha aqui, não tenho para onde – para quem – correr.

— Se você não for embora, eu vou gritar.

Ele dá de ombros e faz uma careta despretensiosa.

— Pode gritar, eu não ligo.

Ele dá mais um passo em minha direção, e eu me encolho. Guardo o celular e faço menção de me levantar da cadeira. Puckerman avança mais e para na minha frente.

— Acho que você não vai a lugar nenhum – ele me avisa.

Puckerman estende a mão, pronta para pousar no meu ombro, e eu sinto meu coração bater mais forte, com mais medo.

— Não me toque – mando, mas é claro que ele não ouve.

— Sabe, eu nem te queria, na verdade. – Puckerman diz. Eu tento me mover, mas ele está muito próximo. Ele se abaixa, para ficar na mesma altura que eu. Vejo os olhos dele perto dos meus – Mas aí você ficou com medo de mim, e eu fiquei com raiva. Por que alguém teria medo de mim? Eu nunca fiz nada a ninguém.

— Parece que fez naquela noite.

— Se você tivesse ficado quieta...

— Eu já tinha dito não.

— Eu fui expulso, sabia? É por isso que estou aqui. Eu vou te infernizar até...

Puckerman se vira, porque tem alguém se aproximando.

Eu vou morrer. Meu coração não para de bater numa velocidade dolorida. Sinto meu corpo se arrepiar – e não de um jeito bom.

Mas Puckerman se levanta e tira a mão de mim.

— Fabray – ele acena.

Vejo Quinn dar mais passos decididos.

— Rachel? – ela me pergunta. – Está tudo bem?

— N-não sei – tento responder. A verdade é que a minha voz parece que está vindo de muito longe.

Ela avança, decidida.

— Dá licença? – Quinn se dirige a Puckerman com uma voz nada bonita. Parece azeda.

— Opa, com certeza – Puckerman parece estar sorrindo – Eu já vou, viu, Berry? Mas eu volto pra gente terminar esse papo tão legal.

Percebo que estou segurando as lágrimas, quando Quinn me questiona:

— O que ele queria? Está tudo bem?

Eu não entendo por que ela está aqui, mas agradeço. Do fundo do meu coração.

— Me leva para casa? – é a única coisa que pergunto.


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Notas finais do capítulo

será que elas vão se acertar? ♥ façam suas apostas! ;)

reviews?



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