Os dias passaram lentamente, agora que todos nós éramos mais lentos, tínhamos que comer, dormir, respirar, tomar banho, comer de novo, e dormir de novo...  E respirar... Sempre esqueço de respirar. E ter pesadelos!   

Uma rotina que para mim era classicamente terrível. Aliás para todos, exceto Rosalie que estava feliz, embora Emmett tentasse a convencer de que a vida como vampiros era infinitamente melhor, ela se recusava a aceitar. 

— E se Aro nos atacar!!?? - Tentou ele para convence-la. Confesso que eu também tinha esse medo! Os pesadelos com Aro chegando, atacando, matando Bella, era uma agonia quase todas as noites. 

— Aro não vai nos atacar! - Retrucou Rosalie – Ainda mais agora que não temos nada a oferecer para ele. 

— Não tenha tanta certeza Amor! Ele é louco! — Ele insistiu. 

— Louco é você se acha que vou perder a oportunidade de ter uma familia! De ver Maurice crescer! — Ela assim com Bella estava irredutível. 

A conversa não tinha fim nem solução. 

Até mesmo Maurice, com pouco tempo de vampiro, percebeu as qualidades de uma vida sem muito esforço. Ele recldamava de ter que estudar com Rosalie. Por ele, estudariam apenas biologia!  

— Para quê me serve pretérito imperfeito? — reclamava das aulas de gramática - Imperfeito é o fato de eu ter que estudar coisas que eu não vou usar na vida. 

Rosalie tentava dar a ele uma vida normal, mesmo que tivesse que esperar pelo menos um mês para definir o que seria das suas vidas. 

Jasper e Alice viviam no quarto. Para quem não pretendia ter filhos, eles estavam treinando bastante! Eles não queriam mais a vida de Humano! Estavam decididos! Mas iam aproveitar bem o mês de humano que Carlisle lhes oferecera. 

Alice aproveitou a nova estrutura biológica para mudar o corte d cabelo. Sim! Ela se preocupou com isso! 

Rosalie e Emmett estavam tentando decidir juntos o que seria melhor: Envelhecer, ter filhos, e morrer um dia, ou viajar, ter apenas Maurice, e continuar a viajar! 

Emmett queria viajar, Rosalie envelhecer... 

— Rosalie, bebês tem cara de joelho, choram, fazem sujeira!!  Eu não vou ajudar cuidar!! – dizia Emmett tentando convencer Rosalie a mudar de idéia! 

— Tudo bem Emmett, eu os terei com outro então!? – retrucava Rosalie 

“Que duvida cruel!” –  ele resmungou. 

Maurice já havia decidido: não voltaria a vida de vampiro até terminar a faculdade, mesmo que não quisesse estudar matérias obrigatórias para qualquer faculdade. Mas ele era uma criança, teria tempo para se acostumar. Todos nós concordamos, ele estava certo! 

Eu era o único que não me preocupava em que decisão tomar, sabia que teria que voltar a vida de vampiro logo que os “bebês” nascessem.  

Eu, e Bella (se ela sobrevivesse!), não teríamos o que escolher! 

“Vampirismo, lá vamos nós outra vez...” 

Só gostaria de poder aproveitar mais, queria estar com Bella, e namorar, aproveitar o calor do corpo, brincar, suar, correr e perder o fôlego, com ela! 

Charlie e Rennee voltaram de Forks, com notícias do “quarteto do terror”.  

A princípio Mike não acreditou na história de psicose, e resolveu ir até Volterra. Os demais estavam vivendo suas vidas normalmente, ou quase, com tratamento especializado e acompanhamento de uma médica bem conhecida de todos nós: Mary e seu esposo Rhandal, os amigos de Rosalie que vinham uma vez por mês atendê-los. 

Quanto a Mike, Allistair daria conta dele.  

Agora que todos estavam tentando aprender mais sobre a vida dos vegetarianos, ficávamos mais calmos, quanto às visitas a Volterra. 

Alec e Jane estavam com Allistair e seu clã, e dariam notícias caso precisássemos saber de algo. 

Ainda me perguntou se foi a decisão certa deixar Aro livre em Volterra! 

Algo nessa história me incomodava. 

E por que Krinon nunca falava sobre o resultado da visão? 

Isso era outra coisa que me perturbava. 

Charlie também nos contou sobre Jacob e Leah! Parece que o novo bebê seria uma menina. Edja estava entusiasmado com o fato de não precisar dividir seus brinquedos, e até já havia escolhido o nome da irmã: Marie Alice. 

Acredito que pela amizade que se criou entre ele Maurice. 

“Bom enfim, tudo indo bem, fora da mansão dos Cullens, em contra partida dentro o problema está sério.” – pensei. 

— Bella, bom dia amor, Carlisle quer medir sua barriga. 

Em 20 dias Bella engordou o mesmo que uma gestação de sete meses. Os bebes cresciam muito rápido. Ela comia o dia todo, e bebia muito sangue. 

Era estranho ver sua barriga se mexer. 

Eu estava preocupado e assustado com tudo isso. 

Adhara se tornou uma grande amiga de Bella, e minha por tabela, até porque Bella mal falava comigo. 

Esme disse que é normal a mãe na gestação evitar o pai, mas isso é ridículo! 

Dormi na sala, algumas noites, outras no meu quarto, mas nunca no quarto de Bella! Não era isso que eu tinha em mente para minha lua de mel. 

Mas se tomar por base meu casamento... Estava indo no ritmo certo então! 

— Edward pode vir aqui um momento? – solicitou Bella, como isso não acontecia com freqüência, larguei o que estava fazendo para atendê-la. 

— Sim amor! Precisa de algo? Comida, bebida? — ofereci, já que ela não descia mais para fazer as refeições conosco. 

— Preciso, mas não é nada disso! Quero te pedir um favor, alias quero que me prometa... 

— O que você quiser!  

— Prometa Edward, que se eu não sobreviver você cuidará de nossos filhos, com amor de pai. 

— Bella, como eu posso amá-los se eles te matarem? 

— É parte de mim que vai ficar com você! Não é?! Prometa Edward, por favor!! 

Bella estava fraca, pálida, sentia dores, ossos quebravam com facilidade, eu jamais negaria algo a ela, ainda mais nessas circunstâncias. 

— Claro meu amor! Eu cuidarei! Mas acho que não vai precisar! Você vai sobreviver! Carlisle está pensando em fazer uma cesárea, e colocá-los numa incubadora. Adhara acha uma boa idéia!  Estão desenvolvendo uma que abrigue nossos bebês e a todas as necessidades especiais que eles possam ter.  

Infelizmente não sabemos se é mesmo uma boa ideia já que Alice não tem mais poderes, e Krinon não previu absolutamente nada.  Ou se previu resolveu ficar longe da confusão se enclausurando novamente no seu monastério. 

A unica coisa que me consolava era a visão de Bella com o bebê no colo, que Alice teve antes de toda a confusão. 

— Eu sei, Carlisle me contou! Venha até aqui! Sinta-os! — disse ela passando a mão na barriga enorme e desfigurada. 

Aproximei-me, não sei se com medo ou revolta, mas mesmo assim estendi a mão e a toquei. Ela saltou!  

— Ai... Calma bebezinhos, é o papai!! 

“Papai!! É eu sou um monstro mesmo! Deveria ter esperado um pouco mais!! Mas não...” Pensei. 

— Edward?! Tudo bem!?? Foi só um chute!! 

— Mas esse barulho??  

— Ah deve ter sido mais um pedaço de costela que se vai!! Nada que não se resolva depois. 

—Ah só isso!!! Quanta calma!! — refleti. 

— Carlisle me deu bastante morfina, acho que estou até um pouco grogue! – Ela riu. 

— Edward! Bella! Como estão?  - Adhara entrou no quarto 

— Eu bem... acho! -  respondi. 

— Eu, aliás, nós estamos bem! Ansiosos, mas bem! – respondeu Bella com um enorme sorriso no rosto. 

— Bella, eu e Carlisle conseguimos! Fizemos uma incubadora que dará conta dos bebês! Pelo menos é o que achamos. Agora dependemos de você! 

— Por mim, pode ser agora! – respondeu ela, como se disse: “o meu com molho...” simples assim! 

— Mas e Bella?! — perguntei. 

— Ela ficará bem! Não se preocupe! Quando lancei meu escudo sobre vocês, absorvi alguns dos dons dos atingidos. Jasper podia acalmar! Usarei esse dom para ajudar a Bella e Carlisle.  

— Sim, mas não é só calma que precisaremos! — disse revoltado. - E por que vc não assumiu o de Alice de ver o futuro? - continuei rispidamente. 

Adhara me ignorou.  

— Adhara, pode me deixar um momento com Edward? 

Ela sorriu para Bella e saiu. 

— Sente aqui Edward – pediu Bella, tocando o lado da cama— Edward, eu te devo desculpas pelo modo que venho te tratando! Me perdoe! É involuntário! A maternidade me deixou muito sensível, por isso evito você! Porque não quero que nossos filhos saibam o que você realmente pensa sobre eles! 

— Bella eu não posso dizer a você que me agrada ver você nessa cama, com ossos quebrados, mas também não os culpo por isso! Eu sou o culpado!! Eles são apenas bebês! 

— Edward, você não tem culpa! Fizemos amor naquela clareira! Não foi um crime! Eu te amo, você me ama! É o que casais apaixonados fazem! Olhe para Jasper e Alice!!! 

— Eles não servem de exemplo, sempre foram assim! A humanização deles é que os deixou ainda mais fogosos! Mesmo assim... 

— Mesmo assim o que?! Meu amor, eu preciso que saiba que eu nós três te amamos! Muito! Os bebês se acalmam quando ouvem sua voz, e a noite qdo se deita ao meu lado, às vezes, eu sinto uma paz inexplicável vindo deles. Eles te amam!  

— Eu também os amo! — disse por fim. Era sincero apesar de soar muito estranho.