Carlisle bateu na porta! 

— Bella!? 

— Estou pronta Carlisle! Vai me sedar? 

— Sim, será preciso! Para que você não sofra muito! 

— Espera ai?! Como assim não sofra muito! – perguntei intrigado. 

— Fique calmo! Se você não tiver nenhum ataque histérico pode nos acompanhar! Mas se for para gritar e andar de um lado para o outro, fique aqui!  

— Desculpe Carlisle, estou agindo como uma criança ultimamente! 

— Deve ser a paternidade! Ou a humanidade!  – disse Adhara brincando. 

— Ou os dois! – conclui. 

— Vamos!? — pediu Bella, que apesar de apresentar calma, estava impaciente para ver o rosto dos seus bebês. 

— Vamos! Assentiu Carlisle. 

A sala de parto foi montada no quarto de Esme e Carlisle, pois era o maior e mais claro. 

Ainda bem que alguns dos aliados, antes de irem embora ajudaram Carlisle com a montagem e transporte dos equipamentos, porque agora  nós sendo humanos, esse processo iria demorar meses. 

Adhara e Carlisle construíram uma incubadora grande, para os padrões humanos, com canaletas e seringas especiais por onde alimentariam os bebês, com alimento e sangue sintético.  

Até que pudessem se virar sozinhos. Adhara aplicou a anestesia nas costas de Bella, morfina quase pura. Aos poucos Bella sentiu as pernas pesarem!  Então Carlisle lhe deu um comprimido para que dormisse. 

Era necessário que ela estivesse totalmente relaxada e inconsciente, para que nada desse errado.  

Mesmo tentando disfarçar, Carlisle estava nervoso, era seu primeiro parto de vampiros, e mesmo ele sendo um homem controlado e vivido, tinha receio por Bella e/ou pelos bebês. 

Com calma e agilidade abriu a barriga de Bella de uma ponta à outra da virilha, rapidamente tirou o primeiro bebê e entregou a Adhara, que com rapidez verificou se estava tudo bem. 

Assentiu com a cabeça, e entregou a Esme, que o enrolou num cobertor e o colocou na incubadora.  

Ele chorava! Um choro forte e estridente.  

Rapidamente Carlisle tirou o segundo, e fez o mesmo procedimento.  

O mesmo choro! Esme o colocou na incubadora. 

Tudo em segundos, para que Bella não perdesse muito sangue. Eu apenas olhava quieto no canto do quarto, enquanto os demais ouviam por trás da porta. 

Eu sentia medo, raiva, amor, tudo ao mesmo tempo, no meu canto eu pensei em matá-los, amá-los, enfim estava confuso. 

Charlie e Rennee estavam ansiosos, queriam entrar mais Carlisle achou melhor ter poucas pessoas no recinto, para não sufocar Bella, nem os bebês. 

— Você não quer ver seus filhos Edward? – perguntou Esme, com carinho, enquanto acarinhava um deles pelos espaços específicos, com luvas duplamente esterilizadas. 

Aproximei-me com receio! Nessa altura não sei se tinha medo de vê-los ou de não querer vê-los. 

— Como está Bella?! – perguntei ainda sem olha-los. 

— Por enquanto tudo bem! Já estamos fechando!- respondeu Carlisle 

— Olhe aqui, Edward! São lindos!? 

— Como vão se chamar? – perguntou Adhara. 

—Eu não sei, Bella é que vai resolver... — disse esquivando-me. 

Quando me virei, e vi aquelas duas criaturinhas rosadinhas, com cara de joelho! Eu tive a certeza de que eram os joelhos mais lindos que eu já havia visto na minha vida! 

Afaguei-os! Tinham o corpo quente!  

— Corpo quente?! – comentei 

— Pois é! Híbridos?! – respondeu Carlisle. 

— Você viu que é um casal? – disse Esme 

— Um casal!? – olhei depressa, não tinha como perceber, as caras eram iguais. 

— Bella vai ficar muito feliz!! – disse Esme 

— Ela já está! – respondi. 

— Bom vamos deixá-la descansar! – sugeriu Adhara. 

— Pode ficar aqui para que troquemos de roupas, Edward? – ofereceu Carlisle. 

Assenti, sem tirar os olhos dos bebês. 

“Pai!! Eu sou pai!! E de dois bebês lindos! Não são os monstros que eu pensei que fossem!” 

Ouvi um gemido! Bella?! 

— Bella você está bem?! – perguntei tocando sua mão. 

Ela não respondeu! Olhei para os aparelhos conectados nela, nada apitava! Acho que foi só um suspiro mesmo. Parei diante da incubadora novamente, estava fascinado pelos “meus filhos”. 

Charlie e Rennee, entraram devagar, e se aproximaram de nós. 

— Eles não são lindos? – perguntei com o ar mais idiota que tive na vida. 

— São, são mesmo lindos! Parabéns Edward!- respondeu Rennee. 

Charlie estava aos prantos, mas disfarçava. 

— Acho que estou gripado de novo! – disse ele para justificar o nariz vermelho e os olhos marejados. 

— Aham! — respondeu Rennee rindo. 

— Quanto tempo será que ficarão aqui? — perguntou Charlie tentando disfarçar a voz embargada. 

— Não sei! Ainda é cedo para dizer! – respondi. 

— E Bella?! Como está?  

— Parece bem! Carlisle já virá vê-la. Carlisle fechou a cirurgia com um fio especial, que cicatriza rápido, o único problema são os ossos que ela fraturou! Mas acho que Adhara deve ter dado jeito nisso, ela tem um dom muito especial, auxilia na cura. 

— Bom parece que é sempre bom ter alguns vampiros por perto! – retrucou Charlie. 

— E lobos também! – respondeu uma voz vinda da porta. 

— Olá Jacob!! – respondi 

— Olá ex ... Edward... – sorriu ele — Parabéns! Como estão ? E a Bella adormecida? 

— Estão todos bem! Obrigada! E Leah?! 

—Está lá em baixo! Faz questão que Carlisle faça seu parto! Sabe que a gestação dos lobos também é muito rápida! Pelo menos no nosso caso! — riu ele. 

— Soube que é uma menina! Parabéns! Agora estamos empatados!! – ri da minha brincadeira. 

— É, mas você trapaceou, já chegou mandando de dois em dois!! – todos rimos 

— “PSIIIIIUUUU!” Tem gente dormindo aqui!! – reclamou Charlie. 

—Vamos descer, tem uma fila enorme que quer conhecer os novos Cullens... – disse Jacob. 

— É, vamos... — disse Rennee. 

Mas eu não queria sair dali. 

— Vamos Edward, depois você volta! - Pediu Rennee. 

— Posso ficar aqui um pouco? – perguntou Jacob. 

— Hummmm, não sei! Eles são híbridos você sabe disso?! Não é? 

— Edward, está me estranhando?? Eu hein! Eu não vou fazer nada! Fique se quiser!! — retrucou Jacob. 

— Me desculpe, acho que é coisa de pai. – baixei a cabeça, ressabiado, agora eu não podia mais ler seus pensamentos e isso me deixava desconfortável. Não sabia o quanto eu podia confiar nele. 

— Ora, Edward deixe de bobeira! É o Jake?! Lembra-se?! — disse Rennee. 

— Pois é! — ri meio envergonhado. 

Saímos e deixamos Jacob no quarto com minha esposa e meus filhos. Um lobo, com dois vampiros e sua amada deitada numa cama quase inválida. 

— Alice, sua vez!! — disse tentando não deixar Jacob só. 

— Espere Alice, Jacob pediu para ficar uns minutos a sós com eles. — Disse Charlie. 

Adhara percebeu meu incomodo, e subiu ao andar em que Bella estava, só por garantia. 

Eu estava visivelmente impaciente, nos cinco minutos que seguiram entre a minha saída do quarto e a saída dele eu devo ter olhado para o relógio umas centenas de vezes. 

— Se acalme! Edward! Jake jamais faria algo contra eles! – disse Leah do canto da sala. 

— Oh! Leah! Oi, me desculpe não a vi aí! Como está?- falei constrangido. 

— Bem, acho que bem!! — ela riu apontando a barriga enorme. 

Sorri para ela, mas ainda estava nervoso. 

As folhas lá fora se mexeram de forma estranha e Leah olhou diretamente para elas. 

— Você viu algo? - perguntei ansioso. 

— Acho que não! - Leah ainda olhava para o mesmo ponto entre as árvores - Impressão! Tenho tido pesadelos ultimamente! - Ela baixou a cabeça - Eu acho que é só cansaço. 

Sentei-me no sofá sem dizer mais nada. Melhor tirar isso da cabeça antes que eu enlouqueça, mas vou pedir para Jacob dar uma circulada depois.