Olimpus Family escrita por Mayssa Meirelles


Capítulo 8
07: Você vai afastar os monstros de mim.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura pessoal, aproveitem bastante, foi feito com muito carinho.



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I Wrote This Song

Eu escrevi essa música para você
Eu te dei tudo que sabia dar
Eu mantive você em meus pensamentos e
Eu só preciso que você escute

Eu sinto sua falta todos os dias
Nada nunca é o mesmo
Sem você eu não sou eu
Minha alma está vazia, eu me sinto

Vazia pra caralho
Cansada pra caralho
Eu só preciso de você ao meu lado

9 anos atrás.

Percy correu apressado pelo prédio, alguém o perseguia e ele não sabia o que fazer além de apressar o passo, até que esbarrou em alguém. Era uma garota. 

— Desculpa! — Percy logo se adiantou em dizer. 

— Você está bem? Está fugindo de alguém? Porque está correndo? — A menina não parava de interrogá-lo. 

— Estou bem, não posso responder agora, tenho que ir! — Percy se apressou e entrou no corredor direito correndo. 

Logo surgiram dois homens adultos que pareciam procurar alguém com atenção e com uma pressa exagerada. Ao olharem a menina que ali se encontrava parada, e meio estranha, logo perguntaram:

— Viu um garoto de olhos verdes por aqui? 

A menina, olhando nos olhos deles, pensou um pouco antes de falar.

— Ele foi em frente e entrou no corredor da esquerda. 

E os homens correram enquanto a menina foi para o lado oposto deles. 

***

— Ei! Você! — A menina gritou ao ver o menino que há pouco havia encontrado. — Tem uns homens te procurando...

— Disse onde eu estou? — Ele logo se assustou. 

— Não. 

Percy suspirou de alívio: — Obrigada! 

— Por que eles te perseguiram? Não é um ladrão não, né?

— Não! Foi tudo um mal entendido...

— Tenho tempo, pode falar! — A menina se apressou a dizer. 

— Eu meio que fiz uma pegadinha com eles... Em minha defesa, eles me chamaram de favelado, eu só me defendi do meu jeito, mas eles quiseram partir para a violência, tive que fugir! Era uma batalha perdida! — Percy comentou, a menina, ao ouvi-lo, acreditou realmente no que ele falava.

— Entendo.... Meu nome é Rachel Elizabeth Dare, mas pode me chamar de Rachel. Qual é seu nome? — Ela se apresentou. 

— Percy.... Tenho que ir! — O menino sorriu, gostou de ter encontrado uma nova amiga, mas tinha que correr, sua mãe devia estar preocupada com ele, já que tinha sumido por mais de horas àquela altura. 

***

Percy estava procurando por Rachel, eles tinham marcado de se encontrar ali no parque, mas ele não sabia onde aquela maluca havia se escondido dessa vez. Era uma das manias dela, sumia no parque como se lá fosse o seu lar mais precioso, parava em um lugar somente para tirar uma foto de uma simples planta que achou linda, esperando uma possibilidade de a colocar em um quadro. Era uma menina cheia de energia, alguém que sempre procura uma nova aventura. 

Percy teve que andar o parque todo a procurando, encontrando-a solitária num dos bancos olhando para as plantas e com pincéis e tintas espalhados por todo o banco. A sua frente, uma tela estava montada e seu olhar minucioso analisava a paisagem e pincelava o quadro. 

— Rachel! Poderia, da próxima vez, ao menos me avisar onde está! — Percy reclamou; estava, naquele momento, entrando na adolescência com seus 14 anos que, para ele, eram o sinal de que já estava velho e amadurecido. 

— Silêncio! Estou concentrada! — Rachel reclamou olhando fixamente para sua frente, onde só havia plantas, e depois pegou seus dedos e  encheu de tinta, tocando a tela e fazendo, na cabeça de Percy, uma grande sujeira. 

Depois de terminar aquele movimento, Rachel parou e pegou uma toalhinha para tirar a tinta dos dedos. Percy sorriu olhando-a guardar as tintas e colocar a tela de lado, dando espaço para ele se sentar ao seu lado. 

— O que está pintando desta vez? — Percy perguntou.

— Uma casa colonial, usei a paisagem daqui para imaginar o jardim — Rachel sorriu imaginando como ficaria aquela bela obra depois de pronta. Era assim que trabalhava, usava pontos de sua realidade para transformar sua imaginação em arte, e o lugar que mais adorava para fazer isso era esse parque em que se encontrava com Percy. Adorava como as árvores belas estavam sempre em harmonia com aqueles que passeavam pelo parque, adorava as plantas e as coisas que aquele lugar escondia.

— Parece que vai ficar muito legal, mas porque usa os dedos para pintar? Tem tantos pincéis, não é melhor usá-los e não ficar toda suja de tinta? — Percy questionou, achava engraçado ver ela tão animada e suja de tinta, mas aquela que ela usava demorava a sair de seus dedos e era muito trabalhosa para tirar da roupa.

— Não! É bem mais divertido pintar com os dedos e sentir a textura da tela. Além disso, tem algumas coisas que só pode se fazer com os dedos ao pintar, apesar de eu usar muito o pincel, adoro pintar com os dedos e nunca vou abandonar isso, seria como abandonar a mim mesma! 

— Ok, não está mais aqui quem falou! 

— Bobo. 

Rachel se aproximou dele e deu um selinho bem pequeno, sorrindo, adorava estar com Percy. Ele não ligava para status ou coisas sociais, como seu pai, e parecia entendê-la melhor do que ela mesma. Ele era especial e, desde que o conhecera, quando era pequena, não conseguia não desejar estar ao seu lado. Era um imã muito bem colocado, pois, diferente de quando estava com todas as outras pessoas, ao estar ao lado dele, ela poderia ser ela mesma: meio louca, bagunceira, nada feminina e com aquele amor pela arte e pelo mundo muito especial, como se ela reverenciasse cada detalhe dele, a natureza a humanidade, tudo era muito importante para ela. 

Essa era Rachel quando estava com Percy e, como ansiava ser para sempre, era uma menina que entrava em passeatas e fazia loucuras pela arte e estava sempre em projetos de caridade, tudo parecia se conectar para formar essa personalidade louca. 

— Tenho uma notícia um  pouco triste, não consegui, Percy...

— Não conseguiu? 

— Vou entrar na academia Clarion para moças.

— Entendo... Mas vai voltar, não é? 

— Claro! Meu pai me obrigou a ir, mas eu prometo que vou voltar, Percy, vamos ficar juntos sempre não? Vai esperar por mim?

— Sempre — Percy sorriu e Rachel também, estavam juntos nessa, era o que esperava. Odiava essa ideia de sair de perto de Percy, mais ainda de entrar nessa escola só para garotas ricas e metidas, mas não tinha escolha, por isso esperava que tudo ficasse bem mesmo assim.

*** 

Percy acordou sonolento com o toque do celular e logo atendeu, pegando-o na escrivaninha do lado de sua cama. 

— Alô? — Percy questionou com uma voz de sono.

— Percy... — a voz de Rachel o fez despertar rapidamente, aquele tom de choro o fez ficar preocupado. 

— Rachel, tá tudo bem? 

— Não — ela estava chorando, era nítido. — Elas me odeiam, Percy, todo mundo me odeia aqui, eu estou me sentindo tão sufocada! Estou tão sozinha, eu só quero ir embora...

— Calma, Rachel, vai ficar tudo bem, elas com certeza adorariam você se te conhecessem, não fique triste, elas são pessoas horríveis por não notarem o quão especial você é. Se elas não gostam de você, eu gosto por elas, tenha força, logo você vai sair daí e tenho certeza que vai ter alguém que você poderá chamar de amiga aí. 

— Obrigada, você é incrível! — Rachel parecia sorrir atrás da linha, Percy sorriu também, feliz por conseguir animá-la. — Só você para me animar mesmo, isso me lembra de quando éramos crianças, lembra? 

— Você me ligando de madrugada com medo dos monstros? Era muito engraçado, nossa, nós éramos medrosos. 

— Realmente, mas você sempre afastava os monstros de perto de mim e os pesadelos acabavam. 

— Éramos crianças engraçadas, somos adolescentes piores ainda. 

— Sim, espero não perder você nunca, Percy, não quero mais ficar sozinha. 

— Não vai, estamos juntos nessa. Mesmo longe, pode deixar, vou afastar os monstros de você. 

Ela realmente esperava que conseguisse, pois logo ela não conseguiria aguentar mais. 

**


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, adoraria ouvir a opinião de vocês, comentem o que acharam e não esqueçam de colocar o livro nas suas bibliotecas ♥



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