Fragments - Jaymes Young

E é difícil olhar para trás
Sabendo o que eu poderia ter feito
Eu nunca vou voltar
Estou sempre fugindo
E você nunca encontra realmente
As peças que você deixa para trás
Tudo o que tenho deste lugar são fragmentos

Você estava procurando outra saída
Tente consertar essas coisas quebradas
Tudo o que tínhamos eram fragmentos
Você estava tropeçando em um novo caminho
Caindo em suas asas quebradas
Tudo o que tínhamos eram fragmentos, fragmentos

Annabeth acordou nojenta, cheia de olheiras e os cabelos bagunçados, era sempre assim e era o que mais amava: a calmaria de se sentir normal ou quase.

Levantou-se e tomou um banho gelado. Não importava o quão bom era a água quente, era revigorante para ela a água gelada cair em seu corpo. Arrumou-se como se fosse sair, short jeans lindo, blusa chamativa, cabelos totalmente penteados e maquiagem para esconder as pequenas espinhas que apareciam em sua pele. Odiava ter de parecer perfeita o tempo todo, tudo o que desejava era usar uma calça de moletom.

Imagine uma mansão enorme e multiplique por 2, essa era a mansão Olimpus. No total, moravam ali 12 pessoas e, mesmo que quase nunca, na época de escola, eles ficassem aqui (somente nos fins de semana e férias), o lugar era o símbolo da família.

Annabeth correu ao descer as escadas e viu sua mãe perfeita, como sempre, sorrindo. Ela parou em sua frente com uma caixa em mãos.

— Isso é para você — ela explicou, Annabeth pegou a caixa receosa e a abriu, mostrando um par de sapatilhas bege delicadas como um papel. Lindas, simplesmente lindas. Ela agradeceu e sorriu. Sua mãe colocou o par de sapatos no pé da escada. - Deveria colocá-las, não pode sair com esses chinelos, não acha?

Annabeth revirou os olhos, odiava moda e odiava não poder usar o que queria quando queria.

— Mãe, eu estou em casa, todos usam chinelos no café da manhã. Será que eu não posso usar também? — Annabeth estava irritada, ela queria atenção, não regras!

— Criei você para ser grande. Eu também odiava sapatos altos, odiava roupas chiques, mas a verdade, Annie, é que o mundo vive de aparência. E você nasceu para dominar o mundo, deve aprender suas regras. Agora o sapato! — Atena ordenou firme, Annabeth somente suspirou, tirou os chinelos e colocou a graciosa sapatilha. Olhou para sua mãe com raiva, pupilas cerradas e olhar sério, como se dissesse "feliz?". Mas ela nunca o diria, pois sabia que sua mãe estava certa, ela sempre estava.

— Posso ir agora? — perguntou, Atena concordou com a cabeça e suspirou, passou a mão pelos cabelos loiros e brilhantes de Annabeth, antes de olhá-la no fundo do olho.

— Sei que ainda não descobriu, Annabeth, mas quero que saiba que é muito inteligente, talvez até mais que eu. Tenho orgulho de você, só precisa se esforçar mais — Atena explicou, fazendo Annabeth bufar e virar o rosto. Ela já se esforçava todos os dias, mas não era o suficiente: nunca é o suficiente.

Annabeth desceu as escadas, correu para longe como se sua vida dependesse disso. Ela só parou quando chegou perto do pinheiro que ficava a entrada da casa. Sentou-se em seu tronco e olhou as árvores que se expandiam pela floresta depois do terreno da mansão e ficou ali com seus pensamentos em aberto. O tempo passou e logo ela sentiu a hora do almoço passar.

— Toma — uma voz disse fazendo Annabeth pular de susto. Depois de tanto tempo sozinha, olhou para a sombra atrás dela e viu que era Thalia com um prato com pão doce e vitamina de banana, seu sabor preferido.

— Que susto! Eu só estava... pensando — demorou a dizer, e Thalia sorriu ao sentar ao seu lado.

— Pensei que quisesse comer, vi que Atena estava nervosa, e como você não estava na mesa, pensei em te trazer comida — ela murmurou, enquanto Annie se deliciava com a comida.

— Bem, parece que você foi a única que lembrou.

— Dia ruim? — Questionou Thalia, vendo o rosto triste da amiga e Annabeth concordou cansada.

— Ela fez de novo, fica dizendo que eu preciso fazer mais. Me esforçar mais! Eu faço de tudo para que ela me dê atenção — reclamou, balançando a cabeça em negação, estava nervosa.

— Eu sei, todos sabem; mas ela vai notar. Está se tornando uma mulher incrível, Annabeth, muito melhor que qualquer um poderia ser. Está se tornando melhor que Atena, eu não tenho um terço do seu talento 

— "Pare de se desprezar " — Annabeth murmurou, tomando a vitamina e ficando com uma barba de espuma. Thalia riu e limpou com a mão. — Estou só dizendo que não precisar se esforçar mais, você se esforça pra caralh*! Não precisa ficar tentando superar as expectativas impossíveis dela.

— Eu sei — Annie murmurou e sorriu abraçando Thalia. Ela precisava de um abraço, mas não de amiga, um abraço de mãe, só que não era uma opção.

Ela não ligava, ela tinha Thalia, Luke e seus amigos Piper, Leo, Bianca, e não importava o quanto fosse fraca e carente por dentro, ninguém nunca ia saber. Ela colocou um escudo para isso, um escudo de garota forte e inteligente, perfeita ao olhar de alguns. Contudo, no final, ela ainda era aquela criança, aquela criança que chorou por não ter a atenção do pai e por não exceder as expectativas da mãe.

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