Olimpus Family escrita por Mayssa Meirelles


Capítulo 7
6: Escola nova, coice novo.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura pessoal, desculpe a demora.



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In My Head - Peter Manos

Eu venho esperando muito tempo
Sim, eu sei que você mudou
Você tem um rosto diferente para mim
Eu acho que eu estava errado
Eu sou o único culpado
E isso é uma vergonha, você vê

Você está na minha cabeça
E eu continuo esquecendo
Você está aqui em vez disso
E parece que nunca termina
Eu sei, eu sei que você mudou
Você não sente o mesmo
Você está na minha cabeça

Percy acordou meio grogue. Olhou para o relógio e viu que eram onze horas. Levantou-se e saiu do quarto direto para o banheiro, escovou os dentes, tomou um banho gelado e deixou sua mente vagar em como sua vida estava mudando aos poucos. Já era muito ter se livrado do Gabe cheiroso (o ex-marido da sua mãe) que assombrou toda a sua infância, fazendo-o ser um pouco rebelde.

Percy descobrira que ele batia em sua mãe, foi então que a coisa pegou. Ele fez artes marciais, descobriu a natação e chutou Gabe para fora. Sua mãe nunca foi a mesma depois disso, era mais medrosa, um pouco desconfortável, o fez voltar a estudar perto, nada de colégios internos e tentativas de colocá-lo na escola militar por pressão de Gabe. Nada de mal cheiro, nem nada! Só uma mãe super protetora e fiel.

Terminou o banho e, com uma toalha enrolada na cintura, correu para o quarto para se arrumar. Olhou-se no espelho, ele era bonito! Seus olhos verdes eram o que mais chamava a atenção. Ele nunca soube de quem herdou, seu pai tinha olhos castanhos e sua mãe também. Então porque seus olhos eram verdes?

Desceu as escadas e viu na mesa envelopes e revistas. Havia um recado na mesa de jantar, pegou o recado e leu:

Percy.

A comida não está feita, já que saí cedo, mas deixei o frango para descongelar. A correspondência chegou (não vi as suas, tá?). Hoje chego tarde, então não me espere, querido, a confeitaria está uma loucura total. Tenho que avisar que não fiz biscoitos, você está comendo demais, estou até com medo de acabar com diabetes, então vou maneirar um pouco. 

Mamãe.

Pegou as correspondências e lá haviam: suas revistas de esportes, uma  carta da prestação da auto-escola e uma carta da Escola Meio-sangue.

Sua mão tremeu. Ele não queria ler sozinho, mas não tinha como esperar por Grover, muito menos abrir com a mãe — já que teria muita vergonha se não tivesse conseguido. Respirou fundo. Lembrou-se do ensinamento de Quíron: "tenha força para dar grandes passos. Se não conseguir, então se levante e tente de novo, é melhor morrer tentando do que abandonar um sonho". Tomou coragem e abriu a carta.

"Prezado senhor Jackson,

É com muita alegria que venho anunciar sua entrada na Escola Meio-sangue, com direito a uma bolsa integral e um vale transporte para sua locomoção. Parabéns!  

Você, com certeza, é extraordinário! Anexo a esse envelope está sua prova avaliada e corrigida. Ainda essa semana solicitamos sua presença na escola para darmos as devidas instruções para seu ano letivo.

"Existe sempre uma saída para os inteligentes o bastante encontrá-la".

Assinatura do diretor: 

Dionísio Nunes.

Assinatura do vice-diretor:

Quíron Centaryon"

Foi então que Percy paralisou em choque. Demorou 30 segundos para finalmente mexer um músculo e foi somente quando o celular tocou, ele pegou rapidamente com a mente ainda a mil e visualizou a mensagem que era de Rachel, sua namorada. Ele logo sorriu ao vê-la convidá-lo pra sair. 

Ele olhou para a mensagem e sorriu. Já sabia quem seria a primeira a receber a notícia de sua escola nova, pegou a carta de admissão e saiu rumo ao parque. Estava feliz e animado, seu coração batia forte, havia conseguido e queria contar a notícia para todos, todo o seu esforço fora recompensado. 

***

Ele olhou o parque a procura de sua namorada, até que avistou de longe um cabelo ruivo que se destacava no meio das plantas e pessoas circulando. Ele se aproximou feliz com as mãos no bolso, segurava sua carta animado, queria contar logo. 

— Rachel? — Chamou baixo, ela logo se virou. Seus lindos e chamativos olhos verdes o analisaram sem o sorriso habitual.

— Percy — ela murmurou sem emoção e se afastou dois passos para se manter um pouco longe do garoto. — Precisamos conversar.

— Estou aqui para isso — ele retrucou, já não gostando do rumo daquela conversa. A verdade era que há muito tempo não via Rachel, ela tinha ficado estranha desde que fora para a Academia Clarion para Moças. Ele ainda se lembrava da menina que fazia protestos e se pintava toda para ajudar sua academia de arte, mas havia muito tempo que não via essa menina.

— Precisamos terminar — ela jogou na lata, fazendo Percy recuar. — Foi bom enquanto durou, mas somos de mundos diferentes. Isso poderia dar certo quando éramos crianças, mas eu cresci. E cresci para ser grande e, na verdade, você não pode me ajudar a alcançar isso.

O  choque imediato atingiu Percy. Poderia chorar ou xingá-la por ser tão rude depois de tanto tempo juntos, mas decidiu somente respirar fundo e dizer:

— Tudo bem — suspirou calmamente fazendo Rachel se assustar. Talvez ela se esquecera do quão calmo Percy era. — Não vou te prender, me entristece saber que liga para coisas tão bobas, como classe social, mas eu reconheço quando alguém muda assim. Só queria saber se a Rachel que eu conhecia ainda está aí...

— Não, ela não está, ela cresceu e você também deveria crescer, Perseu! Não é discurso sobre classe social. Esse discursinho bobo é sobre futuro e eu sei que, com você, eu não tenho muito. Desculpa, mas é a verdade — ela falou tão fria que Percy se perguntou se aquela era realmente a Rachel. Na verdade, a garota que há 5 anos ele namorava era só uma farsa, uma sombra da garota que Percy conheceu.

Aquela garota sim era incrível, apaixonante ele diria, cheia de vida e de humor. Menina aquela que onde ia espalhava amor, suas pinturas, seu jeito rebelde, sua forma de olhar a vida, tudo nela era bom e amoroso, essa garota era aquela que Percy conhecia, não alguém fria e estranha que vivia com seus discursos sobre o futuro e sobre como Percy não podia alcançar o que ela queria. Ela era rica e ele, pobre, mas isso nunca tinha sido um problema para os dois até aquele momento. 

Ele queria dizer que pensava sim no futuro, que entrou para uma grande escola para ter um bom futuro com ela, que ele tinha crescido e que tinha capacidade o bastante para fazer um futuro maravilhoso para ela, mas não disse nada, preferiu simplesmente tentar esquecer tudo o que Rachel representava.

— Claro, tenha um bom dia! E desculpe se eu não cresci — fez aspas e saiu como um relâmpago, sentindo lágrimas se acumularem. Percy não chorava pela namorada que perdeu, mas sim pela garota tão boa que não se salvou no meio dos abutres que eram os ricos, que se perdeu e que, para ele, nunca ia voltar a ser quem um dia foi. 

Pegou o celular com pressa e ligou para Grover até que ele atende-se.

— Grover — chamou Percy.

— Oi, eu tô no trabalho ainda, Percy — ele reclamou.

— Me encontra em meia hora lá no clube, cara — resmungou.

— O que?! Tá loco, cara? Tô no trabalho agora, não posso sair. Minha mãe me mata.

— Cara, sério, preciso de você. Te espero lá ok? — Disse e logo depois desligou o telefone, queria rasgar o papel que ainda estava em seu bolso, mas não ia dar esse gosto a Rachel, seu futuro o esperava e ela havia sido deletada dele. 

**** 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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