Olimpus Family escrita por Mayssa Meirelles


Capítulo 5
04: Como é bom ser criança.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo bem bonito pra vocês espero que gostem.



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Era uma Vez - Kell Smith

Bastava um colo, um carinho
E o remédio era beijo e proteção
Tudo voltava a ser novo no outro dia
Sem muita preocupação

É que a gente quer crescer
E, quando cresce, quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido

9 anos atrás.

    Percy corria pela casa rindo sem parar enquanto sua mãe gritava com ele, igual uma louca, ele estava correndo somente de cueca e gritava que não ia colocar a roupa. Sally estava apreensiva, as pessoas logo chegariam e ela estava ali, correndo que nem doida para convencer o filho a colocar um par de roupas.

    O susto maior veio quando a campainha tocou e a primeira pessoa a entrar foi um homem adulto, que se assustou ao ver a mulher toda bagunçada e os risos altos que saiam da boca de Percy, que ainda corria fugindo dela.

    — Tudo bem? — Ele sorriu, mas ela não, ficou desconcertada com sua presença.

     Percy correu para a porta para ver quem chegara e não reconheceu o homem na porta, por mais parecidos que seus olhos fossem dos dele.

    — Oi, não te conheço — apontou o pequeno, o homem sorriu e se aproximou dele, se ajoelhando para ficar da sua altura. — Meu nome é Percy.

    — Poseidon, você está muito lindo, sabia?

    — Uhum, minha mãe diz isso sempre!

    — Ela sabe das coisas — Poseidon não parava de sorrir para o menino. — Imagina que feio ver um menino tão bonito assim sem roupa!

    — Mas meu corpo é bonito também! — Percy reclamou.

    — Sim, mas ninguém pode ver seu corpo assim, só sua mãe, as senhoras vão ter um susto de ver alguém assim. Além disso, faz mal ficar assim no frio. Assim as meninas vão te achar estranho...

    — Mas as meninas são nojentas, tio!

    Poseidon riu mais alto ainda, Sally não sabia se ria ou se afastava o homem do filho.

    — Por isso mesmo, quer dar motivos para elas implicarem com você? Um garoto bonito assim tem que andar bem vestido, não sem roupa!

    — Não me convenceu! — O menino reclamou. — Mas tudo bem, só porque pediu vou ir com a minha mamãe, mas você vai ter que brincar comigo então!

    — Que interesseiro hein?

    — Sou mesmo! Vamos mamãe! — Percy puxou a mãe para o quarto. — Já volto. Bem vestidinho, prometo!

    Poseidon riu, o garoto era encantador mesmo.

***

    Poseidon e Percy brincavam sem parar, o primeiro sorria de forma amorosa enquanto o segundo mostrava todos os seus brinquedos. Percy era um garoto imperativo que tinha dificuldade em falar algumas coisas e se divertia sorrindo e brincando com o mais velho.

    Sally olhava a cena e se perguntava o que fazer, via aquela interação impedida por muito tempo por ela e se sentia culpada, seu coração doía ao olhar para Poseidon, mas ela sempre soube que ele era bom com crianças mesmo que ela não gostasse da presença dele e tivesse medo dele acabar magoando o mais novo.

    Sally cumprimentava os poucos convidados que tinha, não era muito sociável e tinha se afastado de tudo e todos para criar Percy, mas se sentiu feliz pela primeira vez poder dar ao garoto um bolo de aniversário, mesmo que pequeno.

    A mulher chamou Percy para cantar parabéns que logo correu animado para seus braços. O bolo pequeno estava arrumado na mesa e Percy não parava de sorrir ao ver as pessoas cantarem parabéns para ele e, mais que isso, se sentia feliz por ver o sorriso de sua mãe estampado em seu rosto. O homem que há pouco conhecerá se mantinha solitário olhando-o de longe, sorrindo também ao cantar parabéns, o menino deixou a alegria de ser criança o inundar, estava fazendo 7 aninhos. Mesmo que fosse uma criança que era zoada por seu jeito infantil e lerdo, não deixava isso transparecer em seu rosto. Era uma criança feliz apesar de tudo.

    O bolo foi cortado, era azul e tinha como tema peixes e oceano, que era o seu lugar preferido do mundo: o mar, a água e tudo que se escondia na imensidão do azul. Percy pegou o bolo e com uma alegria contagiante, tocou o glacê e sujou o rosto de sua mãe que, surpresa, fez o mesmo com o menino, que sorriu sem parar, uma guerra foi travada entre as risadas dos convidados, quem sairia mais sujo de glacê nessa história?

    No final, ninguém venceu, mas a alegria que Percy transmitiu pareceu contagiar todos que riam sem parar comendo o bolo. Percy se sentou no chão e começou a comer vendo os convidados pouco a pouco se afastarem e irem embora, o que o deixou triste, queria brincar mais. No final somente sobrou ele, sua mãe e o senhor que acabara de conhecer.

    — Sally, queria falar com você a sós — Poseidon pediu, fazendo Sally tremer, não queria de jeito nenhum ficar a sós com aquele homem.

    — Percy, querido, que tal abrir seus presentes no quarto? Tem muitas surpresas que sei que vai gostar! — Percy ficou indeciso, mas decidiu seguir a ordem de sua mãe e correu para o quarto buscando ver todos os presentes que ganhou.

    O silêncio inundou a sala depois disso.

    — Eu queria dizer que adorei ter participado da festa, Percy é um menino muito especial — Poseidon começou, não sabia muito bem como começar a falar.

    — Eu sei, ele é incrível — Sally sorriu, sentia muito orgulho de seu filho.

    — Acho que essa será a última vez que participarei de suas festas....

    — O que quer dizer? Eu não vou afastá-lo de Percy se é o que pensa.

    — Não é isso, sei que lutei por anos para ter Percy ao meu lado, mas caí na real hoje, não posso fazer isso com Percy, não posso fazê-lo participar de minha vida.

    Sally sentiu seu coração parar, o que ele acha que estava dizendo? Que seu filho não era bom o bastante para participar de sua vida? Ele ia novamente destruir as esperanças de Sally? Novamente ele iria destruir seu coração?

    — Está dizendo que ele não é o suficiente para poder participar de sua vida?

    — Estou dizendo que ele é bom demais para participar de minha sujeira, Pan sumiu, sabia?

    Sally se assustou. Pan sumira?

    — Ele sumiu no meio de uma operação, ele se infiltrou numa gangue para destruí-la, mas ela era poderosa demais. Um dos líderes tentou nos atacar para usar nossa empresa como ponto para suas coisas, mas é claro que nos protegemos e não quisemos aceitar seus acordos e isso fez com que ele nos odiasse e pior, alguém do grupo morreu nesse meio tempo e ele colocou a culpa em nós.

    — Porque está me contando tudo isso?

    —Pan foi preso por eles e não dá para saber o que ele contou de nós, o que o líder vai fazer para nos destruir, eu estou com medo, Sally, medo de mim, de ele atacar minha família e pior: se ele souber de vocês? Você é um alvo fácil, preciso protegê-los e só posso fazer isso me afastando, por isso vou embora e não vou voltar a fazer parte da vida de Percy, sei que vai arrumar um jeito de proteger Percy, também ficarei de olho nele, mas não vou mais participar de aniversários, muito menos vir aqui. Estou dando adeus a vocês antes que eu os machuque nesse meio tempo.

    Sally estava paralisada, sua mente deu pane, mas sabia que Poseidon estava fazendo a ação mais lógica. Ela não era burra, sabia que não poderia fazer muita coisa e essa era a saída mais prática para proteger Percy e ela. Mesmo que, por um momento, pensou que talvez fosse bom ter Poseidon por perto, não era ingênua, sabia que era a coisa certa a se fazer.

    — Entendo... É melhor você ir embora, adeus novamente, Poseidon.

    — Adeus, Sally — ele se virou e saiu, mas não sem antes olhar para trás, talvez, em algum universo alternativo, eles poderiam ter sido uma família. Talvez, mas não nesse universo, nele era impossível tanto ele ficar por perto quanto Sally o perdoar por todos os erros que cometeu com ela.

    — Mãe! — Percy correu para se aproximar dela e notou que ela estava chorando. — Mãe, está chorando? Foi algo que o homem estranho falou? Não chora, tô aqui, mamãe, eu tô aqui, estamos juntos, né? Vamos nos proteger juntos, nada pode nós separar quando estamos juntos.

    Sally sorriu quando sentiu seu pequeno a abraçar e a animar, ainda estava sujo de bolo, mas a animou como nunca, ele era especial. Por ele, ela faria qualquer coisa.


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