Uma semana se passou desde que te vi no seu consultório, você me disse que daria uma chance para conversarmos, mas depois disso nada. Eu pedi um afastamento do serviço já não conseguia mais trabalhar. Então tenho te esperado todos os dias no nosso apartamento, passo os dias e noites olhando as nossas fotos juntos e pedindo a Merlin que te traga de volta pra mim.

Eu prometi que esperaria e te daria espaço, mas cada dia que passa o meu desespero só aumenta. Eu não tenho noticias suas. A única coisa que ainda me traz um pingo de esperança e saber que você não desistiu de ir jogar as cinzas da minha mãe comigo e com meu pai. Mas isto não significa nada em relação a nós. Apenas o quanto você realmente amava minha mãe.

Estou aqui jogado na nossa cama conversando com a lua. Eu fico imaginando aonde você está e o que está fazendo. Sei que agora todos devem pensar e comentar que eu fiquei louco, afinal eu abandonei tudo que eu gostava somente para ficar aqui e te esperar, esperar por uma chance de ao menos conversar com você e poder te implorar perdão, mas no fundo do meu ser o que eu mais quero e ter uma chance de te ter novamente na minha vida. Você e tudo o que eu tenho e tudo de bom que me resta, sem você eu não sou ninguém. Não consigo nem ao menos ajudar meu pai neste momento que ele passa, pois, a minha dor está infinitamente maior. Eu não perdi apenas minha mãe, eu te perdi também. Por ter sido um burro e insensível, por não ter te dado o valor quando tive a chance.

Agora as estrelas iluminam o nosso quarto, eu olho mais uma vez a lua e peço pra que ela te traga a mim, peço que ela te de o recado do quanto eu te amo, peço na esperança de que você esteja do outro lado também olhando a lua e recebendo o meu recado. Eu sei que é tolice minha ficar aqui a noite toda conversando com a lua te pedindo de volta. Mas o que eu posso fazer? Eu te prometi que te daria espaço e que esperaria o tempo que fosse. Eu mereço tudo o que estou passando por tudo o que te fiz passar.

Então eu vejo uma estrela cadente passar e me lembro do que me disse um dia. Que quando vemos uma estrela cadente passar devemos por a mão no bolso e fazer um pedido. Então em um total ato de desespero eu coloco minhas mãos no bolso e imploro a quem quer que seja uma nova chance. Eu preciso de você.

Olho mais uma vez para a lua é como se ela me dissesse pra ir até você. E então mesmo sem saber aonde te encontrar eu me levanto da cama. Tomo um banho rápido e me visto, pego meu casaco e olho mais uma vez pra lua em uma conversa muda, como se para ter certeza do que fazer.

Vou em direção a porta ainda sem saber para onde ir, só sabendo que eu preciso te encontrar. E quando eu finalmente abro a porta. Você está ali parada com a mão levantada como se estivesse prestes a bater.

— Rose? – eu digo ainda surpreso.

— Você está de saída? – você diz decepcionada.

— Estava – você desvia o olhar – estava indo atrás de você.

E você me olha surpresa e um pequeno sorriso brota em seus lábios. Mas eu vejo quando você o escode. Eu te conheço bem. Sei que está vestindo a capa de sonseriana que não quer que eu leia suas emoções.

— Então podemos conversar? – você pergunta seria.

— Com toda certeza. E o que eu mais desejo nessa vida. Por favor entre.

Eu abro caminho e então você entra e vai até a sala se sentando no seu lugar de costume. E antes de me juntar a você eu peço mais uma vez a Merlin que você me de uma nova chance.