Ponto de visto do Scorp antes de ver a Rose no Hospital

Estou mais uma vez deitado na nossa cama, apesar de passar horas de olhos fechado eu não consigo dormir, só penso em vocês, em nós em tudo o que eu perdi por ter sido burro. Olho no relógio e mais uma vez estou atrasado para o serviço. Isto tem acontecido desde que você me deixou e só piorou depois que minha mãe morreu. Me sento na cama e vejo o pergaminho do meu pai dizendo que voltaria ao hospital trabalhar. Eu devia ir até lá e o apoiar e as vezes se eu tivesse sorte te encontrasse ali.

Tomo um banho rápido e me arrumo. Eu quero ser forte e mostrar para o meu pai que estou lidando bem com tudo, mas você não está ao meu lado para enfrentar tudo isto. Você me deixou só. Eu tinha me acostumado ao seu amor e a sua presença e sei que mereço tudo isso. Mas eu sinto sua falta e quero você ao meu lado. Quero sentir novamente seus beijos e seus carinhos.

Me encaminho ao hospital antes de ir ao ministério, vou pedindo a Merlim que te encontre. Assim que entro no hospital a recepcionista sorri ao me ver.

— Oi. Meu pai já chegou? – pergunto.

— Sim. Ele acabou de entrar.

— Obrigada.

Vou em direção ao consultório dele, mesmo caminho feito a ir ao seu. Havia andado pouco então uma cena me chamou a atenção. Meu pai e você estavam abraçados. Então se soltaram e disseram algo que eu não pude escutar. Me aproximei ainda sem saber o que dizer. Percebi que meu pai chorava.

— Pai? Rose. – eu os chamei me aproximando mais.

Você me olhou então pude perceber que você também chorava. Eu queria perguntar o que estava acontecendo e te aninhar no meu braço, mas então você disse.

— Eu preciso ir. Tenho pacientes.

Você não esperou que eu dissesse nada, apenas se foi me deixando pra trás mais uma vez. Me virei para o meu pai e ele me olhava como se esperasse alguma coisa de mim.

— Está esperando o que? – ele perguntou irritado – vai atrás dela agora.

— Eu não posso pai. Eu causei isso a ela. Não posso obriga-la a falar comigo, ela já seguiu a vida dela.

— Ela acabou de me confessar que ainda te ama.

Eu o olhei surpreso sem saber o que fazer.

— Se você a ama Scorp vai atrás dela.

E então eu comecei a andar em direção a sua sala. Mas antes que me afastasse o suficiente meu pai me chamou.

— Se você a magoa-la mais uma vez que irá arrebentar sua cara serei eu – ele disse sério – ela é a filha que eu e sua mãe não tivemos e eu a defenderei dessa forma, mesmo se for de você.

Eu apenas concordei e fui até seu consultório. Quando cheguei lá sua secretária me olhou confusa e por um momento vi que ela me impediria de falar com você. Mas eu não deixaria que isso acontecesse, bati decidido na porta.

— Ju só mais cinco minutos.

Mesmo com sua resposta eu abri a porta da sua sala e entrei, você me olhou e quando me viu pareceu surpresa.

— Dois minutos é tudo que eu te peço. – eu te implorei.

Você apenas assentiu e eu entrei fechando a porta.

— Meu pai me disse o que você falou. E se você ainda me ama então me dê uma chance. Pelo menos vamos tentar conversar.

— Eu quero conversar com você Scorp, mas não agora. Preciso de um tempo para colocar minha cabeça no lugar e decidir o que realmente fazer.

— Eu espero o tempo que for desde que isso significa que pelo menos você me dará uma chance. – uma pontada de esperança nasceu no meu peito.

— Você não me entendeu Scorp. Não disse que voltaremos disse que conversaremos.

— Isso já é alguma coisa. Você sabe onde me encontrar. Estarei no nosso apartamento te esperando pelo tempo que for.

Fui em direção a porta, mas antes que eu abrisse, você me chamou.

— Scorp.

E por um momento eu achei que você me aceitaria de volta.

— Meu pai me disse que você tem uma foto nossa na sua mesa.

— Sim a foto da nossa formatura. Foi a primeira coisa que coloquei nela quando comecei a trabalhar lá. E o que me da força todos os dias para trabalhar.

— E não pensou em tirar quando o deixei.

— Eu não conseguiria.  Todos as nossas fotos continuam exatamente no mesmo lugar aonde você deixou. Exceto a que você tinha da nossa formatura. - não tinha porque mentir sobre isso -  ela está agora no meu criado mudo e durmo todas as noites olhando pra ela. Você a quer de volta?

— Eu ganhei uma cópia dela hoje.

Ela pegou uma foto em sua mesa e me entregou.  Era a mesma foto da minha mesa. Não conseguia entender.

— Quem te deu ela? – perguntei confuso

— Bom aparentemente havia uma cópia dela no álbum de família do meu pai.

Então sua revelação me pegou de surpresa.

— Tem uma foto minha no álbum de família do seu pai? Tinha né. Seu pai a jogou fora?

Ao mesmo tempo que a felicidade me atingiu por estar no álbum da família Weasley a tristeza me invadiu.

— Não. Ele entregou a mim para que eu pensasse em todos os momentos que tivemos.

Eu não consegui entender. Seu pai sempre me odiou, sempre foi contra o nosso amor. Porque ele tinha uma foto nossa no álbum de família e o mais importante porque havia te dado logo agora.

— Por que? – a pergunta escapou da minha boca.

— Ele disse o quanto você está sofrendo e acha que eu devo te dar uma nova chance.

E então pela primeira vez em anos eu percebi que seu pai finalmente havia me aceitado. Eu olhei mais uma vez pra foto.

— Então vou te deixar com ela. Quem sabe a foto do seu pai me ajuda a ter mais uma chance com você.

Eu te entreguei a foto e fui até a porta e então eu me lembrei daquele pequeno colar que eu carrego comigo desde o dia que você me deixou. E por um instante eu pensei o que fazer e então a ideia de te dar algo que lembrasse ainda mais os bons momentos me deu esperança. Eu tirei o colar do bolso e fui até a mesa, pude vê que você o reconheceu no mesmo instante que o viu.

— Fica com isso também.

Eu o deixei em sua mesa e fui mais vez em direção a porta. Mas antes que saísse precisava te dizer nem que se fosse pela última vez. Então me virei a você e disse.

— Eu te amo Rose.

Não esperei que me respondesse eu apenas sai. Sai do hospital com um pouco de esperança. Eu faria de tudo pra te ter de volta e se isso acontecer eu farei de tudo pra te fazer a mulher mais feliz do mundo. Eu farei valer a pena minha segunda chance.