Um amor de contrato escrita por Andye


Capítulo 28
Desde o princípio


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, pessoal! Antes de mais nada, obrigada por sua participação e por seus comentários. Vocês são o que há de melhor!
Estamos nas últimas desses dois e ainda tem muitas águas para rolar.
Vamos que vamos, sem muitas delongas, e fiquem em casa se assim conseguirem!



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Hermione deliciava-se sempre que se via envolta nos braços do ruivo. Havia decidido, depois de muito conversar com seus botões, que não valia a pena jogar para o alto tudo o que eles estavam vivendo por causa da senhorita Wright. Não deveria dar tanto crédito a tal mulher.

Estavam completando dois meses de namoro e, em meio às suas paranoias, estavam juntos. Era com ela que Rony estava agora e era os lábios dela que ele beijava.

Dois meses de namoro. Aquilo soaria estranho a qualquer desavisado, considerando que os dois eram casados há mais de um ano e tinham um filho juntos, mas para eles era a coisa mais normal do mundo. Estavam se conhecendo, finalmente.

— Você é a melhor namorada do mundo — Rony falou mais uma vez e a encheu de novos beijos.

Ambos estavam sentados no sofá da sala,com seus pijamas, pernas sobre os puffes, diante da TV que exibia um filme qualquer. 

As crianças, dormindo, lhe deram folga uma hora antes do que era previsto e eles aproveitaram o momento para fazer um programa de namorados: “se beijarem no sofá da sala enquanto tentavam ver um filme na TV”.

— E você é o melhor namorado que eu poderia querer — ela o beijou também.

As cenas se repetiam com mais frequência entre eles, mas combinaram, se assim poderiam dizer, de viver aquele momento a sós, por isso, não contaram a ninguém, onde ninguém seriam os pais de Rony e Harry e Gina, sobre a evolução do romance.

— O que você quer fazer para comemorar nosso segundo mês de namoro? — ele perguntou voltando-se para a TV, mas sem prestar atenção.

— Hmmm... Não sei... — ela começou a pensar — E se fizermos um jantar romântico na varanda?

— E as crianças?

— Não sei... — ela sorriu com gosto — Fizemos tudo às avessas.

— Mas não me arrependo — ele a beijou mais uma vez — Vocês são o que tenho de melhor. Se preciso fosse, provavelmente faria tudo outra vez.

— Eu também — ela acariciou o rosto com a barba por fazer — Você e as crianças são o que me completa.

— Sei bem o que quer dizer... — ele a abraçou e ambos olharam para a TV.

— Ou, talvez, podemos comemorar assim, como estamos agora... Gosto muito dessa sensação...

— Gosta?

— Sim... me sinto segura quando estou com você...

— E eu sou grato por saber que se sente segura comigo...

Rony acariciou o rosto dela. Os olhos, fixos uns nos outros, confirmavam a sinceridade das palavras ditas. 

Hermione observou o ruivo se aproximar dela, seus olhos pareciam mais escuros, e ela já percebera que eles alternavam o tom quando ele ficava mais intenso.

Sorriu enquanto era novamente beijada. Os lábios quentes daquele homem deslizavam por seu pescoço enquanto ela tentava encontrar, sob os dois, o controle para desligar a TV antes que ele a ergue-se e a conduzisse para o quarto.

Assim que ela encontrou o objeto e desligou a TV, sentiu, sob suas costas, a vibração do celular. 

— O telefone está tocando, Ron...

— Deixa... — ele respondeu concentrado no busto dela.

— E se for importante? E se for seu pai?

— Eles não me ligariam a essa hora...

Ela se deixou levar pelos avanços do ruivo. As mãos deslizavam por suas coxas, afoitas, adentravam pelas fendas do short. O corpo de Hermione estava quente e desejoso por Rony.

— Ron... O celular está tocando de novo... — ela falou e ele suspirou. Parecia não ouvir.

Movendo-se sob ele, enquanto era acariciada e beijada com desejo, ela pegou o aparelho incômodo às suas costas e não conseguiu evitar retesar o corpo.

— É a Chloe...

Rony interrompeu os beijos assim que ouviu o nome da mulher. Olhou nos olhos de Hermione com receio e sentou-se diante dela.

Hermione aproveitou a deixa e sentou-se de forma mais confortável sobre o sofá, entregando o aparelho, que havia parado de tocar, para o ruivo. Ambos em profundo silêncio.

Instantes depois, o silêncio criado por eles foi interrompido pela vibração do celular. Ele a olhou, tenso, o aparelho nas mãos. Parecia confuso.

— Pode atender, Rony.

— Oi, Chloe... Não. Eu não estava dormindo. Sim. Eu fiquei sabendo que chegou mais cedo... Não. O Harry não conseguiu no hotel de sempre. Não pude, Chloe, mas tenho certeza que foi bem recebida pelo Mike.

Hermione se contorceu sobre o sofá enquanto Rony conversava com a mulher. Tentava ser adulta, havia decidido não dar créditos, mas o passado de Rony também não ajudava em suas tentativas.

— Como assim? — ela o observou e ele parecia nervoso — Eu não tenho como ir até aí agora, Chloe. Já estou em casa faz um bom tempo — Hermione inspirou profundamente e desviou o olhar para o outro lado — Que problema? Como isso aconteceu? Vou ver o que posso fazer. Até mais.

— O que houve? — Hermione perguntou assim que ele desligou. Tentava manter-se sã.

— Chloe disse que aconteceu um problema com a bagagem dela.

— Que tipo de problema?

— Aparentemente extraviaram uma das malas. Isso é muito estranho. Aquele é um os melhores hotéis da cidade...

— E então...?

— Vou ligar no hotel... Boa noite. É Ronald Weasley. Eu fiz uma reserva para Chloe Wrigth... Hmm, entendo. Como podemos resolver isto? Certo. Tudo bem. Obrigado — Rony fez outra ligação antes de falar qualquer coisa — Harry, desculpa o horário. Preciso que você consiga uma nova reserva para a Chloe. Não sei... Aparentemente um problema com a bagagem. É, eu sei, mas tenta. Não tenho como ligar para as secretárias a essa hora. Obrigado.

— E então?

— Um problema com a bagagem dela. Parece que um dos funcionários danificou alguma coisa.

— Nossa...

— Ela não quer mais ficar no hotel. Harry vai tentar encontrar outro... — Hermione apenas concordou com a cabeça — Mione, eu...

— Tudo bem, Rony. Eu entendo. 

— Me desculpe.

— Pode ir. Espero que tudo termine bem.

***

— Você sabe que não precisava de nada disso, não sabe? — Hermione falou para Gina, envolta em pacotes, que não lhe deu  muita atenção.

— Me poupe, em Hermione — a mulher respondeu enquanto tirava os pacotes e os distribuía sobre a mesa da sala. Ela já havia estendido uma enorme toalha sobre o móvel — Quantas vezes não comemoramos o seu aniversário desde que nos conhecemos?

— Acho que nenhuma — ela sorriu sem graça.

— E não seria agora que deixaria de comemorar. Ainda mais que estamos em pleno sábado. É perfeito!

— Você é demais...

— Onde está o seu "marido"?

— Saiu com a Rose.

— Foram comprar seu presente, espero...

— Acredito que sim — ela sorriu acanhada.

— E como vão as coisas entre vocês? — continuou a conversa.

— Como sempre — ela tentou desconversar, mas Gina lhe lançou um olhar mortal.

— Não me faça de idiota, Granger — ela continuava arrumando a mesa — O Harry me disse que vocês estão tendo um caso.

— O quê? Quem disse isso ao Harry?

— Ninguém.

— E como ele pode falar sobre algo que ele não sabe?

— Porque ele sabe o amigo que tem — Gina a encarou — Assim como eu sei a amiga que eu tenho. Por que suas bochechas estão vermelhas?

— Não estão.

— Por favor, Hermione — Gina revirou os olhos e se voltou para a mesa — Ele, pelo menos, é bom de cama?

— GINA!

— O que é? — a encarou novamente — Vai se fazer de santa agora? Você tem dois filhos. Me poupe das suas tentativas em parecer pura.

— Meu Deus...

— É bom ou não?

— Gina, para com isso...

— Aff... Esse cara deve ser péssimo de cama mesmo...

— Gina...

— A cara não nega...

— Gina...

— Um dia você encontra um cara que te faça subir pelas paredes, eu creio...

— Ele é ótimo! — Hermione soltou de uma vez e a outra olhou para ela praticamente gargalhando.

— Eu sabia! Sabia que estavam dormindo juntos. Te disse tantas vezes pra não fazer isso, mas essa tua castidade forçada não ia durar muito tempo nessa casa, eu sabia...

— O que está dizendo, criatura?

— Hermione, eu posso até não ir muito com a cara dele, embora ele tenha demonstrado muitas vezes que é digno da minha dúvida, mas não sou idiota. O cara é bonito...

— Pelo menos reconhece...

— Sim. Irrito onde é possível irritar...

— Boba... — Hermione sorriu.

— Diz aí — Gina sentou-se diante da amiga — Ele é bom mesmo?

— Gina!

— Ai... fala logo.

— É sim!

— Melhor que o falecido?

— Mil vezes...

— Pelo menos isso. Obrigada, céus, por tão grande bênção! Finalmente você deixou essa castidade de lado...

— Por que está agindo assim? — Hermione perguntou curiosa — Geralmente você só critica o Rony.

— Porque percebi que não adianta nadar contra. O que você tem de boa, tem de cabeça dura. Nada do que eu falar vai te convencer do contrário, então, vou ser a amiga que apoia até o momento que achar que devo apoiar e estarei a postos para te dar os socos que você merece caso se arrependa do que está fazendo.

— Não vai ser preciso...

— Vão levar isso adiante? Vão oficializar algo?

— Vamos oficializar o quê? Somos casados, Gina!

— Ah é! É verdade!!

...

Mais tarde, a casa estava completa com seus poucos convidados. Hugo, no auge dos seus dez meses e dos seus quatro dentes da frente, engatinhava freneticamente pela casa. 

Rose, sua companheira de todas as horas, o acompanhava e brincava com ele todo o tempo. De todos os cantos da casa era possível ouvir a risada dos dois.

Sentados mais à frente, os pais de Hermione conversavam com os pais de Rony. O tema era a abertura da exposição da senhorita Wright, dali a uma semana.

Hermione contorcia-se sempre que ouvia o nome da mulher ser mencionado, mas prometera a si mesma ignorar aquele fato. Dentro de um mês ela iria embora e tudo voltaria ao normal.

Voltaria ao normal se sua cabeça cheia de caramiolas permitisse. Por vezes, sempre que sabia da mulher, ela não conseguia não pensar em Comarco e tudo o que viveu anos atrás.

Rony não era como ele, era o que ela falava para o seu subconsciente, mas a insegurança que ela levava dentro de si lhe maltratavam demais.

Tinha dois filhos, o seu corpo já não era o que tinha há dez anos. Havia melhorado em relação à pele e aos cabelos, mas não poderia se comparar à Chloe ou qualquer uma das mulheres com quem Rony viveu.

Sentia-se estúpida por pensar sobre isso. Sabia que se diminuía diante de outras mulheres com esse tipo de pensamento, mas o medo de se decepcionar e passar por tudo o que viveu no passado lhe feriam o coração.

— O que você tem, Hermione? — era Gina. Rony estava mais adiante com Hugo nos braços. Rose corria ao redor deles. Elas comiam salgados à mesa.

— Nada demais...

— É a tal da Chloe?

— Como?

— Eu percebi que você estava tensa com o senhor Weasley falando do evento. Ano passado você estava bem animada. Me pareceu estranha a sua reação.

— Ela me perturba...

— Por quê?

— Ela é linda.

— Você também.

— Não me compare à Chloe, Gina.

— Sim, ela é uma mulher belíssima, mas você também é e, provavelmente, deve ser bem mais que ela, porque você é linda por dentro também — Hermione inspirou profundamente e comeu um canapé.

— Ela me frustra. Ela sempre está presente. Em todos os momentos, alguém sempre cita o nome dela. Ela liga, ela aparece. Eu até tento, mas é complicado aceitar.

— Você sabe que ciúme não é legal, não sabe?

— Eu sei..

— E vocês nem mesmo tem algo firmado, além desse casamento falso... Você me entendeu. 

— Sim...

— Se você não confia nele, Mione, nem avança nisso.

— Eu confio...

— Não. Você não confia. Se confiasse, não se sentiria assim.

— Eu...

— O que te aflige?

— Eu não sei...

— Tem medo que ele se canse de você e te troque por uma mais bonita, mais atraente?

— Você já viu as ex dele?

— Não, nem me interessa. Hermione, se você não se acha boa o suficiente para ele, isso tudo que vocês vivem vai acabar antes do que você imagina.

— Gina...

— Se você se menospreza, vão te menosprezar. Você sabe disso...

— Tenho medo de passar por tudo aquilo de novo, de ser traída...

— Como você vai ser traída se vocês não tem nenhum tipo de relacionamento firmado? Você me disse que estavam apenas curtindo. Está se perdendo em seus sentimentos?

— Já não sei o que pensar...

— Pois é bom que você pense muito bem no que está fazendo. No final de tudo, é você quem vai sofrer.

*Naquela noite*

— Gostou do seu dia? — Rony perguntou enquanto massageava os pés da mulher. Estavam sentados na cama.

— Gostei... — ela respondeu de olhos fechados, imersa no prazer daquele toque — Mas me cansei...

— A idade chega pra todos...

— Não diz isso — ela ralhou, ele sorriu — Sou só alguns meses mais velha que você.

— Mas é... — ele piscou o olho e ela se jogou sobre a cama, vencida — Mas não tenha crises de idade — ele continuou, colocando-se sobre ela — mesmo velhinha, você é a mais linda de todas — e a beijou com carinho, romantismo.

— Você é um bobo — ela murmurou entre os beijos — Detesto isso... Você sempre me ganha com esses beijos...

— Fico feliz em saber que meus beijos têm o poder de te ganhar... — ele a beijou novamente — Vou te beijar ainda mais.

— Bobo... — ela sorriu e retribuiu aquele momento de carinho. Permitia-se vivenciá-los. Pareciam-lhes verdadeiros.

— Mas, antes que os nossos beijos se percam — ele piscou maroto para ela — Vou te dar o meu presente.

— Não foi a bolsa que a Rose me deu mais cedo?

— Não... Aquele foi o presente dela — ele falou indo até o blazer, esquecido sobre a poltrona — E foi ela quem escolheu. Você gostou?

— Gostei, sim... — Hermione sorriu — Minha filha vai seguir carreira na área da moda, não é possível ter um gosto tão apurado.

— Até a mamãe já comentou sobre isso algumas vezes — Rony comentou enquanto voltava para a cama, um pacote pequeno nas mãos — Este é o meu presente. Espero que sirva.

Hermione recebeu o pacote e, dentro dele, havia uma caixa de joia. Imaginou que poderia ser uma corrente ou outra pulseira, como a do ano passado, mas surpreendeu-se ao encontrar um anel solitário.

— Tudo entre a gente sempre foi estranho e confuso — ele começou, parecia tenso — E todas as confusões nas quais te envolvi fizeram com que não tenhamos vivido as coisas como deveriam ser.

"Eu pensei muito antes de comprar esse anel, mas não tem nada melhor do que ele para te presentear.

"Esse é o nosso anel de compromisso, Hermione, se você quiser aceitar ter um compromisso comigo. Gostaria de fazer as coisas diferentes, mas não temos como voltar atrás."

— Rony... — ela estava emocionada com as palavras.

— Não tivemos um compromisso antes de nos casarmos, mas o temos agora. Se você aceitar esse anel, de alguma forma, vou sentir como se tivesse superado essa lacuna no nosso relacionamento.

— Rony, não precisava. 

— Precisava, sim. Mesmo que seja apenas um símbolo, eu quero que você aceite esse anel como prova do meu compromisso com você... Você aceita?

— Claro que sim, Ron... Claro que sim!

Rony pegou o anel das mãos de Hermione, olhou-a nos olhos e, delicadamente, o colocou em seu dedo, junto à aliança de casamento.

Em seguida, o ruivo beijou ambas as joias, assim como a mão de Hermione e, aproximando-se novamente, a beijou demoradamente, ambos se entregando a uma intensa noite de amor e prazer.


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