Me Encontre escrita por SouumPanda


Capítulo 29
Antes do Final




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Caleb  assim que soube do nascimento do bebê que o nomeei de John, em homenagem ao pai, começou a insistir em levar Louise para ele, que já tinha se passado muito tempo, não nos falamos por vídeo e quando era assim, sempre Isaac estava presente com Louise, eu ainda o culpava por muitas coisas em minha vida, não conseguiria agir com normalidade que devia por causa de Louise, então esperei os primeiros seis meses de John junto aos avós para dar a noticia do nosso retorno aos Estados Unidos, primeiro porque era o casamento de meu pai com Peyton, e segundo por conta que sentia falta de estar lá no calor, a Inglaterra é linda, porém muito úmida. Após o casamento em Cambridge comprei uma cobertura em Manhattan, seria uma vida nova com as crianças e finalmente iria advogar, como sempre quis. Tinha as ações no ramo imobiliário, mas queria ter minha nova vida sendo ativa e não dependendo de juros que aquilo me trazia ou mexer em herança. Isaac amava estar na Inglaterra tanto quando Louise, mas ver os sorrisos deles ao avistar Cambridge das janelas do jato era imensurável, eles gargalhavam em êxtase, enquanto John dormia tranquilamente em seus Moises no acento ao meu lado. O solavanco do avião fazia Angelina que estava sentada a minha frente grudar na poltrona e eu ri.

— Nem John se incomodou com o pouso Angie. -  Disse rindo enquanto pegávamos as bagagens de mão e a cesta de John.

— O bebê já tem sangue de rico, para se acostumar com isso menina, agora eu?  Essa pobre velha jamais me acostumarei com isso. – Ela disse descendo desajeitada do jato e me ajudando com as crianças.

— Prometo que para New York vamos de carro então. – Eu sorri cordialmente, enquanto saiamos em direção ao carro que nos esperava. Quando entrei na casa, com moveis todo plastificado, silenciosa, meu coração se apertou. Fiquei esperando John descer as escadas prendendo suas abotoaduras e seu sorriso apaixonado falando o quanto sentiu nossa falta. Pressionei os lábios respirando fundo para o choro não vir, fazia um tempo que não chorava, mas a saudade estava ali. Logo o pequeno John se colocou a chorar por mim, e então sorri ternamente o tirando do Moises e aninhando em meu colo. Louise e Isaac corriam animados pela casa, saudosos e seus gritos eufóricos davam eco para aquele ambiente vazio. – Angie não precisa se preocupar com nada, meu pai mandou mensagem avisando que uma equipe de limpeza virá e tirará todos plásticos, e podemos comer fora. Será apenas uma semana aqui, depois vamos para New York.

— Claro querida, porque não sobe tomar um banho e eu fico com as crianças? – Ela disse pegando John do meu colo e eu sorrindo em agradecimento.

— Você sempre me salvando. – Eu disse beijando a testa de John e subindo as escadas. Quando entrei no quarto, não tinha tanta diferença do restante da casa, puxei o plástico da cama e dos moveis, entrei no Closet e tudo estava lá, principalmente as roupas de John. Não contive e senti  o salgado da lagrima que escorria silenciosamente pelo meu rosto, que logo estava afundado em uma de suas camisas, custou em deixar ali as lembranças de John, mas lembrei do nosso pequeno que era extremamente apegado chorando, então entrei no banho. Relaxei na banheira por uns minutos, a casa estava silenciosa o que me assustava, com três criança o silencio é no mínimo suspeito, quando abri os olhos me enrolei na toalha molhando todo chão, ainda com sabão pelo corpo desci as escadas vendo uma calça jeans preta e quando pude ouvir.

— PAPAI. – Louise pulou e Caleb a pegou meus olhos se arregalaram o vendo ali. Engoli seco sentindo um nó na garganta. – MAMÃE OLHA É O PAPAI. – Louise falou fazendo com que todos me olhassem ali parada com a mão apoiada no corrimão da escada, acho que foi segundos que pareciam ser horas a forma que nos encaramos.

— Zoey. – Ele disse em tom grave e com certa emoção na sua voz.

— Caleb. – Já a minha era um sussurro em tom de desgosto, ele abaixou o olhar dele como se soubesse o quanto sentia o vendo ali e o culpava, como o culpar me fazia mal, pois implicava que fiz parte de suas ações. – Você não avisou que vinha, sabe que eu pedi que avisasse porque preciso de um intermediador para seus encontros.

— Não fale assim, como se eu fosse um péssimo pai e precisasse de supervisão. Moro aqui e você sabe, após  1 ano acho que posso ver minha filha. – Ele disse em tom grosseiro e eu sabia que não tinha mal nenhum nisso, só não queria lembrar a péssima pessoa que fui com ele por perto.

— Claro. – Falei baixo e logo o choro estridente de John chamou a atenção de todos engoli seco vendo o olhar de Caleb nele e um sorriso terno em seu rosto, espreitei o olhar o encarando enquanto descia pegar John no colo mesmo de toalha. – Pode deixar Angie, vou levar ele comigo. – Peguei John no colo que instintivamente parou o choro.

— Posso ir com o papai? – A pergunta de Louise fazia minha espinha ter calafrios e nos encaramos de novo e Caleb com seus olhos azuis em suplica.

— Claro, desde que volte para o jantar. – Eu disse educadamente o vendo consentir. – Não quero atrapalhar a rotina do seu irmão e da sua madrasta.

— Não tem madrasta nenhuma. – Ele disse rindo baixo. – Mas isso é assunto para outra hora, vou aproveitar minha boneca. – Ele disse colocando Louise sobre sua cabeça e saindo, respirei profundamente para não ter um colapso e pressionei os lábios tentando acalmar minha respiração, subi com John o colocando na cama enquanto eu me trocava.

John estava no carrinho ao meu lado, a tarde a empresa veio tirar os plásticos dos moveis e limpar a casa, tanta gente que o serviço foi feito rapidamente, não demorando para meu pai e Peyton chegar para jantar, ambos animados pelo casamento que se aproximava. Peyton segurava John balançando e eu e meu pai sorria para a cena.

— Fizeram planos para os herdeiros? – Comentei rindo, e vendo ambos rir da minha pergunta.

— Eu amo seus filhos Zoey, mas não quero ser mãe. Não é para mim, seu pai já tem vocês então não será algo que atrapalhara nosso relacionamento porque discutimos muito sobre isso, e concordamos quase que imediatamente.

— Estou velho demais para ter um filho, não teria o pique que isso exige. E sem contar que você mais do que ninguém sabe como é a minha vida, o senado me cobra muito. – Ele disse tomando seu whisky.

— Claro. – Eu disse sorrindo e suspirando quando a companhia tocou e sabia que era Caleb retornando com Louise. – Alguém pode atender? – Ninguém se manifestou e bufei levantando e indo abrir a porta, Louise dormia desajeitada no colo dele, sorri ao vê-la serena, pegando ela no colo e se dando conta o quanto ela tinha crescido. – Obrigada por trazer ela.

— Não tem que agradecer. – Ele disse ternamente abrindo um riso torto enquanto me encarava e logo senti uma mão grande em meu ombro e Caleb abriu um sorriso em cumprimento.

— De espaço para ele entrar filha. – Meu pai disse animado, presumo que seja a bebida, pois ele odiava Caleb, de toda forma dei passagem enquanto levava Louise para seu quarto. Eles se cumprimentaram animado, meu pai passando o braço em torno do pescoço de Caleb, não entendi ao certo o que estava acontecendo, quando desci meu olhar cruzou com de Caleb que estava com o rosto vermelho de vergonha de estar ali, sabendo que não queria ver ele próximo sem ser pela Louise.

Cruzei os braços vendo a cena, desacreditada no que via, virei um grande gole do vinho que bebia, sentindo o mesmo aquecer minha garganta, não conseguia esconder minha cara de espanto, repulsa e desentendida do que acontecia na minha frente, quando notei que estava encarando o momento demais, pisquei varias vezes me virando, mas era tarde demais, meu pai caminhava em minha direção acompanhado de Caleb.

— Robert eu preciso ir. – Caleb disse antes mesmo de se aproximar de mim. – Não quero inço ...

— Não é incomodo, você foi o melhor amigo que tive nesses últimos anos e está na hora de Zoey saber. – Ouvir meu pai falando foi como um soco no estomago, meu olhar e de Caleb não se cruzavam, ele mantinha a cabeça baixa e eu fitava o ombro dele, apenas se acontecesse se cruzavam, não por querer.

— Saber o que exatamente? – Eu disse encarando meu pai, Peyton apareceu após colocar John no berço e ficou ao lado do meu pai, Caleb em uma ponta da ilha e eu na outra, tornei a virar a taça cheia quando meu pai falou.

— Que ele é meu padrinho. – As palavras do meu pai me desconcertou, me fazendo cuspir toda a bebida da boca e logo pegando um pano e tampando a mesma. – Zoey modos, Caleb e eu temos amores em comum, então se aproximamos na sua ausência, achamos coisas em comum, até coisas demais e se demos bem por esse ano que você ficou fora.

— Que ótimo para vocês. – Eu disse tentando manter a calma, meu pai tinha todo o direito de ter amizade com quem ele quisesse, pressionei os lábios e tentei sorrir da forma mais amigável possível. Quando o jantar foi servido tive que aturar Caleb e meu pai falando da caça que fizeram no final de semana passado, me perdendo nas contas de quanta taças ou garrafas eu acabei bebendo, cada vez que Caleb falava algo era inevitável revirar os olhos, mesmo que a voz dele seja tudo que eu queria ouvir a anos atrás. – Preciso mandar um email, se me dão licença. 

Me levantei indo para o escritório e mirando nas bebidas que ali continha, o que era mentira do email, já que eu não teria noção nem para ligar o notebook que ali tinha, o notebook de John, então apenas me sentei na cadeira e fiquei bebendo na boca da garrafa de whisky até conseguir digerir a nova amizade que tinha na minha sala de jantar. Olhei a foto do meu casamento sobre a mesa e sorri para John balbuciando um “ juro que estou tentando.” .

Quando a porta se abriu virei a cadeira imediatamente no susto e encarei Caleb fechando a mesma, respirei fundo instantaneamente e fechei os olhos lembrando a ultima vez que estávamos ali. Engoli seco o vendo sentar diante de mim e vendo eu colocar a foto com John na mesa e a garrafa do outro lado.

— Precisamos conversar Zoey, pela Louise. – Ele disse em tom baixo e calmo. – Não é maduro você fazer isso, você beber assim só porque estou aqui.

— Estou bebendo assim não por você, mas por ele. – Apontei para a foto. – Tem um closet só de roupas dele lá em cima sabia? E acredite ainda tem o cheiro dele, o perfume dele não evaporou, então eu borrifo e abraço as roupas dele como se ele fosse aparecer nelas. – Minha voz era chorosa e Caleb estava com os olhos arregalados. – Eu to bebendo assim, porque toda vez que te vejo, ouço falar do seu nome, vou lembrar e me envergonhar que por nossa causa ele morreu. – Eu disse limpando a lagrima que escorreu e ele engoliu seco. – Eu não consigo te perdoar, porque eu não posso me perdoar.

— Não é justo, tenho certeza que John não ia querer te ver assim, você precisa viver Zoey. – Ele disse em consolo.

— Nunca vou saber o que John queria, porque ele morreu e não pode me dizer. – Eu disse rangendo os dentes . – Então por favor saia e não ouse se aproximar de mim se não for pela Louise. – Ele me olhava com o semblante triste e apenas afirmou se levantando e saindo e eu respirando fundo tentando encontrar o ar que não vinha até mim.

Acabei adormecendo com a cara na mesa, quando acordei tinha uma poça simbólica de baba ali, limpei a boca e tentei me localizar, meus olhos focaram na foto com John e suspirei. A casa estava silenciosa, acho que meu pai foi embora e nem me despedi, não coloquei Isaac na cama e como será que John estava? Levantei quando vi a ponta de um papel saindo da gaveta, eu não abri e acho que ninguém nesses últimos anos mexeu. Abri a gaveta e vi um envelope direcionado a mim, franzi a testa e abri o mesmo. Lagrimas instintivamente correu pelo meu rosto, era a letra cursiva de John, pressionei os lábios e minhas mãos tremulas dificultavam a leitura.

“ Querida Zoey...

Nesse momento tudo que sei é que seremos pais, e meu coração se enche de amor por você e nossa família, mesmo após tantos altos e baixos, a gente se escolhe, se ama e sabe que fomos predestinados a ficar juntos, seja o tempo que for.

Quando ler isso, provavelmente será após uma de nossas brigas, ou porque tivemos que se separar por algum outro motivo e voltei para a Inglaterra, se for por algo pior que isso espero sempre que seja comigo. Meu amor, você é a força da nossa família, você se sacrifica todos os dias, você me perdoou e eu te perdoei. Você é uma super mãe para nossa princesa e para seu irmão e será para nosso filho, espero que seja um menino e que seja tão lindo quanto você. Se por desventura do destino  a gente não terminar essa vida juntos espero que você seja feliz Zoey, com suas escolhas e vida, quero que encontre tudo que não pude te dar, quero que você tenha sua corrida ao por do sol com alguém que queira segurar sua mão, assim como eu quero que seja eu estar nessa corrida, mas se não for, quero ser seu melhor amigo aquele que ficará feliz em te ver feliz. Porque você merece e sei que ia querer o mesmo para mim. Sei que parece estranho eu escrever isso no melhor momento de nossas vidas, mas eu vi seu olhar, eu vi como você está indecisa em ficar ou não comigo, então só queria te tranqüilizar que esta tudo vem seja lá o que aconteça, se brigarmos pois você foi para o quarto chorando, saiba que ainda assim retornarei para casa para te amar mais uma vez. Então não tenha medo, eu não vou te desamparar mesmo que de longe, quero apenas que você viva, quero que você ame e acima de tudo seja feliz ... Eu amo você e sempre vou amar, todo seu, todo nosso

John”

Meu corpo tremia após ler a carta que ele escreveu no dia que morreu, pressionei os lábios e apertei a mesma contra meu peito, era um alivio ler aquilo, era como se fosse exatamente o momento certo para encontrar ela, apenas murmurei “eu te amo John”  em meio as lagrimas e o sorriso que se abriu em mim, como se ele estivesse ali, comigo, me abraçando e dizendo que tudo bem eu viver um pouco e sair do meu luto, não o amo menos por isso.

Tinha chegado o final de semana do casamento, meu vestido de madrinha tinha chegado, Louise já estava pronta, Isaac e John, eu sempre a ultima a se arrumar, Não vi ninguém desde o jantar, me sentia péssima pelo meu comportamento, mas desde que tinha achado a carta de John estava com o coração sereno, eu ainda sentia a falta dele e me pegava abraçando suas camisas e as vezes colocando para dormir, mas eu sabia que estava tudo bem não estar tudo bem as vezes, e que não foi realmente minha culpa, mas que ele me perdoou. Pelo menos eu sentia isso.  Quando chegamos onde seria o casamento uma enorme casa/hotel a beira mar vi meu pai radiante e ajeitei a roupa das crianças, Angelina foi com John aos acentos e fiquei esperando Peyton para entrar, Caleb chegou com o olhar baixo e nos cumprimentamos com um sorriso terno, respirei fundo pensando mentalmente que não foi nossa culpa, foi um acidente, quando fui  vendo as formações de padrinhos finalmente nossos olhares se cruzaram entendendo que seriamos um acompanhante do outro, sorri torno sentindo o nó na garganta e meu rosto queimar, e ele sorrio me dando o braço para entrarmos. Quando nossas peles se tocaram meu corpo tremeu, fiquei paralisada por instantes e acho que ele sentiu a mesma coisa, minha respiração mudou o ritmo e nos olhamos piscando sem entender ou entendendo tudo. Nosso contato visual foi quebrado quando a marcha começou e entramos, respirei fundo sentindo meu corpo ficar quente e eletrocutado perto dele e quando nos afastamos para tomar nossos lugares, nossos dedos se largaram como dois pólos que se atraem querendo grudar de novo e sorrimos sem graça um para o outro.

Estava sentada na mesa tomando o champanhe, Angelina já tinha saído com John e Louise para casa, respirei fundo me questionando porque não fui também. Quando peguei minha bolsa vi uma mão esticada em minha frente como se esperasse que a pegasse.

— Vem vamos dançar. – Caleb disse educadamente com sua voz grave e seu sorriso branco. Peguei na mão dele e novamente franzimos a testa sentindo a onda de calor transitar de um corpo para o outro, mas isso não impediu dele me puxar para ele e segurar firmemente minha cintura com uma de suas mãos enquanto a outra entrelaçava nossos dedos. Nossos corpos dançavam a musica e meu pai e Peyton sorriam ao nos ver me fazendo revirar os olhos. Tocava Before You Go de Lewis Capaldi e não falávamos nada, quando ele me girou e colou nossos corpos me fazendo puxar o ar com a boca semi aberta. – Está linda. – Ele sussurrou em meu ouvido com o hálito quente, me fazendo sentir arrepios pelo meu corpo e sorri sem graça sem responder nada.  Quando a musica acabou estava desconcertada em sentir todas essas sensações que a tempos não sentia e fui em direção a mesa pegando minhas coisas, quando fui saindo da festa senti as mãos fortes de Caleb envolver meu pulso e me puxar para nos olharmos. – Fala comigo Zoey.

— Não da tudo bem? – Eu disse com a voz exaltada. –Não dá. – Eu repetia para mim mesma enquanto sacudia o pulso o fazendo soltar.

— Porque? – Ele questionou com a respiração exaltada.

— Porque não confio em mim, perto de você. – E o silencio foi instaurado entre nós, podia escutar a festa ao longe, nos olhávamos em silencio como se em suplica do meu olhar pedisse para Caleb ir embora e ele falava que não ia tão fácil. Mas sabe o que acontece quando imãs ficam perto? Eles se atraem, e sem dizer uma palavra Caleb me puxou quando eu já ia em sua direção e se beijamos, intensamente sentindo um pingo de chuva cair em minha testa e logo depois uma tempestade horrível, mas não impediu que continuássemos ali com nossos corpos quentes e o beijo que nos mantinha aquecidos.


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