Encarava o crepúsculo através da parede de vidro da casa dos Cullens, ainda tentava absorver o que Alice tinha me dito. Havia vampiros em Seattle que queriam me matar, mas a pergunta é: Quem eram esses vampiros? Eles só estavam de passagem ou estão me perseguindo?

                Tentei conversar com Alice, entanto ela não respondeu nenhuma das minhas perguntas, ela ficava sentada no sofá tentando ter alguma visão. Ela está me escondendo alguma coisa, tenho certeza. Essa situação deve ser mais grave do que eu pensava, será que vai acontecer igual o que aconteceu com James? Será que os vampiros que Alice viu em sua visão, estão obcecados por meu sangue, do mesmo jeito que James ficou? Eles vão me caçar? São tantas perguntas, mas Alice não quer responder nenhuma delas e os Cullens estão caçando.

                Escuto um barulho de carros chegando, o restante da família Cullen havia chegado.  Edward foi o primeiro a entrar na sala. Quando ele me viu, correu em minha direção com sua velocidade vampirica e me abraçou, me deixando um pouco assustada por causa da sua reação.

                - Você está bem? – ele sussurrou próximo à minha orelha.

                - Estou – tentei acalmá-lo – não aconteceu nada – ainda, completei por pensamento.

                Quando Alice disse que tinham vampiros em Seattle que queriam me matar, tive um pressentimento ruim, que está sufocando o meu peito até agora. Eu sinto que algo vai acontecer, mas não sei o que é.

                Edward me carregou para sentar no sofá, ele ainda me mantinha próxima ao seu corpo, como se estivesse com medo de que alguma coisa nos atacasse agora, super protetor, como sempre.

                Olho ao meu redor e noto que todos os Cullens estavam na sala, todos calados e com expressões seria, nenhum deles se movia. Esse comportamento deles começou a me deixar assustada e aquela sensação ruim gritava no meu peito, algo ruim deve estar acontecendo, é muito mais grave do que eu imaginava.

                Jasper deve ter notado meu estado emocional, pois senti uma onda de calma me atingindo diminuindo um pouco do meu pressentimento ruim.

               - Não se preocupe, Bella – disse Calisle rompendo o silêncio – Nos cuidaremos disso, nada ira acontecer com você.

               - Nos vamos dar uma surra neles, Bells – disse Emmett descontraído, mas pude sentir que em sua voz existia uma preocupação mascarada.

               - Quem são esses vampiros? – Edward ficou tenso e estreitou os seus braços a minha volta e todos os Cullens se entre olharam com a minha pergunta.

               - São nômades, eles estavam de passagem quando eles sentiram o seu cheiro e ficaram interessados no seu sangue. – explicou Alice – Tive que tirar você de Seattle antes que eles atacassem.

              As palavras de Alice fizeram com que eu ficasse arrepiada, eles eram iguais ao James, ficaram obcecados pelo meu sangue. Eles irão me caçar igual ele fez.

              Lembrar-me do vampiro que deixou uma cicatriz em meu pulso direito e que por pouco não me matou, fez com que meu coração batesse mais rapidamente. Ele me fez achar que ele estava com minha mãe, e se esses vampiros fizessem alguma coisa parecida? E se eles forem atrás do meu cheiro até chegarem a minha casa onde quando Charlie estiver sozinho?

              - Eu tenho que ir para casa – eu tenho que proteger Charlie, mas como? Se eu estiver lá talvez eles não o matem – não posso deixar Charlie sozinho.

              - Você não ira para casa, meu amor - disse Edward, enquanto passava sua mão pelo meu cabelo carinhosamente para tentar me acalmar – não posso correr o risco que você se machuque. Em quanto a Charlie, não se preocupe, Emmett e Jasper ficarão de olho em seu pai.

             Abri a boca para argumentar, mas logo a fechei sem dizer nenhuma palavra. Não adiantaria argumentar, Edward não deixaria eu ir a lugar algum sem que esses vampiros estivessem bem longe ou se estivessem mortos.

              - Tudo ficará bem, Bella – disse Esme gentilmente.

             Apenas concordei com a cabeça e permaneci em silêncio encarando a noite pela imensa parede de vidro até que senti aquela sensação de estar sendo observada, de novo. Não sei dizer o porquê, mas algo me atraiu até a imensa parede de vidro. Meu corpo se moveu automaticamente em direção ao vidro, não conseguia prestar atenção em mais nada, meus olhos estão fixo na noite lá fora.

              - Isabella – disse uma voz sombria que parecia sair da noite.

             Chego até a parede e encosto uma das minhas mãos no vidro e consigo ver uma sombra de uma pessoa do lado de fora, não era possível ver seu rosto, apenas sua silueta, parecia que ele usava um manto em volta do corpo. Eu sabia que aquela sobra me encarava.

             - Lembre-se, Isabella – disse a tal voz - Lembre-se de quem és.

            Minha respiração começou a ficar ofegante e meu coração disparou, minha cabeça começou a latejar e como se tivesse tomado um choque na minha cabeça, milhares de imagens começaram a passar pela minha mente e percorrendo os meus olhos, em uma velocidade incrível, até que uma se tornou mais nítida diante dos meus olhos, parecia uma lembrança.

            Parecia uma época distante, julgando pelo ambiente que estava. Era um imenso salão feito de pedra com velas acessas em candelabros que deixava uma sensação de mistério.

            Havia duas pessoas trajadas com mantos negros, não é possível ver seus rostos. Cada um deles segurava uma espada. Eles encaravam outra pessoa que estava ao chão.

            - Quanta petulância – disse uma voz masculina – você acha que pode nos desafiar? Você é apenas uma criatura sem poderes, sem sentimentos. Você é como qualquer outro de sua espécie, uma criatura grotesca.

            A outra pessoa riu graciosamente, e pela risada pude identificar que era uma mulher. As duas pessoas de mantos eram um homem e uma mulher e na sua frente havia uma pessoa, que quando se levantou pude ver que era um vampiro, devido a sua pele branca e seus olhos vermelhos. Sua expressão era de terror.

            - Querido, pare de torturá-lo – disse a mulher com uma voz doce e familiar – ele não merece nossa misericórdia.

           - Você tem sorte de minha esposa ser tão caridosa – disse a homem dando um suspiro logo em seguida – Amor, por que você não acaba com ele? Ele é todinho seu.

           A mulher de mantos negros se aproximou do vampiro, que arregalou seus olhos vermelhos e tentou correr, mas não deu tempo de ele fugir, pois a mulher com a espada em punhos dilacerou o vampiro com um movimento muito rápido, não havia como escapar do seu golpe.

          Ela se abaixou e esticou a mão, deixando-a suspensa em cima dos pedaços do vampiro que logo pegaram fogo. Ela se levantou e encarou as chamas, o homem que estava um pouco afastado se aproximou vagarosamente para perto do fogo.

          As chamas iluminaram um pouco mais o ambiente e também iluminou o rosto da mulher que acabara de matar o vampiro, permitindo que eu pudesse ver seu rosto com clareza, onde ela esboçava um sorriso triunfante em seus lábios, entretanto eu não consegui acreditar no que eu via, não consigo acreditar, não pode ser. Essa mulher...

          Uma dor avassaladora atingiu minha cabeça e tudo o que eu consegui ver foi minha visão da mulher de pele clara sumindo diante dos meus olhos até se tornar uma escuridão total.