Chloe estava em sua casa almoçando, o dia anterior tinha sido muito esquisito, mas no final tudo acabou bem.

Depois do seu passeio com Richie à castanha se sentia mais leve, ela precisava disso, precisava distrair... ela precisava dele.

Seu pai já tinha saído de novo, dessa vez ele tinha ido para uma reunião de última hora. Ontem ele já estava em casa quando Chloe chegou, perguntou a onde ela estava, e deu uma bronca por ela ter chegado tarde, mas mesmo assim ele parecia não estar totalmente preocupado com ela. Ele só estava fazendo o seu papel e Chloe sabia que não se passava disso.

Ela disse que estava com os amigos, e não comentou sobre o que havia acontecido. Depois ela foi para o seu quarto, que felizmente era no andar de baixo. Ela não precisaria, e nem pretendia, subir aquelas escadas por um bom tempo.

Após almoçar ela recebeu uma ligação de Beverly, a mesma parecia preocupada e disse que precisava de ajuda. Ela pediu para que a castanha fosse a sua casa o mais rápido possível.

Chloe ficou preocupada, nunca recebera um pedido de urgência da amiga. Ela desligou o telefone e foi na casa da ruiva no mesmo instante.

Chegando lá , ela encontrou os meninos, eles também pareciam aflitos e preocupados.

Quando Bev apareceu, explicou o que havia ocorrido. Ela disse que estava em seu banheiro, estava escovando os dentes, enquanto se preparava para dormir. Até que ela começou a escutar vozes vindo de dentro do ralo da pia. Ao se aproximar, as vozes ficavam cada vez mais altas. Até que fios de cabelo, ensanguentados começaram a puxar Bev, para perto da pia. Ela entrou em desespero e quando conseguiu se livrar dos fios, a pia soltou um jato de sangue por todo o banheiro, inclusive na ruiva.

O pai dela, não viu nada, mas Bev disse que o banheiro estava todo sujo de sangue, ela não queria entrar mais lá dentro enquanto ele estivesse naquele estado.

Ela queria ajuda para limpa-lo , queria que mais alguém visse o que ela viu, queria não se sentir uma maluca.

Ao escutar tudo aquilo, Chloe lembrou do que ela passou, podia ver o que ela sentiu nos olhos da amiga. Medo.

Rapidamente, os meninos decidiram quem iria entrar e que iria ficar de vigia, para distrair o pai da ruiva, caso ele chegasse.

Bill, Eddie, Stan e Ben decidiram entrar. Enquanto Richie, com o seu dom de falar, ficaria encarregado de distrair o homem.

Chloe também queria ajudar a limpar, mas ao mesmo tempo o seu receio a impedi-o de fazer isso. Ela ainda se sentia insegura com o que passou, sentia medo, ela não queria que seus amigos percebessem, não queria deixa-los preocupados. Quem importava ali era a Bev, era ela que eles precisavam ajudar.

– Chloe você vem ? – Eddie perguntou , ao notar a amiga ainda parada encarando o nada, enquanto os outros entravam.

– Não... eu... acho que vou ficar de vigia e ajudar o Richie. Nunca se sabe o que ele pode falar ...- ela disse, sendo tirada de seus devaneios, sorrindo de lado.

– Ok... se precisar de algo é só falar – ele disse, parecia desconfiado de algo.

– Tudo bem – A castanha disse, torcendo para que ele não reparasse em seu nervosismo. Mas era tarde de mais, ele já havia percebido. Nada sobre ela passava despercebido do menor.

– Eu acho que...- ele tentou dizer, mas foi interrompido

– Ai para de enrolar , Eddie !! Ela já disse que vai me ajudar. Anda, entra logo!! – Richie disse, irritando o menor

– Ahh Esta bem !!! – O menor disse enquanto entrava na casa bufando.

– Obrigada – Chloe disse baixinho, assim que viu o menor desaparecer.

– Não tem de que – O moreno disse, sorrindo de lado

***

A praça estava repleta de pessoas, muitas crianças brincavam nos brinquedos, corriam em volta dos arbustos, enquanto seus pais conversavam entre si.

Os perdedores estavam em baixo de uma árvore, enquanto conversavam e tomavam sorvete. Alguns estavam sentados no banco de madeira, enquanto outros estavam sentados na grama verde.

Eles haviam acabado de limpar o banheiro da Bev, que por sua vez, estava feliz porque seus amigos também tinham visto o sangue nas paredes, estava feliz porque não tinha ficado maluca. E seu pai também não tinha aparecido para atrapalhar o trabalho dos mesmos.

– Sabe, eu nunca entendi o motivo dessa cidade sempre ser esquisita – Disse Mike, um garoto que o grupo conhecia e que agora tinha se juntado a eles.

No caminho para o parque, o grupo encontrou Mike sendo agredido pela Gang Bowers, então eles resolveram ajudar o garoto, começando uma guerra de pedras. Eles conseguiram fazer os outros pararem de agredir o garoto e ir embora. O mesmo então foi junto, ao grupo tomar um sorvete. Agradecido pela ajuda.

– Meu avô uma vez me disse que essa cidade é amaldiçoada – Ele continuo

– Ele deve estar certo, pelo tanto de coisas ruins que acontecem aqui. – Chloe disse, tomando um pouco de seu sorvete.

– Vo-vocês acham que tu-tudo isso é cul-culpa daquela co-coisa ? – Bill perguntou

Eles já haviam comentado sobre suas experiências esquisitas. Chloe ficou feliz em saber que não foi à única que tinha visto o palhaço.

– Eu acho que sim, ela deve estar por trás de tudo. – Bev comentou

– Até dos desaparecimentos ?- Eddie perguntou

– É bem provável que sim – Ben se pronunciou

– Mas como isso é possível? Nada disso faz sentido – Richie disse

– Não faz, mas esta tudo conectado de alguma forma – Ben disse

– Do jeito que vocês falaram, parece que ela sabe dos nossos medos e aparece pra gente dessa forma.- Mike disse.

–É isso mesmo, por isso o Eddie viu o leproso, o Stan viu a mulher torta, eu vi cavalos e multidões e o você pessoas queimando- Chloe disse

– Então e-eu vi o Ge-George, por-porque... Te-tenho medo que e-ele esteja mo-morto – Bill se pronunciou

– Se for assim, Richie do que você tem medo?- Stan perguntou

– Palhaços ...- Richie disse baixo, enquanto encarava o pequeno show de palhaços que acontecia atrás dele, no palco.

– Nós temos que para –lo isso não pode continuar assim – Bev disse

– Concordo, a gente precisa dar um jeito nisso – Chloe disse.

– Eu tenho feito algumas pesquisas sobre a cidade, eu acho que nós podemos encontrar algumas pistas. – Ben disse.

– Ótimo, então vamos começar ! – Bev disse