Sob o céu de estrelas escrita por mjrooxy


Capítulo 13
Esse lugar é teu lar!




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Eu queria que ela me confrontasse, que me pedisse para ficar, então eu ficaria. Eu faria qualquer coisa pela Hina, a garota que roubou meu coração, 

Seus olhos é só o que veem à minha mente quando durmo e, quando acordo, eu só quero estar com ela. Contudo, não sou correspondido. Só não entendo porque Hinata saiu correndo daquele jeito. Ela me olhou com os olhos tão tristes, mesmo assim, não ouvi nada de sua boca. Nada que me fizesse ficar.

Eu preciso sair daqui, preciso ir para longe, não aguento mais ficar perto dela. Não assim, talvez quando eu voltar tudo tenha passado e eu consiga vê-la apenas como uma boa amiga. Talvez...

— Naruto, tem certeza disso? - ouço a voz do Jiraiya soar e só faço que sim com a cabeça. Mas ele continua. - Um coração partido não é motivo para você fugir assim, o correto seria você ficar e enfrentar seus sentimentos. Confrontá-la e só aí, decidir o que deve fazer. 

— Eu já me decidi, não há nada que você possa fazer. Está tudo certo, estudo esses dois anos no Brasil e quando eu retornar, tudo terá acabado. - ouço minha própria voz e mal a reconheço.

— Tudo bem, se você se arrepender, só me diga. Eu te mando de volta para o Japão. - agora vamos encontrar seus pais.

— Não vou me arrepender. - ele assente.

Eu só queria que Hinata não tivesse medo, queria que ela tivesse coragem o suficiente para fazer minha vida mudar. Só que isso não ocorreu, não posso culpá-la, afinal. Hinata não tem responsabilidade nenhuma sobre mim e nem sobre meus sentimentos. Eu que os nutri eu que preciso ser homem o suficiente para encará-los de frente e superá-los. Ou, fugir, claro. Como estou fazendo agora.

— Boa tarde, senhores passageiros. Temos um recado para dar. Ouço uma voz melodiosa soar dos alto falantes do aeroporto. - Naruto Uzumaki, aonde quer que esteja. Tem alguém que precisa lhe dizer algo:

 Sinto meu coração acelerar e encaro meu padrinho, ele apenas sorri e coloca a mão direita sobre meu ombro.

— Na-naruto. - ouço uma voz extremamente angelical e não tenho dúvidas. É Hinata! - Eu... Eu quero te dizer que... - ela se emociona e sua voz falha um pouco. Mas logo se recompõe e continua - Naruto, eu te amo seu idiota. Sempre amei, desde antes de você me notar, você jamais saiu dos meus pensamentos. - nesse momento eu não consigo nem mais respirar. Hinata veio até o aeroporto se declarar diante de todos? Ela me ama? - Mas, se mesmo depois de saber disso, você ainda quiser partir. Saiba que, se em algum lugar alguém pensa em você, esse lugar é teu lar e é para lá que você deve retornar. Ou melhor, eu sou teu lar, Naruto. Você sempre poderá retornar para mim, se quiser.

Eu mal consigo conter as lágrimas que inundam meu rosto. Meu padrinho só bagunça meus cabelos.

— Seu grande idiota, eu te amo! Por favor, não me deixe aqui sozinha. - ela concluí, depois de alguns segundos.

Nunca ouvi Hinata xingar se quer uma vez antes. Ela me chamou de idiota duas vezes me menos de dois minutos. Bom, eu realmente sou um grande idiota, afinal.

— Bem, algo me diz que depois dessa declaração, eu terei de viajar sozinho, estou certo?

— Ela me ama? - inquiro sem nem responder a pergunta.

— Parece que sim, Naruto. Não quer encontrá-la e ouvir pessoalmente? Eu explico a situação para os seus pais.

Nem respondo nada, apenas saio correndo feito um louco atrás da Hinata. Atrás da garota da minha vida, eu a amo tanto! E agora sei que ela também me ama, eu não poderia estar mais feliz nesse momento.

 (...)

No dia que recebi a notícia da viagem iminente do Naruto, eu simplesmente entrei em pânico. Não sabia o que fazer. Parte de mim me culpava por aquilo, por não ter sido clara o suficiente ao expor meus sentimentos. Eu poderia ter evitado tudo isso me declarando. Aliás, eu tenho certeza dos sentimentos dele por mim? Como saberei? Naruto me bagunça demais, não posso mais fugir do que eu sinto, não posso mais ser tão covarde.

Por esse motivo, não tenho mais o que perder, se eu deixá-lo ir sem saber o que eu sinto, nunca vou me perdoar. Por isso mesmo faço a maior loucura da minha vida.

Vou até a casa dele e sou informada de que Naruto já está a caminho do aeroporto. Ou seja, eu preciso correr se quiser chegar antes que ele parta, não tenho tempo a perder. Minha felicidade depende disso e eu farei o impossível para encontrá-lo naquela multidão de pessoas.

No entanto, quando estou quase perdendo as esperanças de vê-lo, algo me ocorre. Eu posso implorar para um funcionário do aeroporto me deixar dar um recado. Essa é minha última esperança, minha cartada final. Por sorte, ou por Kami, deu certo. Ao menos, após me ver aos prantos, uma funcionária muito bondosa, por sinal, teve pena de mim e deixou-me cometer meu maior ato de coragem. Declarar-me em público para o garoto que eu amo.

Eu consegui dizer tudo o que veio ao meu coração, tudo o que estava entalado há anos dentro de mim. Eu só precisava por para fora, eu necessitava expelir esse sentimento, do contrário, a sensação que eu tinha era que poderia sufocar com tanto amor escondido dentro de mim.

Todavia, se ele virá atrás de mim efetivamente, não posso precisar ao certo. Talvez Naruto já esteja em um avião, rumo ao Brasil. Porém, meu coração se recusa a acreditar nisso, ele está aqui, eu sei. Naruto ouviu minha declaração de amor. Tenho certeza, meu coração não pode estar enganado.

Finalmente saberei se Naruto verdadeiramente me ama ou não. Eu não poderia deixá-lo ir sem saber o que sinto por ele.

Portanto, agora eu estou aqui, com o coração extremamente apertado e ansioso, aguardando, esperando Naruto me encontrar. Se é que ele deseja fazer isso. Tudo o que eu mais quero nessa vida é que Naruto venha me encontrar.

Caminho mais um pouco, depois de muito agradecer a gentileza oferecida a mim. E paro há alguns metros do portão de embarque, não há nada mais que eu possa fazer, a não ser aguardar e torcer.

No entanto, depois de alguns minutos que mais pareceram horas. Ouço passos correndo atrás de mim e me viro lentamente, vendo um Naruto muito sorridente vindo ao meu encontro. Meu coração se enche de alegria e eu abro o maior sorriso da minha vida, ele me ouviu. Naruto ainda está aqui.

— Hina! - Naruto está um tanto ofegante devido ao caminho percorrido, mas não deixa de sorrir.

— Naruto... - sussurro lembrando de tudo o que eu disse no auto falante do aeroporto.

— V-você... - ele inicia um pouco receoso, porém, continua se aproximando de mim.

Como Naruto é bem alto, preciso levantar o rosto para olhá-lo nos olhos. Ele, por sua vez, mantém a cabeça inclinada em minha direção. Seus olhos estão muito brilhantes, como se tivesse chorado, tenha a impressão de ter visto esse mesmo olhar, antes de ele ir embora no dia do parque.

Percebo que Naruto está tendo dificuldades para continuar o diálogo e, pela primeira vez na minha vida, eu tomo às rédeas da situação. Não preciso ouvi-lo dizer que ama, não agora, seus olhos dizem tudo nesse momento. Por esse motivo, fico na ponta dos pés e selo os lábios dele. O beijo é singelo, foi o máximo que minha coragem permitiu. Entretanto, esse simples roçar de lábios causou em mim um turbilhão de sentimentos, eu mal consigo controlar minha respiração. Meu coração bate descompassado dentro do meu peito. Então, me afasto, sentindo meu rosto queimar pela ousadia momentânea. Consequentemente, Naruto dá um passo à frente e enlaça minha cintura.

— Hina, eu te amo... Eu te amo tanto que chegar a doer. - ele declara e eu só consigo sentir como se estivesse derretendo por dentro. - Você está aqui. - Naruto pega minha mão direita e pousa em seu peito, no lado do coração. 

— Naruto... - balbucio sentindo meus olhos encherem de água.

— Me perdoe por não ter tido coragem de confessar o que sinto. - quando eu faço menção de enxugar as lágrimas que começaram a cair. Naruto é mais rápido e ainda pressionando minha mão direita contra seu peito, desliza o polegar livre pelo meu rosto, para enxugar minhas lágrimas.

Em resposta sinto todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

— Tudo bem, Hina. Eu deveria ter percebido. De qualquer forma, tudo o que importa nesse momento somos nós dois. Aqui, juntos. - ele afirma com aquela voz rouca, me deixando completamente entorpecida de tanto amor. - Vem cá. - ouço mais essas palavras e, na sequência, Naruto me puxa ainda mais contra si.

Ele envolve minha cintura e eu correspondo circundando seu pescoço com meus braços. Um segundo a mais e finalmente sinto sua boca na minha. O beijo começa lento, sôfrego, como se estivéssemos tentando recuperar o tempo perdido. Naruto pressiona minha cintura com uma certa força e eu puxo levemente seus cabelos com a mão esquerda.

Ele começa a mordiscar meu lábio inferior, com uma certa delicadeza e percorre toda a extensão das minhas costas com as duas mãos. Sinto meu corpo todo estremecer com o contato, esse é meu primeiro beijo, eu nunca imaginei que seria com ele. No entanto, agora eu tenho certeza, precisava ser com ele.

— Hina... - ouço sua voz sussurrada e não consigo nem responder. Eu estou nas nuvens, só não quero que esse sonho acabe.

— Eu te amo, só quero que tenha certeza disso. Eu te amo muito e você é tudo o que eu quero para mim. - Naruto murmura em meio ao beijo, sem desgrudar completamente nossas bocas.

— Eu também te amo. Sempre vou amar...

— Cãhan. - ouço uma voz grossa, adulta soar atrás de nós e damos outro pulo.

 - Que foi, velhote. Não vê que estou ocupado! - ele resmunga emburrado.

 Eu começo a fitar meus próprios pés de tanta vergonha, vendo os pais de Naruto presenciando nosso momento romântico, junto com um senhor que eu julgo ser o padrinho dele. Ainda assim, não consigo evitar o sorriso que se forma no meu rosto. Finalmente eu o beijei, Naruto-kun é meu, só meu.

— Consegui adiar minha viagem, acho melhor levá-los em casa. Os hormônios nessa idade são um perigo! 

— Ah, qual é, vai bancar o santo agora? Eu bem sei como você é, padrinho. - Naruto rebate sorrindo.

— Eu posso levá-los, Jiyraia, não precisa se preocupar. - Seu Minato contrapõe, sorrindo de canto, com a esposa enlaçada em sua cintura, feito um carrapato sorridente.

Enquanto isso, Naruto envolve minha cintura e me puxa para si novamente.

— Ela é linda, não é? - Naruto questiona ao padrinho, olhando para mim. Sinto meu rosto queimar ainda mais e ouço em resposta:

— Sem dúvidas, Naruto. Cuide bem dela. Aliás, é um prazer conhecê-la, Hinata.

— O prazer é meu. - respondo baixinho, minha voz quase não sai.

Evito o olhar dos pais de Naruto, mas sei que eles ainda me observam.

Então, após todo o alvoroço que eu causei, por fim, saímos do aeroporto.

Contudo, quando estamos quase chegando ao carro, sinto Naruto começar a desfalecer nos meus braços e entro em desespero. Até que, segundos depois, ele desmaia.


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