Sob o céu de estrelas escrita por mjrooxy


Capítulo 11
Desencontros e desamores




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Estou com tanto medo da Hina não me querer, está sendo muito diferente de quando achei que gostava da Sakura. Eu só pensava que não tinha nada a perder me declarando, se ela não me quisesse, ao menos eu saberia o meu lugar. No entanto, com Hinata parece muito mais intenso, depois de tudo o que conversei com meu pai, fiquei pensando, se ela me rejeitar, algo aqui dentro vai se quebrar, não tenho dúvidas. Pelo contrário, tenho completa certeza disso, esse está sendo meu maior receio, ser rejeitado por ela. Nesses últimos meses, Hinata me fez acreditar que tudo é possível, que sou capaz de conquistar qualquer coisa. Ela acredita em mim e no meu potencial, não me vê apenas como um idiota barulhento. E, conforme o tempo foi passando, esse sentimento só aumentou, agora estou começando a ver com clareza. Finalmente estou percebendo o quanto quero partilhar minha vida com Hinata, quero estar presente em sua vida nos momentos bons e ruins, quero confortá-la, quero ser seu porto seguro. Porém, eu queria saber o que fazer com relação ao que estou sentindo, não sei quanto tempo Hinata vai ficar. Devo preparar um chá com leite ou fazer com que minha vida se encaixe na dela?

Por que meus sentimentos seriam errados, se estarmos juntos me parece tão correto agora? Será que estou equivocado sobre o que sinto? Como poderia, se ela não sai dos meus pensamentos? Na vejo como isso poderia ser ilusão da minha mente. Se meu coração cada vez mais pede pela Hinata, aliás, ele grita. Principalmente depois da conversa que tive com meu pai, parece que tudo se iluminou aqui dentro. Eu senti uma esperança que não tinha até um tempo atrás.

Já sei, preciso tirar essa história a limpo o quanto antes. Pensei em mandar mensagem pra Hina, mas entendi que o correto a se fazer, diante dessa situação, seria falar olhando olhos nos olhos. Como estávamos aqui em casa, antes do meu pai nos interromper. Reúno o restante de coragem que me resta e corro para a casa da Hinata. Decidido a dizer tudo o que estou sentindo e esperar que ela me corresponda, mas antes, vou sondar o que Hina sente pelo Kiba. Não posso ouvir que ela não gosta de mim, eu não aguentaria.

É domingo, não sei se ela estará em casa, só que não importa. Preciso arriscar. Algum tempo depois, finalmente chego na casa da Hina, os pais dela saíram, consequentemente, achei melhor convidá-la para ir ao Ichiraku. Se Hiashi me pega sozinho com Hina na casa dele, capaz de me matar ali mesmo.

— Naruto, obrigada por me convidar. - Hinata diz, quando já estamos caminhando rumo a um parque das redondezas.

— Não foi nada Hina, fiquei chateado por não te levar em casa na sexta.

Eu abro um sorriso, carregando toda a coragem possível, para finalmente entrar no assunto que tem atormentado meu sono. Estou achando-a ainda mais acanhada e retraída, talvez seja pelo que aconteceu, ou estava prestes a acontecer. Não sei. O que será que passa pela cabeça dela?

— Tudo bem, não foi nada. - vejo seu rosto corar e respondo:

— Um doce pelos seus pensamentos.

— O que? - Hinata me olha, confusa.

— Você parece pensativa Hina, gostaria de saber o que tanto passa pela sua cabeça. - confesso com sinceridade.

— Bom... - ela faz aquela pausa costumeira antes de prosseguir. - Eu queria ser mais corajosa para fazer algumas coisas, só que sou muito medrosa e isso tem me deixado triste.

— E o que você queria ter coragem de fazer? - indago um pouco antes de chegarmos ao parque.

 - Bem, eu...

— Hina! - Kiba e Shino vêm em direção a nós e eu respiro fundo, tentando controlar meu nervosismo. O que é isso que estou sentindo agora? Ciúme?

— Oi Shino, oi Kiba. O que fazem aqui? - Hinata qustiona, de um jeito diplomático.

— Eu vim trazer o Akamaru para dar uma volta. - Kiba responde e vejo um grande cachorro branco correndo até nós.

— Oi Akamaru. - Hinata sorri e passa as mãos pelo cachorro peludo.

— Oi, Naruto. - Shino me cumprimenta, finalmente, com aquele típico ar de seriedade dele.

— Olá Shino, oi Kiba. - cumprimento, fingindo naturalidade.

— Oi, Naruto. - ouço a voz do Kiba, que parece um tanto incomodado. - E vocês, o que fazem aqui? - questiona olhando para mim.

— Hina e eu fomos ao Ichiraku e achamos melhor vir dar um passeio aqui no parque. - respondo franzindo o cenho.

Não é da conta do Kiba o que fazemos ou deixamos de fazer. Mesmo assim, os dois parecem não desgrudar da gente. Como vou conversar com Hinata assim? Aproveito a deixa e me dirijo à Hinata.

— Hina, eu queria te mostrar uma coisa, pode vir comigo? - peço pegando-a pela mão.

Vejo Kiba me encarar parecendo contrariado e Shino apenas olha para o nada, com ar de desdém.

Hinata fica extremamente vermelha com minha ousadia, mas não faz objeção. Por esse motivo, nós seguimos para o lado oposto do parque. Deixando os dois amigos dela e o cachorro para trás. Porém, tem mais um detalhe nisso, nós estamos de mãos dadas e Hinata não desfez o contato.

Além do que, caminharmos de mãos dadas parece tão natural. Queria poder fazer isso todos os dias.

— Hina, você gosta do Kiba? - pergunto direto, não vai adiantar fazer rodeios.

Ainda estamos de mãos dadas, por sinal. E quando eu observo isso, sinto ainda mais certeza do que eu quero. Eu quero ela.

 - Bem, gosto, Naruto. - ela responde de bate pronto. - Nós somos amigos de longa data. - acrescenta com aquele jeitinho doce, só dela.

Sinto uma pontada no peito por ouvir essa resposta, mesmo assim tento manter meu auto controle.

— Hmm, então gosta dele da mesma forma que gosta de mim? - indago, tentando entender melhor o que ela sente.

— Bom, eu creio que não... - Hinata fica vermelha instantaneamente e vira o rosto. - Na verdade, Naruto eu gosto de outra forma, só que é...

— Entendi, Hina. Quer um sorvete? Vou buscar para nós.

Corro para longe e vejo Hinata ficando para trás, parecendo desapontada. Todavia, ainda assim eu a deixo, será que fiz certo?

Senti um medo gigante de ouvir sua reposta e meu cérebro foi a mil. Hinata não sente o mesmo por mim, com certeza, ela deve gostar do Kiba e me ver só como um amigo, afinal. Acho que estou destinado a ficar sozinho. Vou tentar não alimentar quaisquer outros sentimentos com relação à ela, não quero me magoar novamente. Só que é tão difícil reprimir o que está começando a surgir aqui dentro do meu peito. Seja lá o que for.

Eu quis confrontá-la há pouco, só que sou covarde demais para ir até o final, fiquei morrendo de medo de ouvir as mesmas palavras que ouvi da Sakura. Agora tenho certeza que doeria dez vezes mais, apesar de conhecer Hinata há bem menos tempo do que a Haruno. Algo me diz que seria bem mais doloroso ouvir que ela gosta do kiba, não quero passar por isso de novo. Meu pai quase me fez acreditar que eu era correspondido. Só que se Hinata gostasse de mim, me diria assim que perguntei se ela gosta do Kiba. O que não aconteceu.

O que eu faço na minha vida? Estar tão próximo da Hina todo esse tempo, de alguma forma, me faz pensar que eu poderia ser plenamente feliz. Será que sou idiota de achar isso? Sasuke tem razão, ela é areia de mais para meu caminhão. O que me fez pensar que uma garota como ela corresponderia aos meus sentimentos, afinal? Hinata deve ter me ajudado nos estudos por pura pena.

Eu só quero ser feliz, mas acho que não tenho esse direito. Ele estava errado, Hinata não gosta de mim, não desse jeito. Eu não vou aguentar se ela me repelir, o que meu pai disse, mais uma vez, só serviu para me iludir. Para piorar, quando volto com os sorvetes, vejo que Hinata sumiu e só restou um Shino muito contrariado.

 - Cadê a Hina? - questiono parecendo um idiota, carregando dois sorvetes.

Um rosa cheio de confetes de coração pra Hinata e outro azul, com vários confetes com formato de beijos para mim.

— Kiba e ela foram conversar e eu fiquei para te avisar.

Meu mundo desaba nesse momento, eu jogo os dois sorvetes na lata do lixo e sigo andando, deixando Shino para trás com Akamaru.

Esquece, eu não tenho chances com Hinata. Nunca tive. Mais uma vez fui iludido. Alguns passos mais e ouço vozes vindo de trás de uma grande árvore. Me aproximo, meio receoso e percebo que são Kiba e Hinata.

— Hina, você sabe que gosto de você há muito tempo. Eu só quero saber se você aceita namorar comigo.

— Kiba pediu Hinata em namoro? Eu ouvi isso mesmo?

— Kiba, eu... - ela inicia.

— Ei, Hina. Só vim dizer que estou indo embora. Kiba pode te levar em casa. - interrompo-os de propósito.

Depois me viro para ir embora, não quero que eles vejam minha expressão de tristeza e muito menos meus olhos lacrimejando.

— Naruto, espera! - ouço sua voz, um pouco alterada. Afinal, interrompi o momento deles.

— Tudo bem Hina. Até mais.

Largo os dois lá e saio correndo, sentindo várias lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Não foi nem necessário ouvir Hinata me dizer que gosta dele, eu vi com meus próprios olhos.


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