Os segredos de Sakura escrita por NinjadePapel


Capítulo 3
Viva


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos voltei! Capítulo fresquinho, espero que gostem! Obrigada por todos os comentários do capítulo anterior, comentem nesse também! Bjs e boa leitura!



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Cerca de quatro meses haviam se passado desde que ele havia deixado a vila. 



Andava meio sem rumo desde então, nem sabia ao certo o nome do vilarejo onde estava apenas que ficava bem ao norte do país da água, e deveras distante de Konoha, tentando ao máximo manter seus pensamentos longe da última imagem que teve dela, os cabelos rosados espalhados sobre o travesseiro, as jóias verdes escondidas sob suas pálpebras, envolta apenas pelos lençóis, a pele pálida e leitosa.

 

Não sabia de onde tinha tirado forças para virar as costas e sair pela janela dela antes do sol nascer, ou como havia sido frio o suficiente pra passar na casa de Naruto e avisar que estava indo embora, mais uma vez,e que não queria ninguém atrás dele, e mesmo com todos os protestos do loiro ter apenas se virado e ido.

 

Ele merecia toda a infelicidade do mundo, pois rejeitava toda chance de ser feliz.

 

E ali, contrariando sua rotina habitual e fazendo o desjejum em um local movimentado, um pequeno restaurante próximo ao porto de um rio, ele se sentia miserável. Pois ao que parece, tudo lhe lembrava ela. Desde as curvas sinuosas do rio ao longe que se assemelhavam as dela própria, perfeita como uma pintura, até os bosques que margeavam a vila, com a vegetação de um verde puro como o dos olhos dela.

 

Ah Sakura, o que tinha feito com ele…

 

Quando mais novo, era tão mais fácil mentir pra si mesmo que você não era nada… Mas depois de tê-la e estar com ela, estar longe fazia seu pulmão doer, como se apenas o ar que Sakura respirasse fosse o apropriado, era uma dor física não estar com ela.

 

Mas ele tinha que aprender a suportar, ele havia feito uma escolha, uma escolha covarde e vergonhosa.

 

Quão grande foi seu desespero ao acordar naquela madrugada, com Sakura em seus braços e pensar:      “ eu não posso viver sem ela”

 

Ao se dar conta do significado daquilo ele não suportou a ideia de perdê-la. E concluiu que tinha que fugir daquilo.

 

Então ele fugiu.

 

Fugiu dela, dele próprio, e consequentemente de sua única chance de ser feliz.

 

E quanto mais tempo se passava mais ele duvidava se tinha feito a escolha certa.

Estar longe, vai fazer eu ama-la menos?

E se eu não estiver lá para lhe proteger?

E se ela se apaixonar por outro?

Eu vou preso quando matar ele?

 

Mas o medo de sentir aquela mesma dor, de perder o que mais ama, sobrepujava tudo.

 

Então ele se afastou, e fugiu.

 

Mas não adiantou.

 

A dor foi a mesma, talvez tenha sido pior.

 

Quando se dirigiu ao caixa para pagar sua pequena conta, foi inevitável não ouvir a conversa de um grupo de ninjas oriundos de várias vilas, eles falavam alto e o assunto lhe prendeu a atenção.

 

—Ouvi dizer que o velório dela foi algo comovente, várias figuras importantes apareceram, o Kazekage, inclusive. - comentou um homem de colete cinza - Realmente uma grande perda para o mundo ninja. 

 

—É uma pena mesmo, uma gostosa daquela, aposto que morreu virgem querendo dar pro Uchiha! - um outro disse caindo na gargalhada e levando todos juntos.

 

Sasuke paralisou à menção de seu sobrenome.

 

—Você realmente acha? - o primeiro perguntou

 

—É claro, todo  o mundo ninja sabe que Sakura Haruno sempre correu atrás do Uchiha traíra, uma bobagem, agora morreu só! - o desdém dele era visível.

 

Por um momento o mundo pareceu girar e Sasuke teve que se apoiar no balcão do caixa para não ir ao chão. As gargalhadas maldosas eram um som distante agora, sua visão ficou vermelha e ele perdeu o controle ao se lembrar do nome dela naquelas bocas imundas. Avançou contra a mesa de onde a conversa vinha e agarrou o ninja que disse as palavras sujas. Pela gola da camisa ele arrastou o infeliz e o jogou no chão, um alvoroço se formou e os demais que estavam com ele, cerca de cinco homens, levantaram sobressaltados.

 

—O que pensa que está fazendo? - cuspiu o shinobi. Ele era um ninja da terra não havia dúvidas, as roupas avermelhadas e a bandana da vila da pedra o denunciavam.

 

Antes que ele pudesse piscar os olhos Sasuke sacou sua kusanagi e apontou para o infame.

 

—O que disse sobre Sakura Haruno? - sua voz estava ainda mais rouca, e os ninjas presente pareciam petrificados pelo poder que ele passava.

 

O ninja no chão engoliu em seco ao avistar o Sharingan e o Rinnegan, ambos brilhando de ódio por ele.

 

—Sasuke Uchiha! - balbuciou trêmulo.

 

O moreno deu um passo à frente encostando a lâmina no peito do outro, e repetiu, a voz pingando ódio.

 

—Repita. 

 

—Ela, ela morreu só - assim como sua voz o homem tremia, engoliu em seco ao ver a expressão assassina no Uchiha.

 

—Isso é mentira - pressionou mais a ponta da kusanagi no homem que gemeu.

 

—Eu juro que não! - se defendeu - o enterro foi a três dias quando finalmente encontraram o corpo, ou o que sobrou dele, mas ela foi dada como desaparecida a quase um mês - 

—É verdade - uma voz soou se aproximando, era um ninja da folha, de bandana e colete esverdeado - Sua morte foi confirmada a uma semana, mas o enterro foi a três dias, o Hokage enviou mensagens em todos os pontos estratégicos para que você recebesse a tempo, mas não lhe encontraram.

 

Seu coração disparou.

 

O amor era uma questão complicada para os Uchihas, pois eles amavam com uma intensidade a flor da pele. Era tudo ou nada, e quando lhes tiravam o amor, ele era substituído por um profundo ódio.

 

E era esse sentimento que preenchia Sasuke naquele momento.

 

—A notícia só veio a tona agora, Konoha não queria que as demais vilas soubessem antes de confirmarem qualquer coisa, e mesmo após a confirmação o fato só se espalhou recentemente. - concluiu o homem.

 

Sasuke embainhou a espada e com o seu único braço e levantou o ninja da terra pelo pescoço, pressionando ele contra a parede. Seu sangue ferveu e um zumbido em sua cabeça implorava pelo sangue, o sangue daquele que ousou tocar tão levianamente o nome de sua flor. Seu corpo tremia e seu cativo se debatia, no entanto ninguém no lugar se mexeu, todos sabiam o preço a se pagar ao incitar a ira do último Uchiha.

 

—E como você ousa tocar no nome dela? - sussurrou.

 

Aquele velho e conhecido sentimento se esgueirando em seu âmago, implorando pelo sangue dele, aquela língua maldita que não merecia pronunciar nem uma letra do hino sagrado que era o nome de Sakura, ele queria ver aquele homem se contorcendo de dor no chão, se afogando em seu próprio sangue enquanto ele queimava a língua dele já separada do corpo.

 

Estava prestes a arrancar a língua do sujeito quando a voz dela sussurrou em seu ouvido, uma lembrança tão tangível quanto real:

“Vingança não trará felicidade a você, nem a mim”

 

Algo a tanto tempo dito fez sua mão se afrouxar.

 

O infeliz caiu no chão tossindo, levando as mãos ao pescoço que já começava a inchar.

 

Sasuke se virou para o caixa novamente, todos no recinto seguindo cada movimento dele, jogou o dinheiro sobre o balcão e saiu porta a fora.

 

Ele não podia acreditar.

 

&



Não saberia discernir qual emoção foi mais arrasadora, saber que Sakura estava morta ou descobrir que ela estava viva.

 

Sasuke sentia um misto de alegria e desespero. Ela estava viva, a prova estava a sua frente, seu coração batia e ela respirava, mas não estava alí, estava em algum lugar cativa e longe dele.

 

Mas ela estava viva, e era isso que importava.

 

Era como se o mundo voltasse a ter sentido, e seu coração, que parecia ter parado de bater no momento em que soube que ela estava morta voltasse a dar pequenos espasmos, sugerindo que talvez houvesse Esperança para ele ainda.

 

Tsunade arfou em algum lugar da sala levando as mãos ao rosto, Kakashi se apoiou na parede próxima.

 

Sarada estava perdida em meio a reação dos adultos na sala. Não conseguia entender o porquê de tanta comoção. Shizune se aproximou dela e ajoelhou- se na sua frente, seus olhos estavam cheios de lágrimas mas ela sorriu para a menina tentando conforta-la.

 

—Venha comigo meu bem, esse lugar está com um clima meio pesado.

 

Sarada assentiu e acompanhou a mais velha para fora, quando já estavam quase fora do escritório Naruto se levantou e caminhou até a pequena, lágrimas pendiam de seus cílios como cristais de gelo no inverno, mas assim como Shizune ele sorriu, tocou o ombro da moreninha e lhe falou gentilmente:

 

—Prometo que vou encontrar sua mãe, e quando prometo uma coisa, eu cumpro - olhou para Sasuke ainda afetado no chão - mas preciso que me ajude.

 

—Qualquer coisa - disse exasperada 

 

—Preciso que deixe seu colar conosco, você disse que é uma lembrança que tem dela, pode nos ajudar a encontrá-la. - explicou

 

—Vai com certeza ajudar - começou - é um par, ela tem um igual, disse para mim que sempre me encontraria desde que eu estivesse usando ele, e que eu sempre a encontraria, pois ela jamais tiraria o dela. - passou a corrente pela cabeça e depositou o objeto nas mãos do loiro - mas por favor, tome conta dele para mim, é muito importante. - concluiu.

 

E então saiu porta fora.

 

Naruto imediatamente convocou um ANBU, quando a figura mascarada apareceu em sua frente ele soube que se tratava de Sai, o moreno fazia parte de sua guarda pessoal.

 

—Preciso que traga para mim o mais rápido possível Shino e Kiba, e traga Shikamaru para mim também - ordenou - Agora Sai.

 

O shinobi assentiu e saiu rapidamente, em seguida Naruto se dirigiu a Sasuke, ainda no chão, o Uchiha parecia ter perdido a noção da realidade, seu olhar estava perdido, distante. O Nanadaime se abaixou e segurou o amigo pelos ombros, o que o fez acordar de seu torpor, ele fixou o olho que não estava encoberto em Naruto e o loiro jamais viu tamanha transparência no moreno, ele estava ali, tão exposto como jamais estivera antes, uma lágrima solitária desceu por sua face, e em meio a tantos sentimentos distintos Naruto não soube dizer se era uma lágrima de tristeza ou de felicidade. Embora ele soubesse, ele sempre soube, do amor que Sasuke tinha por Sakura, soube antes do próprio Uchiha. 

 

Agora, eles não iriam atrás de Sasuke, a promessa que fizera era outra e ainda sim a mesma, a mesma de tantos anos atrás. Porém não a fizera para Sakura, mas para sua filha.

 

—Levante Teme, vamos buscar a peça que falta do time sete. Vamos trazer a Sakura-chan de volta.

 

Sasuke apenas assentiu, levantaram juntos e bateram os punhos.

 

Era uma promessa, não apenas de um, mas dos dois.

 

Outro punho se juntou, e ambos olharam a tempo de ver uma lágrima 

Fujona cair dos olhos de seu Sensei.

 

—Vamos reunir o time sete mais uma vez.

 

Tsunade apenas observou, ela teria sua menina de volta, e era isso que importava.

 

&

 

—Viva?

 

Os três ninjas perguntaram juntos, em entonações diferente é claro. Shino, Kiba e Shikamaru chegaram ao escritório do Hokage meia hora após a convocação, felizmente nem o Inuzuka ou o Aburame estavam em missão, Shikamaru como conselheiro do Hokage dificilmente saia da vila, mas este era uma caso especial.

 

—Sim - confirmou Naruto - Aparentemente Sakura-chan está viva, e em cativeiro. 

 

—Como essa informação chegou até nós? - perguntou o Nara.

 

—Isso é extremamente confidencial, então não deixem que saia desta sala. - afirmou o loiro - a filha da Sakura-chan veio aqui para nos pedir ajuda para encontrá-la.

 

—Filha? Desde quando a Sakura tem filha - indagou Kiba.

 

—Não sabemos, na verdade sabemos muito pouco, isso é tudo o que temos - disse mostrando o Camafeu com a foto de Sakura e Sarada.

 

—Uau - exclamou Kiba.

 

—Interessante, aposto que será problemático - suspirou Shikamaru.

 

—Espera! - Kiba gritou - quem é o pai dessa menina? - 

 

A porta se abriu no exato momento e Sasuke entrou, sem entender porque todos olhavam para ele franziu o cenho para os demais.

 

—Enviei uma mensagem para Karin e Suigetsu, estarão aqui ao amanhecer. 

— Por que precisamos deles? - indagou Shino tão baixo que demorou um tempo a ser respondido.

 

—Como não temos nada além da foto, acreditamos que as habilidades de Karin poderão ajudar a encontrar um norte. - explicou Naruto.

 

Os demais assentiram, porém Shikamaru observou.

 

—O fato de Sakura estar supostamente viva, quando foi dada como morta não lhes incomoda? - questionou - e quem de fato está em posse dessa Sakura supostamente viva, e por quê? Não temos informações o suficiente para organizarmos uma busca tão repentinamente. - concluiu o Nara.

 

Naruto não teve tempo de responder, Sasuke se pôs na frente.

 

—Isso não me interessa, o importante é que ela está viva, o resto são detalhes - cuspiu o Uchiha - se não quiser ajudar não ajude, mas não atrapalhe.

 

Shikamaru apenas suspirou, não haviam argumentos para ir contra o Uchiha, quando ele focava em algo, nada podia para-lo, e ainda que ele quisesse que Sakura estivesse viva, ele não queria alimentar falsas esperanças para todos, ele era um conselheiro e um estrategista, deveria pensar naquilo que os outros não pensam, mesmo que não quisesse.

 

—Pois bem, Shikamaru cuidará de planejar seus passos em campo, uma vez que não temos ideia de por onde começar, Sasuke e Kakashi também irão, Shino e Kiba serão nossos rastreadores junto a Karin, recrutaremos também um médico, não sabemos em que estado poderão encontrar a Sakura-chan, vocês sairão assim que os nossos convidados chegarem, entendido?!- proclamou Naruto

 

Todos confirmaram

 

—Quanto ao médico sei exatamente que chamar - informou Shikamaru.

 

—Não preciso dizer o quanto esta missão é importante e secreta, nada pode sair daqui até que estas informações sejam confirmadas, e mesmo após a confirmação, também não sabemos quem está por trás desse sequestro. Todos dispensados - ordenou o Hokage - menos você Sasuke.

 

O Uchiha esperou que todos saíssem para que Naruto pudesse lhe falar, não se incomodava como horário ou o fato de ter acabado de chegar de uma longa e exaustiva missão, ele não dormiria até confirmar que ela estava viva, até tocá-la e ouvir sua voz.

 

—Sasuke, acho que pode querer saber que Sarada está bem, ela está em minha casa e Hinata está cuidando dela.

 

Sasuke piscou aturdido, havia se esquecido da menina após o ocorrido, e pensando bem, se envergonhava pelo comportamento que tivera com ela, tentaria se desculpar depois.

 

—Obrigado - ele assentiu

 

—Mais uma coisa- Naruto se levantou de sua cadeira e deu a volta em sua mesa repleta de papéis, parando em frente a Sasuke - Kiba levantou uma questão importante, algo que está me incomodando.

 

—Eu não posso imaginar o que aquele cachorro tenha a dizer para causar essa reação, ou minha relação com isso - retrucou o moreno.

 

—Quem é o pai de Sarada - disse - foi essa a questão.

 

Pela segunda vez naquele dia o chão pareceu desabar sob seus pés. Desde a revelação de que Sakura estava viva, e que Sarada era filha dela, essa questão não incomodou Sasuke, ele não pensou em nada além do fato de que Sakura estava viva e talvez de forma inconsciente tenha ignorado aquela indagação.

 

No entanto antes que a fúria e o ciúme se apossassem dele uma lembrança recente lhe ocorreu:

 

“    -Qual a sua idade? - decidiu perguntar por fim.

 

—Tenho sete anos, porque a pergunta? - disse estreitando os pequenos olhos.”

 

Ela tinha sete anos, Sakura havia sido dada como morta havia quase oito anos.

 

Se contasse com o período da gestação de nove meses, Sakura provavelmente já estava grávida quando sua suposta morte ocorreu.

 

E neste caso, só havia um possível pai para a pequena.

 

Ele, Sasuke Uchiha era o pai.

 

As peças pareceram se encaixar perfeitamente. O entrosamento que ele teve com ela, a arrogância da garota, suas feições tão familiares.

 

Ela era sua filha.

 

—Sasuke, eu não sei como pode ter acontecido, ou melhor, sei, afinal eu tenho dois filhos - Naruto disse coçando a cabeça - mas eu e Hinata estamos casados, e que eu saiba, você e a Sakura-chan, jamais foram casados ou tiveram um relacionamento parecido. Mas ainda sim, eu vou perguntar mesmo já tendo uma profunda suspeita, levando em conta que Sarada deve ter a mesma idade do Boruto, - respirou fundo - há alguma chance de você ser o pai dela? 

 

Sasuke não respondeu nada, apenas olhou para Naruto da mesma forma de mais cedo.

 

É claro que ele não sabia, ninguém sabia que naquele curto período que ficou em Konoha, aqueles meses, que ele veio para presenciar o casamento de Naruto, e que acabara estendendo sua estadia ele e Sakura estiveram juntos todos aqueles dias, e que suas atividades recreativas incluíam sim fazer bebês

 

Só não sabia que tinha dado certo.

 

Aquele sentimento crescendo em seu peito, ele era pai. Ele era um pai. Ele era pai?

 

Um sentimento se destacou entre a dúvida e a euforia. Ele percebeu que gostava da sensação, aquela pestinha de língua afiada e atrevida era sua filha, somente alguém com sangue Uchiha teria aquela altivez é aquela arrogância.

 

Sarada era sua filha.

 

A única resposta que ele deu a Naruto foi um sorriso, um sorriso involuntário, que nasceu sozinho, sem seu consentimento. Um sorriso aberto, com todos os dentes.

 

Um sorriso de pai.

 

—Kami-sama! - exclamou Naruto.

 

&

 

Já esperavam na estrada da vila quando os ex-integrantes do time Taka chegaram.

 

Karin e Suigetsu estavam agora sentados recuperando as energias da viagem, eles haviam saído ainda de madrugada para chegar a tempo. Por sorte estavam em um dos esconderijos mais próximos de Orochimaru, e puderam chegar mais rapidamente.

 

Após alguns minutos de descanso Sasuke mostrou a Karin o colar a ruiva que o pegou cuidadosamente.

 

—É uma bela jóia - comentou seguindo o desenho da flor e em seguida abrindo-a e revelando a pequena foto - É um belo sorriso.

 

Sasuke observou novamente a foto, havia passado a noite toda encarando ela, redescobrindo o rosto de Sakura, como ela estava linda e como seu sorriso era indescritível. Por muito tempo ele pensou que nada fosse mais belo que o sorriso que ela dava para ele ao acordarem juntos, aquele sorriso que ofuscante até mesmo o nascer do sol, quando do os olhos dela brilhavam para ele. Mas aquele sorriso não se comparava ao da foto. Ela sorria como se seu mundo girasse em torno daquela pequena criatura em seu colo, um esticar singelo de seus lábios. 

 

Sarada também fora um dos motivos dele não ter pregado os olhos, ele havia descoberto uma filha, sua e de Sakura, e não teve coragem de encará-la mais. De alguma forma ele se sentia responsável, e jurou pra si que só voltaria a ver a menina quando tivesse trazido sua mãe de volta. No entanto nenhum inimigo fez Sasuke tremer de expectativa como a pequena fazia, ele não tinha ideia de como falaria com ela novamente.

 

—Sim - ele concordou.

 

—Certo, vamos ao que interessa. - Karin cobriu o colar com suas mãos tentando encontrar alguma assinatura de chakra, alguma pista que pudesse encaminhá-los.

 

Todos olharam atentamente para ela, Kakashi que estava ao lado de Sasuke parecia estranhamente ansioso. 

 

De certa forma era de se esperar, Sasuke sabia como o grisalho tinha sofrido com a morte de Sakura. Depois da guerra, onde Sakura perdeu o pai, Kakashi apesar de ser um Hokage extremamente ocupado, acabou por se tornar o único pai presente dela. Em uma de suas noites de melancolia, em que ele se permitia ser um miserável sentado ao lado de seus companheiros, Naruto e Kakashi, Sasuke ouviu o mais velho contar com um misto de orgulho e tristeza quantas vezes Sakura entrava em seu escritório pedindo conselhos ou para conversar, ela sempre acabava ajudando mais do que ele, e com a clínica de assistência Médica e mental para os órfãos da guerra e horas e horas de planejamento conjunto. Pela lógica ela deveria ser sua aluna mais querida, aquela que menos lhe causou dor de cabeça, e a mais gentil dentre todos. Ele sabia que Sakura era a menina dos olhos de Kakashi, e provavelmente do time sete.

 

Os demais, todos companheiros na guerra e na academia, também estavam ansiosos, especialmente a médica que lhes acompanharia.

 

Ino mordia constantemente o lábio e a barra de seu colete já devia estar descosturada de tanto ser apertada e puxada. Shikamaru não precisou dizer o quão eufórica ela havia ficado, a mesma havia dito que se sentia ofendida por não ter sido chamada imediatamente com os outros. Apesar de serem rivais, ela e Sakura eram ainda melhores amigas, e pelo que ele se lembrava Ino era uma das visitantes mais assíduas do túmulo de Sakura.

 

Karin arregalou os olhos de repente. E olhou admirada para o objeto em suas mãos.

 

—Nossa, isso que eu chamo de mãe coruja - exclamou

 

—O que foi? - exigiu Sasuke

 

—Pelo que você me disse a menina estava certa, há outro colar ligado a esse. - revelou

 

—Como? - perguntou Kakashi

 

—Uma linha de chakra os liga, se esticando entre toda a extensão que os separa. É é com certeza o chakra de Sakura, eu jamais poderia esquecer a sensação que ele traz, doce e tranquilo, e quente. - explicou - Não sei se é ela que está do outro lado da linha, mas com certeza foi o chakra dela que fez este selo, um selo único e poderoso por sinal. 

 

—Podemos achá-la por essa linha? - Shikamaru perguntou 

 

—Sim, mas não posso garantir que ela esteja no mesmo local do colar, mas assim que estivermos perto o suficiente eu conseguirei sentir o chakra dela - afirmou Karin

 

—O que estamos esperando então! - Ino quase gritou 

 

—Nada, para que direção Karin? - perguntou Sasuke

 

—Para Sudeste - apontou.

 

Todos começaram a correr na direção indicada, os galhos iam se tornando borrões conforme eles aumentavam sua velocidade.

 

O coração de Sasuke batia em conjunto com seus passos, rápidos e firmes, pensando apenas uma coisa ele prosseguiu.

 

Espere por mim Sakura.


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Notas finais do capítulo

Bom é isso, espero que tenham gostado, próximo capítulo Sakura já dá as caras, comentem e me digam o que acharam, bjs!



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