Os segredos de Sakura escrita por NinjadePapel


Capítulo 2
O camafeu


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Mais um capítulo pra vcs. Pra quem estranhar o Sasuke eu logo aviso, essa história se passa anos após a guerra, e Sasuke, como vocês irão ver amadureceu bastante em alguns aspectos e em outros não, mas não se preocupem eu não mexi muito na personalidade deles, mas o tempo passou e isso tem efeito nas pessoas. Bom sem mais delongas boa leitura



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Acordou assim que sentiu ela se levantar da cama, mas só abriu os olhos quando ouviu o barulho que indicava que algo havia caído no chão e com o resmungo de Sakura que agora pulava em um pé só até a poltrona próxima a porta de seu banheiro. 

 

Os cabelos estavam desgrenhados e ela usava uma de suas camisas grandes demais para ela, com o leque bordado nas costas, ela estava linda. Fazia um biquinho e xingava avidamente.

 

—Aquela porca maldita! - riu internamente certo que ela se referia a Ino, por vezes o relacionamento dela se igualava ao seu próprio com Naruto, mais xingamentos que afagos. - Não basta me importunar na minha folga, ainda me faz quebrar uma unha! - continuou.

 

Ela olhou para Sasuke, ainda deitado na cama observando-a, ele não desviou o olhar o que a fez corar violentamente. Mesmo após todo esse tempo, depois de toda a intimidade que compartilharam ela ainda corava para ele. 

 

O biquinho de irritação se desfez e ela sorriu, ela sempre sorria, ela era o calor que aquecia seu peito, e quando ela sorria para ele, só havia ela, e isso era suficiente, ou deveria ter sido.

 

—Bom dia Sasuke-kun! - cumprimentou amorosa e ali seu dia começou.

 

&

 

A lembrança lhe atingiu dolorosamente. 

 

E por uma fração de segundo ele se sentiu tonto. Na maior parte do tempo, tentava manter as lembranças dela afastadas em algum canto longínquo de sua mente atribulada. E quase sempre conseguia, a menos que algo desencadeasse alguma memória fujona e ele via ela novamente, em um misto de dor e deleite.

 

Aparentemente o biquinho da menina a sua frente lhe fizera lembrar daquela manhã, uma das muitas em que ele acordara com Sakura durante aqueles que ele sabia terem sido os melhores meses de sua vida desde o massacre, pois passara com ela.

 

O biquinho era extremamente parecido, desde a forma de puxar o lábio até o franzir das sobrancelhas.

 

A menina se empertigou e fez menção​ a ir embora porém, ele não deixou.

 

—Aonde pensa que vai pirralha? - chamou saindo de seu devaneio.

 

—Seguir meu caminho, e você deveria fazer o mesmo - ela era marrenta e arrogante.

 

—Uma garotinha do seu tamanho não deveria andar sozinha por aí. Onde está seu sensei ou seus pais? - perguntou curioso, afinal ela não poderia estar ali sozinha, poderia?

 

A menina vacilou a menção de seus pais, mas não perdeu a pose.

 

—Não preciso de ninguém responsável por mim, sou grande o suficiente pra cuidar de mim mesma.- suas palavras eram firmes ainda que lá no fundo ele sentisse o medo infantil dela.

 

Ela se virou novamente e começou a andar para longe dele. Ele estava tentado a deixar aquela criaturazinha arrogante seguir sozinha, mas ele sabia que não era certo.

 

—Ei pirralha, pelo menos me diga para onde está indo, talvez possa ajudar você.- ele quase parou e se aplaudiu, estava de fato se comportando, o que Kakashi diria dele agora? Daria tudo para ver a cara do ex-Hokage.

 

—Já disse que meu nome não é pirralha, e para onde eu vou não é da sua conta. - respondeu se afastando mais.

 

Ok, ela não estava ajudando, e sua parca paciência estava acabando. Alcançou a menina e lhe segurou pelos ombros, ela resmungou e tentou se livrar dele, Sasuke se ajoelhou para ficar do tamanho dela, e de perto ela lhe parecia ainda mais familiar.

 

—Escute Sarada, ou seja lá quem for, essa floresta pode ser deserta mas logo você encontrará rotas de bandidos e ladrões, se passar sozinha lá eles irão fazer mal a você. - viu o efeito de suas palavras nela, exitou franzindo as pequenas sobrancelhas, seu biquinho tremulou - estou tentando ajuda-la o que não é muito do meu feitio, mas estou em um bom dia, e pra sua sorte mais falante que o normal. - encarou os olhos profundamente negros dela - então seja boazinha e me responda, ou eu juro que desconsiderarei o fato de que é uma criança e darei as costas para você sem exitar ou olhar pra trás. - concluiu vendo a pequena ceder após seu discurso. 

 

—Você costuma ser assim tão Irritante? - respondeu arisca, o Uchiha fechou os olhos, adeus paciência, já estava prestes a se levantar quando ela completou - estou seguindo para Konoha a vila oculta do país do Fogo.

 

Abriu os olhos e franziu o cenho, aquela criança não era de Konoha, não usava o hitaiate da folha, o que era compreensível pela provável idade dela, mas pela velocidade que ela se movia, com certeza recebia treinamento e não tinha ciência de nenhuma criança da academia que estivesse naquele nível, nem Boruto se movia daquela forma, e ao contrário do pai o garoto era bem esperto.

 

Ela não era de Konoha, mas estava indo para lá, e desacompanhada.

 

—E o que pretende fazer lá? - perguntou curioso.

 

—Não​ vou falar pra você - respondeu curta e grossa. Mas que pestinha - Afinal porque isso interessa pra você?

 

—Sou um ninja do país do fogo, estou indo para Konoha, e se me disser​ o que pretende talvez eu permita que me acompanhe - ele nem havia pensado direito na situação mas seria a forma mais eficaz de resolver a situação, não podia simplesmente deixar Sarada sozinha por aí, e a garota seria irritante o suficiente para lhe encher caso se recusasse a permitir que ela viajasse, seria fácil, pegaria a pestinha e a soltaria na primeira estalagem, daria dinheiro bastante para os donos a acolherem por alguns dias e depois disso ela se virava. Só não podia deixa-la de forma tão negligente.

 

—Não acredito em você, nem tem o hitaiate da folha ou age como um ninja, parece mais um nukenin. - disse desconfiada, semi cerrando os olhos para ele.

 

—Não que eu precise provar mas - ele afastou a capa e ela pôde ver a pequena chapa de metal com o símbolo da folha ali gravado, estava amarrado em seu braço - e eu não sou um nukenin - não mais, acrescentou mentalmente. - Agora diga o que fará em Konoha.

 

—Preciso falar com o Hokage - disse depois de ponderar.

 

—E pra que precisa ver aquele baka? - Sasuke soltou sem se importar com a falta de respeito para com o líder de Konoha - O Hokage é um homem muito ocupado que as vezes não tem tempo para o próprio filho, teria que ser algo realmente importante para ele receber você​.

 

—É claro que é importante, ou eu não estaria indo para lá - Sasuke estava intrigado, não sabia o que era mais afiado, sua kusanagi ou a língua dela. - é sobre minha mãe.

 

O semblante dela caiu após citar a mãe. O que quer que fosse, a pequena estava assustada. O Uchiha se levantou e cruzou os braços, havia arranjado uma companhia inusitada até Konoha.

 

—Neste caso, vamos, irei levar você até o Hokage. - começou a caminhar esperando Sarada se mover mas ela permaneceu no mesmo lugar. Parecia parte da paisagem alí parada entre árvores e neve. - Ainda temos um dia inteiro de viagem até a vila, se seu assunto é tão importante acho melhor se apressar.

 

Ela mordeu o lábio ainda meio desconfiada, ela carregava uma maturidade incomum para a idade dela, ainda que fosse ingênua e Infantil.

 

—Por quê está fazendo isso? O que ganha me ajudando? - seu tom era sereno e neutro, ela estava envolta de uma aura de receio, talvez aquela criança estivesse mais amedrontada do que queria demonstrar.

 

Por que ele estava fazendo aquilo mesmo? Por que havia abordado a menina em primeiro lugar? Por que se importava com o fato de ela estar em perigo em sua jornada até sua aldeia? Talvez seu raro bom humor naquela manhã como havia dito a ela ou talvez de alguma forma aquela menina lembrava a ele mesmo em sua idade, sozinha e perdida. Obviamente em situações diferentes mas, depois de tudo que viu em suas viagens pelo mundo e de tudo o que aprendeu em sua própria vila, antes ou depois de sua deserção. Talvez fosse aquele biquinho que lhe lembrava tanto de Sakura e  do que ser abandonado podia custar.

 

—A muito tempo atrás alguém a quem eu muito amava morreu por que eu a abandonei. Prometi em seu túmulo que jamais abandonaria ninguém outra vez. - sentiu a necessidade de dar aquela explicação a menina, se para tranquiliza-la ou arranjar uma desculpa para sua atitude, não sabia - Agora venha logo.

 

As palavras surtiram efeito é logo os dois estavam pulando os galhos das árvores desnudas em direção a Konoha.

 

Saíram do vale logo após o anoitecer, montaram acampamento em um bosque repleto de Pinheiros, a noite estava fria o que levou Sasuke a acender uma fogueira. Ao contrário de Sarada que tinha uma boa reserva de suprimentos na bolsa, Sasuke costumava comer o quê arranjava pelo caminho, e como a pestinha se recusou a dividir com ele, o moreno foi a caça, encontrando apenas frutas no processo.

 

Já sobre a luz das estrelas os dois se sentaram ao redor do fogo, o calor acolhedor que ele trazia aquecendo-os, um silêncio confortável pairava entre eles, assim como Sasuke, Sarada não se incomodava com a falta assunto. No entanto não foi o silêncio que fez Sasuke puxar conversa com a menina, foi a curiosidade.

 

—O que exatamente você quer com o Hokage? - perguntou sem rodeios.

 

Sarada levantou o olhar para ele, desde que haviam parado para descansar ela colocou um par de óculos que lhe lembrava os que Karin costumava usar na época do Taka, ela parecia mais velha com aquela aparência.

 

—Já disse, é sobre minha mãe. - ela não facilita mesmo.

 

—De fato, você já disse isso, mas é uma explicação muito vaga - tentou desenvolver a conversa - você se perdeu da sua mãe? Ela morreu?

 

—Ela não morreu, e eu não me perdi dela. Levaram ela - sua voz estava pesada, cheio de sentimentos, medo, raiva, tristeza - ela se deixou levar, pra me salvar. - concluiu cansada.

 

—E por que acha que o Hokage vai ajudar você a resgatar sua mãe? Vai pedir uma missão? Sabe que vai ter que pagar não é? - não que ele não estivesse comovido com a história, ele apenas não queria que ela se iludisse.

 

—Pagarei se precisar, mas duvido que precise, minha mãe era uma kunoiche de Konoha e amiga do Nanadaime, ela disse que ele me ajudaria. - completou convicta.

 

Sasuke não se surpreendeu, Naruto tinha o hábito de fazer amigos, não duvidava daquilo. No entanto, ele não conseguia associar a história a ninguém.

 

—Já esteve em Konoha? - perguntou

 

—Nunca - respondeu Sarada - minha mãe não voltou a vila desde o meu nascimento. Será a primeira vez. 

 

A informação apenas deixou Sasuke mais intrigado, não que ele tivesse o costume  de reparar nas pessoas, mas não se recordava de nenhuma história parecida, uma amiga de Naruto, uma kunoiche que deixou a vila a, talvez 7 ou 8 anos, pela idade que ela aparentava.

 

—Qual a sua idade? - decidiu perguntar por fim.

 

—Tenho sete anos, porque a pergunta? - disse estreitando os pequenos olhos.

 

—Estou tentando encontrar sua mãe nas minha memória - respondeu sincero - o que não é lá grande coisa, mas pela sua idade eu deveria lembrar. - aquilo era estranho, a sete anos, fora a época que passara em Konoha, alguns meses pelo menos.

 

—Você não parece o tipo que frequentava os círculos do Nanadaime. - Sasuke estreitou os olhos, o que ela estava querendo dizer?

 

—Pois saiba, que eu frequentei a academia junto com o baka do Hokage, e que integramos o mesmo time. - respondeu por algum motivo ofendido.

 

Ela piscou os olhos por um momento aturdida - Você foi do time do Hokage? Então você é… - ela parou por um segundo, ainda sem palavras - eu sabia que você tinha cara de nukenin! Sasuke Uchiha!

 

—Não sou mais um nukenin - bufou 

 

—Uau, era o time dos sonhos! Além de vocês dois ainda tinha o lendário Kakashi Hatake e a discípula da Godaime, mas dela eu pouco ouvi falar - ela parou por um momento, parecia eufórica, fazia um biquinho, irritada por não se lembrar da integrante feminina do grupo.

 

Isso não era surpresa, todos lembravam de Sakura, a discípula da Godaime e de seus grandes feitos na Quarta guerra. Mas isso tinha sido a quase dez anos. E oito anos desde que Sakura morreu. Ela, injustamente, não teve muito tempo para espalhar ainda mais seu nome, e mesmo todos os avanços que ela encabeçara na área médica, especialmente no tratamento de crianças traumatizadas e como kunoiche. O nome Sakura foi gradualmente sendo substituído por, a falecida discípula da princesa Tsunade.

 

E aquilo doía, lembrar doía. Mas não se permitiria jamais esquecer dela, ainda que todo o resto do mundo negasse sua existência, ele ainda lembraria dela.

 

Afastou estes pensamentos e voltou sua atenção a menina.

 

—Sim, éramos um sonho. Um idiota espalhafatoso, um sensei pervertido, um egoísta vingativo e uma cabeça de vento apaixonada. - parou por um momento deliciando-se com as lembranças - mas nos divertimos, e entre as brigas e discussões, fomos felizes dentro daquela bolha, até ela estourar. 

 

—Até você ir embora da vila. - ela completou.

 

Ele assentiu. No passado jamais admitiria que se arrependia, mas ele já era bem mais maduro e sabia que do fundo de seu coração, ele queria nunca ter saído de lá. Seu irmão ainda estaria vivo, ou pelo menos não morto por suas mãos, e talvez Sakura também. 

 

Mas, em consequência, talvez Naruto não tivesse alcançado o poder necessário para defender o mundo ninja da ameaça de Kaguya. E eles todos seriam pessoas totalmente diferentes. Jamais saberia.

 

Suspirou, estava cansado, e sabia que Sarada também - Chega por hoje, é melhor descansarmos, só chegaremos a Konoha amanhã ao anoitecer. Ficarei com o primeiro turno de vigia. - ela assentiu e deitou-se. Ele faria a vigia por toda a noite, mas imaginou que ela questionaria caso declarasse isso.

 

Assim que o sol raiou eles começaram sua caminhada rumo a vila da Folha. Permaneciam a maior parte do tempo em silêncio e pararam poucas vezes para descansos rápidos e refeições mais rápidas ainda. Sarada tinha um ótimo ritmo, o que facilitou a viagem, apesar de não ter sido treinada na academia, era notável que ela recebia treinamento. Um ótimo treinamento. E, enquanto a paisagem mudava das plantas características do inverno para as de temperatura mais amenas, o país do fogo se aproximava. No início da tarde eles alcançaram a grande nação, mas apenas ao anoitecer, como Sasuke havia previsto, eles chegaram a Konoha.

 

No portão ele passou direto pelos sentinelas informando que a menina estava com ele. Ela atravessou os grandes portões receosa, encolhida logo atrás dele. Era estranho ver aquela menina de língua tão afiada se sentir acanhada. Caminharam pelas ruas movimentadas vagarosamente. 

 

Normalmente Sasuke apenas pulava pelos telhados de forma a chegar mais rápido ao escritório do Hokage, se reportar e ir para casa descansar. Mas em virtude de sua companhia ele decidiu ir andando. Ela, ainda que levemente nervosa parecia extremamente fascinada pela explosão de cores e vida que era a vila da Folha, os novos prédios que abrigavam as famílias e as lojas recheadas de todo tipo de mercadoria. 

 

As ruas iluminadas com lanternas vermelhas contrastavam com o verde das folhas das árvores nos galhos em que eram penduradas. A primavera havia chegado a pouco e as árvores de cerejeira começariam em breve a desabrochar suas flores.

 

Depois de passar por algumas das principais avenidas da vila, eles enfim alcançaram o prédio onde o Hokage exercia suas funções administrativas.

 

Sarada parecia nervosa e ansiosa, e ele tinha que admitir que partilhava da mesma sensação. Havia se afeiçoado de forma tão displicente a menina, estava preocupado com ela. Jamais criara um laço com alguém tão rapidamente, ou conversara tão abertamente. Sua atitude rebelde e arrogância por vezes lembrava a ele. Suspirou, teria que seguir em frente.

 

Ao chegarem ao prédio entraram passando pelo saguão da frente, seguindo alguns corredores e passando por guardas ninjas em todos os andares e escadas, eles enfim alcançaram o escritório de Naruto. Havia uma mesa próxima a porta onde Shizune costumava ficar, ela ainda era a secretária geral do Hokage, mesmo após a saída de Tsunade e até Kakashi, mas ele sabia que ela estava treinando uma substituta. A mesa estava vazia e o ninja ao lado da porta do escritório assentiu permitindo a entrada deles.

 

Ainda pelo lado de fora ele sabia que Naruto não estava só, e não pelos chakras que de lá fluíam, os berros indicavam que a Godaime estava lá, e também sentia Kakashi. Ótimo, acabariam assustando a pobre criança que ele trazia consigo.

 

Ao abrir a porta foram recebidos com um grito da loira, que segurava Naruto pelo colarinho sacudindo o loiro. Kakashi como previsto, estava no escritório, acompanhado é claro de seu infame livro. Shizune estava lá ao lado de sua discípula, uma jovem ninja de confiança que ele não se deu ao trabalho de aprender o nome, as coisas mudam mas nem tanto. Todos os presentes lançaram seus olhares em direção aos dois que adentraram.

 

Sarada, provavelmente estranhando, meio que se escondeu atrás dele e ele sentiu as pequenas mãos segurarem sua capa.

 

Naruto, e sua boca enorme, foi o primeiro a falar.

 

—Teme! Você está de volta! Quem é essa que vem com você? - da forma animada com que falava ninguém pensaria que ainda estava sendo asfixiado por Tsunade.

 

—Alguém que veio de longe para ter uma audiência com o Nanadaime. - Naruto piscou como uma criança e Sasuke quase sorriu.

 

—Terminamos isso depois, não vai monopolizar Shizune para sempre. - a Senju soltou o loiro que despencou até sua cadeira. - Que você trouxe aí Uchiha?

 

Sasuke delicadamente se virou e encarou a pequena que parecia apreensiva, pela primeira vez percebendo onde estava, que estava em frente a três Hokages de uma das mais poderosas vilas do mundo. Ele acenou para ela incentivando a sair de trás dele e engolindo em seco ela deu um passo a frente.

 

A surpresa tocou as feições de todos na sala, o que diabos Sasuke fazia escoltando uma criança?

 

—Quem é você pequena? - sorriu Naruto.

 

—Meu nome é Sarada - ela respondeu tímida.

 

—Encontrei com ela a caminho de Konoha para ter uma audiência com você, ela precisa de uma missão de resgate - Sasuke explicou, tentando ajudar a menina, a expressão de perdida dela lembrava a sua própria em sua idade.

 

—Um resgate? - indagou o Uzumaki

 

—E quem​ você quer resgatar meu bem? - Sasuke quase limpou os ouvidos ao ouvir aquele tom de voz vindo da ex-hokage, nunca havia escutado sua voz tão gentil.

 

—Minha mãe - ela respondeu já mais a vontade.

 

—E o que aconteceu com ela? - Kakashi disse pela primeira vez participando da conversa. Todos pareciam interessados na menina.

 

—Ela foi levada para longe de mim - começou - para me salvar. Ela disse que o senhor me ajudaria, que eram amigos na academia. - disse mirando Naruto, por mais que presenciasse aquilo diversas vezes, não se acostumava a ouvir as pessoas se referindo a Naruto como “senhor”.

 

—Eu não tive muitos amigos na academia, mas diga qual é o nome da sua mãe, o que aconteceu exatamente e eu prometo fazer o possível! - ele garantiu.

 

Sarada sorriu, parecia aliviada, por um momento parecia ter perdido as esperanças, e agora as abraçava. Ninguém, no entanto, estava preparado para o que viria a seguir.

 

—Minha mãe se chama Sakura, Sakura Haruno. - a resposta foi enérgica.

 

A sala parou.

 

Por um momento nem a respiração deles era audível. Naruto tinha olhos arregalados, Tsunade parecia perplexa, Kakashi franziu o cenho e Shizune deixou as pastas que carregava escorregarem até caírem no chão.

 

E Sasuke, bem, ele paralisou.

 

—O que disse? - Shizune sussurrou

 

—O nome da minha mãe…- a pequena parecia confusa com a reação de todos.

 

De repente Sasuke acordou do choque e se abaixou segurando a moreninha pelos ombros.

 

—Por quê está fazendo isso? - ele a sacudiu - o que está querendo, quem é você? -ele havia se descontrolado, quem era aquela menina que lhe lembrava Sakura e dizia tolices? O que ela pretendia? Que tipo de tortura era aquela?

 

Kakashi interveio tirando o Uchiha de cima dela, ele parecia perturbado e a pobre menina assustada.

 

—Fique calmo, certamente não existe apenas uma Sakura Haruno no mundo - apaziguou o grisalho.

 

—Mas com certeza só uma que tenha sido minha amiga. - divagou Naruto, o loiro então se levantou e deu a volta na mesa, pareceu perceber o estado da criança e se aproximou delicadamente. Ajoelhou em sua frente e lhe sorriu triste. - Perdoe a todos por essa reação, é que este nome, bem ele costuma nos deixar perturbados - Sarada assentiu ao olhar ao redor da sala, Kakashi ainda segurava Sasuke e Tsunade havia se apoiado na mesa - Veja, eu só tive uma amiga com esse nome, e ela está morta, infelizmente, era uma amiga muito querida - ele engoliu em seco - pode me dizer como é sua mãe?

 

—Posso fazer melhor - disse a menina trêmula, puxou uma fina corrente dourada de dentro das roupas revelando um colar delicado com o pingente de uma cerejeira que era na verdade um camafeu, abrindo a joia lá dentro havia uma foto - ela me deu isso em meu primeiro aniversário, eu o tenho desde sempre, e essa na foto, é minha mãe.

 

Naruto pareceu perder o chão e sentou-se com a respiração entrecortada. Sasuke se livrou de Kakashi e aproximou-se de Sarada. Assim como o loiro, perdeu o equilíbrio e caiu de joelhos no chão. 

 

Elas estavam abraçadas, Sarada não devia ter um ano ainda na época em que a foto foi tirada, um pequeno e rechonchudo bebê nos braços de sua mãe, ambas sorriam abertamente. Os cabelos róseos dela estavam longos na altura da cintura, ela estava muito magra, mas seus olhos esmeraldinos brilhavam para a criança em seu colo. 

 

Era Sakura, não qualquer Sakura, a Sakura deles.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem e por favor comentem pra eu saber o que estão achando da história!



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