Os segredos de Sakura escrita por NinjadePapel


Capítulo 16
O talvez


Notas iniciais do capítulo

Eu amo muito vcs mesmo, provas batendo na minha porta e eu escrevendo capítulo, mas acho que foram todos os comentários lindos que recebi do último capítulo, sério, obrigado!
Desculpem os eventuais erros gramaticais, eu to morta amanhã eu reviso, quero postar logo. Boa leitura.



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Uma rajada de vento frio balançou os cabelos curtos de Sakura conforme Sasuke deitou seu corpo inconsciente na superfície de concreto do banco.

As palavras dela ditas a poucos minutos atrás ainda ressoavam em seus ouvidos e embora seu apelo gentil e emocionado não tenha o convencido a ficar, ele duvidava seriamente que algo além da invalidez o impedisse de deixar Konoha atrás de seu objetivo, era reconfortante saber que um dia quando tudo estivesse terminado entre ele e Itachi, e ele finalmente voltasse a Konoha teria alguém como ela lhe esperando.

Era o cúmulo do egoísmo desejar que ela o esperasse, afinal sabe-se quanto tempo levaria até que seu objetivo fosse cumprido, mas Sasuke não se considerava particularmente altruísta. Ele sabia agora conforme ajeitava a posição de sua cabeça para uma menos desconfortável sob a pedra fria que quando sua mente não estivesse tão cheia de pensamentos corrosivos de vingança, voltar para Sakura seria natural, e com um sentimento de surpresa ele constata que talvez fosse até mesmo agradável.

Já a algum tempo, e contra todo o ímpeto de pensar tais coisas, Sasuke sentia de alguma forma que as coisas com Sakura eram diferentes. Ele não podia negar que nos primórdios de sua interação como colegas de academia e mesmo companheiros de equipe achava o comportamento dela fútil e superficial, e então e aos poucos, com dias sofríveis correndo atrás de gatos e arrancando ervas daninhas de quintais, os laços deles se estreitaram vagarosamente e quase imperceptivelmente.

Era algo sobre sua rivalidade emaranhada com amizade em relação a Naruto e seu respeito arrogante e às vezes vacilante por Kakashi, como a dinâmica com os dois integrantes masculinos de seu time era fácil e confortável, se não instigadora. Quando o assunto era Sakura no entanto as coisas mudavam de perspectiva, e não apenas por ela ser uma menina, era a forma apreensiva que ela olhava para ele, ou como as bochechas dela sempre tomavam um tom rosado, o que se fosse bem sincero não era muito diferente das outras meninas que lhe perseguiam. Mas havia algo diferente, algo sobre os olhos dela que pareciam realmente olhar para ele, não o herdeiro da linhagem mais infame de Konoha ou o menino de aparência atraente, de alguma forma sempre que ela voltava seu enorme par de pupilas cor de jade ele podia de alguma forma ver a compreensão e a empatia alí, elas refletiam para ele verdades que ele mesmo negava em si.

Ela se preocupava com ele e era irritantemente cuidadosa, a ponto de torná-lo um grosso e um bruto por que ele não queria ninguém perto o suficiente, e todo aquele carinho que ela lhe oferecia, apenas para ver se de alguma forma ele se sentia mais contente e a vontade, o desnorteava. Era diferente da animosidade que ele compartilhava com Naruto a qual ele sabia como responder melhor, se é que chutes e berros fossem uma resposta civilizada. A aproximação de Sakura era absolutamente desconfortável, apenas por que apesar de não entender aquilo, ele desejava.

Não foi até o exame chunin após seu fatídico encontro com Orochimaru que Sasuke entendeu a extensão dessa aproximação, quando ela tão simplesmente limpou sua mente de todo o ódio e vingança. Naquele momento ele soube que estar perto dela era ainda mais perigoso do que previu.

Aquele formigamento no estômago e palpitação no peito quando ela estava por perto, o sentimento que ele simplesmente não sabia, ou não queria, nomear era perturbador. 

Sasuke olhou uma última vez para sua companheira de equipe de cabelo cor de rosa, e se ele pudesse admitir algo era que apesar da estranheza, a cor lhe caia tão bem quanto o verde primaveril de seus olhos. Ele não se sentia confortável em deixá-la ali, ao léu e a mercê dos perigos da noite, mas deu um voto de confiança a segurança da vila e fez um prece a quem quer que estivesse ouvindo que a mantivesse segura.

E se a tensão por deixar o abrigo e segurança fácil de sua vila eram algo presente em seu corpo no momento da partida, o desejo de algum dia, de alguma forma, voltar a ver Sakura o acompanhou para longe dos portões de Konoha, ele só esperava estar pronto para aceitar o sentimento que tão firmemente trancava e enterrava em baixo de todo o ódio e vingança.



 

&


 

Os olhos profundamente verdes e intensamente expressivos de Sakura se arregalaram minimamente quando ela finalmente absorveu as palavras que Sasuke tão despretensiosamente disse.

Ele quase sorriu com a expressão atordoada dela, e sinceramente, dado o costume dele em expressar seus sentimentos em palavras, ela certamente tinha seu quinhão de razão em se sentir assim.

O surpreendente para o moreno no entanto, foi a facilidade com que as palavras saíram de sua boca, a forma como as letras rolaram de maneira natural por sua língua, quase apressadas, quase ansiosas. Ele havia adiado muito aquele momento? Talvez, ou talvez não, ele não se arrependia de dizê-lo agora, talvez se o tivesse dito mais vezes no passado as coisas poderiam ser diferentes.

Porque se havia algo ainda mais surpreendente do que dizer as palavras, era a forma como aquilo soava em seus ouvidos, e conforme o som era captado por eles, mas aquilo parecia certo. Fazia seu peito se encher e seu estômago formigar, o coração palpitar. Colocar aquilo para fora depois de ter passado tantos anos reprimindo, se por seu sempre receoso instinto protetor de si contra emoções potencialmente prejudiciais como amor, ou simplesmente sua timidez ele não sabia. Porque Sasuke era irrefutavelmente e desconhecidamente tímido quando o assunto era falar sobre sentimentos, acanhado e sem tato para a coisa, mesmo parecendo indubitavelmente arrogante e frio, na maioria das vezes era sua timidez com aquele aspecto complicado das relações humanas que o tornava tão monossílabo.

Curiosamente no entanto, não havia vergonha ou timidez para dizer a Sakura o que sentia agora, definitivamente não depois de quase perdê-la uma segunda vez. Se ele pudesse elencar seu maior arrependimento - dentre os muitos erros que cometeu - enquanto passou aquelas torturantes horas esperando ela sair viva da cirurgia, certamente era o fato de jamais ter dito aquelas palavras a ela.

E por mais que em algum grau Sasuke soubesse que Sakura sabia que ele a amava, ele queria poder dizer isso a ela agora, simplesmente porque podia. Ela estava alí afinal, viva e consciente, e esse certamente foi seu maior ímpeto quando viu os olhos do mesmo verde das folhas jovens na primavera abertos depois de semanas de espera.

Ele a amava, de todo o coração, com todas as suas forças, com cada fibra de seu corpo. Ele amava os seus olhos expressivos, amava seu cabelo estranhamente rosa, amava seu sorriso, amava seu temperamento intempestivo e irritadiço, amava seu coração gentil e excessivamente compassivo e ingênuo. Sasuke amava Sakura tão intrinsecamente que não era capaz de passar mais um dia sequer sem verbalizar aquilo para ela.

Ele queria que ela soubesse, queria que não restassem dúvidas, que se para o bem - onde ela seria milagrosamente curada e viveria longos anos ao seu lado - ou para o mal - onde ela teria uma vida curta ceifada pela doença - ele diria isso a ela em todas as oportunidades.

Porque ele podia.

Por que ele queria.

Por que ele a amava.

— Oh - foi o único som que saiu de sua boca, sua voz ainda rouca, ele estendeu para ela um copo que havia servido para si mesmo e Sakura agradeceu com um aceno. Depois de saciar sua sede ela voltou a olhar para Sasuke, que devolveu o olhar. Enquanto o dela era de confusão e estranhamento, quase desconfiado, o dele era sereno enquanto esperava ela se acostumar ao som das palavras. Sakura olhou ao redor, e o moreno quase riu, se soubesse que as palavras poderiam cala-la dessa forma as teria usado mais cedo em certos acessos de tagarelice que ela ocasionalmente tinha. - isso foi…. inesperado.

Ele assentiu e passou os dedos que ainda seguravam a mão fraca dela, dedos elegantes e magros, de alguma forma delicados mesmo com ocasionais calos frutos de seu treinamento. Um silêncio cheio de palavras encheu o quarto, Sasuke sabia que devia pressionar o botão ao lado da cama de Sakura e chamar as enfermeiras e Tsunade para ver a rosada, mas ele só queria ficar ali com ela, envolto naquela bolha em que ele segurava a mão suave e sentia seu cálido calor lhe aquecer o peito.

Os olhos dela estavam grudados no teto, a respiração era vagarosa mas parecia normal, havia uma expressão relaxada em seu rosto atrelada a uma melancolia em seus olhos de vidro - Tsunade-shishou contou a você - Não era uma pergunta, as palavras rolaram fracas por sua garganta ainda sofrendo com a falta de uso. Sasuke assentiu para ela confirmando - Sarada?

— Ela está bem e sabe que você está doente, sabe que é grave, mas não conhece os detalhes. Na verdade ela já sabia a algum tempo - seus olhos jamais deixaram as linhas suaves da mão e do pulso de Sakura, se curvando sobre a dele próprio.

— É claro que ela sabia - o suspiro de Sakura foi cansado e chamou a atenção do moreno, ele olhou para seu rosto igualmente cansado, ela mordia o lábio ressecado e um vinco habitava - por quanto tempo fiquei fora?

— Dois meses - os olhos dela se arregalaram para o moreno, surpresa enchendo sua face.

— Tanto tempo?

— Você quase morreu Sakura - a lembrança dela coberta pelo próprio sangue aos gritos disparou uma descarga de raiva por seu corpo, Sasuke apertou a mão entre as suas apenas pra se lembrar que isso já havia passado - Aquele poder quase a matou.

— Ele só apressou as coisas um pouco - ela se mexeu desconfortável na cama - eu também não gosto daquilo, foi uma situação urgente.

— Não faça isso outra vez - Sasuke sabia mas não se importava com o tom autoritário em sua voz.

— Eu já disse Sasuke, eu posso contar nos dedos de uma das mãos as vezes que usei o chakra natural, se eu fiz isso foi por que foi preciso, e se precisar usar outra vez pra proteger Sarada eu vou fazer - respondeu altiva.

Sasuke fechou os olhos, maldita teimosia. Ele suspirou para afastar o ímpeto de amarrar Sakura a cama e voltou a olhar para ela, biquinho de irritação armado e olhos profundamente verdes, uma perfeita birra. Se uma coisa era mais forte em Sakura que seu punho carregado de chakra era sua enorme teimosia, que ele sabia bem não se desfazia com um conflito direto - Tudo bem, não vamos falar sobre isso agora, mas você deve lembrar que eu estou aqui agora também, você não precisa fazer tudo sozinha - ela estreitou os olhos felinos para as palavras de Sasuke e em seguida desfez o biquinho com um bufo.

— Onde está Sarada? - desconversou.

— Na academia.

Ela olhou pra ele entre a surpresa e a melancolia, um pequeno sorriso se desenhou nos lábios - ela está?

— Hn.

Sasuke observou Sakura brincar com a barra do fino lençol que cobria seu corpo, seu lábio inferior tremeu e no segundo seguinte ela estava chorando. As lágrimas rolaram para fora de seus olhos gordas e mancharam a face alva, ela não produziu nenhum som além do leve fungar ocasional.

A primeira reação de Sasuke foi pensar se Sakura sentia dor, mas quando já estava com os dedos quase pressionando o alerta, ele notou os olhos nublados dela. O moreno nunca sabia muito bem como agir quando Sakura chorava, principalmente por que ele era na maioria das vezes o motivo do pranto, a única coisa que sabia com certeza era que não gostava de vê-la sofrer.

— O que houve? - ele se aproximou mais de sua cama e tirou uma mecha cor de rosa de cima do olho esquerdo, o dedo traçou levemente o caminho por sua testa e têmpora, ele sentiu pela mão que ainda envolvia a dela o leve apertou levemente seus dedos protéticos. 

Ela fungou e tentou inutilmente limpar o rastro das lágrimas que ainda caiam, a voz estava embargada quando falou - Eu sempre sonhei que um dia Sarada frequentaria a academia - um soluço a parou - e como seria levar ela, eu certamente teria feito um obento e choraria ao vê-la andar para o professor - outra onda de choro.

Sasuke olhou constrangido percebendo que havia roubado aquele momento dela. De fato nunca lhe ocorreu que o evento teria tamanha importância para Sakura, sua intenção havia sido apenas tirar Sarada do quarto da mãe, impedi-la de se sentir tão triste. Mas olhando agora ele entendia de certo modo, ele recordava do calor que encheu seu peito a sensação de estar presente no início daquela jornada tão importante da vida da filha. E agora Sakura, a mãe que esteve com ela em cada momento da vida, que viu e guiou seus pequenos passos, que curou seus primeiros arranhões, que abraçou e deu carinho, havia sido privada dessa sensação.

— Eu - as palavras engataram no bolo de orgulho na garganta de Sasuke, mas ele forçou, a vergonha de sua ação impensada lhe dando força - eu não imaginei que isso era tão importante eu sinto muito.

Sakura arregalou os olhos chorosos, surpreendida pela resposta do moreno, ela se esforçou para sentar na cama e Sasuke a ajudou passando os braços por seus ombros e lhe ajudando a se sustentar após semanas de inanição, ela agradeceu e sorriu minimamente e levemente constrangida. Sasuke sustentou o olhar verdejante dela e em seguida admirou seu sorriso doce.

— Não Sasuke-kun, por favor não me entenda mal - o Uchiha não queria admitir mas seu coração falhou uma batida ao som do sufixo em seu nome - Eu não estou chateada por não ter levado Sarada até a academia, pelo contrário eu fiquei emocionada, realmente feliz.

— Não foi o que pareceu.

Sakura desviou o olhar para a mão ainda cativa de Sasuke e suspirou antes de falar - Eu realmente fiquei emocionada, é maravilhoso saber que ela pode fazer amigos agora, que ela vai ter colegas de classe - um sorriso travesso emoldurou seus lábios - que ela vai frequentar e odiar as aulas de kunoichi - ela gargalhou baixinho e involuntariamente um sorriso cresceu nos lábios de Sasuke - acho muito gentil e atencioso que você tenha levado ela a academia.

E o olhar orgulhoso que Sakura deu a Sasuke fez um calor diferente encher seu coração, tão doce e gentil, cálido como o sol ameno na primavera, como flutuar por entre nuvens de algodão, ele gostou, ele amou na verdade. Então os olhos dela se afastaram e a rosada se tornou novamente melancólica.

— O que me chateia é pensar que se ela me quisesse, eu não estava lá para ela, e... - Sakura mordeu o lábio e se encolheu, outra onda de lágrimas, dessa vez bem mais silenciosa, inundou sua face - eu também não estarei lá para ela no futuro, mas fico feliz Sasuke-kun, que ela tenha você.

Um nó se instalou na garganta de Sasuke. Talvez pela forma como tudo aconteceu depois do massacre de sua família, depois de ter sua vida tão abruptamente arrancada de si, ele não tenha se permitido alimentar sonhos e fantasias. Ele se tornou alguém realista e metódico, alheio aos sonhos e perspectivas que não envolvessem vingança, e essa racionalidade o acompanhou por toda a sua vida e era de fato algo do qual ele se orgulhava, por não ter seus olhos nublados pela visão otimista exacerbada de Naruto que as vezes lhe atrapalhava mesmo seu julgamento.

Mas agora, tudo o que Sasuke queria era se agarrar ao mísero fio inexistente de otimismo para a manutenção da vida de Sakura. Ele esperava do fundo de seu coração atormentado que de alguma forma a rosada melhorasse e pudesse viver muito mais, mesmo que não a seu lado mas apenas viva. Ele sonhava com o tom rosado de suas bochechas e do brilho saudável de sua pele, de sua energia e vivacidade, mesmo que precisasse olhar tudo isso de longe, ele não se importaria.

— Não diga bobagens - a voz saiu mais dura do que pretendia.

Ela voltou seus olhos brilhantes para ele e Sasuke sustentou o olhar dela - Se Tsunade-sama lhes contou ela deve ter dito que não há esperança de cura.

— Ainda. - argumentou o moreno.

— Nem em um futuro próximo, e eu nem mesmo posso contar com o futuro próximo. As crises não são desencadeadas apenas pelo uso do chakra natural, elas ocorrem sem aviso prévio Sasuke, e a próxima pode me matar.

— Não vai.

Ela estreitou os olhos para ele irritada por ser contrariada, fendas verdes e implacáveis, e tão rápido como veio sua irritação se foi com um suspiro - Você vai se acostumar com o tempo, com a ausência, não vai deixar de doer mas vai melhorar.

Sasuke piscou surpreso, ela estava dando conselhos a ele sobre como enfrentar o luto por sua morte? - Não passou ou ficou mais fácil nos oito anos que pensei que você estava morta - ele quase cuspiu.

— É diferente dessa vez - ela olhou determinada para o moreno - Pessoas que perdem entes próximos mas não passam pelo luto de forma adequada tendem a sofrer mais com a perda. Antes vocês não tiveram a oportunidade da despedida, ou sequer me viram morrer, ou meus restos mortais, agora será mais definitivo e com o tempo vai melhorar.

— Não fale sobre seus “restos mortais” de forma tão trivial Sakura! - ele estava irritado agora, apertou a mão dela entre seus dedos e fez questão de mostrar o quanto sua atitude mórbida o irritava - E o que você sabe sobre perda? Eu vi todos os meus parentes mortos e isso não facilitou as coisas também.

Sakura olhou para ele atônita, tristeza e raiva corromperam suas feições delicadas. Ela olhou para o resto do quarto e puxou a mão de Sasuke com toda a pouca força que tinha - O que eu sei sobre perda… - seu sussurro mal alcançou os ouvidos do Uchiha - Desculpe se as minhas perdas parecem muito ridículas perto das suas Sasuke, mas elas não deixam de ser dolorosas - os olhos se voltaram agora furiosos para ele, cenho franzido, lágrimas empoçadas nos olhos - Mas eu sofri com a morte também, e você me abandonou vezes o suficiente para que eu saiba como é a sensação. A morte é dolorosa, mas nela não há escolha, você escolheu me deixar.

Sasuke quase foi para trás com o peso da acusação. Era diferente de quando outra pessoa jogava isso nele, era diferente estar sob o verde acusador e certamente cheios de razão de Sakura. Era doloroso principalmente por que era merecido.

— Doeu quando você foi embora da primeira vez, você deixou Konoha por Orochimaru, mas eu entendi que você estava desesperado por poder, desesperado por causa de tudo o que passou. Depois você foi embora de novo quando tudo acabou e doeu que você não pudesse ficar ou me levar, mas eu estava feliz por você Sasuke, realmente, por que você merecia ver o mundo com bons olhos, e ainda assim doeu - ela chorava novamente, e cada gota que caia era como uma faca cravada no peito do moreno - Mas quando você voltou e me correspondeu, você me deu esperança, e eu me joguei tão cegamente nisso, tão idiota e ingênua e quanto você se foi, quando me deixou sem nem mesmo dizer adeus - Sakura fechou os olhos e suspirou profundamente - Foi devastador, foi tão terrível que eu quis morrer. Você arrancou meu coração e não se importou em como eu iria viver sem ele, foi cruel Sasuke.

Sim, foi cruel, e ele sabia disso. Foi maldoso, egoísta e inconsequente.

Sasuke nunca havia sido um tagarela, o silêncio sempre parecia se adequar às mais diversas situações, e quando havia necessidade de resposta verbal, poucas palavras também tinham serventia. Mas nunca por não ter o que dizer, ou muito dificilmente pelo menos não como agora. Os olhos antes furiosos e magoados de Sakura miravam seu colo, cascatas de lágrimas corriam por sua face, a expressão tão triste que fez o coração do moreno se apertar. 

Ele não sabia o que fazer, como agir, o que pensar. E aquele foi um dos momentos que Sasuke mais se odiou em toda sua vida.

Havia tanto pesar e sofrimento entre eles, como um oceano que os separava. Não seria a morte a primeira a afastá-los, não. Eles já haviam se afastado em vida muitas vezes. Deixar Sakura nunca havia sido fácil como ele gostaria que fosse, sempre arrancava um pedaço dele, mas ainda assim ele o fez. 

Quem era ele para amaldiçoar a doença e a morte por levarem Sakura para longe quando tantas vezes ele conscientemente e propositalmente se distanciou dela? Quando ele de forma tão persistente repudiou seu coração entregue de forma tão devota… Ele sabia, e assumiu o risco ao deixá-la naquela noite, ainda embalada pela doce inconsciência, ele sabia que mesmo com todo o amor que ela havia lhe dedicado, aquilo jamais seria esquecido.

Um oceano de “se” e “talvez” os separava. O relacionamento mais que conturbado desde seu início precoce onde tudo o que Sasuke deu a Sakura foi grosseria e indiferença, e depois de tudo o que viveram juntos o abandono, a traição, o ódio, a vingança, o egoísmo… Mas e se ele tivesse ficado, jogado para longe toda a paranoia que o fez abandonar Sakura naquela última vez? Não foram poucas as vezes que se pegou imaginando sua vida ao lado dela...

Ele teria voltado permanentemente para o corpo de shinobis ativos, então algumas semanas depois Sakura lhe diria completamente emocionada que eles seriam mãe e pai. Ele teria lhe abraçado e agradecido por dar a ele aquela família. Todos ficariam loucos quando soubessem da notícia e antes que a barriga crescesse muito eles casariam. Ela estaria linda em um furisode florido e Sasuke se sentiria o homem mais realizado do mundo ao ver Sakura andar para todo lado com o símbolo de seu clã bordado nas costas do qipao. Ela seria uma gravida irritada e emotiva, nada com o qual ele já não estivesse acostumado, iria comer anmitsu como se fosse oxigênio e chorar quando as roupas parassem de servir. Sasuke dormiria o mínimo possível para poder contemplar seu sono, a ela e sua linda menina que crescia perfeita em seu ventre.

Ele jamais admitiria mas ficaria feliz quando ela lhe puxasse para cada uma das lojas de roupas infantis, e apesar de estar feliz ele nunca iria sorrir em público com as mini versões de kimonos que ela iria ficar louca para comprar. Mas o Uchiha provavelmente teria que segurar o choro quando Sakura trouxesse as pequenas peças de roupa da costureira, todas com o pequeno leque nas costas, e quando chegasse a hora do parto Sasuke, Naruto e Kakashi iriam fazer da sala de espera do hospital um verdadeiro inferno, então Tsunade lhes chamaria e ele encontraria sua amada esposa cansada e radiante, chorando com seu pequeno projeto nos braços, uma linda menina de cabelos negros como a noite.

Então toda sua vida mudaria a partir do momento que segurasse a pequena criança no colo, ela seria seu mundo, um mundo que compartilhava com Sakura, um mundo construído pelo amor deles. E Sasuke seria um pai completamente dedicado e preocupado, correria para impedir os primeiros tombos enquanto Sakura iria rir, estaria lá no primeiro dente caído, e ambos a levariam no primeiro dia da academia. Não muito tempo depois eles dariam um irmãozinho a Sarada e secretamente Sasuke iria torcer para que tivesse olhos verdes como os de Sakura, que mesmo depois de tantos anos ainda o hipnotizavam. Ele teria uma família linda e nunca estaria sozinho novamente…

Mas ele jamais teria aquilo, aquela vida perfeita ele havia jogado fora quando lhe deu as costas, o bater de asas de uma borboleta que causou uma tempestade em sua vida. Ao ir embora Sasuke não apenas havia perdido aquela vida, ele a havia negado a Sakura também, e ao negar a condenou a um destino tão terrível e uma morte precoce. Cruel era eufemismo diante de sua atitude.

Sua primeira reação diante de tanto peso emocional era se endurecer e evitar aquilo, mas ele não era mais criança, e ele devia toda sua sinceridade a Sakura, era o mínimo que poderia fazer, principalmente agora. Mais do que isso, ele queria ser sincero, queria poder estar com ela sem qualquer restrição imposta por seu orgulho e a culpa entre eles.

Sasuke tomou a mão novamente para si, sem muita resistência da parte dela. Sakura chorava silenciosamente enquanto contemplava a paisagem fora da janela, olhando através dele. Os dedos finos e a mão delicada estavam novamente no interior da sua, para muitos era vida e morte naquelas mãos, pra ele apenas uma palavra dela era o suficiente.

— Não é fácil pra mim dizer isso, principalmente porque sei que em parte tudo isso é culpa minha e admitir isso quase me leva a loucura - ela voltou seus olhos para ele, por um momento Sasuke quis desviar dos imponentes faróis esverdeados mas seguiu em frente - mas me perdoe Sakura - ela olhou para ele sustentando seu olhar.

— Foi sua a decisão de me deixar, mas isso - ela apontou a mão livre para si mesma - Não é sua culpa Sasuke, a decisão de ir foi minha, a decisão de fazer isso comigo foi de outra pessoa. 

A suavidade em sua voz quase o fez sorri, Sakura tinha um humor tão inconstante, ora pronta para gritar e agredir e no minuto seguinte disposta a abraçar e chorar. Sasuke delicadamente levou uma das mãos ao rosto dela, sendo firmemente seguido pelo olhar esmeraldino ele limpou os rastros úmidos das lágrimas que ela derramou, a textura suave da pele da rosada contra os dedos calejados. Sakura fechou os olhos ao sentir o toque aveludado cheio de carinho.

— Eu me arrependo, me arrependi no momento que deixei a vila - delicados cílios rosados tremularam conforme as pálpebras libertavam seus olhos, concentrados no homem a sua frente - Mas o medo e o orgulho não me permitiram voltar. As vezes eu gostaria de mudar tudo, de voltar e abraçar você aquela noite.

— Eu não mudaria nada - as palavras surpreenderam Sasuke e ele encarou o sorriso melancólico nos lábios dela - Eu não vou negar que gostaria de ter sentido menos dor e menos solidão em certo ponto, mas cada momento desses contribuiu de alguma forma e eu faria tudo de novo se pudesse ter Sarada comigo. Eu teria aguentado ver você ir embora e teria aguentado tudo o que me foi feito e mais se isso me permitisse ter a minha filha - ela enrolou o dedo mindinho no de Sasuke e observou - Talvez eu tivesse uma missão na semana seguinte que me faria perder o bebê, ou fizesse muito esforço durante uma cirurgia, ou talvez nós teríamos tido uma linda família, nunca saberemos. - ela sorriu melancólica -  Mas eu não mudaria nada, amar você Sasuke foi o que me deu Sarada, e ela sempre vai ser o maior presente que eu poderia receber, por isso também eu não sou capaz de odiar você, principalmente quando você a ama tanto.

— Seria impossível não amá-la.

Sakura sorriu - eu concordo.

— Isso não muda o que eu fiz, como foi cruel - diante do timbre grave e calmo de Sasuke a rosada o encarou absorta no momento mais aberto que já tivera com ele - Mas eu tive uma segunda chance, você voltou da morte pra mim e não vou ser tolo novamente. Eu nunca mais vou dar as costas pra você Sakura, não vou deixá-la enfrentar isso sozinha - uma lágrima fujona escorreu dos olhos da rosada, seu queixo tremia levemente - Não vou desistir da sua vida e vou segurar sua mão até o último momento - um bolo se instalou na garganta de Sasuke e ele não queria continuar, não era orgulho dessa vez era dor e desespero - E se você se for, eu jamais deixarei Sarada sozinha, vou segurar a mão dela, vou ensiná-la e lhe ajudar a realizar seus sonhos, e quando ela for grande o suficiente e não precisar mais de mim por perto, eu vou me juntar a você na morte ou onde quer que esteja.

Sakura fechou os olhos e outra onda de lágrimas escorreu por sua pele de marfim. O coração de Sasuke batia freneticamente, ele jamais havia sido tão sincero e aberto e a adrenalina de vencer o orgulho e a timidez era perturbadora. Mas ele estava feliz de poder dizer isso a ela, de poder mostrar para a pessoa para o qual havia dado seu coração o que havia nele.

— Você acha que pode me dizer meia dúzia de palavras bonitas e tudo vai ser esquecido Uchiha? - o choro escorria por sua voz soluçada, quando ela lhe olhou com um misto de raiva e paixão.

— Eu não espero que você esqueça Sakura - ele limpou as lágrimas de seu rosto mais uma vez - mas espero que me permita passar o resto da vida criando boas memórias para você, e quem sabe um dia elas sejam mais numerosas do que as sofridas que te dei.

Sakura se inclinou, estendeu os braços e enlaçou o moreno em um abraço apertado. Por alguns milésimos de segundo foi a surpresa que impediu Sasuke de retribuir o gesto, mas ele afastou o sentimento e no segundo seguinte trancou os braços na cintura fina dela. O coração martelando contra as costelas em harmonia com o bater das asas de um pássaro, o coração de Sakura, sua outra metade. 

Ela chorava, soluçava e tremia e Sasuke apenas a apertou mais contra si, ele sentiu o calor gentil dela e o doce aroma característico de sua pele, ele sentiu os dedos dela se enrolando no cabelo e suspirou. Quanto tempo, quantos anos havia sonhado com esse momento, com a pele, com o cheiro, com Sakura. Não havia nada que se comparasse a estar em seus braços, sentir todo o carinho e todo o amor que ela sempre lhe dedicou. 

Sakura estava certa, cada momento de sua vida o trouxe até aqui, para seu lugar no mundo, para os braços dela, e ele era grato por isso - Sakura, obrigado.


 

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A estrela Vega brilhava pulsante no céu, a Princesa tecelã, se ele bem lembrava da lenda, uma emissária do verão e uma amante separada de seu amor. E nesse ponto Jung muito se compadecia dela, amar a distancia era algo doloroso, mesmo que as vezes o amor estivesse bem a seu lado, naquele dia mais precisamente a sua frente e com ambos os pés repousando sobre suas pernas.

Ele havia puxado as duas poltronas do quarto de hospital para o pé da janela e assim que a ajudou a se sentar ela esticou as pernas e depositou os pequenos pés sobre as coxas dele com um sorriso travesso, folgada. Dois dias tinham se passado desde seu despertar mas Sakura ainda parecia extremamente frágil, ele não a via assim desde o primeiro ataque logo após o parto de Sarada. Era mais do que apenas o peso que havia perdido, a palidez da pele, as olheiras ao redor dos olhos, era um cansaço mais enraizado, mais profundo do que uma alguém no auge da vida deveria ter.

— Eu gostaria de não precisar ir.

— Não seja bobo, você tem obrigações e responsabilidades que já foram ignoradas por muito tempo, a Taverna precisa de você.

E eu preciso de você…

Jung jamais havia imaginado um dia em que sua dupla de meninas não estaria com ele. Nem mesmo o fantasma da morte de Sakura afastou o desejo de envelhecer ao lado delas, sua menina e sua paixão. A possibilidade de viver longe não existia e conforme as coisas se desenrolassem ele encontraria uma forma de continuar próximo a elas.

Sakura sorria doce e serena, seria assim tão fácil para ela dar adeus aos anos que compartilharam? A tudo o que compartilharam… Ela chorou em seu ombro e ele lhe contou coisas sobre si mesmo que ninguém jamais soubera, eles sorriram juntos e viram Sarada crescer, inferno ele estava lá durante o parto!

Ela o amava ele sabia, não da mesma forma que ele, ela o queria como amigo enquanto ele desejava muito mais do que isso. Ainda assim, apesar de ser alguém extremamente expressiva, os sentimentos de Sakura as vezes eram muito nublados e pouco claros. Ela sentiria falta deles? Sentiria falta das terríveis cerimônias do chá de Shizuka, ou das travessuras que Kito ensinava a Sarada, teria saudade das longas conversas com ele na varanda do crepúsculo a aurora?

Ele queria ficar com elas mas Sakura tinha razão é claro, ele estava fora a meses mesmo não pretendendo ficar mais do que duas semanas longe quando deixou a Taverna. O plano era simples, entrar e sair com Sakura e Sarada de volta para a casa deles. Mas como de costume a vida é o que acontece enquanto se faz planos, foi agridoce o sentimento que encheu seu peito quando ela disse que iria ficar, ele estava feliz por ela estar ali onde havia estrutura e Tsunade para ajudá-la, mas a tristeza e a saudade também estavam presentes.

A Taverna era organizada o suficiente para durar sem ele por algum tempo, mas sem Shizuka, Kito e Sakura, as cabeças pensantes da organização, e os músculos se tratando de Kito, não podia se manter por muito tempo. Ele preferia voltar e fazer os ajustes necessários para que pudesse se ausentar por um período mais longo, Kito e Shizuka ficariam e quando Jung voltasse um dos dois iria, por agora preferia que eles ficassem ao redor de Sakura enquanto ele não podia.

— Mas acho bom você não demorar - ela lhe arrancou de seus devaneios - pode não me achar viva quando voltar.

Um frio glacial varreu seu estômago e ele estava prestes a repreendê-la quando viu o sorriso sarcástico em seus lábios, Jung bufou contrariado - Fico feliz que você seja uma ótima médica e kunoichi, se dependesse dessas suas piadas meu floquinho passaria fome.

Ela gargalhou suavemente - Minhas piadas são de matar.

Ele tentou sustentar o olhar sério para ela mas depois de alguns segundos foi vencido pelo riso, era o tipo de coisa que era tão ruim que era bom - Essas suas piadas são alguma forma de punição para mim?

Ela afastou uma mecha de cabelo que fugiu de onde ela as havia confinado, o espaço atrás de sua orelha. A muito tempo seu cabelo não estava tão comprido, quase chegando ao queixo, ela sempre o mantinha curto como o de um menino, e não sabia se era o amor ou a idiotice mas ela ficava linda com o corte de menino, delicada como uma criatura mitológica da floresta. Infelizmente não era o modelo ou a beleza o motivo do corte e sim a necessidade. 

Sarada devia ter pouco mais de quatro anos na época, fora uma das crises mais violentas de Sakura. Sangue escorria pelo nariz, boca e ouvidos, a dor havia sido tamanha que em seu desespero ela arrancou uma mecha inteira de cabelo da cabeça trazendo um pedaço do couro cabeludo no processo. Assim que se recuperou pediu a uma das meninas da Taverna lhe ajudar a cortar. Sarada correu para ela enquanto as pequenas mechas voavam ao seu redor.

 É Hanami! Hanami! - ela sorriu e rodopiou pelas mechas caídas, mas não era a queda das cerejeiras, era Sakura se adaptando a sua dor. Ele jamais esqueceria daquela cena, o sorriso inocente de Sarada, o choro contido de Sakura.

— Você é o único com quem posso fazê-las - o sorriso era melancólico e secreto. Ela desencostou as costas do encosto da poltrona e flexionou as pernas, o queixo pousou no topo dos joelhos e ela abraçou as pernas, lhe olhou com aqueles grandes olhos verdes - obrigado Jung, por tudo o que fez por mim e por Sarada. Não importa o quão longe esteja nós sempre seremos família.

Um calor abrasador encheu seu peito e ele sorriu para ela - É claro que sim - ela sorriu de volta, mais delicadamente e mais cansada e todo seu corpo estremeceu com aquele sorriso, ele se inclinou para perto dela, a luz prateada do luar contra sua pele pálida fazia Sakura parecer um espectro, lindo e reluzente mas assustadora - Me prometa Sakura, prometa que ainda estará aqui quando eu voltar.

O sorriso dela vacilou e as batidas de seu coração acompanharam a falha, mas ela sorriu novamente, ela estendeu o braço e bagunçou o cabelo dele, os dedos imersos na seda cor de vinho - claro cabeça de amora.

Ele devolveu o sorriso a ela, e por mais que houvesse sinceridade e a pontada de determinação que ele sempre amava nela, quando o dia amanheceu e Jung deixou Konoha rumo ao país da Cachoeira, algo em seu coração lhe disse que ela não estaria alí quando ele voltasse.


 

&


 

A morena estava em posição de seiza no centro da sala, a ausência de janelas fazia o cômodo parecer ainda mais claustrofóbico.

O homem à sua frente, sentado muito confortável em uma almofada larga e felpuda bebericou seu chá e quando os olhos âmbar se voltaram para ela, Yasu não conseguiu deixar de tremer. Ela ouviu o sorriso levemente debochado de seu mestre.

— Eu recebi seu relatório Yasu-chan, infelizmente não pude me ausentar do governo do país antes, muitos ratos de Konoha bisbilhotando por todo lado.

Ela observou ele espanar uma poeira inexistente de seu impecável kimono azul - Apesar de termos tido baixas a missão foi concluída com sucesso Yoshiro-sama.

Um sorriso ainda mais enigmático se desenhou na face bonita dele, os dedos esguios correram por uma mecha do cabelo da cor da neve - Eu não esperaria menos de você Yasu-chan, quanto as baixas - ele mexeu a mão em desdém e os punhos da menina se cerraram - Danos colaterais infelizmente, mas meus gêmeos já haviam falhado demais. 

— Claro Yoshiro-sama - ela respirou fundo para controlar a raiva na voz - Talvez o senhor queira saber que Hideo está quase recuperado, felizmente ele é bastante determinado, Emi também está bem.

— Ótimo Yasu-chan, faça os preparativos necessários, em breve nossa pequena flor vai se desprender do galho.


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Notas finais do capítulo

A princesa tecelã - é uma lenda japonesa relaconada a estrela vega.
Hanami - significa contemplar ou apreciar a sakura, flor de cerejeira no idioma japonês.

É DR que chama? E esse final? eita! Vou tentar voltar logo depois das provas, até lá me digam o que acharam nos coments!



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