Legado escrita por Kayko


Capítulo 16
Capítulo 16




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Eram 23 horas quando o telefone do Devil May cry tocou. Dante estava se preparando para sair para o trabalho quando o toque irritante do telefone soou. Imaginando que poderia ser a esposa, ele voltou até a mesa e atendeu:

—Ei.

—Dante, aqui é a Nico. Então, é urgente. Pegue o Vergil e venha para via expressa. - A voz de Nico soou pelo aparelho num tom sério, que fez o Sparda mais novo ter um péssimo pressentimento.

—Posso perguntar o que esta havendo?

—O carro da Agnes foi atacado por uma horda de demônios. Cara, só vem. O Nero não vai dar conta por muito tempo.

—Merda!

Dante saiu correndo do escritório. Aquilo não poderia esta acontecendo de novo, e para piorar, não com o Vergil e o Nero. O Lendário hunter invocou cavalier e saiu  pilotando feito louco pelas ruas da cidade, em minutos estava na casa do irmão, o encontrando acordado, sentado a escada que levava ao andar de cima da casa:

—Você sentiu? - Vergil perguntou olhando para o irmão mais novo.

—Sim. Vamos logo. Nero já esta lá.

Vergil pegou a espada e seguiu o irmão. Em poucos minutos eles estavam na estrada que estava tomada de demônios. Ao longe era possível ouvir os gritos de ódio de Nero, que protegia a van junto de Adrian, enquanto Nico tentava resgatar os feridos. Os gêmeos Sparda ativaram sua forma demoníaca e abriram caminho até o mais jovem.

Assim que percebeu a presença do pai e do tio, Nero parou de lutar e desativou sua forma demoníaca. Os gêmeos fizeram o mesmo assim que estavam a frente do jovem rapaz que tinha o rosto manchado de lágrimas:

—A minha mãe…- ele começou a falar, mas uma onda de choro com ódio o fez gritar e fincar a espada no chão. - Eu não consegui proteger...de novo! Merda!

—Eu vou ajudar o vampiro ali na frente. Encontro os dois depois. - Dante invocou a espada e com um salto desapareceu.

—O que aconteceu? - Vergil perguntou segurando forte a espada em sua mão.

—Há uns vinte minutos, minha tia me ligou desesperada pedindo que eu fosse até a minha mãe. Ela te ligou, mas ninguém atendeu o telefone. Ela disse que teve uma visão de algo ruim acontecendo a minha mãe...quando eu e Nico avistamos o carro em que ela e o pessoal da banda seguia, houve uma explosão, o carro capotou umas cinco vezes...Adrian esta lutando, mas esta muito ferido, Sypha só teve arranhões leves, aparentemente Trevor a protegeu…

—E quanto a sua mãe?

—Quando a tirei do carro… - Nero voltou a chorar. - Ela não respirava mais.

Imediatamente Vergil assumiu sua forma demoníaca e com um silêncio absoluto ele tomou a dianteira na batalha, exterminando dezenas de demônios de uma só vez. Assim que Dante percebeu que o irmão iria limpar a área, ele se aproximou de Adrian:

—Ei cara, sei que se recupera rápido, mas volte para van. Vou escoltá - los até um hospital. - Dante falou para o loiro que parou de lutar.

—Sou obrigado a ser gentil dessa vez, sem a ajuda do meu grupo eu me sinto desmotivado. - o Loiro brincou guardando a espada com lamina fina que empunhava. - Acho que o socorro da minha trupe chegou. - Adrian apontou para o feixe de luz que rasgava a estrada em uma moto preta.

—Agathe? - Dante ficou surpreso ao reconhecer a esposa.

—Ela vai cuidar dos feridos, e bem...vai tentar trazer a Agnes de volta. Vou ajudá - la.

Vergil sentia - se inútil. Mas uma vez ele via alguém que amava morrer pelo que ele mais odiava. Ele não imaginava que seria atacados no mundo humano daquela forma, não mais, já que ele e Dante havia feito uma boa limpa no inferno. Por isso ele aceitou a loucura de voltar. Será possível que ele não poderia ser feliz? E o filho? Tinha mesmo de passar pela mesma perda que ele passou?

Foi em meio a frustração que ele sentiu uma leve energia. Era tão leve que poderia ter passado despercebido. Era algo suave e sem intenção alguma. Uma pequena e insignificante centelha de energia que se parecia muito com a dele e do Nero. Aquela sensação foi a mesma que ele sentiu quando deixou Agnes, há mais de vinte anos antes.

Nero viu a tia parar a moto a sua frente. Ela tirou o capacete e saiu do veículo apressada:

—Vem comigo garoto, me ajude a salvar sua mãe e irmão. - Agathe entrou na van, onde encontrou Nico perdida. - Moça linda, nos leva para casa da Agnes, já tem uma equipe médica mobilizada lá. Ah droga, a minha moto! - Ela saiu da van e gritou a direção de Dante. - Leve a moto para casa da Agnes!

—Sim senhora! - Dante gritou de volta e voltou a atacar os demônios que já tinham  seu número drasticamente reduzido. - Adoro quando minha esposa manda em mim.

—Vergil, vou precisar de você aqui também! - Agathe entrou na van novamente. - Nero, entre agora!

Nero obedeceu a tia, que passou a mexer no corpo sem vida de Agnes. A mulher cortou a roupa da irmã e pegou um pano molhado que Nico usava para limpar as feridas dos outros dois, para tirar o excesso de sangue do corpo de Agnes:

—Essa idiota sabia que isso iria acontecer, não sei porque ela não pediu para um de vocês dois virem juntos. - Agathe tirou um recipiente com tinta de dentro da mochila que havia trazido e passou a desenhar padrões no corpo da irmã.

—Ela sabia? - Nero perguntou observando a tia.

—Sim, ela sabia. Mas ela achou que poderia se virar junto com os demais. Pode não parecer, mas esses caras são caçadores também.

—Que?

—Acha mesmo que seu pai treparia com uma mulher qualquer como o seu tio faz? Ao contrario do Dante,  Vergil sempre calculou muito bem as coisas.

—Então eu fui planejado?

—Pergunte ao babacão do seu pai.

—Tia, você esta falando que nem o Dante.

—Na verdade ele aprendeu comigo. Longa história. Cadê o Vergil? Eu tenho tempo contado.

—Como assim?

—São vinte e três minutos para o cordão de prata, que liga a alma ao corpo desaparecer. Estamos no limite aqui!

De repente Vergil entrou na van. Coberto de sangue demoníaco e com um semblante cansado. Ao ver o corpo de Agnes estirado no chão da van, ele entendeu que realmente havia falhado com a mulher que amava. Ele se abaixou ao lado dela e tocou - lhe o rosto. Foi então que ele sentiu a mesma energia que havia sentido antes:

—Agathe, eu estou sentindo uma leve energia e eu acredito que seja da Agnes. - Ele falou.

—Não é dela e sim do seu segundo filho que esta a caminho. - Ela respondeu com um sorriso. - Mas isso ainda é segredo. Os dois! Canalizem um fio de energia para o selo de vocês que esta desenhado no corpo dela. O bebê vai salvá - la.

O corpo de Agnes brilhou com uma luz azul da energia que Vergil e Nero enviava a ela. Agathe recitava um mantra que chamava os mentores de Agnes para trazê - la de volta. Um pequeno selo surgiu na região pélvica da cantora, surpreendendo pai e filho, que em meio ao desespero, sentiram uma ponta de esperança. Eles viram os mentores de Agnes surgirem a trazendo de volta e ela trazia uma pequena chama. Com um clarão, seguido da tomada de ar da cantora, o ritual foi encerrado e Agathe sorriu vitoriosa:

—Bem vinda de volta.

Os olhos dourados se focaram e ela pode enxergar o marido e o filho, que a tomaram nos braços a abraçando. Nero chorava como uma criança, enquanto Vergil chorava em silêncio. Agathe saiu da Van, onde Adrian e Nico estavam:

—Deu tudo certo? - Adrian perguntou.

—Foi a minha primeira vez, você não tem noção de como eu estava nervosa. - A empresária respondeu.

—Se de tudo falhasse, eu poderia transformá - la em vampira, mas aí o Vergil a perderia para sempre. - Adrian falou com um sorriso presunçoso.

—Isso quer dizer que a Agnes voltou? - Nico perguntou pasma.

—Sim. O que houve aqui é um segredo nosso. Vamos para casa da Agnes para tratar todos adequadamente e descansar. Dirija Nico, eu cuido dos feridos.

—Vamos.

 

Ao chegarem a casa de Agnes, três ambulâncias já os aguardavam. Assim que chegaram a equipe médica tratou de cuidar de Sypha e Trevor. Por um milagre, Agnes tinha se recuperado dos ferimentos mais graves e Vergil ainda a mantinha nos braços enquanto aguardava os médicos virem atendê - la.

Nero continuava ao lado dos pais e mantinha - se segurando uma das mãos da mãe. Sentindo sua pulsação. Ele estava aliviado por tê - la de volta e o apoio do pai, mesmo no silêncio, ele sentia - se confortável:

—Ela parece bem melhor. - Nero tentou iniciar uma conversa.

—Sim. Ela esta se curando rápido. - Vergil levantou o lençol que cobria o corpo da esposa, que dormia profundamente em seus braços. - Estou aliviado por ela estar viva.

—Eu também estou. E..eu vou ter um irmão? - Nero encarou o pai que sorriu levemente.

—Parece que sim. Eu confesso que senti a mesma coisa quando deixei a sua mãe grávida de você, e quando a Agathe me contou que ela estava grávida...é o meu segundo filho. - Vergil sorriu. - Estou muito feliz em ter você e agora o bebê.

—Mas eu não estou muito velho para ter um bebê como irmão? Tipo, não vai ser muito estranho?

—Só cuide do seu irmão, como o Dante faz comigo.

—Eu espero que esse bebê não herde a suas manias de abrir portas para o inferno.

—Não vou permitir que isso aconteça.

Um médico entrou na van e pediu para Vergil levar Agnes para uma das ambulâncias e assim ele fez, seguido pelo filho. Após deixá - la na ambulância acompanhada pela irmã, ele saiu do veículo encontrando o irmão e o filho:

—Ela esta bem? - Dante perguntou.

—Sua mulher a salvou. Eu realmente devo uma a ela. - Vergil respondeu.

—Não imaginava que a Agathe tinha habilidade como bruxa. Sempre achei que ela só mexia com magia branca.

—Tão surpreendente quanto a minha mãe. - Nero comentou. - E a melhor noticia, é que… 

Nesse momento Vergil segurou o ombro do filho e balançou a cabeça negativamente:

—Melhor não. - Vergil falou.

—Estão escondendo algo de mim? - Dante perguntou.

—É surpresa. Logo todo mundo vai saber. - Nero respondeu com um sorriso.

—Pelo sorriso no seu rosto e o olhar orgulhoso que meu irmão tem estampado na cara, acredito que seja algo bom.

—Se for confirmado, vai sim,ser algo muito bom. - Vergil respondeu. - Eu vou voltar para ambulância, quero saber como a Agnes está.

O Sparda mais velho rumou para a ambulância onde havia deixado a esposa. Assim que se aproximou, ele viu a esposa sair, sendo aparada pela irmã. Mesmo com alguns cortes no belo rosto, ela ainda estava de tirar o folêgo. Ele foi até ela e a amparou:

—Como você esta? - Ele perguntou.

—Estou bem. Desculpe o susto. - Agnes falou.

—Você não teve culpa.

—Eu achei que daríamos conta, mas foi tudo tão de repente…

—Eu sei que você é incrivel e sabe se virar muito bem, e que seus colegas de banda também, mas vocês não conseguiriam sentir a presença de uma horda de demônios. Não foi culpa sua. - Ele a tomou nos braços e a abraçou. - Quando o Nero informou que quando te retirou do carro e você não respirava, eu morri junto com você naquele momento.

—Eu nunca morreria tão fácil. O dia que eu resolver partir desse mundo, quero que seja com você.

— Eu também quero isso. Eu te amo.

—Eu também te amo.


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