Legado escrita por Kayko


Capítulo 17
Capítulo 17




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Nero voltou para casa naquela madrugada bem mais aliviado em saber que a mãe estava viva e bem, e o pai estava bem calmo com isso. Se realmente Agnes tivesse partido desse mundo, a chance de Vergil se revoltar e tentar fazer outra besteira que pudesse acabar com milhares de vidas humanas novamente, era enorme.

Nico seguiu seu caminho assim que o deixou próximo de casa, e ele seguiu para o apartamento que parecia perdido em meio as construções escuras da rua. Ele abriu a porta e entrou, subindo as escadas em seguida. Como Agnes havia feito uma nobre doação, eles puderam contratar pessoas para trabalhar no orfanato para cuidar das crianças e ele e Kirye estava podendo tirar uma folga vez ou outra.

Cansado, ele logo foi para o banheiro, onde tomou uma rápida ducha para tirar o sangue e o cheiro de suor do corpo. Não gostava de se apresentar a praticamente esposa, desgrenhado. Assim que terminou ele rumou para o quarto, onde encontrou a moça dormindo tranquilamente. O rosto dela transmitia uma enorme paz e aquilo fez desaparecer todo e qualquer resquicio de preocupação do seu dia. Finalmente ele estava em casa ao lado da mulher que amava.

Ele sabia que se não fosse o amor de Kirye, ele não seria nem a sombra do que era naquele momento. Foi graças a esse sentimento que ele pode suportar tudo e conter todo ódio e revolta que crescia de forma descomunal dentro de si. Provavelmente, se Dante e Vergil tivesse tido a mesma oportunidade de desde de cedo encontrar alguém para amar, a vida deles com certeza seria diferente.

O hunter tomou o espaço ao lado da moça, que acabou despertando ao perceber a presença dele:

—Hum...já voltou? - Kirye tinha a voz sonolenta.

—Desculpe, acabei te acordando. - Nero sussurrou e a puxou para os seus braços. - Obrigado por estar aqui me esperando.

—Ficou tudo bem?

—Por sorte sim. Podemos conversar amanhã?

—Por mim, tudo bem.

O herdeiro do legado Sparda fechou os olhos e adormeceu com a amada em seus braços.

 

Dante voltou para o apartamento de Agathe junto com ela naquela madrugada. O trabalho poderia esperar depois de tudo o que havia acontecido. Mas algo ainda o incomodava naquele ataque. Agnes já havia sido atacada uma vez e novamente foi atacada, mas Agathe, que já convivia com ele há anos e Kirye nunca haviam sido atacadas. Até mesmo Paty que vivia em seu escritório nunca havia sido importunada depois do incidente em que ele salvou a mãe dela.

De qualquer forma ele teria de saber para poder montar uma estratégia para defender as três de possíveis ataques, como os daquela noite. Ele observou a esposa colocar a mochila que carregava sobre o sofá e desabar sobre o mesmo:

—Não sei nem como vou trabalhar daqui a pouco, estou morta. - Agathe reclamou.

—Não vai. - Dante sentou ao lado da morena.

—Olha, desde que você voltou, você só tem me incentivado a me tornar uma preguiçosa que nem você,

—Sinal que estou sendo um ótimo marido. - Dante sorriu satisfeito. - Vamos dormir um pouco, sei que precisa estar de pé logo para iniciar seu dia.

—Não vai me perguntar o que aconteceu?

—Melhor não. Mas me tira uma dúvida, por que a sua irmã foi atacada pela segunda vez?

—Porque é a segunda vez que ela carrega um pedacinho do seu irmão nela.

—Agora tudo faz sentido...vamos dormir.

Ele estendeu uma mão a direção dela e a puxou para si, a assustando com a força do movimento, mas em seguida um belo sorriso surgiu nos lábios dela. O casal trocou um apaixonado beijo e após tomarem um rápido banho, se deitaram para dormir. Mas o sono não veio para o meio demônio.

Se Agnes realmente esperava seu segundo sobrinho, ele e Vergil tinham de preparar uma estratégia para proteger ela e o bebê. E a preocupação de que quando fosse a vez da Agathe ou mesmo de Kirye, sorte que não são as três ao mesmo tempo, ou seria um grave problema. Porém a ideia de ter um filho despertou algo dentro dele. Como seria ter um bebê na família? 

Ele nunca havia tido a oportunidade de pegar um bebê, o máximo que teve de crianças em sua vida era a Paty, que já era uma mocinha. Mas um bebê? Nunca. Se ele teria dificuldade com essa novidade, imagine o irmão que tinha passado mais tempo longe da sociedade do que ele. Se bem que até aquele momento, ele estava se dando bem com Nero, mas talvez fosse a influência de Agnes que fizesse eles se darem bem.

O hunter viu o dia amanhecer pensando em toda aquela novidade que estava rondando a sua vida. Ele viu o despertador da esposa tocar e ela acordou ao seu lado, só então caiu a ficha de que ele havia passado a noite toda acordado, um costume que ele queria perder:

—Dante? Já esta acordado? - A morena se espreguiçou e sentou na cama observando o marido.

—Na verdade nem preguei o olho. - Dante sorriu para esposa e a beijou na fonte. - Vou sair para conversar com meu irmão e tenho que dar uma justificativa sobre ontem para o Morisson.

—Não conte para Agnes que ela esta grávida, ela ainda não sabe.

—Como assim, ela não sabe?

—Não sabe porque ela não deve ter feito exame algum. Me recordo que ela só descobriu que esperava o Nero quando já tinha quase cinco meses de gravidez. Acredito que agora não vai ser diferente.

—Como você sabe dessas coisas, já que a sua irmã estava exilada?

—A minha tia a acolheu quando ela foi exilada e foi a minha tia que cuidou dela quando estava grávida. Acho que é por isso que o Adrian se sente tão responsável por ela.

—Então por isso aquele cara estava lutando feito louco para proteger o pessoal?

—Deve ser esse o motivo. Aqueles três foram uma benção na vida da minha irmã. Se não fosse por eles, ela teria sido consumida pela escuridão e não estaria mais entre nós.

—Queria que o idiota do meu irmão também tivesse tido esse tipo de sorte. Ou melhor, que ele tivesse aceitado essa sorte.

—Ele esta se redimindo agora, fique tranquilo. Agora vou me arrumar para sair. - Agathe beijou o rosto do marido. - Não vai dar para tomar café da manhã com você.

—Tudo bem, já estou acostumado com isso. - Dante sorriu rendido pelo charme da esposa. - Estarei em casa para jantar e depois saio para o trabalho.

—Tudo bem, eu compro comida no caminho de volta. - A morena já falou a caminho do banheiro.


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