A dor era insuportável, eu consegui ouvir as vozes a minha volta, mas eu não consegui me manter acordada.

 

SEIS ANOS ANTES

 

Aquela festa tinha sido incrível e a companhia era ainda melhor.

 

Enquanto eu escalava a janela do meu quarto na calada da noite, mesmo sabendo que meus pais sabiam das minha fugas noturnas eu ainda preferia entrar escondida era mais fácil do que encarar a porta e ter que ouvir seus sermões, sobre como o mundo era perigoso e etc..

Assim que entrei pela varanda do meu quarto tropecei em algo mais estava escuro demais para mim saber o q era, antes mesmo de me mover senti duas mãos me puxando para fora do meu quarto, em questão de minutos eu estava no escritório do meu pai e meu vestido coberto de sangue.

—Sophia presta atenção isso e muito importante- meu pai falava porém seu rosto não era nítido.- Sophia olha pra mim- eu o encarava porém só ouvia sua voz- precisa proteger esse colar e muito importante.

—O que ta acontecendo pai??- eu o encarava

—Agora não importa eu ja deixei tudo no jeito,vão cuidar de você, tem que tentar se manter segura.

Então aquele barulho interrompeu nossa conversa e o corpo do meu pai caiu em cima de mim.

—Ta feito- aquela voz era familiar- acharam os documentos.

—Nada ainda- um voz feminina sussurrou baixinho.

—Temos que sair daqui antes que os vizinhos chamem a polícia. 

Eu ouvi passos saindo em direção a sala, eu precisava sair dali antes que eles voltassem e me matassem também, assim que consegui tirar o corpo do meu pai de cima de mim eu sai correndo pela passagem secreta do escritório que dava na cozinha, assim que eu entrei ainda ouvi seus passos então peguei uma faca e me escondi,precisava me defender caso eles me encontrassem.

 

Não me dei conta quando a polícia chegou, eu tava com tanto medo que fiquei ali escondida, queria acordar daquele pesadelo, quando a luz bateu em mim me dei conta do que estava acontecendo eu ergui a faca para me defender 

—Abaixe a faca e mãos para o alto, você  está presa- eu conhecia aquela voz.

—Você- eu o encarei.

—Você está presa- ele me encarou acho que me conhecia também.

—Eu não fiz nada- ele tirou a faca das minhas mãos e me algemou.

—Explica isso na delegacia.

Um policial me levou em direção a porta de casa e o um homem estava levando dois sacos pretos para fora.

—Olá meu nome é Sara Sidle sou da polícia criminalística de Las Vegas e estamos aqui para investigar o que aconteceu.

—Pode tirar essa algema de mim eu não fiz nada.

—Policial- ela o encarou e ele veio até mim e me liberou.

—Porque soltou ela Sara??- o homem que me algemou estava na minha frente agora e eu sabia que o conheci de algum lugar.

—Para Nick ainda nem investigamos o que aconteceu.

—Da onde eu te conheço??- eu perguntei tentando prender sua atenção.

—Ela acabou de matar os pais e você deixa ela livre.

—Eu não fiz nada- então ele me encarou.

—Eu te conheço, ja nos vimos antes não??

—Acho que sim- eu o encarei e comecei a lembrar daquele dia.- eu tinha uns dez anos e você me salvou quando tentaram me raptar dos meus pais.

—Eu lembro do cara tentando te agarrar só fiz o que achei certo, mas isso não muda o que aconteceu aqui.

—Eu já disse que nao fiz nada, eu cheguei aqui e tinha três pessoas andando aqui, então meu pai me tirou do meu quarto e me levou para o escritório e um homem atirou nele.

—E como nao pegarem você??

—Quando atiraram no meu pai ele caiu em cima de mim e quando entraram aqui eu nao estava.

—Aonde estava??

—Em uma festa no centro, tem centenas de pessoas que podem confirmar a história, fotos nas redes sociais que mostra eu la.

—Sophia você tá bem- o doutor Reinald entrou na sala e me abraçou- o que está acontecendo aqui??

—O senhor e a senhora Mackenzie forma assassinados, estamos conversando com a filha do casal- NIck o encarou.

—Suspeito que seja Nicholas Stokes??- Reinald o encarou.

—Sou eu mesmo!

—Graças a Deus eu te encontrei.

—Nao sabia que está me procurando.

—A sete anos você salvou a menina Sophia naquela tarde e o senhor Mackenzie nunca consegui te agradecer, então ele me pediu para te localizar.

—Não precisa me agradecer por nada.

—Eu ainda não terminei, o senhor Mackenzie a dois anos começou a receber ameaças anônimas, entao pediu que eu o encontrasse, porque caso acontecesse algo com eles precisava de alguém que cuidasse da menina.

—Eu não entendi- os dois se encaram.

—O senhor Mackenzie deixou em testamento que caso acontecesse do com ele e a esposa a guarda de menor Sophia seria do senhor e a administração dos bens do casal seria de sua responsabilidade ate do vigésimo primeiro aniversário da filha do casal.

—Como assim Reinald??- eu o encarei

—Seu pai procurou alguém que pudesse cuidar de você caso acontecesse algo.

—Mais porque ele??

—E um boa pergunta porque eu-NIck o encarou.

—Seus pais queriam alguém responsável e o senhor foi a primeira opção que eles pensaram

—Eu não quero o dinheiro deles e não tenho vocação para babá.

—Relaxa detetive será só por três meses, em houver dezoito anos e estará livre de mim- eu o encarei séria.

—Então faça suas malas!

—Para que???

—Você vem comigo

—Nao vou deixar minha casa.

—Isso e uma cena de crime então pegue suas coisa e vamos.

—Esta bem- eu me virei em direção da escada.

—Eu a acompanho- a Sara subiu comigo- vou precisar do seu vestido, e relaxa ele nao e uma má pessoa só está muito atarefado.

—Eu não acredito que eles se foram.

Meu quarto estava todo revirado tinha sangue no carpete e na parede, foi ali que reparei que meu vestido estava manchado de sangue, eu o retirei o mais rápido que consegui e o entreguei para Sara que o embalou enquanto eu me trocava e fazia minhas malas, quando voltei a sala ele ja estava me esperando, em questão de minutos estávamos no seu carro, algo me dizia que nada mais seria a como antes.

Eu estava tão cansada que nem me dei conta que acabei adormecendo ali mesmo.

 

Quando eu acordei eu estava em um quarto diferente, minha mochila estava no chão perto da porta, me levantei do jeito que eu estava e sai explorando o local, no final do corredor me deparei com  a cozinha e o ele parado me encarando.

—Bom dia- eu o comprimentei.- como vim parar aqui.

—Bom dia você dormiu no carro eu te trouxe para dentro.

—Nem nos apresentamos direito ontem sou Sophia Jolien Mackenzie, tenho dezessete anos.

—Nicholas Stokes mais pode me chamar de Nick, mais não espere que sejamos amigos, qualquer vacilo ou suspeita eu te coloco você na cadeia.

—Ainda suspeita que eu fiz aquilo, ele eram meus pais- eu o encarei sério.

—Eu to indo trabalhar vê se não apronta nada, quando eu voltar vejo como vai ficar seu colégio.

—Sabe que eu já me formei ne- eu o encarei.

—Que bom uma coisa a menos pra me preocupar,tem cafe da manhã se quiser.

—Você e um ogro.

Ele saiu porta a fora sem nem me responder me deixando sozinha,  na mesa estava posta com um cafe da manhã que tinha de tudo, entao me sentei e comecei a comer.

Depois de cafe organizei tudo troquei de roupa e sai andar, nao consegui ficar presa ali por muito tempo, queria minha vida de volta.

Quando me dei conta eu estava no escritorio do meu pai, olhando tudo que ele tinha deixado.

—Se eu soubesse que viria teria me preparado- o doutor Reinald entrou na sala- como foi sua noite??

—Assustadora, porque isso aconteceu com eles?

—Eu não sei te responder isso querida, mais posso te garantir eles te amavam.

—Eu sei, o que eu vou fazer agora??

—Só poderá assumir a empresa após os vinte um anos essa foi a ordem final do seu pai.

—Porque isso??

—Ele queria que se preparasse ou caso quisesse fazer outra coisa da vida teria essa opção.

—Porque o Stokes??

—Ele achava que seria seu protetor ideal, ele te amava sabia que ficaria segura com ele.

—Preciso achar quem fez isso com eles.

—Deixa isso pra polícia, foca agora em viver querida.- eu o abracei-o enterro deles será amanhã.

—Mais ja??- ele acenou que sim.

—Isso só vai acabar quando quem fez isso estives na cadeia e no que precisar pode contar comigo.

—Obrigada.

Eu sai do escritório e fui para minha casa aquele lugar tinha tantas lembranças, a casa estava isolada mas eu sabia como entrar sem ser notado.

Por dentro tudo estava um total silencio, as fotos na mesinha revelava como éramos feliz, mas agora acho que nada vai ser igual eu tinha pedido tudo.

—O que você tava fazendo aqui- a voz dele quebrou o silencio.

—Saudade de casa, só queria me sentir normal.

—Isso e uma cena de crime Sophia- ele me encarou.

—Meus pais morreram, não importa que isso é uma cena, isso é a minha casa eu cresci aqui Stokes aqui era minha vida.

—Que tal vir comigo, podemos conversar fora daqui.

—Eu quero minha casa de volta- ele me abraçou e saímos andando.

Sabia que ele não se importava comigo, mas quando ele me abraçou foi como se parte do mundo tivesse volta ao normal.