Reino em Cinzas escrita por Julia A R da Cunha


Capítulo 16
Merida




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Deveria admitir que aprender magia não estava sendo bem o que esperou. Imaginou que seria como nos contos antigos em que uma entidade etérea ou uma bruxa anciã lhe ensinaria palavras de poder, cânticos misteriosos em línguas perdidas, poções estranhas como a que transformou sua mãe em um animal.

Entretanto, Seiliegh passou as primeiras horas forçando-a a se sentar sobre a terra exposta e silenciar os pensamentos.

— Magia requer concentração, foco, uma imersão completa no objetivo que você busca — a feiticeira explicara no início do exercício. — Você deve se tornar o seu feitiço para que ele vire realidade e atinja potencial máximo. E isso não vai acontecer se pensar em coisas paralelas.

As palavras tiveram o efeito contrário em Merida. Talvez apenas por ter ouvido isso, sentia uma necessidade incontrolável de se mexer, de abrir os olhos, de sair correndo dali e se enfiar nos treinamentos de combate dos nórdicos.

Seiliegh a analisava com a atenção de um gavião em caça, principalmente quando começava a balançar as pernas em movimentos nervosos. A mulher suspirou e fitou as copas das árvores, talvez buscando por ajuda nos seus ensinamentos. Por fim, abaixou a cabeça e disse:

— Pense nisso como uma batalha. Quando luta, você é a espada, o escudo, o arco e a flecha. Não pode pensar em mais nada, não pode ser mais nada. Existe apenas a batalha.

Merida torceu o nariz, refletindo.

— Oh! — Proferiu enfim. —  Sim, isso é mais a minha língua.

A princesa abriu um sorriso travesso que fez a mulher rir. Seiliegh se sentou à sua frente e praticou o exercício com sua pupila. Com uma perspectiva diferente e a possibilidade de não precisar ficar tão séria e parada como em uma das aulas de sua mãe ou do padre Áed, seu fogo se aquietou com mais facilidade.

Em contrapartida, os sons da floresta aumentaram, aos poucos encobrindo as vozes de seus pensamentos. De vez em quando, sentia-se deslizar para outros pontos, para o som distante das asas dos dragões e de pessoas conversando, mas Seiliegh a informou de que isso era esperado, ainda mais no início. Quando ocorresse, deveria simplesmente relaxar, deixar sua mente ir e voltar tranquila, sem se impor uma quietude indesejada. Com tempo e prática, seria capaz de transitar entre os estados de consciência em um piscar de olhos.

— Inspire e visualize uma energia entrando por suas narinas, por seus pés, por cada ponto seu que toca o chão. Expire, e veja outra saindo, parte da sua própria que armazena em excesso. Tente criar uma imagem em sua mente tão clara quanto a veria com seus próprios olhos. Não imagine a energia. Sinta-a e a visualize. Há uma diferença grande entre as duas coisas. Precisa aprender a ver sem os olhos do corpo. Assim trará seu encanto à realidade.

Merida respirou fundo e tentou seguir a instrução, resmungando mentalmente com o cenho franzido. Como poderia saber a diferença entre imaginar e visualizar? O conceito lhe parecia um pouco filosófico demais e nunca foi chegada às aulas de filosofia no castelo.

Mesmo assim, tentou imaginar – não, não, vislumbrar— o ar entrando com um brilho azul esverdeado, flutuando ao seu redor por entre as árvores para dentro de si, descendo das narinas à garganta e aos pulmões; para então sair de novo, percorrendo o mesmo caminho ao inverso. Pensou que o ar sairia de si em outro tom, talvez branco? Ou então amarelo? Mas com certeza diferente de como entrou.

Ela torceu os lábios e ergueu uma única sobrancelha, ainda de pálpebras fechadas, como se travasse um diálogo consigo mesma. Não foi difícil como pensou que seria, afinal. Talvez tenha subestimado a própria capacidade de pensar nas coisas diferente de como eram. Mas afinal de contas, o que mais fez durante todos os últimos anos de ensinamentos entediantes senão isso?

A princesa riu baixinho e voltou a se concentrar no divertimento recém-descoberto da prática. De fato, a cada inspiração sentia-se mais leve, como se o ar entrasse e saísse mais puro a cada respiração. Uma energia pulsava por todo o seu corpo, porém agora diferente da anterior. Não estava inquieta ou ansiosa por ação. Era uma energia de potencial, armazenada, pronta para ser utilizada em quaisquer meios que desejasse, e ainda assim, era uma energia calma, firme de si, sem ansiedades de se provar.

Um longo tempo se passou quando Seiliegh anunciou o fim do exercício e pediu que abrisse as pálpebras.

— De hoje em diante, quero que pratique esse silêncio todos os dias. Aos poucos, perderá as dificuldades e conseguirá até mesmo permanecer nesse estado por mais e mais tempo.

— Sem problemas.

— E agora, você vai aprender os princípios básicos de magia de cura.

Merida se ajeitou, segurando uma risada entre os movimentos. Seiliegh notou, porém, e disparou:

— O que foi?

— Hm... Tem certeza de que deveríamos começar com... cura? Por que não ataque? Defesa? — A princesa perguntou com tom brincalhão. Entretanto, o sorriso da bruxa parecia levemente debochado, como se imaginasse que ela perguntaria isso. — Você mesma me disse que vou precisar lidar com ameaças que espreitam por aí e que preciso me preparar e saber me proteger para lidar com os sìth.

Seiliegh cruzou os braços ainda com a mesma feição.

— Antes de aprender a ferir, deve aprender a se curar de seus ataques. Antes de lidar com magia ofensiva, deve ainda saber como se defender. Antes de lidar com maldições, deve ter ideia de como quebrá-las. Entende o raciocínio? — Ela finalizou com um erguer de sobrancelhas descontraído e íntimo, como se já fossem amigas.

Merida engoliu em seco e bufou baixinho.

— Sim — e sorriu por fim. Cenas do último aniversário rondaram sua memória, relembrando seu desespero em busca de como quebrar o feitiço que transformou a mãe. — É... Entendo mesmo. Então — ela se levantou em um salto enérgico —, vamos logo com isso?

Seiliegh se ergueu e espantou algumas folhas da roupa com as mãos, que ela então uniu uma à outra formando uma postura que lhe lembrava sua mãe durante as aulas da fortaleza. Um pensamento se esgueirou, com uma voz baixinha, sussurrante. O que eu não daria para estar tendo aquelas aulas chatas de novo... Merida balançou a cabeça e tentou focar mais uma vez na bruxa.

— A primeira coisa que deve entender é o que exatamente é um encantamento. Um encantamento é intenção, pensamento, pronunciamento claro do seu desejo ou da sua ordem de uma forma que vai direcionar energias para o seu fim.

— Simplíssimo — Merida ironizou.

— Atenção — Seiliegh alongou as palavras. Não soou ríspida, mas também não estava mais tão descontraída quanto antes. Merida decidiu se conter dali em diante. — Você já aprendeu como direcionar as energias de si para a terra e de volta, e a equilibrá-las. Com o encantamento, o que você vai fazer é exatamente isso, mas agora direcionando a energia para alguém ou algum objeto que deseja encantar. Tenha-o bem delimitado em sua mente, sinta-o vibrando em todo o seu corpo antes de que as palavras saiam de sua boca. E quando saírem, deve sentir tudo ao seu redor mudando, recebendo a energia que envia. Visualize o seu desejo concretizado antes mesmo de proferi-lo.

Merida respirou fundo e assentiu. Em teoria, parecia simples. Mas uma parte de si parecia não captar a ideia por completo, ao mesmo tempo que outra já absorvia o aprendizado. Não estava acostumada a ambivalências. Sempre soube o que pensava, sentia, o que queria.

Ela levou uma das mãos à têmpora e massageou a cabeça enquanto ainda fitava a mentora. O entusiasmo se esvaía por seus poros diante das palavras.

— Certo, certo. É só que... Eu preciso de um exemplo prático. Direto. — Ela tentou colocar para fora sem testar novamente a paciência de Seiliegh. — Para poder entender melhor. Eu aprendo muito mais fazendo, entende?

Seiliegh assentiu.

— Repita a mesma concentração de pensamentos, intenções e energia. — Não precisou dizer mais nada para Merida entender que deveria seguir as instruções, e assim fez.

Com os olhos fechados, foi mais fácil sentir o fluir retornando, da terra para si e de si para o ar. Cada canto de sua pele vibrou, a energia em antecipação pelo o que seria direcionada a fazer, pulsando em ondas ritmadas que ela imaginava como uma luz verde.

— Una as mãos e coloque-as sobre seu rosto. Lance em si mesma uma intenção de calma, paz e proteção. Pense em qualquer aflição que esteja enterrando em seu peito e ordene a sujeira excessiva a sair.

Merida suspirou ao mesmo tempo que moveu os braços e repousou as mãos a poucos centímetros da face. Mesmo à distância, podia sentir o calor que elas emanavam, mais intenso do que normalmente era.

— Devo dizer alguma coisa? — Questionou, ainda de olhos fechados.

— Se quiser.

Tal resposta não lhe deu nenhuma ideia, então decidiu não dizer nada. Merida retornou o foco e visualizou mais uma vez a luz esverdeada saindo das suas palmas, emanando através de sua pele. O calor se intensificou mais, e mais, e mais, até achar que tinha mergulhado as mãos em água fervente.

Por instinto, distanciou-as do rosto e se surpreendeu por ainda sentir uma energia forte a atingindo. Então definitivamente, não era apenas o calor natural do seu corpo que sentia pela proximidade. Cura, pensou consigo mesma, de repente se lembrando da intenção que precisaria direcionar. Cura e proteção.

Com os olhos de sua imaginação, vislumbrou feridas abertas espalhadas pelo seu corpo em pontos aleatórios. Sua mente deslizou pela primeira delas na qual recuperou lembranças do sangue de Verctissa escorrendo por uma pedra nas matas. Era a ferida mais recente de todas e Merida ainda sentia sua garganta enlaçada em um nó com a imagem. Minha penitência terminou, relembrou-se. A verdade é que não se culpava mais como antes, porém, ainda assim a lembrança lhe machucava. Respirou fundo com dificuldade e, ao expirar o fôlego, repetiu consigo mesma: Cura. Tentou visualizar a ferida se fechando, o sangue saído dela se lavando para longe como se a água despejasse a sujeira acumulada. Por fim, sentiu o machucado coberto, agora envolvido pela luz verde. Imaginou uma pequena cicatriz sobre o mesmo local; uma ferida tratada, porém que jamais seria esquecida.

Sua mente deslizou para a próxima ferida, a dor de escutar o ataque sofrido por Verica e Bodicca noites atrás. Aquela era a que mais ardia nas suas lembranças. Queria arrancá-la com uma faca. Merida sentiu as lágrimas se formando sob as pálpebras fechadas. Dessa vez, não as iria segurar. Enquanto elas rolavam pelo seu rosto, como antes, a ferida foi fechando com relutância. Não conseguiu fechá-la, ao menos, não por completo. Não se culpou por isso. “Algumas feridas são curadas apenas pelo tempo” sua mãe dissera anos antes. Já tinha avançado mais do que pensou que conseguiria e isso era um sucesso.

E assim ela prosseguiu, uma por uma, sentindo-se mais limpa e leve a cada lembrança lavada. Ao final, visualizou-se completamente coberta pelo fresco brilho verdejante.

Enfim, abriu os olhos, e encontrou Seiliegh com as sobrancelhas levantadas e um sorriso profundo, perdido. Seu semblante escorria deslumbre e orgulho. A bruxa se aproximou e segurou suas mãos entre as dela.

— Este foi o seu primeiro feitiço, e muito bem sucedido! — Riu. — Você realmente tem... aptidão para isso. O poder sempre esteve aí. Agora, você o despertou para um novo nível. Meus parabéns.

E então, Seiliegh a envolveu em um abraço morno. Merida jamais esperou por isso, mas retribuiu sem ressalvas. De um modo estranho, era como se a conhecesse há muito mais tempo do que aquele, uma parte sua enfim se reencontrando com uma amizade perdida. Com uma irmã.

— Oh! — Seiliegh saltou para trás. — Quase me esqueci: mais tarde, quero que recolha um pouco de água e coloque em um pequeno recipiente. Agora estamos sob uma lua crescente, certo? Pela noite, vai colocar esse recipiente sob o luar e deixá-lo lá por algumas horas, o importante é que o recolha antes de qualquer luz do sol tocar a água. Com isso, a carregará com as energias lunares e poderá usar essa água junto com o que acabou de aprender para fins de crescimento, recomeços, mudanças e purificação.

— Como uma poção?

— Exatamente como uma poção. Pode beber ou então só despejá-la sobre alguém ou alguma coisa. Aprenda bem o que acabei de dizer sobre a lua crescente. Consegue repetir para o que ela é boa?

A princesa assentiu com veemência.

— Crescer, iniciar coisas, mudanças e purificar.

— Isso — Seiliegh sorriu. — Agora vá. Sua aula de hoje terminou.

— Certo, obrigada!

Merida então correu entre as árvores com animação renovada, brilhando como seu próprio sol particular.

 

Quando voltou para o assentamento, o sol ainda brilhava alto no céu azul como se nenhum minuto tivesse se passado. Merida queria logo saber como chegar nesse estágio de poder. Tudo dependeria de treino, mas isso palpitava o seu coração mais do que desanimava, afinal, não se tornou a melhor arqueira das suas terras da noite para o dia. O mesmo esforço que fez antes, tinha certeza de que faria de novo sem dificuldade.

Desta vez, ninguém estava lutando no pátio. Suas companheiras sentavam-se juntas nos bancos perto do salão e, mais à frente, os rapazes conversavam entre si. Merida não conseguiu entender se discutiam ou se brincavam. Nas casas do lado oposto, Astrid e Snytulf – o nome dele na sua língua ainda era estranho demais para decorar, só lembrava que tinha algo a ver com meleca ou sujeira – debatiam alguma coisa, longe demais para que ela tentasse entender uma palavra ou outra do diálogo. Seus olhares iam e voltavam como raios na direção das meninas escocesas, inclusive dela própria.

A princesa parou, ajeitou a postura e encarou-os de volta. O rapaz moreno voltou-se para Astrid, mas não alterou sua expressão. Murmurou uma resposta e fez que sim com a cabeça antes de entrar em sua casa.

Sem pensar duas vezes, Merida rasgou pela praça com passos duros. Astrid já ergueu as sobrancelhas loiras, se virou para os rapazes e gritou por Sean. Ele não demorou nem um minuto para chegar ao ver a princesa.

— O que houve? — Ele perguntou sem fôlego.

— Quero saber o que ela estava cochichando com o outro vigiando a mim e as outras meninas. — Merida cuspiu. Sean traduziu tudo e Astrid ergueu as duas mãos em defensiva. A nórdica falou e Sean repetiu suas palavras.

— Astrid quer fazer roupas novas para vocês e Snytulf, Melequento, é o que melhor costura aqui... Mas ela pede para não comentar disso com mais pessoas. Não é uma atividade muito comum entre os homens nórdicos assim como não é entre os escoceses, e não querem comentários. Mas é só isso. As suas já estão sujas e, na verdade, são dela, e nem servem direito em algumas de vocês. Astrid só acha que... vocês merecem ter algo seu. Ela perguntou a ele se conseguia imaginar as medidas ou se precisaria tirar, mas claro, Astrid conversaria com você para vocês duas tirarem, já que presume que não ficariam tão confortáveis com ele tirando. De todo modo, ele disse que não precisa.

— Oh! — Merida exclamou. Um balde d’água foi lançado sobre o seu fogo interior, imediatamente esvaído em fumaça. Ergueu uma das sobrancelhas, ainda confusa. — É isso mesmo?

Astrid assentiu. Sean tinha a mesma expressão surpresa que a princesa diante da descoberta.

Em parte, o peso da suspeita caiu por terra, mesmo que a situação a confundisse – o que, pensando melhor, não fazia muito sentido. Precisou lembrar a si mesma que, até então, eles não lhe deram motivos para desconfiança. Mas era complicado desmanchar os dezesseis anos ouvindo todos ao seu redor comentando como os nórdicos eram malvados, traiçoeiros e cruéis.

Por outro lado, não conseguia deixar de rir por dentro em choque com o talento inusitado de Melequento. De todos que conheceu, ele era quem menos lhe deu a impressão de ser uma pessoa aberta a aprendizados diversos. Pelo contrário, ele era quem mais carregava a imagem tradicional do homem viking.

A cada dia esse grupo se tornava mais e mais instigante.

— Então você luta melhor que ele e Melequento costura melhor do que você? — Merida perguntou, mais refletindo consigo mesma do que esperando uma resposta.

Astrid riu e deu de ombros ao terminar de escutar a tradução.

— Sim — respondeu, na língua da princesa. Merida gostou daquilo.

— Astrid diz que ela mesma faria se não fosse pelo fato de ele ser melhor — Sean continuou. — Ela não quer que sejam só roupas “que sirvam”, e sim que sejam bons.

— Entendi — ela respondeu com mais calma. — Hm... Então... É... Vou conversar com as meninas sobre isso. Me avise quando tudo ficar pronto.

Sean repassou a mensagem e Astrid concordou com simpatia. Ela estendeu a mão direita para a princesa, mais uma vez a deixando em sobressalto. Merida suspirou, um riso baixinho só com um sopro de ar, e retribuiu o gesto.

— Obrigada — disse, encarando-a com suavidade. Astrid sorriu novamente, sem necessidade de tradução.

Os sorrisos morreram logo em seguida, no mesmo segundo que a poeira entrou em seus olhos e bocas. Uma dragonesa batia as asas no alto, agitada como sua cavaleira. Röffa pousou no meio de todos e correu para a direção de Astrid que esbravejava enérgica enquanto esfregava o rosto. Merida não precisou ser fluente em nórdico para saber que ela xingava Röffa pela bagunça.

Se falasse a língua e não estivesse tossindo ao ponto de botar os pulmões para fora, estaria ela própria xingando a moça. Poucas coisas eram mais odiosas do que respirar terra.

Röffa não parecia dar a mínima para tudo isso. Um sorriso ardiloso e convencido cortava seu rosto de orelha a orelha, e ela limpou as unhas enquanto esperava Astrid terminar a bronca. Quando isso por fim aconteceu, a jovem relatou palavras desconhecidas para a outra que fizeram sua expressão raivosa transformar-se em surpresa, reflexão e então o mesmo ar brincalhão.

Astrid voltou para Merida em pulos rápidos e encarou Sean com uma desconfiança inusitada antes de falar.

— Röffa encontrou um rio e uma cachoeira aqui perto — ele contou. — Ela quer saber o que acha de irem lá para um banho fresco? Ainda mais depois dessa nuvem de terra e de todos esses dias.

Merida sussurrou outro “oh” para si mesma com a ideia. Sua agitação por sair da rotina fervilhou em seu estômago e nada seria mais perfeito do que um banho para limpar toda a sujeira daquela semana. Além do mais, os nós no seu cabelo e o suor já tinham começado a incomodá-la. O redemoinho de terra só serviu para estragar sua higiene ainda mais.

Astrid tinha finalizado a proposta com seu calor acolhedor, mas logo em seguida franziu o cenho e enrijeceu os lábios como pedra. Um dedo rijo foi ao caminho da face de Sean, que levantou as mãos em defensiva e respondeu alguma coisa. A moça bufou como uma mãe prestes a colocar o filho de castigo.

— Ela disse que se eu sequer pensar em falar isso para os outros ou em ir atrás de vocês, ela mesma vai me dar de comer para os dragões — Sean deu uma risada nervosa.

— Acho justo — Merida tentou parecer séria para dizer isso. Ela direcionou sua atenção a Astrid para continuar.— Eu aceito! Vou chamar as outras.


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Notas finais do capítulo

Merida bruxona está chegandoooooooo

E sim, gente, o Melequento sabe costurar e isso não foi algo que eu inventei!! Essa habilidade inusitada foi revelada no 3º episódio da 2ª temporada de "Dragões: Corrida até o Limite". E já deixo avisado que nosso garoto tem várias outras habilidades inusitadas kkkk



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