Supremo Amor escrita por SENHORA RIVERO


Capítulo 8
V & H 8




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E mais lágrimas caíram do rosto delas e desta vez, Heriberto sentia uma dor profunda, aquela dor de Victória o tinha afetado. Num gesto de amor e cuidado, ele a puxou para mais perto, e os três ficaram aquele segundo abraçados.

O amor que Victória sentia era tão poderoso que a batalha que tinha por enfrentar no caminho ao coração da filha seria pequeno diante daquelas declarações. Estava tudo parecendo sombrio, mas Maria estava ali e ele ia ajudar seu amor a encontrar o caminho na direção do melhor futuro para eles.

— Eu estou com você, Victória, vamos conseguir._ ele disse e a beijou nos lábios com doçura. O amor é proteção e cuidado, tudo mais é conversa fiada.

Heriberto começou os exames em Maria. A menina era linda, delicada, cheia de interesse no que ele fazia. Mesmo sem perguntar estava prestando atenção. Heriberto explicava tudo a ela com calma fazendo com que se sentisse segura.

Victória estava assustada, com dor, com raiva. Todos os sentimentos estavam remoendo o seu coração. A filha tinha declarado que Bernarda era sua avó. Queria dizer que todos aqueles anos que ela tinha sofrido era culpa de sua ex-sogra. Não podia chamar Bernarda de sogra porque nunca tinha sido casada com João.

Sua filha! Alguém tinha decidido devolver sua filha e Victória queria muito entender o que tinha acontecido depois de tantos anos para uma pessoa decidir entregar sua filha sem motivo algum. Respirou profundamente enquanto observava o doutor Heriberto fazer o seu trabalho de modo calmo e muito atencioso com a pequena.

Mesmo com toda a dor que assolava seu coração por apenas alguns segundos, Victória observou o modo gentil como aquele homem conduzia as coisas como médico. Era delicada em cada etapa do processo e parecia que estava cuidando de uma boneca de porcelana.

Maria se sentiu segura e reagia a ele com tranquilidade enquanto era examinada. Heriberto compreendia o nervosismos de Victória e piscou para ela com amor. Era bom saber que estava buscando por ele num momento de tensão.

— Agora você vai descansar! Precisa dormir um pouquinho. Vamos esperar e resolver tudo, pequena._ Heriberto sorriu para ela.

— Eu gosto de você. Mas eu queria o Gugui, ele está com saudades de mim.

Maria olhou de relance para Victória como se perguntasse a ela onde tinha colocado o pequeno bichinho de pelúcia que estava com ela quando foi resgatada. Victória se aproximou um pouco mais e entregou o pequeno bichinho a ela.

Era uma girafinha pequena e que tinha o mesmo cheiro do cabelinho dela. A cena era tão tranquila que parecia ter sido programada para acontecer daquele jeito. Sob o olhar atento de Heriberto, Victória estendeu o pequeno bichinho à filha.

— Você guardou ele?_ a voz doce demonstrou carinho e ela agarrou o bichinho beijando._ Obrigada! Ele sempre fica com medo quando está sozinho.

A mão de Victória tinha resvalado na pequena mãozinha de sua filha no segundo que tinha entregado o bichinho de pelúcia. Claro que era possível perceber afetação daquele gesto tão simples. Victória respirou profundamente enquanto ouvia a menina falar com ela.

Era linda demais. O coração ficava  chamas ao pensar em todo amor que sentia por ela. O maior amor que alguém podia sentir.

— Ele gosta de ficar abraçado comigo._ beijou de novo a girafa.

— Ele é muito lindo._ Victória se sentou na cama e segurou as lágrimas, queria agarrar a menina e apertar forte em seu peito.

Aquela felicidade toda que estava sentindo por ter encontrado a filha não podia ser demonstrada porque a menina estava assustada e tudo aquilo era muito novo para ela. Victória teria que esperar o momento certo para poder apertar sua filha bem forte no seu peito como se o mundo fosse acabar.

Maria era a razão pela qual todas as coisas em sua vida estavam caminhando com lentidão. Era o motivo pelo qual todas as coisas que ela sempre tinha sonhado estavam se realizando sem o grande brilho. Sua vida estava caminhando a passos curtos embora ela fosse uma mulher de completo sucesso.

Uma vida procurando sua pequena menina que tinha sido tirada dela quando ela nem podia reagir. No coração de Victória não havia vida sem aquela criança. Ela estava certa sobre não conseguir prosseguir sua vida de modo normal sem ter sua filha ao seu lado.

Era amor. Era verdade e amor no grau mais alto. Um amor que podia ser visto com tantas coisas ao redor, ornado de beleza e cuidado. Victória nunca tinha sido completa desde que perdeu sua menina.

— Você é minha mãe?_ disse com calma olhando Victória nos olhos._ Você disse que é minha mãe.

— Eu sou sim. Sou sua mãe! E passei muito tempo procurando você, filha._ a lágrima caiu dos olhos dela.

Maria ficou alguns segundo e sem dizer nada. Era tudo lindo. Tudo perfeito. A casa da vó dela e as coisas que tinha lá eram muito boas. Bernarda era carinhosa e cuidava dela. Ficou olhando para a mulher que estava em sua frente e respirou fundo como se tentasse trabalhar tudo aquilo em sua pequena cabeça.

— Eu quero ir para minha casa! Quero ficar com minha vó._ disse suspirando._ Ela deve estar com saudades de mim. Quero ver minha vovó Narda...

Victória sentiu aquela sensação de ser esfaqueada. A menina era pequena demais para entender tudo que estava acontecendo ali e até que fosse provado que oficialmente ela era sua filha, Maria estaria sob a guarda de Bernarda.

— Você sabe em que lugar sua vovó está?_ Heriberto interferiu. _ Pode se lembrar o que tinha perto da sua casa?_ disse de modo inteligente.

Maria assentiu e explicou as coisas todas que via no caminho de casa para a Escola. Cada palavra da menina entrava no coração de Victória como um espeto em qualquer felicidade que ela pudesse sentir. Por fim, os dois viram Maria adormecer sob o efeito do sedativo.

Victória ainda ficou muitos minutos observando sua menina que dormia e passou a mão lentamente nos cabelos dela. Aquela imagem era mais bonita que ela tinha visto depois do nascimento dela. Era seu amor...o Supremo amor.

Heriberto a tocou no braço para que despertasse dos sonhos e ela sorriu saindo da sala com ele em relutância. Dois seguranças de Victória estavam na porta. Era uma medida de proteção, não perderia sua menina de novo.

Os dois chegaram no corredor e ela o abraçou com calma. Era tão bom ter aquele homem ali, um amigo, alguém que a permitia ser frágil.

— Eu estou com tanto medo! Com tanto  medo de que minha filha..._ soluçou triste.

— Vamos pensar em uma coisa de cada vez. Você a encontrou agora é cuidar de tudo com calma. Hum?_ ele alisou o rosto dela e sentiu o delicioso cheiro de Victória. Só naquele momento, ela se deu conta de como as coisas estavam se dando ali.

— Me desculpe, Heriberto, eu tirei você do repouso. Você está doente deveria estar em casa. Mas eu fiquei muito nervosa e precisava que você estivesse aqui._ a voz dela embargou e Heriberto a puxou para ele.

Um beijo intenso foi trocado e ela se deixou ir nos braços de Heriberto. As mãos dele deslizavam por suas costas e faziam ela sentir- se segura. Victória apenas suspirou linda e o beijou mais até perder o ar. Encarou os olhos verdes dele e tocou seu rosto.

— Obrigada por estar comigo. É muito importante para mim ter o seu apoio. Tudo isso parece uma loucura. Nem sei o que dizer.

Outro beijo foi trocado. Um beijo doce e cheio de cuidado. Victória suspirou sentindo o corpo quente. Muitos anos sem o toque de um homem. Muitos anos sem carícias e beijos. Heriberto sentia o coração aos saltos.

— Eu quero ajudar. Estou feliz de estar aqui com vocês. Eu quero que me ligue todas as vezes que você precisar.  Somos um pelo outro...

Heriberto a beijou de novo apertando Victória contra o corpo dele. Era lindo demais sentir a proteção dele. Victória sorriu com amor e beijou mais e mais.

— Onde está nossa filha, Victória?

O som alto da voz de João ecoou pelo espaço do corredor como a maior cobrança que poderia acontecer naquele segundo. Heriberto se assustou e Victória se virou para ele olhando dentro nos seus olhos para ver o homem furioso à espera da resposta.

Com toda aquela confusão, Victória nem tinha se dado conta de que não avisou João sobre nada do que tinha acontecido ali. E saber que a mãe dele era a pessoa que a pequena menina chamada de vó e tornou tudo ainda pior.

— O que você está fazendo beijando minha mulher?_ João gritou vermelho de ódio...

Victória bufou e Heriberto fechou a cara no mesmo momento.


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