Supremo Amor escrita por SENHORA RIVERO


Capítulo 26
V & H 25




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/785733/chapter/26

 

Ela sentiu o corpo tremer com a declaração dele. Não podia imaginar que ele diria algo assim em tão pouco tempo. Ficou com a respiração pesada enquanto sentia os beijos dele em seu pescoço.

— Me ame!— Disse com calma, sentindo calafrios.

— Com prazer...

E foi tudo que os dois disseram antes de sufocar a boca uma na outra.

No dia seguinte...

Victória acordou ao lado de seu amor. Tomaram café juntos, a noite foi perfeita. Foi a mulher mais amada do mundo nos braços dele. Depois do momento família, Max tinha ido estudar, Heriberto foi atender uma emergência e Victória saiu com sua filha.

Maria olhava tudo do lado de fora do carro. Era uma menina inteligente! Era uma menina linda e cheia de sonhos. Victória nem sabia o que sentir quando pensava na filha... Anos de espera! Anos desejando estar com sua pequena.

A atenção da criança ao caminho que Victória percorria de carro não a impedia de brincar com suas bonecas. Num dado momento da viagem, Victória ouviu Maria conversar com as bonecas e riu.

— Ela fala, Victória. Ela disse que não gosta de viajar de carro e que fica com a barriguinha dela dodói.— A fala delicada da menina fez Vick ficar alerta.— Ela nem ia falar, mas doeu e ela falou.

É comum que crianças utilizem os brinquedos para manifestar as suas próprias necessidades. Se a criança quer fazer alguma coisa e não está se sentindo à vontade para dizer, ela costuma se referir ao brinquedo como se ele tivesse vida própria e atribui a ele o desejo de si mesma.

Victória era experiente em muitas coisas que se tratava do cotidiano de crianças. Não ter sua filha todos aqueles anos não tinha afastado Victória de outras crianças.

Gostava de saber coisas que poderia usar quando a filha retornasse. A cada ano vencido, Victória sentia que tinha perdido aquela fase da filha para sempre.

— Ela quer parar um pouquinho, filha? Ela sente enjoo? Ou ela quer ir no banheiro?

Disse carinhosa esperando a filha olhar no retrovisor. Maria se ajeitou na poltrona do carro e olhando para boneca foi respondendo aquilo que a mãe estava perguntando.

— Ela está cansada de viajar. Ela disse que não quer sairdo carro e que quer ficar lá na sua casa. Ela não quer ir embora. Quer ficar. Quer ficar lá.

Victória suspirou feliz. Sua amiga era

— Ah, que bom, fala para ela que vai voltar pra casa em breve. Não vamos demorar nem um pouco. Vamos conversar alguns minutos com uma pessoa e depois posso levar vocês para casa. Pergunte a ela se tudo bem. Ela aceita isso? Podemos comer um chocolate bem grandão depois.

— Daqueles de marshmellow? Aqueles bem quentinhos? — Passou a língua nos lábios.

— Como a bonequinha quiser!— Brincou com a filha e as duas riram.

Victória manteve o curso até o local que seu GPS indicava. Aquele endereço tinha sido conseguido por Antonieta e por mais que Victória nem quisesse saber onde era aquele local, estava apenas fazendo o que a filha tinha pedido.

Uma hora e meia depois parou na porta dela. Maria na mesma hora mudou sua expressão e abriu um lindo sorriso. Victória chegou sentir o coração ficar abalado a menina realmente conhecia aquele local. Era ali que ela tinha sido criada longe dela.

Suspirou segurando o volante. Apenas a uma hora e meia da sua casa a filha tinha vivido todos aqueles anos longe do radar da polícia e das buscas de seus detetives particulares.

Maria com toda certeza não tinha morado ali a vida toda ou alguma das pessoas que ela contratou teria encontrado a menina muito tempo antes. Precisava ser forte. O celular estava com a localização ligada. Antonieta e Pepino estavam avisados. Seriam o apoio caso ela precisasse.

Oscar tinha seguido Victória. A pedido de Antonietta o contador da empresa e amigo de Victória tinha ido até ali para garantir a segurança dela. Desceu do carro com o estômago doendo. Aquele local causava arrepios.

Abriu a porta de trás e tirou sua filha. A menina estava sorrindo. Estava feliz o que doía ainda mais.

— Você me trouxe! Você me trouxe para ver a vó Bernarda!

Aquela expressão tão doce falando o nome da maldita mulher com amor era pior do que qualquer castigo que Victória pudesse ter. Bernarda não sabia ser uma boa pessoa com ninguém e ela não conseguia entender como a menina falava da vó com alguém especial.

Será que Bernarda tinha sido uma boa avó? Será que para algum ser humano no mundo ela tinha se comportado de modo positivo e feito alguma coisa boa? A menina teria despertado algum tipo de bondade no coração daquela mulher horrível?

— Eu te prometi. Eu disse para você que iria trazer você até ela. Mamãe nunca vai dizer a você que vai fazer uma coisa e mudar de ideia. Só não farei se você estiver em perigo ou for algo muito ruim para você. Se eu prometer sempre vou cumprir!

— Obrigada!— Beijou a mãe e Victória a levou no colo.

Assim que tocou a campainha ela podia esperar por qualquer coisa. A porta se abriu e uma senhora olhou na direção dela reconhecendo na mesma hora tanto a criança que estava em seu colo quanto ela mesma.

— Victória? — a voz dela tremeu.

Tantos anos se deitavam sobre os dias em que ela tinha conhecido aquela linda menina Victória. Era uma lembrança tão boa dos sorrisos que a jovem tinha trazido para aquela casa. Não tinha durado muito tempo a felicidade porque Bernardo tinha conseguido destruir tudo como sempre fazia.

Antes que Victória pudesse dizer o nome da mulher a pequena Maria saltou do colo dela na direção da mulher dizendo alto:

— Vó Bernarda!— e agarrou a mulher saltando de um colo a outro.

A mulher apertou a criança bem forte contra seu peito demonstrando a saudade que também sentia da pequena. O horror de Victória não foi maior porque não havia como ser. Aquela era a vó Bernarda? Era isso que tinham contado a menina? Uma mentira?

— Eu morri de muita saudades de você, vó Bernarda... Eu fiquei muito triste de ficar sem você. Todo dia eu pensava que queria voltar aqui para nossa casinha.— Beijou a mulher e foi beijada muitas vezes. Era amor de verdade o que sentiam.

— Princesa da vovó, eu também morri de saudades de você!

— Eva... — Vick balbuciou o nome real da mulher enquanto observava o amor da menima por ela.

— Menina Victória ... você precisa ir embora daqui com essa pequena o mais rápido que der. Ela pode chegar a qualquer momento. Se ela encontrar você aqui as coisas vão ficar muito ruins para mim e para vocês.

Victória apenas olhou em volta, não tinha medo de nada e poderia acabar com a raça de Bernarda. Existiam muitos modos de fazer valer a sua autoridade diante daquela mulher horrível. Ela não era mais uma menina!

O tempo de começar os acertos tinha chegado e ela faria. Bernarda era tão víbora que tinha armado tudo aquilo, roubado sua menina e mentido sobre quem ela era. Maria amava Eva acreditando que ela era a vó Bernarda.

— Você tem alguém aqui além de você? Alguém que dependa de você? 

— Não, Dona Vick. Não tenho. Eu só tinha ela.

Maria estava agarrada a Eva alisando seus cabelos amorosamente. Victória pegou a menina no colo e sorriu em vingança.

— Vá pegar suas coisas, você vai conosco para casa. Nunca mais você precisa trabalhar para essa bruxa!

Eva começou a chorar e não perdeu tempo. Saiu correndo e juntou tudo que podia em uma pequena mala junto com seus documentos. Aquilo tudo parecia uma cena de filme e ela sentiu como se fosse resgatada de um mundo sombrio por um anjo.

Teria um trabalho em outro lugar. Poderia começar uma vida longe daquela loucura e de toda maldade que Bernarda conseguia espalhar onde quer que ela fosse. Chorava fazendo sua malinha.

Saiu o mais rápido que pode. Tinha muito medo de estar ali saindo e ser pega. Quando chegou na sala apenas acompanhou Victória. As duas entraram no carro e se ajeitaram.

Maria era só felicidade na companhia dela. Os olhos da pequena tinham se acendido de alegria. Era como estar em casa.

Victória olhou na direção da casa e viu um pequeno cachorro. Voltou lá e pegou o animal que prontamente a acompanhou. Entrou no carro e colocou o cachorro lá. Segurou o volante e cantou pneu indo para casa.

— Vovó Bernarda vai morar na casa nova? — Os olhos brilhando com aquela pergunta.

— Vai sim, filha! A vovó agora será nossa hóspide! Ela vai ficar com você o tempo que desejar.  E vocês duas vão poder brincar muito.

Falou tendo a certeza de que Eva ia ficar o maior tempo possível perto da menina. Dava para ver porque Maria tinha sido cuidada. Assim como ela tinha sido um anjo para ela no passado também tenha cuidado de sua filha com todo amor passando sabe Deus que tipo de privações e ameaças.

Nada que fizesse poderia agradecer por ela ter cuidado da sua menina todos aqueles anos de um jeito tão especial que a menina mostrava o quanto amava a senhora.

— Eu estou muito feliz! Felizzzzz! A casa é muito grandona vó. Tem piscina e tem brinquedo e um monte de coisa. Tem o Heriberto, ele é muito bonito e gosta de mim. Tem Max e Larissa e todo mundo que mora lá...

Victória sorriu. A casa era um espaço amplo para ela.

— Eles ainda não moram lá, meu amor.  Eles moram na casa deles.

— Mas eles vão, Max falou que quer morar lá é só você convidar ele de verdade. Ele gosta de ficar. Ele fica triste quando vai embora e eu também... queria ele na nossa casa.

— Vamos resolver isso... meu amor. Eu prometo!

— Eu sei que vai, você prometeu...

E pela primeira vez a menina abriu o sorriso mais lindo do mundo para Victória... a vida começava a brilhar.

— Você prometeu...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Supremo Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.