Supremo Amor escrita por SENHORA RIVERO


Capítulo 25
V & H 24




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Heriberto suspirou deixando que a raiva voltasse de novo para seu rosto. Ele sabia que ela era perfeita, mas tudo aquilo o tinha afetado. Ele estava pensando tantas coisas, estava com raiva daquele maldito e com muita raiva por estar exposto daquele modo. 

— Vamos resolver isso de uma vez! Eu quero saber exatamente o que esse homem fez e por que você não me disse nada!— os olhos dele estavam presos nos dela e tudo que ele queria era entender. 

Heriberto passou a viagem inteira silencioso. Era tão complicado pensar que tinha brigado como se fosse um colegial disputando por uma namoradinha da escola. Ele não era assim. Ele não gostava de se comportar assim.

Aquela sensação de que tinha feito uma coisa errada por um motivo certo estava atormentando a paz dele. Algumas coisas precisam ser feitas mesmo que a gente tenha certeza que vai se arrepender depois. Ele estava vivendo esse momento.

Pensar que poderia perder a única mulher que realmente o interessava deixava o doutor Heriberto com a certeza de que aquela noite já estava fracassada independente do que ela pudesse conversar com ele.

Victória estava se sentindo completamente aborrecida em um momento que tinha desejado ser único para os dois. João parecia carregar a maldição de destruir qualquer momento feliz na vida dela e era assim desde todo sempre.

— Você pode ir mais devagar, por favor.

A frase dela mostrava que ele não estava prestando atenção a nada que ela fazia e nem mesmo estava se importando em prestar atenção no trânsito louco lá fora.

Heriberto percebeu que estava dirigindo rápido e desacelerou o carro para que ela pudesse ficar mais tranquila. Chegaram a casa dela e desceram do carro com a expressão apreensiva.

Heriberto se sentou no sofá assim que a porta se abriu, abriu o seu paletó e ficou olhando para ela. Victória serviu uma bebida para ela e outra para ele e se sentou em sua frente.

Não precisava esperar que ele perguntar se o que tinha acontecido. Victoria não tinha escondido a verdade, ela apenas não quis cpmentar sobre aquilo.

— João esteve na casa de modas para ver Maria e depois de dizer um monte de besteiras, ele me beijou à força...

Heriberto ficou vermelho. Tomou toda a bebida que estava no copo e ficou de pé andando de um lado a outro passando a mão nos cabelos todo nervoso. Victória ficou com aquela expressão sem saber o que dizer porque ele estava completamente furioso.

— Como aquele infeliz pode fazer uma coisa dessas? Que espécie de canálha beija uma mulher à força? Será que esse estúpido não consegue entender que você não quer saber dele? Esse idiota não consegue perceber que você é a minha mulher?

Quando Victória viu o rosto dele vermelho de raiva e a expressão de quem estava furioso por ela ter passado por aquela situação de modo obrigatório tudo o que ela já amava em Heriberto ficou ainda maior.

Ele não estava furioso com a situação apenas e nem era uma auto-afirmação machista sobre o beijo. Era proteção! Ele estava com ódio por ela ser vítima. Por ela ser uma mulher que tinha sido colocada na posição de se sentir obrigada a justificar uma violência que tinha sido cometida contra.

Apertões são violência! Gritos são violência! Empurrões são violência! Gritarias e palavras injustas são violência! Um beijo forçado é violência!

Aquele homem estava ali desestruturado para defender a honra dela e o seu direito de se negar a quem quer que fosse. Se isso não era um jeito de Heriberto provar o seu amor, nada mais seria.

— Ele está com a remota ideia de que poderíamos restabelecer uma relação e ser uma família os três juntos. Foi até a empresa para me dizer que não vai desistir de ficar perto da filha e de tentar reaver uma relação comigo. Ele está louco! Não está pensando direito.

— Ele é maluco? Reaver o que? Não existiu uma relação! Existiu apenas você apaixonada por ele e fazendo das tripas coração para poder cuidar da sua filha e encontrar a menina que ele não quis assumir. Esse homem precisa parar de alucinar com um relacionamento que nunca existiu entre ele e você e agora não vai assistir mesmo!

Victória sentiu o corpo pegar fogo com o jeito de Heriberto. O homem definitivamente estava provando que sabia o seu lugar e não havia questionado a fidelidade dela em momento nenhum. Os ataques estavam todos direcionados a João como alguém que não percebia que tinha perdido aquele jogo.

— João é um tolo. Ele teve tempo para fazer todas as coisas e preferiu fazer quando não tem mais chance. Ele já não tinha chance antes de você aparecer e agora essa possibilidade nunca vai acontecer. Não existe nenhuma indecisão e se ele realmente tivesse algum interesse pela filha teria me procurado há muito tempo atrás. Eu não quero saber desse homem perto de mim e muito menos perto da minha filha! Trouxa!

Heriberto se aproximou de Victória e segurou seus braços. Os dois sentaram-se no sofá olhando um para o outro com aquela cumplicidade de quem respeita o espaço da outra pessoa.  Ela era a mulher mais perfeita que ele já tinha conhecido e em cada etapa vivida com ela ia se surpreendendo mais com caráter de Victória.

— Você está bem? — a pergunta dele era bastante carinhosa se preocupando com o modo como aquela perfeita mulher estava se sentindo.— Ele e eu nos comportamos mal. Você é uma dama e não merece passar vergonha na frente de ninguém. Peço desculpas por ter me comportado como um adolescente, mas não podia deixar que ele te desrespeitasse na frente de todas aquelas pessoas.

— Você me defendeu! Você cuidou de mim. Eu não gosto que se comporte de modo violento porque isso não parece com você. Só que eu te teria feito a mesma coisa se fosse alguém acusando você de beijar por aí alguma mulher bem bonita. — Ela fez cara de ciúmes.

Os dois se abraçaram carinhosamente. E ficaram um tempo assim.

— Eu sinto muito. Não queria que nossa noite terminasse assim. Eu preferia que fosse de outro modo.

Victória sorriu e tocou o rosto dele sentando em seu colo. Deslizou a mão para o peito dele alisando e os olhos ficaram fixos. Era tudo perfeito. Quando os dois estavam juntos era sempre a sensação de que o tempo estava completamente parado.

Heriberto sorriu sentindo o perfume dela com a sensação deliciosa de ter o corpo de Victória sentado sobre o dele.

— Nossa noite não terminou! Não mesmo! Podemos fazer um fim diferente.

— Mesmo? Mesmo depois de eu ter me comportado como um homem de neandertal? Mesmo depois de ter trocado socos com um padre?

— Mesmo depois de você ser um menino mal. Mesmo assim posso ter uma noite melhor agora que estamos aqui.

— Eu te amo! — ele disse enquanto beijava o pescoço de Victória.

Ela sentiu o corpo tremer com a declaração dele. Não podia imaginar que ele diria algo assim em tão pouco tempo. Ficou com a respiração pesada enquanto sentia os beijos dele em seu pescoço.

— Me ame!— Disse com calma, sentindo calafrios.

— Com prazer...

E foi tudo que os dois disseram antes de sufocar a boca uma na outra.

 


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