Eu particularmente preferia o colo da humana mais velha. Minha humana era um pouco inquieta. Mas sempre que ela acendia um cigarro ou se movia pela cozinha, eu estava em seus pés.

Foi numa dessas longas conversas que minha humana começou a soluçar, enquanto a humana mais velha lhe puxou para um abraço.

"Mãe... Eu ainda amo ele. O que eu faço com isso? Não quero amá-lo!" ela falou em grossos soluços.

Rodeei ambas abraçadas e subi na mesa olhando-as de perto.

"Oh, fia... Não fica assim. Eu superei o seu pai, não superei?" A humana mais velha dava tapinhas nas costas da minha humana. Eu também queria carinho.

"Mas mãe... Foram 5 anos!"

"Com seu pai foram 23."

"Mãe..."

"Vai passar, eu prometo que vai. Você tem que ser forte, filha. Já era pra ter bloqueado ele. Não era nem pra ter ido lá naquele dia."

"Como eu faço pra esquecer?"

Como eu faço pra ganhar carinho também?

"Oh, Zara, quer carinho também?" a humana mais velha me acarinhou, enquanto minha humana sorriu ainda chorosa quando comecei a miar alto.

"Invejosa..." Minha humana me acarinhou também me pegando no colo e levando para a janela.