Procura-se uma esposa escrita por mjrooxy
Darcy, naquela manhã, acordou indisposto e com a cabeça explodindo, parecia que os chineses sambavam em seu cérebro. Ele dormia e acordava pensando no contrato, o que lhe rendia poucas horas de sono e uma enxaqueca infernal, que não lhe abandonava nem com reza brava.
Tudo por quase ouvir o tique-taque do relógio, lembrando-lhe que o tempo estava se esgotando, a ampulheta imaginária dos investidores derramava areia sem parar e logo Darcy precisaria agir. Se quisesse garantir o fechamento do acordo.
Além disso, ele estava com um grande problema, a tradutora entrara de licença a maternidade e Darcy, apesar de falar muito bem inglês, francês e espanhol. Ainda patinava um pouco no mandarim. Devido a isso, seria necessária uma nova interprete para as reuniões com os benditos chineses.
Tudo isso e mais dezenas de obrigações, reuniões, projetos e outros assuntos que demandavam sua atenção. Como empresário, Darcy sabia que precisava ser agressivo, do contrário a empresa não sobreviveria à concorrência.
Tendo esses pensamentos em mente, ele levantou-se e seguiu para o chuveiro; afinal, água morna sempre lhe acalmava e o ajudava a pensar com mais clareza. Era quase como um sedativo natural para o corpo e a mente. Portanto, Darcy não tardou a usufruir de seu poder tranquilizador. E, enquanto a água escorria por seu corpo, quase levando todos os seus problemas e anseios pelo ralo, Darcy ponderou que sua vida estava tomando um rumo inesperado.
Será que era realmente necessário conseguir esses investidores? Se a Darcy's Company caminhava muito bem. Para que tanta dor de cabeça? Ter de lidar com estrangeiros dando pitaco em seus negócios, só por investimento? Seria de fato o caminho certo a seguir?
Darcy respirou fundo, deixando todos esses questionamentos de lado e desligou o chuveiro. Na sequência caminhou pelo enorme banheiro, enquanto as gotículas de água escorriam por seu corpo e tentou relaxar. O dia estava quente e, mesmo sem enxugar-se, graças ao clima tropical, logo estaria seco.
Algum tempo depois, quando já estava devidamente composto e pronto para mais um dia de trabalho. O telefone tocou, era Charles Bingley.
— Bom dia, meu amigo. — Bingley era sempre tão animado pela manhã.
Isso irritava Darcy até o último, jamais entenderia sua disposição para segundas-feiras.
— Bom dia, Charles. — respondeu um pouco seco. — O que aconteceu para me ligar tão cedo?
Darcy estimava muito o amigo; no entanto, com tantas coisas a resolver. Sabia que o estava negligenciando.
— Adivinha? — Charles jogou, sabendo que Darcy não morderia a isca.
— Não estou com tempo agora, pode ir direto ao ponto?
— Você sempre tão ranzinza. — o alfinetou. — Eu conheci uma mulher.
— Não me diga. Outra? — desdenhou Darcy.
— Ela é o anjo mais belo que já pisou nessa terra. — ele suspirou de um jeito sonhador.
— Você diz isso ao menos duas vezes por mês, Charles. Devo levar em consideração?
— Você tem pouca fé nas pessoas, se estou dizendo que ela é diferente. — Bingley afirmou taxativo.
— Você não disse isso.
— Estou dizendo agora.
Darcy respirou fundo.
— Charles, preciso ir. Tenho uma reunião antes das 10:00h. — respondeu, reflexivo.
— Certo, certo. Não era sobre isso que eu queria falar. Também; contudo, tenho algo mais importante. — Charles apressou-se, sabia que o amigo era pontual e sistemático. — Jane tem uma irmã que é fluente em mandarim. Sei que está precisando de uma nova interprete, estou certo?
Darcy sorriu internamente, agradecendo a sorte que tivera. Se ela fosse suficientemente boa, um terço de seus problemas estariam resolvidos.
— Pode me enviar o contato? Vou passar para Ester agendar uma entrevista, se for do interesse, é claro.
— Jane disse que sim. — explicou um animado Charles. — Elizabeth está de férias e pode pegar um trabalho extra nesse período. Já te ajudaria, não?
— Muito. — Darcy suspirou, sentindo o alívio temporário ou menos um quilo de problemas em suas costas.
— Te envio o contato, vê se a contrata, viu. — Bingley exigiu. — Eu a conheci pessoalmente já, Elizabeth é extremamente competente e muito bonita.
— Veremos. — Darcy objetou.
— Você é impossível. Até mais. — Charles despediu-se e desligou.
"Talvez as coisas estejam começando a melhorar.", ponderou Darcy, antes de seguir para o trabalho.
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