A História Prometida escrita por Ly Anne Black, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 10
A Morte de Westley




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O conde Riddle tomava notadas cuidadosas dos efeitos que a Máquina provocava no garoto. De fato, estava tão absorto em suas anotações que não percebeu a presença do príncipe até ele estar parado ao seu lado.

— Eu desconfio que a princesa o ama verdadeiramente. Já se passaram dois dias e ela continua tentando encontrá-lo. Particularmente não me importo com os seus sentimentos, mas quando ela estiver morta, não posso correr o risco de lidar com boatos de que eu não era o seu amor verdadeiro – o povo talvez fique divido sobre a necessidade de uma guerra, ou duvide da minha capacidade de vingar a morte da princesa, ou do meu comprometimento para com uma traidora. Vamos ter de matá-lo agora.

— Pena — disse o conde Riddle. — Só estava começando os meus testes. Ainda tenho muito com que torturá-lo.

— Vamos arranjar outra cobaia para você. Quando invadirmos o Vale Diagonal, vamos ter muitos candidatos.

— Nesse caso — o conde Riddle se levantou e foi até o painel da Máquina. — Vou colocar no cinquenta. Não pretendia ir tão longe, mas se ele tem uns vinte anos e a expectativa de vida de um habitante médio de Hogsmin é de setenta anos, isso deve ser o bastante para matá-lo.

— A sua matemática é impecável, conde Riddle — elogiou o príncipe, admirado.

A máquina foi iniciada e ajustada para 50. O fato de Rony estar se debatendo na maca, gemendo e chorando não fez a menor diferença.

Quando a dor o atingiu, o seu grito final de desespero foi ouvido não só em Hogsmin, mas em todos os reinos vizinhos e nos reinos depois destes, inventados e não inventados. Se prolongou tão longo, tão alto e tão agonizante que fez cada habitante de Hogsmin parar o que estava fazendo e ouvir, com os pelos da nuca arrepiados.

* * *

Em seu quarto, Hermione ouviu o som e seu coração congelou no peito.

— Ah, não. Rony.

* * *

Na praça, o grito também fez Hagrik e Henrico pararem em sua busca pelo homem de preto, que já durava horas. Até o dragão Norebas, encarapitado no ombro de Hagrik desde que tinham deixado a cabana, moveu o focinho no ar para farejar que som horroroso era aquele.

— Hagrik, Hagrik, você ouve isso? Esse é o som do sofrimento final. O meu coração fez esse som quando o conde Riddle assassinou os meus pais. Agora, o homem de preto o faz também.

— O homem de preto? Como pode ter certeza que é ele? 

— Ele fez de tudo para recuperar a princesa, o seu verdadeiro amor, das garras do príncipe, e essa noite ela se casa com Humperdraco. Quem mais tem razão para dar o seu grito de sofrimento final hoje, senão ele? Vamos, vamos seguir o som antes que se acabe… com licença? Dá licença? 

Henrico tentava abrir caminho pela multidão, que tinha vindo para a praça para assistir o casamento e que agora estava paralisada pelo som do grito.

— Saiam do caminho… é importante… vamos, se movam, se movam… Hagrik, uma ajudazinha aqui, se não se importa? 

Com a ajuda de Hagrik, eles conseguiram abrir caminho pela multidão atarantada e seguir o som, mas estranhamente isto os levou até uma clareira na floresta, onde os carvalhos tinham sido plantados em um círculo.

— Tem que ser aqui. Um lugar esquisito como esses, está dando muito na cara. — Henrico desembainhou a espada e apontou-a para os céus. — Pai! Mãe! Falhei com vocês por vinte anos, mas agora a sua miséria se findará! Em algum lugar aqui por perto, um homem pode me ajudar a fazer justiça à vossas mortes! Eu preciso de vocês, por favor, guiem a minha espada!

Hagrik não gostava de julgar, mas ele ficou pensando se no fim das contas, Henrico ainda estava um pouco embriagado. O hispânico começou a seguir a espada de um lado a outro, chocando a sua ponta contra as árvores de forma errante, mas com esperança inabalável.

Norebas, claramente constrangido, desceu do ombro de Hagrik e pulou no chão. Ele farejou um pouco aqui e ali e escolheu uma das árvores, na qual subiu com facilidade até encontrar um nó. No mesmo momento que ele subiu no nó do tronco, Henrico deixou a ponta de sua espada tombar na árvore em questão.

Uma passagem secreta se abriu entre as raízes e Henrico ficou maravilhado achando de que os seus pais tinham ouvido a sua prece e vindo ao seu auxílio. Hagrik recolheu Norebas e achou melhor não comentar nada.

Mas quando eles desceram a escadaria, atravessaram o túnel e chegaram à câmara escura onde o homem de preto estava amarrado, descobriram que era tarde.

— Ele está morto. Bem morto. Nunca vi ninguém mais morto — Hagrik disse, cutucando o homem de preto. O zelador albino tinha lhe colocado de volta as roupas pretas, porque afinal ele era um defundo, além do mais ficar olhando para as marcas que as ventosas tinham deixado em seu corpo era muito perturbador.

Enrico mal podia falar. Se a palavra inconsolável ainda não existisse, teria sido inventada para descrevê-lo naquele momento.

— Não é justo. Não é justo.

* * *

— Que bobagem. Westley não pode estar morto — disse Rose, que quando queria, podia ser a rainha da lógica inabalável, muito como Hermione achava que era na sua idade.

Hermione não disse nada, o que deixou Rose mais agitada.

— Ele está fingindo, não é? 

— Sinto muito Rose, mas ele não estava.

— Então quem impede o casamento? Quem mata o príncipe? 

— Ninguém. O príncipe vive. Eu já te disse, às vezes as histórias não são justas, como na vida real.

— E o príncipe vence? Meu deus do céu! Pra que você quis ler essa história pra mim? Que história mais horrível! Depois quer que eu goste de ler livros! Se todos forem desse jeito…

— Você está doente e cansada, querida. Eu entendo. É melhor pararmos por aqui.

Hermione fechou o livro e começou a se levantar. Rose segurou a mãe pela manga da blusa.

— Não! Eu estou bem, eu juro. Volta aqui, mãe? Por favor. Por favorzinho.

— Está bem — Hemione se sentou de novo e voltou a abrir o livro na página em que tinha parado, porque ela a tinha marcado com o seu dedo ao fechar. — Onde estávamos? Ah, sim, Westley morre nas masmorras do desespero.

* * *

Henrico de repente ergueu a sua cabeça de novo, um novo fogo de resolução brilhando no fundo dos seus olhos verdes.

— Não aceito a derrota. E se eu não aceito, não estamos acabados. Ande, Hagrik, venha e traga o corpo com você.

— O corpo? 

— Você carrega algum doce com você?

— Por que é que eu carregaria doces…na verdade eu tenho umas balinhas de menta, sim. Peguei no caminho para ver se ajudava com o seu hálito.

— Ótimo! Com sorte, elas serão suficientes para comprar um milagre.

(Continua…)


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