Reconstrução escrita por Gabs Germano, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 23
Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Olha, não vou falar que foi fácil, pois não foi, mas espero que todos gostem, principalmente minha AO, que deve até mesmo ter desistido de ler o presente dele.



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Sirius sempre achou que a Plataforma 9 ¾ tivesse uma áurea especial e naquele momento ele confirmava aquilo. Talvez fosse as famílias se abraçando, as crianças animadas, adolescentes eufóricos ou talvez fosse que naquela estação, era quando ele sentia todas suas amarras familiares eram soltas e ele se tornava o Sirius que desejava longe dos pais. Porém naquele instante a áurea especial era em ver seu afilhado, seu filho, ali, feliz conversando com os Weasley.

Harry estava eufórico de um modo que ele e Remus jamais vira e tudo devido ao seu primeiro ano em Hogwarts. Desde que recebera a carta falando de sua aprovação para o colégio, a ansiedade do menino aumentara e após comprarem o material, os 3 juntos em um fim de semana animado, Harry piorara em sua euforia ansiosa de perguntar ainda mais como era Hogwarts, como seus pais se conheceram, como os Marotos eram e tudo que tinha direito.

Foram noites em que Sirius e Remus narravam animados tudo que aprontaram no colégio, ocultando algumas coisas, mas o deixando encantando. Incluindo alguns fins de semana, que Ronald e Neville dormiam em sua casa e os dois tinham que contar novamente todas histórias épicas dos Marotos.

Quando se aproximou do horário do trem partir, Neville fora se despedir da vó. Sirius sentia sempre uma grande dor ao ver a senhora, pois pior do que a morte, era situação incapacitante que Alice e Frank se encontravam, ele e Remus sempre tentavam visitá-los uma vez por mês e era sempre uma carga emocional dolorosa.

Ronald se direcionou aos pais, que tinha Ginny junto a eles, assim como os demais Weasley que ainda estava em Hogwarts. Todos felizes e fáceis de se identificarem pelos cabelos ruivos chamativos.

Harry se aproximou novamente de Sirius e Remus, com o cabelo mais desgrenhado que o normal, os óculos no rosto e as bochechas avermelhadas por estar correndo a poucos minutos pela plataforma.

― Eu queria fazer uma pergunta para vocês. ― Questionou o menor, tendo a atenção de seus dois tutores. ― Será que eu vou para Gryffindor?

― Claro que sim, Harry. ― Respondeu Sirius, como se de fato aquela pergunta fosse óbvia demais, enquanto Remus ria da questão. ― Seus pais eram de lá, assim como eu e Remus também, está no seu sangue.

― Mas não tem problema caso você vá para outra casa, Harry. ― Comentou Remus, tirando o peso da costa do menino em querer ir para a casa dos pais. ― Todas as casas têm suas qualidades.

― Exceto a Slytherin. ― Concluiu Black, parecendo novamente que aquilo era óbvio.

― Todas, sem exceções, Black. ― O tom bravo de Remus, fez com que Sirius e Harry rissem juntos. ― Agora vem me dar um abraço.

Potter alinhou-se nos braços de Lupin, abraçando-o de forma demorada e carinhosa. Talvez não passasse pela cabeça dos dois mais velhos, mas o menino estava morrendo de medo do que Hogwarts aguardava para ele, assim como temia a saudade que sentiria dos dois pais.

Desde pequeno Harry aprendera que Sirius era seu padrinho, Remus era um dos melhores amigos dos seus pais biológicos. Ambos adultos nunca esconderam dele o que havia ocorrido com James e Lily, muito pelo contrário, a lembrança dos pais biológicos era vivida dentro da casa deles. Ele aprendera chamar Sirius e Remus pelos apelidos, mas sempre os apresentava como seus pais – “sim, dois pais, qual problema?”. E ambos o tratavam como filho, sem jamais se esquecer de ressaltar que James e Lily estariam orgulhosos da criança incrível que ele era.

 

(...)

 

A carta de Hogwarts havia chegado e apesar de toda felicidade por aquilo, Harry estava pensativo e sentado sob uma das árvores que tinha no quintal. O olhar perdido, o pergaminho em mãos e um semblante sério. Era sábado e por isso, Sirius e Remus estavam em casa e estranhara o silencio do menino.

― O que foi, Harry? ― Sirius se aproximou, sentando-se ao lado do garoto, sendo seguido por Remus, que se sentou do outro lado. ― Pensei que estaria mais feliz por ter recebido sua carta de Hogwarts.

― Eu estou, Pad. ― Explicou, olhando o glorioso brasão da escola. ― É só que eu queria poder mostrar isso para meus pais.

Sirius suspirou com a fala, passando o braço envolta dos ombros do menino, beijando a testa dele, sentindo todo pesar da ausência de James e Lily.

― Eles estariam felizes e orgulhosos de você, pode ter certeza. ― Remus murmurou, pegando a mão livre do filho entre a sua. ― Já te contei que foi seu pai junto com Pad que tiveram a ideia de se tornaram animagos?

A história já havia sido contada mil vezes e sempre era usada para animar o menor. E ele sabia aquela história dos animagos de trás para frente, mas mesmo com 11 anos, Harry amava quando os dois explicavam detalhadamente como o fizeram e amava ainda mais quando Sirius tornava-se o enorme cão negro e corria atrás deles pela casa.

E foi com aquela história, que animaram mais uma vez a tarde de sábado e os três acabaram esparramados no tapete enfrente a lareira da sala, vendo fotos da época de Hogwarts e outras diversas histórias – também já decoradas por Harry.

 

(...)

 

― Eu também quero um abraço assim. ― Exclamou enciumado, Sirius.

Harry soltou-se de Lupin, abraçando imediatamente Pad, da mesma forma carinhosa e demoradamente. Os dedos do mais velho deslizaram pelo cabelo preto os bagunçando ainda mais e o desejo forte de não querer soltar o menino nunca mais. Sabia que ele tinha suas próprias histórias e aventuras para viver, mas o desejo em seu peito era de protegê-lo em casa e jamais o soltar para o mundo.

― Preciso ir agora. ― Informou, soltando-se dos braços protetores. ― Eu mando uma carta para vocês amanhã cedo.

― Se cuida, Harry. ― Pediu Remus, beijando a testa do menino. ― E tenta se comportar, por favor.

― Pode deixar, Moony. ― Prometeu.

― E mantenha a gente informado de qualquer coisa. ― Fora a vez de Sirius pedir. ― Você sabe que eu e Remus estamos sempre ao seu lado.

― Sim, eu sei, podem ficar tranquilos, eu vou me cuidar e sempre mandar cartas. ― Declarou Harry, antes de abraçar novamente os dois rapidamente.

Ron chamou-o para finalmente eles entrarem no trem. Sirius e Remus ficaram lado a lado, próximo a família Weasley, acenando para os garotos da janela. Os corações de ambos apertados e saudosos de uma maneira que eles jamais imaginavam que estaria.

― Quando eu embarcava, era como estar livre de tudo. Será que é esse sentimento dele? ― Perguntou Black, entrelaçando sua mão com a de Lupin, mirando o grande e magnifico trem vermelho sumindo aos poucos.

― Acho que não. Creio que a sensação é de uma grande aventura e tudo é uma enorme novidade, mas ele sabe que tem uma casa e duas pessoas que estão esperando por ele nas férias.  ― Respondeu sincero.

― Eu nem acredito que ele já está com 11 anos, ele cresceu rápido demais. ― Seus olhos ainda miravam o lugar que o trem já não era mais visível, mesmo que a plataforma começava a esvaziar. ― Eu vou morrer de saudade dele.

― Eu também vou, mas agora podemos aproveitar um pouquinho a casa vazia. ― O sorriso malicioso nos lábios de Remus, fizera Sirius rir daquela forma peculiar dele, que se assemelhava ao um latido.

― Sim senhor Lupin, temos a casa só para nós agora. ― Respondeu em tom de malicia, enquanto ambos caminhavam em direção a parede que dava para saída.

Antes de finalmente correrem em direção a parede de saída da plataforma, Sirius vislumbrou ao longe duas pessoas que lhe lembravam James e Lily sorrindo para ele. Porém ao voltar o olhar novamente para o ponto, não encontrara nada. Devia ser apenas sua imaginação.

― Acho que Lily e James devem estar orgulhosos de nós três. ― A voz de Remus o tirou de seus devaneios de ter visto os amigos. Confirmando com a cabeça e correndo em direção a parede.

Apesar da dor da ausência de seu melhor amigo, Sirius, sentia-se completo, pois sabia que a afirmação de Remus era correta. Onde seus amigos estivessem, eles estavam orgulhosos.

Fim!


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