Era noite de 24 de dezembro e todos estavam reunidos em uma igreja perto da casa de Rossi. Até mesmo Derek, que raramente ia a missa estava presente.

Como católico praticante, David Rossi sempre vinha a mesma missa todos os anos.

— Estou feliz que você esteja aqui comigo. – Rossi disse a Penelope. – Eu gosto muito que você esteja ao meu lado, Penelope.

— Eu também, pai. – Penelope sorriu. – Foi tão fácil te perdoar, pai.

— Estou feliz por isso. – Dave a abraçou com carinho. – A missa está acabando.

— E as crianças dormiram. – Penelope sorriu. 

Dave deu uma risada alta, ganhando a atenção de todos. Ele se desculpou e prometeu uma vingança de doces contra Penelope.

Depois da missa, todo mundo voltou para a casa de Rossi e foram recepcionados por uma mesa cheia de comida. Não era nada exagerado, no entanto. Era na medida e ele havia dado sua contribuição mensal para os sem teto e esse ano veio acompanhada de uma ceia para eles.

— Pessoal! – Dave se levantou, batendo na taça. – Obrigado a todos por terem vindo este ano. A época do natal é a época de reunir a família e os amigos próximos. Este ano, além de tudo, eu tenho a honra de ter Joy e Penelope comigo. Minhas duas filhas que a vida me deu. Penelope saiu do hospital há pouco e para mim esse é o verdadeiro presente de natal.

— Bem, se me permite eu também gostaria de fazer meu discurso. – Luke se levantou da ponta da mesa com uma caixinha em forma de coração. – Nos dois meses em que Penelope ficou internada em coma, eu só tinha dois objetivos. O primeiro era ver Penelope sorrir de novo, sem precisar de máquinas. A segunda, era fazer a Penelope, na frente de seu pai e de nossos amigos, uma simples pergunta.

Penelope olhava para Luke, sem conseguir parar de sorrir. Esse sorriso só aumentou quando Luke se ajoelhou na sua frente.

— Penelope Grace Garcia, eu sempre fui apaixonado por você. – Ele abriu a cainha. – Pen, quer fazer de mim um dos homens mais felizes nesse mundo e ser minha esposa? Quer se casar comigo?

— Sim! – Penelope beijou Luke no segundo em que ele colocou a aliança em seu dedo.

Era a mesma aliança que ele havia dado a ela no dia anterior a ela ser sequestrada. Penelope estava se perguntando onde ela andava. Agora o diamante tinha a companhia de dois corações em diamantes rosa.

— É tão lindo. – Emily suspirou. – Eu te amo, Aaron.

Hotch a beijou e piscou para Dave. Ela mal sabia sobre seu presente de natal e que Dave era um dos responsáveis por ele.

Lisa estava caminhando por uma praia do Nordeste. A diferença de horário era enorme, mas depois de quase três meses no Brasil, ela havia se acostumado. A praia parecia incrivelmente deserta e ela sentiu a brisa soprando.

Ela olhou de novo para trás e notou três homens vindo em sua direção. Ela se encolheu, mas eles a pegaram a força.

— A gringa tem dinheiro. – Um deles falou e acenou com a cabeça. – Você vem conosco.

— Me solte, seu animal. – Lisa olhou olho a olho no homem. – Eu tenho dinheiro e dou a vocês, se me deixarem ir.

— Primeiro o dinheiro. – Ele jogou Lisa no banco de trás e amarrou as mãos dela com fita. – Depois fica livre.

Eles rodaram por uma hora até chegar em uma agência e Lisa retirou metade do dinheiro que ela tinha. Ela conseguiu convencer os três a deixar dinheiro para poder voltar e não contar a ninguém.

Lisa pegou um avião de volta para os Estados Unidos naquele mesmo dia. Ela mal fez check out no hotel. Provar da mesma sensação que Penelope não a fez melhor, se alguma coisa ela sentiu mais raiva da mulher.

— Davi, sou eu. – Lisa ligou para seu ex amante. – Estou voltando para casa.

Já era dia 26 de dezembro quando Lisa desembarcou. Davi Caruso era um ex amante do tempo do colégio. Eles dormiram juntos muitas vezes e Lisa sabia que podia contar com ele.

Hotch acordou mais cedo naquele dia. Literalmente pulando da cama devagar, ele desceu para a cozinha de Dave e encontrou o perfil mais velho passando um café. Foi um natal fantástico. Todos dormiram na casa de Dave no final e Penelope ficara sentada no jardim, admirando o sol e com Luke cuidando dela como uma rainha.

A rainha dele.

— Bom dia, Dave. – Hotch sorriu para o amigo. – Como estão os preparativos?

— Praticamente prontos. – Dave sorriu para o amigo. – Penelope deu o vestido de Emily ontem à noite. Ela disse que iriamos sair.

— Estou pronto desde as seis e meia da manhã. – Hotch parecia uma criança com um brinquedo novo. – Eu vou lá fazer a proposta agora.

— Boa sorte, campeão. – Rossi brincou e ouviu um grito vindo do quarto de Penelope.

Correndo para lá, ele viu Luke tentando segurar Penelope, evitando que ela se debatesse na cama.

— Ela está tendo um pesadelo. – Luke estava quase chorando. – Me ajude.

Dave colocou a mão abaixo do cabelo de Pen e a levantou com cuidado.

— Está tudo bem, querida. – Dave começou a acariciar as costas dela. – Papai está aqui.

Penelope acordou ao ouvir as palavras de Dave e começou a chorar.

— Me desculpe. – Penelope estava literalmente soluçando. – Eu estava sonhando com Kevin e Lisa me batendo.

Luke saiu e deslizou pela parede, chorando com as mãos entre o rosto.

— Se eu pudesse eu tirava a dor dela e colocava em mim. – Ele falou para um Derek parado ao lado dela. – Está acabando comigo ver ela assim.

— Você quer deixar Penelope? – Derek fez a pergunta e viu Luke olhar para ele.

— Nunca. – Luke achou uma afronta. – Eu faria qualquer coisa por aquela mulher. Ver ela com dor por causa da minha ex psicótica é que está acabando comigo. Se eu pudesse voltar e nunca ter namorado Lisa, eu faria.

— Luke. – Rossi chamou o futuro genro de volta. – Ela está bem agora.

Os dois homens entraram no quarto e viram Penelope junto ao pai. Dave sussurrava coisas aleatórias para ela dormir.

Hotch subiu logo depois de ouvir o episódio de Penelope. Ele próprio experimentou diversas vezes esse tipo de situação e ele queria voltar para a unidade.

Entrando no quarto de Emily, Hotch viu ela olhando para ele e sorriu.

— Alguém acordou cedo. – Emily disse. – Quer falar algo, Aaron?

— O que acha de ser a senhora Aaron Hotchner hoje – Ele foi direto. – Eu venho planejando com Dave.

— Isso inclui mais três filhos? – Emily olhou para Lilly e Jack dormindo. – Você sabe, eu...

— Inclui quantos filhos você quiser. – Hotch puxou a aliança de dentro da gaveta. – Você sabe o vestido que Penelope lhe deu? É para isso.

— Então sim. – Emily sorriu como se tivesse ganhado na loteria. – Eu quero me casar com você nos jardins de David Rossi.

Hotch a pegou nos braços e a beijou com todo carinho. Em breve, eles seriam casados e prontos para mais filhos. E Hotch previa muitas emoções no casamento, especialmente se houvesse um jogo de buque para completar.