Sra. Cullen escrita por Ellen Cullen


Capítulo 9
Passeio


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, eu ia posta-lo só amanhã, porem eu sei que há muitos leitores aqui que madrugam rs...
Boa leitura :)



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 POV Edward

 

 

— Não, eu preciso que me ligue com o setor dos bancos em Londres. – eu disse irritado a minha secretária Kate.

— Sim, senhor Cullen. - Ela disse saindo da minha sala.

Estava com a cabeça abaixada preenchendo alguns documentos, quando a porta foi novamente aberta.

— Sr. Cullen, a sua mãe...

Esme entrou em minha sala antes que ela terminasse de anuncia-la.

— Olá filho, como vai? – Ela disse sentando-se na poltrona caramelo do meu escritório.

— Entre. – eu disse sarcástico. – A que devo sua visita?

— Ah querido, desde quando eu preciso de algum motivo? - minha mãe me deu um olhar ressentido.

Eu estava sendo grosseiro com ela, tentei me recompor.

— Me desculpe mãe, é que estou cheio de coisas para resolver.

Esme balançou a cabeça.

— Então cancele tudo. – ela disse olhando para Kate.

— O quê? - Eu disse confuso. – Mas eu acabei de dizer que...

— Sim, sim, eu já ouvi. - ela disse abrindo sua bolsa, e retirando um cigarro e isqueiro. – é que eu já tenho outros planos para você. - ela disse enquanto soltava a fumaça.

— Como assim? – eu disse irritado.

— Entre. – Minha mãe disse fazendo sinal.

Uma moça jovem e elegante entrou em minha sala. Ela tinha os cabelos castanhos soltos em várias cascatas, sua blusa azul realçava seu tom de pele, a deixando com uma cor creme, sua saia cinza era justa, e realçava suas belas pernas compridas, em meias calças.

Foi então que percebi que era Tanya.

— Olá Edward. – ela disse timidamente.

Por um instante eu não consegui falar.

Pigarreei, me recompondo.

— Sra. Cullen. - eu disse.

— Sabe Tanya, eu estava aqui conversando com Edward. – ela disse olhando para ela. - ...sobre ele estar livre agora na hora do almoço, não é filho? – Ela olhou-me séria.

— Claro. – eu disse emburrado.

— Ótimo! - ela disse alegre. – Leve-a em um restaurante fino, e depois você poderia mostrar a cidade para ela.

O que ela estava pretendendo fazer, me matar de irritação?

Tanya olhou para mim, talvez percebendo minha irritação.

— Sabe Sra. Cull, Esme, talvez eu devesse voltar com a senhora. – ela disse finalmente.

— Não querida, eu não vou para casa, e você está vestida para sair, seria um desperdício! – ela disse com seu cigarro na mão.

Estendi a mão para que ela me desse seu cigarro. Ela torceu a boca, e depois fiz que me entregasse o isqueiro também, ela sabia o quanto eu detestava que ela fumasse.  Ela entregou-me a contragosto.

— Bem, vejo vocês no jantar! – ela disse saindo pela porta com Kate e dando uma piscada para mim.

Eu estava sozinho na sala com ela, Tanya estava com a cabeça abaixada, talvez se sentindo intimidada.

Suspirei.

Então ela levantou a cabeça, encarando-me com seus olhos cor de chocolate derretidos.

— Edward. – ela disse meu nome, uma sensação nova passou por mim. – Não precisa fazer isso, eu posso tomar um taxi...

— Não. – eu disse rápido demais. – Quer dizer, minha mãe não me daria sossego. – eu disse rindo, deixando a conversa mais leve. Ela sorriu de volta.

Peguei o meu casaco, e abri a porta.

— Vamos? – eu fiz um gesto para que ela fosse na frente.

— Sabe é engraçado ver um homem adulto com medo da mãe. - ela comentou sorrindo e andando na minha frente.

Não pude deixar de sorrir.

 

 

POV Bella

 

 

Deixamos o prédio, descendo uma enorme escadaria de pedras. Edward estava calado.

— Chicago é uma cidade linda. – eu comentei, tentando quebrar o clima de silencio.

— É mesmo. – ele disse olhando para mim. – faremos um passeio no Grant Park. Você precisa conhecer pelo menos esse ponto turístico.

Vamos ver a fonte Buckingham ?eu perguntei. Era o único ponto turístico que eu conhecia o nome.

— É claro, é praticamente uma parada obrigatória para quem vem a Chicago. – ele disse. – E depois veremos o Chicago Skyline.

 Andamos até o acostamento, onde um volvo prata estava estacionado.

Ele abriu a porta, e me sentei no banco, depois ele dirigiu em silencio até chegarmos em um local aberto.

— Chegamos. – ele disse, então descemos do carro.

O local era todo verde, e simetricamente organizado. Eu nunca havia visto nada igual.

— É muito bonito aqui. – eu comentei.

— É sim. – ele concordou. – Esse parque foi inspirado nos jardins de Versalhes. Vamos ver a fonte Buckingham. – ele disse.

Passamos por uma imensa fonte, ela era magnifica, tinha três andares e jorrava água para todas as direções.

Edward observou que eu fiquei encantada com a fonte.

— Você deveria vê-la a noite, é ainda mais linda. – ele disse.

— É mesmo?

— Sim, eles acendem luzes, é muito mágico.

— Muito legal. – eu disse. – Então, você costumava vir aqui com Edmund? – perguntei.

Ele parou por um instante, então se virou para o outro lado.

— Sim quando éramos crianças. – ele suspirou. - Mas depois que nosso pai nos iniciou na empresa juntos, nós acabamos não fazendo nada além de nos dedicarmos ao trabalho e estudos.

Ele pareceu triste.

— O que houve? – eu perguntei.

Ele se virou para mim.

— Meu pai queria que comandássemos a empresa, quando ele se aposentasse. Então no dia que ele marcou uma reunião com a diretoria, onde ele iria oficialmente passar a tocha, e estávamos prestes a entrar na sala, Edmund se virou para mim e disse: “Espera aí”, e se levantou e foi embora.

— E? – eu disse.

— Não voltou mais! Recebemos um cartão postal dele três semanas depois de Vancouver, dizendo: “Como foi a reunião?” - Ele disse dando um sorriso sem humor.

— Parece que ainda está bravo com ele. – comentei.

Ele franziu a testa.

— Tive que assumir toda a responsabilidade. - ele disse ressentido.

Lembrei-me de Edmund do vagão do trem, ele tinha um ar tão leve e descontraído, e olhava para Tanya com tanta ternura... Eu senti que deveria defende-lo.

— Ele engravidou uma mulher, e se casou com ela, muitos não fariam isso. – disse pensando em James.

Ele olhou-me desconfiado.

— E essa mulher seria você, certo?

Merda.

— Claro! – respondi nervosa. – Está com fome? – tentei mudar de assunto.

Senti que Edward ainda me analisava, mas logo mudou sua expressão.

— Claro, devo leva-la para almoçar. – ele disse.

Então paramos em uma das barraquinhas do parque.

— Sua carta de vinhos. – Edward disse divertido.

Senti-me aliviada por ele não continuar o assunto.

Depois passamos por um lugar com prédios enormes.

— Que lindo. – eu disse.

— Sim. É o famoso Chicago Skyline.

Edward olhava para mim. Tentei desviar sua atenção.

— Não tem que voltar do almoço? – eu disse.

Ele olhou para seu relógio.

— Bem, desmarquei todos os meus compromissos da tarde. – ele disse. – Importa-se se continuarmos passeando no parque?

— Nem um pouco. – eu disse sendo sincera.

Continuamos a andar no Millennium Park.

— Sabe, a primeira vez que vim aqui foi com Emmett. - Edward disse. -  Estávamos na 4° série, e Edmund e eu íamos mal em história... Emmett dizia:  “para entender história, você tem que vive-la.” — Ele disse rindo com a lembrança.

— Por que Emmett, e não seu pai? – eu perguntei.

Edward pareceu pensativo.

— Bem... Foi na época que meu pai estava sempre viajando por causa da empresa. Praticamente durante toda a nossa infância...

Então Edward virou-se para mim.

— Emmett, tinha uns 17 anos na época, era como um irmão mais velho para nós. - ele sorriu. - Ele  foi até uma lojinha do centro, e comprou chapéus de papel de soldado... e duas armas, mosquetes. – ele riu com a lembrança. – Nós dois piramos é claro! Nós corríamos pelo parque, pela rua... E Emmett gritava em espanhol: “olhem os dois lados da rua!” – ele imitou sua voz. - “Cuidado meninos!” - e ele corria ofegante atrás de nós, mas estávamos nos divertindo tanto... Edmund corria na minha frente, se achando Paul Revere*, e eu era outro soldado, e ele gritava: “Meu irmão está vindo! Meu irmão está vindo!”— ele parou suspirando com um olhar distante.

— Sente saudade dele, não é? – perguntei.

— Sim. – ele disse não me encarando. – ele era maravilhoso. Ele não tinha problemas, por que não queria ter... Era fácil para ele.

Saímos do parque, indo para um local mais sofisticado, com várias portas de comércios.

Então vi uma vitrine de joalheria, e me lembrei que se um dia eu tivesse condições, colocaria a foto de minha mãe em um medalhão.

— Podemos entrar? - perguntei. - Gostaria de colocar minha mãe em um medalhão.

— Claro. – ele disse.

Entramos na loja, onde fomos recepcionados por um homem de cabelos longos e pretos, chamado Caius.

Depois de dizer exatamente o que eu queria, ele me mostrou vários modelos diferentes de medalhões, e depois o preço.

(...)

— Mais é muito caro! – eu disse depois de Caius ter nos mostrado todos os modelos disponíveis.

— Minha mãe não abriu uma conta para você? - Edward perguntou.

— Sim. – eu disse envergonhada. – mas ela nem me consultou, apenas me deu o talão.

— Então está resolvido. – ele disse. – será seu primeiro cheque, e fico feliz em estar presente.

Ele entregou uma caneta preta, que estava em seu casaco.

Abaixe-me para assinar.

Isabella Marie Swan

Entreguei para Caius.

Então vi que havia escrito o meu nome, e não o de Tanya.

 Puxei o cheque rapidamente de suas mãos.

— Ah, puxa, coloquei a data errada! – disse, enquanto picava o cheque.

Edward levantou uma sobrancelha.

— Vou fazer outro. – disse.

— Claro. – Edward falou em um tom neutro, porem com um olhar totalmente desconfiado.


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Notas finais do capítulo

*Paul Revere é recordado como um dos patriotas da guerra da independência dos Estados Unidos, e suas "corridas noturnas" são consideradas um símbolo de patriotismo.