Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 9
Capítulo 9 Mentiras Sinceras.




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A casa do Skywalker estava totalmente tranquila o silêncio preenchia todos os cômodos. Exceto no quarto de Desirée que estava impaciente com o que poderia acontecer se por acaso Kylo Ren soubesse sobre o seu noivado repentino com Ben Solo.

Caminhava de um lado para o outro tentando clarear as suas ideias, precisava criar um plano que a fizesse sair ilesa de todas as suas armações. Nesse momento, chamou a sua dama de companhia.

— Lireth, vai até Kylo Ren, avise-o que vou visita-lo a noitinha.

— Mas… senhorita isso é muito perigoso!

— Não discuta comigo. Vá logo dar esse recado.

Assim a garota se retirou do quarto de sua patroa totalmente assustada com a sua tarefa, no entanto, tinha se apegado muito a menina, por isso, faria de tudo para lhe agradar.

Sentada diante do espelho, Desirée penteava seus cabelos dourados, pensava em maneiras de ganhar tempo como seu noivo, sobretudo fazer Kylo se afastar da vila, para não tomar conhecimento do seu compromisso. Não poderia deixar que ele confrontasse Ben, tinha a premência de ser rápida e esperta.

(…)

O jardim estava todo florido, próprio da estação mais colorida e perfumada, a jovem com uma sombrinha e chapéu dava passos inquietos, nem se importava com a beleza do local, a única coisa que lhe interessava era saber, notícias da serviçal, a deixava enfurecida não ter respostas que eram extremamente importantes.

Nesse ínterim, surge um senhor grisalho com sorriso nos lábios, logo atrás um rapaz garboso. Ela os olhou assustada.

— O que foi querida, não está se sentindo bem? — Inquiriu seu tutor.

— Só um pouco cansada. — Sorriu fraco. — Deve ser o calor. — Ela não podia acreditar no que via.

— Vim trazer o seu noivo. Vou deixá-los conversando. — Sorriu. — Vou pedir para Lireth um chá para que você possa se sentir melhor, aproveitando fazer companhia para o casal. — Saiu da presença deles.

Desirée estava numa postura rígida e esquiva o noivo se apercebeu disso, deu passos lentos, com o intuito de encurtar a distância entre eles. Acariciou a face da moça. — Estava inquieta, por não saber sobre Lireth.

— Sei que está apreensiva. — Pegou a mão dela beijando suavemente seu dorso. — Serei gentil lhe respeitarei sempre, minha querida Desirée.

Ela encarou o rosto bonito e bem cuidado do rapaz, então se soltou do toque, caminhou até um banco próximo.

— Tenho certeza que não irá se exceder, pelo contrário és muito cavalheiro.

Ben sorriu ao ouvi-la, se sentou ao lado da garota.

— Sabe da minha admiração por você desde que nos conhecemos em Coruscant. — Voltou a afagar a jovem. — Desde então não penso em outra coisa. — O rapaz se inclinou suavemente beijando-a delicadamente. Ela aceitou o gesto, percebendo que Ben foi ganhando impetuosidade, assim para ser senhora da situação se desvencilhou dele, numa falsa castidade.

— Oh! Ben, por favor alguém pode nos ver.

O rapaz ficou tímido, não queria colocar a moça em situação complicada. Com isso ele se afastou um pouco. Nesse momento a dama de companhia da jovem adentra no jardim com uma bandeja. Desirée se levantou de modo insinuante, na certeza de saber que tinha o noivo em suas mãos. Foi na direção de Lireth. Se inclinou suavemente.

— Como prefere seu chá? — A voz foi pausada.

— Aceito com creme, por favor. — Se ajeitando no acento, ela sorriu docemente.

Movimentou-se faceira até Ben Solo com uma xícara. Pousou a porcelana nas mãos dele, roçando seus dedos nos dele em explícita provocação que o deixou animado. Sentia o deslumbre por constatar que ela correspondia os seus sentimentos.

Ela voltou para junto do noivo, bebia o líquido de modo sugestivo, enquanto o encarava com um olhar lascivo. O jovem estava completamente apaixonado por ela, era tão envolvente fascinante. Seus gestos sempre provocativos faziam o corpo dele inteiro vibrar.

Desirée, por outro lado, estava muito racional, formulava um plano que não podia falhar. Afinal de contas agora tinha um noivo com visibilidade social, agora adentraria nos mais elevados círculos. Então ninguém poderia impedir ela de conquistar tudo aquilo que sempre almejou.

Precisava dispensar seu noivo o mais breve possível para ter a oportunidade de ir ao encontro do Kylo, ao se despedir do jovem que a beijou no topo de sua cabeça, combinou de ir visitar Leia, para um chá da tarde. Ao ver ele desaparecendo rua a baixo, saiu sorrateira rumo à casa de seu amante.

(…)

O crepúsculo deixava o firmamento em tons avermelhados, a primeira estrela surgiu cintilante, a brisa marítima, invadia as narinas da garota que caminhava apressadamente pela praia. Seus pensamentos estavam agitados, não se dando conta que saiu de casa sem a companhia de Lireth, entrou na velha choupana abandonada.

Ao entrar acendeu o lampião e sua luz bruxuleante banhou os móveis velhos do ambiente. Estavam limpos e organizados sua acompanhante havia arrumado todo o local. Foi em direção as roupas de camponesa, e vestiu, afim de transitar livremente sem ser percebida pelos moradores da localidade.

Chegando próximo da casa de Ren seu coração se acelerou, sentiu um temor dominar seu ser, pois sabia da natureza combativa dele, respirou fundo subindo os degraus de acesso. Montando mentalmente tudo o que iria falar a ele de modo natural e convincente.

Adentrou percebendo o local vazio, o ambiente estava todo iluminado, quando uma voz atrás de si a assustou.

— O que deseja, senhorita? — Olhou na direção do homem que a tirou dos seus devaneios.

— Tenho um compromisso agendado com o senhor Ren. — Forçou a voz para sair calma.

O homem a fitou atentamente, avaliando-a. Ele era o braço direito de Kylo Ren. Notou que se tratava da jovem que seu mestre havia dito para não deixar ir embora, até que ele voltasse.

— Por favor, queira se sentar Ren não irá se demorar.

— Obrigada, mas não posso demorar. — Estava apreensiva. — Preciso ir, avise que estive aqui.

— Não vá, ele a aguarda.

— Não posso. — Antes que o homem a respondesse, a jovem havia desaparecido, porta afora. O marujo coçou a nuca sabendo que o pirata não ficará nada satisfeito em saber que ela não ficou à sua espera.

(...)

— Ótimo Kylo! — Levantou de sua cadeira com ares de falsa indulgência, pousou sua mão no ombro do rapaz. — Você me fará esse último favor, depois disso será um homem respeitável. Agora me diga, meu jovem, quem foi a moça que mudou seu modo de pensar?

Ren sabia muito bem com que pessoa estava lidando, portanto, se antecipava em sua mente as intenções do velho a sua frente.

— Não existe nenhuma mulher envolvida em minha decisão. — Falou convicto. — Quero ser um homem de bem assim como o senhor.

— Justo. Muito justo. — Estreitou os olhos na direção do pirata, como se pudesse ler a mente do rapaz intrépido. Com isso ele voltou a se sentar na sua cadeira junto a sua mesa, ambos beberam e conversaram outras questões. Por fim, se despediram, assim Kylo foi para a sua casa.

Snoke, não poderia perder assim algo tão valioso e importante para os negócios, com isso, bebericou do seu conhaque, brincando com a sua taça, arquitetando um plano para acabar com Kylo Ren. Lembrou de seu aliado. “Falarei com o delegado Hux, me deve muitos favores, ele será muito útil.” Então, sorriu sinistramente, pousando o copo na mesa, se levantou rumando para o seu aposento.

(…)

A brisa noturna varria os seus cabelos negros, ao passo que caminhava pela praia sentindo a sua face ficar fria pelo toque do vento. Sentia uma paz por saber que faria seu último trabalho para o prefeito, logo em seguida poderia desposar Desirée. Sorriu ao lembrar dela.

Entrou em sua casa, logo seu semblante se fechou, ao se dar conta que só havia seu marujo, olhou a sua volta não viu a garota, com uma voz carregada.

— Onde está Desirée?

O homem não sabia o que responder, meio desajeitado tentou amenizar.

— Ela se foi mestre, tentei impedi-la a todo o custo, mas foi obstinada, partindo impetuosamente.

Ren estava em pura cólera ao ouvir aquelas palavras, precisava falar com a garota, atacou seu assistente, porém recuou quando seu ajudante lhe falou.

— Ela pediu para lhe deixar um recado. — Alisava o pescoço que ainda latejava. — Falou que não poderia ficar para que ninguém desconfiasse, mas pediu para que te informasse.

Nesse instante, o pirata suavizou o gesto, esfregou o queixo como se tivesse arquitetando um plano, voltou-se para o homem.

— Vou sair. — Falou seco. — Não me espere, não diga a ninguém sobre isso. — O outro anuiu, ele sumiu.

(…)

Na mesa de jantar uma garota silenciosa remexia seu alimento, sem qualquer intenção de se alimentar, Luke observava o sua tutelada, estava se comportando estranhamente, algo não ia muito bem. Precisava descobrir o que era.

— Desirée, como foi a sua tarde com o jovem Solo?

— Foi muito bem, meu pai. — A voz não tinha nenhum entusiasmo.

— Você desapareceu logo após a saída de seu noivo, onde esteve? — Avaliava a garota.

— Estava no meu quarto, não sei porque tanta preocupação. — A voz dela se exaltou, mentia abertamente.

— Não é nada, querida, fique tranquila. — Suavizou a desconfiança num sorriso. — Com relação aos preparativos para o chá na casa de sua tia, estão bem?

— Vão muito bem, Lireth e eu, já separamos o vestido que usarei. — Sorriu para Luke.

— Ótimo, vamos acertar os preparativos do casamento, falaremos com o padre Kenobi sobre a data do enlace. — A filha anuiu limpando os lábios delicadamente, colocando o guardanapo na mesa.

— Pai, agora se me der licença irei me retirar, estou muito cansada o dia amanhã será longo. — Beijou o topo da cabeça do mais velho que anuiu num sorriso paterno se despedindo da jovem.

 (…)

Ao entrar no quarto levou um grande susto ao se dar conta de quem estava deitado confortavelmente em sua cama. O homem parecia muito à vontade havia tirado suas botas e seu casaco estava de calças negras, uma camisa branca com os botões abertos evidenciando seu tronco robusto e bronzeado.

— O que você faz aqui no meu quarto? — Sussurrou. — Isso é muito perigoso, podem nos ver, não seria agradável.

O homem se ergueu do colchão com um sorriso divertido ao ver a jovem desesperada.

— Não tem porque ficar assim, — caminhou até ela alisou sua bochecha — ninguém me viu entrar, aliás, é muito fácil de se introduzir nessa casa. — Apontou para a varanda dela. — Precisa fechar essa porta. — Ironizou. Desirée deu um pequeno soco no ombro do pirata.

— Kylo, agora não é hora para gracinhas.

Enquanto massageava o local onde levou o golpe se inclinou para lhe beijar, contudo, ela desviou do carinho o que deixou Ren desconfiado.

— O que foi? — Falou ríspido.

— Nada, — se afastou dele caminhando até o guarda-roupa. Ele a acompanhou, a virou bruscamente agarrando pelos ombros, segurava com avidez, a fitava com intensidade, isso amedrontou a jovem. — apenas preocupada de alguém nos flagrar.

— Você está me escondendo algo?

— Não, juro! — Sua voz saiu embargada. — Saí cedo de sua casa porque não quero que meu pai desconfie de nada. Agora é só para nos prevenir.

Com isso, ele se afastou da moça e caminhou até a cama se sentou. Ela o acompanhou ficando próxima dele se recostou em seu ombro, que a beijou intensamente muito cioso. Ela se desvencilhou do gesto.

     — Precisamos ser inteligentes, meu amor. — Afastou uma mexa dos cabelos negros dele de seu rosto. — O momento agora é para sermos cautelosos, combinarmos tudo, para que possamos ficar juntos.

Ele anuiu recostando a sua testa na dela, roçando seus lábios nos dela novamente com desejo, suas mãos reivindicavam cada palmo delgado de sua amante. Estavam unidos, não havia nenhum espaço entre eles, até que a garota se afastou.

— Agora não é o momento, aqui é muito perigoso. — Riu maliciosa. — beijo o nariz dele. — Depois de amanhã nos vemos. — Ele arqueou uma das sobrancelhas em preocupação.

— Por que não nos vemos amanhã?

— Bobinho, — Beijou a bochecha dele. — Irei tomar chá com a minha tia. — Seguindo fez o mesmo do outro lado. — Não se zangue, porque não tem motivo para isso, é apenas uma visita a uma mulher solitária.

— Não gosto da ideia desse encontro, vão querer fazer de você a noiva daquele idiota.

Ela sorriu, o afagando suavemente.

— Fique tranquilo, meu querido, serei sempre sua.

— É bom que nunca se esqueça disso. — Falou seco. — Se levantou caminhando até a varanda, voltou a encará-la. — Vim aqui por um motivo muito importante.

— Qual seria?

— Vou viajar para um trabalho muito importante. Com essa encomenda será minha saída definitiva da pirataria, assim poderei me casar com você. — Caminhou até ela se ajoelhou recostando sua cabeça nas pernas dela, prosseguiu.

— Poderei pedir a sua mão, ao seu pai, lhe darei um sobrenome honrado.

— Como você poderia me dar isso? — Estava mais preocupada que curiosa com o desfecho daquele assunto, mas ainda sim de certo modo aliviada, por saber que ele viajaria ficando um bom tempo afastado, afinal, esse trabalho vinha bem a calhar com os planos audaciosos.

— Esse assunto quando for esclarecido, lhe contarei tudo, por hora quero que saiba que estou arrumando minha vida para que você possa entrar nela. Farei de tudo ao meu alcance. — Ergueu a face beijando-a ínvido.

— Vou embora agora. — Ela meneou a cabeça de modo positivo, então deu passos para a saída, a olhou em tom e ameaça.

— Não se esqueça que você é minha! Matarei qualquer um que se opor a nós. Você também se tentar e enganar.

Ela engoliu em seco. O fitou convicta.

— Não me esquecerei. — Sorriu. — Nos vemos depois de amanhã então? — Ouviu as palavras da garota devolveu o gesto sumindo na noite.

A ela restou sentir uma pontada de temor, precisava ser astuta, pois o tempo estava contra ela, teria que aproveitar bem os dias em que ele ficasse longe para arrumar a situação a seu favor. Se for bem-arrumado poderia ficar com os dois para si. Sorriu maliciosamente, deitou em sua cama sorvendo o cheiro amadeirado do homem que esteve deitado em seu colchão, assim adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo apoio que me deram até aqui!
Beijokas



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