Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 10
Capítulo 10 De Volta ao Lar




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A tarde estava radiante, o céu azul com nuvens branquinhas suspensas no ar, davam suavidade a paisagem com as palmeiras bailando ao ritmo do vento, os pássaros cantavam no batente da janela. Junto a ela tinha uma mesa forrada lindamente de renda com uma variedade imensa de pães doces e salgados, biscoitos amanteigados que deixavam um aroma delicioso no ambiente, além de geleias, compotas frescas e um café quente e convidativo.

Desirée e Luke estavam sorrindo ao ouvir as histórias engraçadas que Ben Solo aprendeu nos longos anos na marinha, também contava os seus feitos. Sua mãe acompanhava a interação muito feliz e orgulhosa por ter seu filho perto. Ela bebericou de seu chá.

— Ben, agora vamos falar sobre algo realmente importante. — Todos voltaram sua atenção a mulher, então Solo se ajeitou na cadeira.

— Sim, claro que vamos. — Pigarreou. — Seria interessante que o casamento fosse aqui na fazenda Millenium, pois acredito que onde quer que meu pai esteja ficaria muito orgulhoso. — Todos concordaram com a escolha do rapaz. — Quero pontuar que não precisamos prolongar o nosso noivado, sugiro que seja dentro de três meses.

— Meus preparativos, posso adiantar. — Sorriu doce. — Podemos fazer tudo em dois meses.

— Sim, concordo. — Leia pontuou. — O enxoval da Desirée pode ficar pronto nesse período, ficará perfeito. — Inclinou os lábios num sorriso maternal apoiou sua mão no dorso da mais nova. — Estarei aqui para ajudá-la, pode contar com a minha ajuda.

— Ah! Obrigada tia, a senhora é um amor.

— Combinado, falaremos com o padre Kenobi, sobre o casamento. Marcaremos a data. — Falou Luke.

— Tem que ser daqui a dois meses. — Ben estava resoluto.

— Assim será meu caro noivo. — Ele sorriu, pegando na mão dela a osculando delicadamente.

— Vamos ter muitas tarefas, não temos tempo a perder. — Leia estava animada.

Todos estavam eufóricos com o evento que estavam planejando, terminaram de tomar o café da tarde, depois disso os noivos caminharam até o alpendre para conversarem um pouco mais, embora ainda estivessem a vista atenta e protetora de Leia e Luke.

— Lembra, irmão quando há muitos anos sentados aqui mesmo, falamos sobre o futuro dos meninos?

— Sim, me lembro. — Sorriu melancólico. — Pensamos o contrário, agora Rey está num convento, não me conformo, tenho que tirá-la de lá, ela não tem vocação, preciso encontrar um pretendente de bom coração e valoroso para a minha doce criança.

— Concordo, Luke. — Apoiou sua mão em seu ombro. — Vamos sim! Encontrar um bom rapaz para nossa Rey. Trazer ela de volta o mais rápido possível, afinal de contas, uma moça bonita e inteligente não pode ficar presa num convento, sem ter a oportunidade de outros a conhecerem.

Nesse ínterim, Ben e Desirée se aproximaram dos gêmeos que conversavam num tom preocupado, o rapaz arrastou uma cadeira para que sua noiva se sentasse, pousou um guardanapo delicadamente em seu colo.

— O que vocês estão conversando tão seriamente?

— Nada de muito importante, meu filho. — Respondeu, ao passo que ele osculava o topo de sua cabeça. — Estamos falando sobre a Rey, de como ela é generosa, inteligente, muito bonita. Um desperdício se tornar freira. — Desirée ao ouvir aquelas palavras de elogio a sua irmã, revirou os olhos em total desdém.

— Minha irmãzinha é muito boazinha e muito bonita — Sorria dissimulada. Ben Sentou ao seu lado, segurando a sua mão, animado.

— Não minha querida, você é a mais linda de todas!

Todos sorriram, o chá encerrou, contudo, ainda o encontro se mostrava muito promissor, pois os preparativos do casamento começaram ali mesmo. Tudo ia sendo agendado e esquematizado para que nada pudesse dar errado.

Todavia, para a noiva a sua única preocupação era criar uma estratégia inteligente para contornar o temperamento intempestivo de seu amante, convence-lo a ficar com ela, mesmo ela casada com Ben Solo, por outro lado, convencer o seu noivo que em sua noite de núpcias foi seu primeiro homem. Tudo precisava ser muito bem orquestrado, para conseguir tudo o que sempre quis, o amor apaixonado de Kylo, sem abrir mão de um casamento à altura de uma dama da sociedade, com Ben. Ela precisava de tempo.

(...)

O convento estava muito úmido as chuvas fizeram as paredes ficarem emboloradas, Rey lutou bravamente ajudando suas amigas de convento a se livrarem do desconforto respiratório que acometeu todas com febre e muita secreção, trabalhava dia e noite para o bem-esta de todas. Sua bondade trouxe um pouco de alívio e conforto. No entanto, ao longo de uma semana a garota valente sucumbiu à doença por tamanho esforço que tinha feito.

As noviças e freiras estavam todas melhores graças aos empenhos hercúleos de Rey, no entanto, estavam muito preocupadas com a jovem que caiu devido à exaustão. Todas se reuniram para uma reunião com a Madre Superiora.

— Irmã, Maria, estamos muito triste, Rey nos ajudou tanto em nossa enfermidade, agora não conseguimos reestabelecer a saúde de nossa doce amiga.

— Sim, ela precisa de cuidados especiais, necessita de sua família — Se levantou tocando o ombro de uma freira idosa sentada a sua frente, completando. — Ela sente saudade de sua casa, de seu pai. Vou avisá-lo para vir buscar a menina para se recuperar em casa ao lado dos quem a ama.

— Concordo plenamente, irmã. — A idosa se pronunciou. — Mandemos um recado ao Luke e ao padre Kenobi. Ao terminar tudo isso, com a sua melhora. Desejando voltar, será recebida de braços abertos. — As mulheres concordaram, indo fazer o que a Madre havia solicitado, avisar ao pai da jovem sobre o seu estado, afim de leva-la para casa para se cuidar.

Nem todos ficariam contentes com o retorno de Rey em seu lar.

(…)

O mar estava revolto, as ondas quebravam impiedosas na praia a espuma branquinha lambia a areia. O céu estava enegrecido com nuvens pesadas suspensas, clarões cortavam o céu com luzes azuladas seguidas de estrondos poderosos que estremeciam toda a estrutura da casa de Kylo Ren.

Estava deitado com seu tronco desnudo recostado nos travesseiros altos, deitada em seu peito Desirée que acariciava a pele lisa e macia do homem, o cheiro amadeirado misturado com o mar fluía do seu corpo a deixava inebriada, olhava a paisagem, então levantou a cabeça apoiando seu queixo no peito dele.

— Agora como irei embora? — Tinha um ar preocupado.

— Ficará comigo para sempre. — Inclinou-se tocando seus lábios nos dela. — Você é MINHA. — Ela riu.

— Não, Ren estou falando sério. — Se ergueu cobrindo o tronco com o lençol.

— Também estou. — Descobriu a mulher novamente revelando seu corpo alvo como se fosse mármore. Voltando a beijá-la no pescoço, na clavícula dela fazendo-a vibrar sentindo todas as sensações intensas que o pirata despertava na mulher, assim mais uma vez estava rendida ao poder delicioso de Kylo.

Extasiados, seus corpos ainda se acalmando da explosão, à medida que chuva ainda caía copiosamente castigando as palmeiras, revoltava as ondas do mar. A respiração de ambos foi normalizando, a garota foi vestir suas roupas quebrando o silêncio.

— Quando você irá viajar? — Analisava a situação, precisava colocar seu plano em ação o mais rápido possível, fazer com que Ren viajasse quanto antes para longe dali, para que não ficasse sabendo do seu noivado com Ben Solo.

— Por que você me pergunta isso? — Estava desconfiado.

— Preocupada apenas. — Olhou de modo doce. — Você precisa se mostrar apresentável, para que meu pai aceite nossa relação, ou você quer me fazer motivo de falatório?

Ele se levantou da cama, vestindo as calças, começou a andar de um lado para o outro como se estivesse enjaulado, esfregando as palmas das mãos no rosto, como se estivesse ponderando algo mais custoso para se resolver. Retirou suas mãos da face, tornando a olhar para Desirée, linda, em pé a sua frente, então falou resoluto.

— Sim, farei de você minha esposa. — Caminhou até ela, beijando-a de modo faminto e possessivo. Tornou a afirmar. — Você sempre será minha. — Ela se assustou um pouco, por tamanha energia que vinha dele.

No entanto, Desirée não podia demonstrar sua hesitação, precisava arranjar uma saída plausível que beneficiasse ela, por manter Ben e Kylo afastados, controlados. Suas habilidades para tal estavam no limite. Se separou do afago. Agora vestida, voltou a fitar Ren de modo penetrante.

— Você fazendo essa viagem, poderá fazer as coisas acontecerem, se tornar um homem digno de minha mão.

— Você tem razão. — A abraçou. — Vou me organizar para essa viagem, resolverei algumas pendências, voltando para você. Desirée. — Ela riu por sobre o ombro do amante, se sentiu vitoriosa por conseguir mais uma vez manobra-lo tão facilmente.

(…)

Rey estava em frente à porta de sua casa com uma pequena maleta. Estava desolada por estar de volta sentia o peso da derrota sob seus ombros. A freira que a acompanhou a olhou com carinho batendo na porta.

A garota não desejava retornar. Queria ficar longe de tudo, no entanto, a vida assim como um ímã a atraía ao epicentro do problema, voltar a deixaria exposta a todos os sofrimentos que queria pôr de lado. Assim a noviça precisava ser forte. Não deixaria que nada à afetasse, enquanto permanecesse ali, seria resoluta em mostrar força, pois não tinha a intenção de ficar muito tempo. 

— Vamos Rey, não é tão ruim assim. — Afagou a garota. — Voltar para a sua casa, vai ser bom.

— Não ficarei aqui por muito tempo. — Suspirou. — Apenas até me sentir melhor. Assim poderei voltar ao convento, a madre disse isso. Você ouviu. Não é mesmo?

Com um sorriso indulgente na face mirou a jovem.

— Sim, ouvi muito bem, mas esse não é o caso. A questão é que aqui poderá se cuidar melhor, se recuperar mais rápido, assim você poderá retornar.

Nesse instante, Lireth, abriu a porta encarando a ambas com muito espanto.

— Nossa até parece que nunca viu duas religiosas na vida! — A mulher que acompanhava Rey falou com humor. A garota estava em choque, apenas acenando para que às duas entrassem.

— Vou chamar o mestre Luke. — Saiu como um raio.

Rey e a irmã Betina foi para sala de estar, para se acomodar estavam cansadas da árdua viagem que empreenderam. No meio do corredor antes de chegar nos aposentos de Skywalker, Lireth foi interceptada por Desirée.

— Ouvi vozes lá embaixo. Quem eram?

— Sua irmã, Rey, está em casa. Vou avisar seu pai.

O semblante de decepção era visível, mal pode esboçar um sorriso.

— Por que minha irmãzinha voltaria para casa?

— Não saberia dizer, senhorita. Mal as recebi, corri para informar o patrão sobre a visita.

— Fez bem, Lireth, vá avisá-lo sobre isso, irei receber minha maninha.

(…)

Sentada no sofá com uma aparência abatida, apresentava todo o seu esgotamento, a palidez a deixava com o semblante doente. Mesmo assim, Desirée não esboçou nenhum sentimento de empatia.

Ao contrário sentia muita raiva por ver sua irmã de volta em casa, podendo colocar todos os seus planos a perder. Todavia sorriu para si ao se dar conta que pelo menos Kylo Ren estaria longe dali dentro de poucos dias, assim se livrar de Rey seria o menor dos problemas. Ergueu a cabeça disfarçando o desagrado entrou no cômodo.

— Irmãzinha, que saudade, porque você voltou?

Rey se levantou, mesmo com dificuldades, abraçou a sua irmã mais nova.

— Estou aqui para me recuperar da minha convalescença. — Se sentou novamente. — Todos estão exagerando, me obrigando a voltar, não quero dar trabalho.

— Que nada, Rey, nunca seria um incômodo cuidar de sua saúde. — Se afastou da noviça revirando os olhos.

Nesse momento, Luke entra na sala, abraçando sua tutelada com muita alegria em vê-la.

— Rey, minha querida como está pálida. — A beijou ternamente na testa. — Você foi muito teimosa, deveria ter esperado que iria lhe buscar. A madre tinha me avisado sobre sua saúde.

— Não precisa ficar tão preocupado, vou ficar bem. Ainda mais, porque estarei sendo paparicada por você e Desirée.

— Foi muito imprudente ter vindo sozinha. — Olhou para a religiosa que acompanhou sua filha. — Não quero ofender, irmã, mas às duas sozinhas, poderia ter acontecido algo.

— Ainda bem que não aconteceu. — Betina, sorriu.

Desirée interrompeu a conversa um pouco alterada.

— Tinha conhecimento que a Rey estava voltando?

— Sim, meu bem, porque está tão agitada?

— Nada, — tentou recobrar o equilíbrio — pensava no melhor para Rey, não deveria ter feio essa viagem tão longa. Permanecer no convento seria mais sensato.

Luke abraçou Desirée de modo carinhoso.

— Compreendo seu zelo por sua irmã, mas para a sua recuperação é melhor que ela esteja junto a nós, não concorda?

— Sim, concordo. — Respondeu engolindo a impaciência.

— Além do mais, vai ser bom ter sua na cerimônia do seu casamento.

Rey ao ouvir aquilo, engoliu em seco, sentiu a sua fraqueza ainda mais forte, segurando a lágrima que ardia em seus olhos. Todos estavam alheios as angústias que ela vivenciava tentando sufocar, no entanto, Desirée notou o sofrimento da irmã.

Caminhou em volta da sala, analisando a situação ganhando espaço e vantagem tamborilava os dedos no queixo, como que estivesse tramando algo muito perverso, a religiosa observava a garota com uma certa reserva, não conseguia entender como o tutor estava tão cego em relação a sua filha mais jovem. Preferiu não interferir no momento, melhor seria ver o que ela tencionava, então a ouviu.

— De fato, papai, vai ser maravilhoso ter Rey aqui comigo. Vai ser muito bom ter a sua ajuda nos preparativos. — Riu abertamente. A noviça devolveu o gesto de modo tímido. Luke ficou tão feliz em ver a família reunida que nem observou a aflição de uma e a malícia da outra.

— Estou feliz de estar de volta, mas preciso descansar. Vou para o meu quarto. — Suas energias estavam todas sugadas. Não conseguia pensar em nada, apenas deitar e descansar.

Todos se despediram cada um foi para o seus lugares de descanso, assim Lireth levou a irmã Betina para um quarto de hóspede, foi uma viagem muito longa para voltar tão rapidamente.

Assim ela permaneceria para descansar, bem como ajudar na recuperação de Rey que era muito querida entre as religiosas no convento, sentindo que a garota iria precisar de muita ajuda em relação a sua irmã mais jovem. Betina desconfiou da jovem.


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Notas finais do capítulo

Agradeço o apoio de todos vocês
Beijos!



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