Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 8
Capítulo 8 Conflito de Interesses.




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A manhã estava radiante, com um vento úmido que aumentava a sensação de desconforto nos seus moradores. No entanto, Desirée estava num banho demorado e refrescante, os sais adocicavam o aroma do ambiente. Ela acariciava a sua pele alva, lembrando os toques intensos do homem que a amou, ela gemia baixinho ao recordar cada sensação que Kylo Ren havia despertado nela.

Lireth, nesse momento, entrou no quarto de banho, agitada.

— Seu pai quer te ver urgentemente. — Falava assustada. — Ah! Senhorita, acho que fomos descobertas.

— Relaxe, não há nenhuma razão para isso. — Sua voz era calma e concentrada. — Vamos! Pegue o meu roupão, me ajude com minha vestimenta e vamos ver o que o bobo do meu pai quer.

Levantou-se da banheira, agitando a espuma na água evidenciando seu corpo esguio, sua dama de companhia a envolveu na vestimenta, sentindo a maciez do tecido, foi para o seu quarto terminar de se arrumar.

(…)

Luke caminhava de um lado para o outro, agitado por causa das atitudes de sua filha mais jovem que se mostrava mais rebelde do que a sua preferida, Rey.

Com isso, ela surge no topo da escada, avistando o homem impaciente, vira os olhos em desdém pelo seu tutor, coloca a mão no corrimão de mogno.

— Paizinho, o que deseja falar comigo. — Soava dissimulada, enquanto descia as escadas.

Skywalker a fitou a vendo deslizar pelos degraus, parecia um anjo, por tamanha beleza. Suspirou.

— Queria ter conversado contigo ontem, mas não a vi. — Ajudou a descer nos últimos passos. — Onde esteve minha querida?

— Pai, sabe muito bem onde estive. — Sorriu para o homem.

— Sim, com a sua amiga enferma.

— Então, porque a pergunta? — O olhava, afim de avaliar se havia o convencido das suas afirmações, então chegou mais próximo, beijou a face do mais velho.

— Confesso, que demorei de fato com ela, pois piorou muito. Então, pedi para Lireth ir à vila buscar algumas ervas, para lhe fazer um chá, para lhe baixar a febre.

— A garota está melhor? — Perguntou preocupado e totalmente envolvido na história da garota, que deu um leve sorriso ao perceber que havia contornado a situação.

— Sim, minha amiga está melhor, graças aos meus cuidados. O que o senhor queria me dizer ontem, que era tão importante.

Luke caminhou até o sofá e tornou o seu tronco para Desirée.

— Você sabe que sua irmã ingressou no noviciado. — A filha deu de ombros.

— Não entendo a Rey, noiva de Ben Solo, um maravilhoso partido, agora vem com esse discurso que quer ser freira! — Suspirou. — Acho minha irmã esquisita.

O senhor meneou a cabeça, por ouvir a mais jovem falar de modo egoísta sobre a sua irmã, colocou as mãos na cintura.

— Não nos cabe aqui discutir as razões de sua irmã. O que deve saber sobre o assunto é que Ben ficou sem uma noiva, — respirou. — com isso, Leia e Solo, concordaram em você ser a noiva dele, agora.

Desirée, recebeu essa notícia como se tivesse levado um tiro no estômago. Ela se deixou cair na poltrona, totalmente pálida. “Como falaria para Kylo que agora está noiva? Como ele sabia disso antes mesmo de mim?” Sentiu uma vertigem e sua vista se escureceu. Luke correu para junto da jovem.

— O que houve, minha filha, ficou tão lívida de repente. — A olhava assustado.

— Não é nada papai, é apenas o tempo abafado, deve se minha pressão. — O tutor anuiu.

— Acho melhor, nada de visita a sua amiga, precisa se recuperar. — Falou passando a mão na face macia dela. — A propósito, seu noivo virá para lhe fazer uma visita, portanto, descanse um pouco, afim de ter ânimo para o receber.

(…)

 

O convento era silencioso seu estilo era gótico com estruturas austeras, as paredes eram cinza e davam um aspecto melancólico, os corredores eram largos e o som reverberavam pelo local, assim se ouvia ao longe as pisadas das freiras e noviças.

No pátio, as religiosas se ocupavam da jardinagem, da horta, com o intuito de se fazer doações para o orfanato e aos mais carentes. Rey estava abaixada afofando à terra para plantar alguns bulbos de gerânio, ela gostava muito de flores. Sorria em satisfação ao imaginar que algum tempo veria as flores desabrochando no lugar. Nesse ínterim, uma freira a chamou.

— Rey, a madre superiora quer te ver. — Sorriu para a menina.

Ela ergueu seu corpo de modo ágil e espanou os grãos de argila de suas luvas, assim que as tirou, alisou seu hábito para afugentar à terra que teimava em ficar no tecido.

— Já irei até ela. — Respondeu de pronto. Caminhou agilmente até o escritório da mais velha.

Chegou numa porta larga de madeira pesada, bateu com força, afim de se tornar audível. Uma voz a chamou para dentro.

— Boa tarde Madre, deseja algo?

— Boa tarde, minha filha, — observou a garota que mostrava um semblante mais tranquilo, bem diferente de quando ingressou ali, com o rosto aflito e inchado de sempre chorar — como está hoje?

— Estou bem, me sinto em paz aqui. — Sorriu.

— Fico feliz em ouvir isso. — Se levantou de sua cadeira e caminhou até a jovem conduzindo até o sofá para se sentarem confortavelmente. — Você está conosco há uma semana no noviciado, não é próprio para as postulantes receberem visitas, até terem feito os seus votos, no entanto, seu caso, como o padre Kenobi colocou, é algo muito específico, sendo assim, você poderá receber a convidada que a aguarda.

Rey ficou eufórica que se esqueceu de perguntar quem era a pessoa que estava lhe esperando, antes de sair beijou o dorso da mão da religiosa e correu para o local indicado.

Quando chegou na sala, sentiu uma alegria imensa, ao ver sua amiga, Rose, esperando por ela para conversarem. Assim quando se viram, se abraçaram como se há muitos anos não se viam. O choro de alegria, misturado com o de tristeza se fez ouvir por todo o cômodo.

 A noviça convidou a sua amiga para se sentarem, assim ambas se acomodaram.

— Rey, por que está aqui? — Estava confusa.

— Longa história, querida amiga, mas o que posso adiantar que estou bem. — Passou sua mão na face da outra.

— Mas… Não compreendo, antes estava noiva de Ben Solo, agora alega que tem vocação para freira, para mim isso tudo é muito confuso.

A noviça respirou profundo.

— Refleti muito sobre o meu compromisso com o jovem Solo, percebi que não seria uma boa esposa, não o amo. — Mentia para si mesma, controlava a sua voz para sair calma. — Ele precisa de alguém que o ame por quem é, não uma ilusão, pois é assim como o vejo, algo irreal, no entanto, o chamado da luz foi real estou muito feliz aqui. — Sorriu para passar confiança.

Rose Tico, não quis contradizer sua amiga, assim a abraçou novamente, continuando a conversar apenas amenidades, que deixaram o coração de Rey um pouco mais leve. Quando terminou o tempo delas, se despediram e às duas fizeram uma promessa de jamais esquecer uma da outra, Rose reforçou que voltaria assim que fosse possível, assim aconteceu.

 (…)

Kylo Ren estava sentado na proa de seu navio sentindo a brisa marítima afagar o seu rosto. Observava o marulho cintilar, à medida que os raios solares refletiam na água. Pensava em Desirée, fazer dela a sua esposa, no pacto que fizeram há alguns dias, do conselho de Chewie, o alertando que quando se apaixonasse de verdade faria realmente coisas malucas. Sorriu consigo ao pensar nisso.

O velho advogado, sempre foi um amigo leal, o acolhia quando precisava, desde quando o conheceu na adolescência. Nutria um carinho especial pelo velho homem, com isso uma voz o tirou de suas reflexões.

— Capitão Ren, quando iremos zarpar, para trazermos as mercadorias de Snoke? — O pirata levantou a vista olhou para o mar.

— Quando essas tempestades oceânicas acalmarem. — Ele era um marinheiro experiente sabia que o tempo muito quente no continente e os ares frios do mar, provocavam tormentas terríveis, por isso não era viável, nem valia a pena colocar o Darkness, a tripulação em perigo por causa dos caprichos de um homem ambicioso.

O marujo concordou com a análise do seu capitão.

— Capitão, o senhor precisa ir falar com o homem. — Encarou seu patrão. — Chegou a mandar vários recados para o senhor.

Snoke era um sujeito muito sombrio, sua avidez por poder o fazia cometer vários atos cruéis, se aproveitava das habilidades de Kylo Ren, na arte da pirataria, para tomar posse dos bens de seus inimigos, mas o rapaz também recebia a sua parte em saquear navios em toda a costa. O velho era calculista e frio, por trás da aparência de uma pessoa de bem, um prefeito, escondia toda a sua maldade e ganância.

Quanto ao Kylo estava pensativo com respeito as suas atividades ilícitas, desejava parar, afinal já havia conseguido juntar uma fortuna em seu ramo nada convencional de negócios. Agora havia uma dama da sociedade, pretendia fazer dela a sua esposa, por isso estava disposto a ser um comerciante marítimo apenas.

— Vou falar com Snoke de uma vez. — Falou convicto.

No caminho se apegava a um pensamento, precisava conversar com Godfrey primeiro, para se programar muito bem, antes de ter a sua reunião com Sebastian Snoke. Teria que ser forte em suas vontades.

Assim desviou do seu destino, dobrou a esquina rumou por uma alameda e no final dela havia uma casa muito modesta toda de pedra com uma porta maior que a convencional, devido à altura do morador.

Ren bateu na madeira maciça da porta com o seu anel ouviu um movimento dentro do imóvel com passos vindo em sua direção, então surgiu um senhor ruivo que colocou apenas a cabeça para fora.

— Céus! Kylo o que te traz aqui? — O convidou a entrar ele aceitou o convite.

— Sente-se garoto. Quer algo para beber? — O advogado falava animado.

— Obrigado Chewie, aceito um pouco de rum. — Falou sorrindo a seu anfitrião que foi preparar a bebida para ambos, de volta trouxe dois copos com um líquido ambarino. Fizeram um leve bater de copos engoliram de uma vez o conteúdo que desceu queimando pela garganta, fizeram uma leve careta depositando o cálice na mesa.

— Fale, o que te fez deslocar até a casa de um velho. — Conversava cordialmente.

— Godfrey, preciso organizar minha vida.

Chewbacca ao ouvir aquelas palavras se recostou na sua poltrona como que tentando absorver aquelas palavras que há anos queria ouvir do rapaz, com isso o fitou.

— O que te levou a querer isso?

— Conheci uma jovem. — Sorriu. — Ela é uma dama da sociedade. Quero fazer dela minha esposa. — O olhou de soslaio. — Por isso estou aqui preciso de duas coisas para cumprir o meu propósito.

— Então diga logo o que precisa.

— Preciso do meu sobrenome distinto. — Respirou fundo. — Quero reivindicar, tenho o direito que herdei de meu pai, esse nome.

— O outro qual seria? — Perguntou curioso.

— Dinheiro que você vem investindo para mim. Quero uma quantia para pagar meus débitos com Sebastian Snoke, por fim de uma vez minhas relações com esse homem e a pirataria.

Chewbacca se levantou feliz, desejava-lhe muita sorte, por sua decisão, porém sabia que não seria tão fácil se livrar do prefeito e sua vilania, muitos obstáculos o rapaz haveria de enfrentar. Então o abraçou de modo fraternal.

— Kylo que grande notícia trouxe até mim. — O mais velho se desvencilhou do abraço e, continuou. — Quanto ao sobrenome, Leia e Ben nunca se opuseram em lhe oferta-lo, mas sempre foi você que se recusava a receber, por ser orgulhoso. — Sorriu. — Com certeza eles irão até o cartório para atestar o último desejo de Han Solo. — O homem caminhou pensativo. — O que nos leva ao cerne do problema, sem a carta testamento, qualquer homem de posses, supostamente idôneo, pode revogar o que a viúva falar.

— Quero correr esse risco. — Estava determinado.

— Você pode sim. — Pegou um charuto — Mas Snoke pode usar isso como modo de se vingar. — Chewie o fitou com ternura. — Então te pergunto como um amigo. — Pigarreou. — Quem é a jovem que fez você querer ser um homem diferente?

— Tenho certeza que a conhece, bem como a sua família.

— Pois, diga o nome da dama.

— Desirée Skywalker, a tutelada mais nova de Luke.

O advogado, deixou o fumo de lado e se encostou na mesa, aquela notícia realmente foi surpreendente e inesperada.

— De fato, a jovem é de uma família respeitável, mas me diga Ren, como pretende pedir a mão dela ao Skywalker?

— Serei sincero, falarei sobre minha pretensão em relação a sua protegida. Direi que farei tudo para lhe dar uma boa vida.

O seu conselheiro se ergueu de onde estava meneava a cabeça seu semblante era de preocupação.

— Sim Kylo, sei do seu bom coração, de suas boas intenções para com a jovem em questão, no entanto, as pessoas apenas conhece uma parte de você, que é fria e cruel. — Pousou as mãos no rapaz. — Sabemos que isso foi uma forma um tanto torta de se proteger, mas não falemos disso agora. O momento é saber como você irá reagir se caso Luke se negue a dar a mão de Desirée?

Ren se afastou do seu interlocutor, de modo ríspido.

— A roubarei. — Falou determinado.

— Pense, meu filho nas consequências. — Arrazoou o mais velho. — Reflita no que pode acontecer com Desirée.

— Ninguém vai se impor a mim e os meus objetivos. — Saiu da casa do advogado de modo súbito.

Chewie suspirou sentindo muito pesar e preocupação, sabia como o rapaz era intempestivo, muitas vezes inconsequente. Ele precisaria ganhar tempo para tentar dissuadi-lo a não cometer tamanha insensatez.

Enquanto isso, Kylo Ren ganhava a rua em passos firmes como se estivesse em uma batalha, com um objetivo claro em sua mente, se desfazer de todos os seus negócios escusos com Snoke, começar do zero com Desirée, faria tudo o que fosse necessário para tê-la para si.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo apoio!
Amadinhos se puderem fiquem em casa ... Leiam Fanfic e se cuidem
Beijocas!



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