Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 4
Capítulo 4 Encontros e Desencontros




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O sol aquecia a pele da garota que permanecia deitada na areia branca enquanto as ondas alcançavam os seus pés desnudos. Os coqueiros faziam um farfalhar ao se balançarem pelo vento. O mar era de um azul-turquesa que cintilava no movimento do marulho. Ela achava tudo aquilo muito entediante, longe da capital e suas vicissitudes, não entendia porque Luke a fizera voltar para esse fim de mundo. Afinal de contas Rey iria se casar. A ela só restaria ficar solteirona. Amuava-se com os pensamentos.

Aliás, o matrimônio de sua irmã seria mais que merecido, para uma boba que nunca saíra daquele local ser desposada por Ben Solo era um sonho. No qual não podia alimentar esperanças, pois, era prometido da mais velha. 

Nesse instante, um homem emergia das águas como uma aparição era muito belo, com um ar misterioso, cabelos negros levemente ondulados até a altura dos ombros, estavam molhados, a pele bronzeada, ele avistou a jovem ali sozinha parecia perdida em seus pensamentos, então resolveu se aproximar.

— Olá! O que faz aqui tão longe da casa de Skywalker? — Falou irônico, pois, ao chegar perto da moça notou que se tratava de uma das protegidas do velho maluco.

— Oi! — Aprumando sua postura erguendo seu tronco. — Como sabe quem sou? — Colocou a sua mão em forma de concha para conseguir aparar melhor a luminosidade e visualizar o homem à sua frente era bem-apessoado, e notou que ele se parecia com Ben, contudo, esse tinha um ar mais misterioso e tinha algo de sedutor, uma força interior que a cativou no mesmo instante.

— Como o cavalheiro se chama? — Estendendo a mão para um cumprimento formal.

— Kylo Ren. — Beijando sedutoramente o dorso da mão da jovem. — Devo lhe alertar que não sou companhia para uma senhorita como você. Seu olhar caiu no tornozelo descoberto da garota, que notou a direção dos orbes do homem ajoelhado a sua frente, como num movimento automático cobriu a pele. Voltando a conversar para quebrar o silêncio.

— Mora na vila?

— Não! — Olhava intensamente a jovem. — Moro ali. — Apontando para a casa rústica que se situava no cume de um morro com uma vista linda para o mar. Continuou num tom casual. — Já andou de barco?

— Não, nunca saí do continente.

— Deveria. — Sorriu malicioso. — Quem sabe qualquer dia desses. — A garota piscou um par de vezes e logo em seguida devolveu o sorriso.

— Qualquer dia pode ser. Agora preciso ir meu pai deve estar me procurando. — Se levantou com a ajuda de Kylo e sacudiu a areia de seu vestido e caminhou lentamente, então olhou para trás. — Não quer saber o meu nome? — Mordia o lábio inferior.

— Qual é o seu nome? — Sabia que se tratava de uma das protegidas do velho Luke. Porém não sabia ao certo se era a mais velha, comprometida com Ben Solo, ou a mais moça.

— Desirée. — Sorriu e seguiu para a sua residência.

 

(…)

 

A casa estava calma enquanto Rey e Rose estavam sentadas na sala bordando o enxoval da noiva. Tudo estava muito belo e esmerado. Luke entra na sala com as mãos para trás, com um semblante extremamente preocupado olhava por cima dos óculos.

— Querida, você viu sua irmã? — Beijou o topo da cabeça da jovem e cumprimentou a outra.

— Não pai! — Sorria na expectativa do casamento.

Nesse instante a garota sumida entra toda animada cantarolando.

— Onde estava, Desirée? — A voz do tutor soou enervada.

— Estava caminhando na praia. — Falava displicente.

— Sabe muito bem que não, as jovenzinhas não devem sair desse modo, precisam andar acompanhadas é muito perigoso.

Rey e Rose concordavam com o que o mais velho dizia, meneavam as cabeças a cada palavra proferida pelo senhor, continuavam a bordar atentas nos detalhes das peças, enquanto a mais moça revirava os olhos em descontento, odiava ter que se sentir presa naquela casa achava tudo aquilo demasiado e irritantemente castrador, suspirou e falou dissimulada.

— Sim pai, tomarei mais cuidado da próxima vez. — Beijou a face do homem que sorriu com a alegria da pequena.

— Desirée, senta conosco para bordarmos um pouco e colocarmos nossa conversa em dia. — Rey sorria enquanto apontava o sofá próximo a ela.

— Outra hora, irmã fazemos isso. Agora estou cansada, se não se importa vou me retirar para tomar um banho, pois, estou cheia de areia. Além do mais está na companhia de sua amiga, não quero atrapalhar.

— Não atrapalha, minha querida, mas se está cansada e salgada vá se arrumar e descansar. Depois conversamos. — A garota se despediu de todos e se retirou para o seu quarto.

(…)

Recostada na banheira relaxava o seu corpo ao sentir a água tépida em sua pele alva, lembrava-se de Kylo com a sua roupa molhada por causa de seu banho de mar revelava a transparência da blusa que vestia, seus cabelos negros a derme dourada pelo sol, lábios carnudos a incitando para o pecado, olhos penetrantes e ombros largos. Se perdia ao se imaginar se perdendo naquele corpo.

O rosto ficava rubro ao pensar nas possibilidades de um novo encontro, gemeu baixo ao fantasiar isso, seu corpo se acendeu ao idear aquelas mãos imensas e potentes deslizando por sua carne. Respirou fundo abanou a cabeça para afugentar aquelas quimeras e saiu da banheira antes que fosse longe demais.

De frente a sua penteadeira escovava os seus cabelos sedosos enquanto mirava a sua silhueta no reflexo do espelho, arquitetando em um modo de voltar a se encontrar com o Diabo, ela queria se perder, melhor do que morrer freira, com isso terminou de se arrumar e foi chamar Lireth.

Ao chegar na cozinha que estava toda asseada e ajeitada avistou uma mocinha franzina toda largada em um banco tomando um chá totalmente distraída, a garota tinha estatura baixa sua pele era dourada como todos do povoado devido ao sol intenso que recebiam diariamente tinha um rosto harmonioso com uma beleza discreta. A garota morava na casa e ajudava nos afazeres domésticos. Desirée revirou os olhos ao aperceber a mediocridade da jovem então disparou.

— Você conhece alguma curandeira na região?

Lireth deu um pulo do assento como se algo lhe tivesse dado um choque, piscou algumas vezes para se concentrar na pergunta e responder o que a patroa desejava.

— Conheço, se chama Maz Kanata. Mora além das colinas. — Aprumou a postura. — Por que a senhorita quer saber? Está doente? — Sua voz era de preocupação.

— Não estou doente sua boba! — Sua face era presunçosa. — Apenas preciso de uns conselhos.

— Ah sim! — Respondeu, porém, ainda sem compreender as intenções da jovem que tornou a falar.

— Amanhã iremos para esse local. — Caminhou para saída e antes disso tornou. — A partir de hoje você será minha dama de companhia.

A garota sorriu e se sentiu muito importante, pois, suas chances de ser vista aumentaram consideravelmente e suas probabilidades de arrumar um bom casamento cresceram, assim a patroa inqueriu.

— Lireth?

— Sim senhorita!

— Você conhece Kylo Ren?

A serviçal se benzeu toda ao ouvir aquele nome e seu semblante evidenciou puro pavor.

— Ai, senhorita, dizem que ele fala com o demônio, outros que ele é o próprio. Todos têm muito medo desse homem, há quem diga que ele apoia os seus agregados que é um justiceiro dos mais necessitados. O que o povo diz em comum acerca dele é que ele tem um modo sombrio quase mortal.

— O que você acha dele?

— Eu senhorita? — Baixou a cabeça. — Não acho nada. — Levantou a vista e como um conselho alfinetou a jovem. — Por favor, não se meta em problemas ele é muito perigoso, além disso, seu pai não irá gostar de saber que anda se interessando por esse tipo.

Desirée deu de ombros pouco se importava com o aconselhamento de sua dama de companhia. Tudo que ela projetava era um meio de poder encontrar com Ren novamente. Sorriu maleficamente, pois, já tinha um plano para isso.

 

(...)

 

A fazenda estava mais viva os trabalhadores sentiam a alegria da sua senhora ao ter o seu filho de volta. Exceto Boba Fett que se sentia ameaçado com a presença do rapaz e temia que ele descobrisse que escravizava os trabalhadores do local e confiscava o salário de todos.

Ninguém se atrevia em contar, pois, apanhariam até morrer caso cogitasse em tal hipótese.

Enquanto isso na mesa de refeições Leia estava muito feliz e irradiava satisfação, Ben estava se sentindo tranquilo por voltar para junto de sua mãe e Poe gostava da ideia de conhecer outras pessoas e ambientes era uma excelente oportunidade para isso. Nisso o hóspede acabou a refeição e pediu licença para se retirar.

— Vou andar pelas terras, conhecer melhor o lugar.

— Quer companhia?

— Não amigo! Fique você precisa conversar com sua mãe, depois fazemos isso. — Sorriu.

— Quer um cavalo? Posso pedir ao Fett que sele um. — Leia pontuou.

— Muito gentil dona Organa não se incomode, pois, prefiro caminhar.

— Não é incomodo algum, meu jovem, quando quiser, é só pedir. — Falava gentilmente. — Ah! Propósito senhor Dameron. Me chame de Leia.

Com isso o rapaz fez uma vênia e partiu.

Ben Solo se levantou e foi em direção de Leia e a ajudou a se levantar.

— Mamãe, agora que estamos sozinhos podemos conversar sobre um assunto antigo?

— Claro meu filho vamos até à biblioteca, lá teremos privacidade. — Caminharam lado a lado até o local.

O cômodo estava do mesmo jeito que ele se lembrava as prateleiras cheias de livros empilhados o odor úmido das páginas dos compêndios muito antigos misturados ao perfume das flores que Leia sempre colocava na mesa dizia que era “para animar o cômodo”. A mais velha adentrou o ambiente e se sentou numa poltrona de couro marrom era muito confortável. Ele caminhou até ela e se abaixou.

— Quero que saiba o meu outro motivo por ter voltado. — Puxou o ar para os pulmões e soltou pesadamente. — Voltei para cumprir o voto que fiz a meu pai. Vou ajudar Kylo Ren!

— É muito nobre de sua parte, meu filho. — Pousou sua mão carinhosamente na face do jovem. — Mas creio que esse homem não irá querer sua ajuda. Está totalmente degenerado, vive envolto na escuridão.

O rapaz se levantou se afastando da mulher que lhe deu a vida um pouco frustrado.

— Não importa o que me diga, nada vai me desviar do meu propósito. Irei cumprir minha palavra.

Leia foi até o filho que evidenciava insatisfação e apoiou sua mão no ombro dele.

— Continuarei a procurar a carta, testamento de seu pai, — Afagou suas costas — ela continua sumida todos procuraram por todos esses anos, desapareceu e ninguém a achou.

— Hum! Isso torna tudo mais difícil, mas falarei com Chewie, como advogado da família vai nos orientar melhor.

A mais velha se afastou um pouco pesarosa.

— Chewie, não está mais conosco, brigou seriamente com Boba Fett, saindo insano alegando que o capataz não é de confiança. Não ficaria no mesmo ambiente desse homem. Nunca entendi o que de fato aconteceu, Fett sempre se mostra muito prestativo.

Ben Solo ouvia aquilo muito surpreso e um tanto triste. Se aproximou da mãe e a abraçou de modo protetor.

— Mamãe sinto muito por tudo que passou aqui nessa fazenda sozinha.

— Agora não importa mais, estou contigo. — Levantou a cabeça e encarou o filho. — Além disso, Chewie e eu estamos bem, já nos conversamos e fizemos as pazes. — Suspirou. — Só não quer mais ficar aqui.

— Então está decidido irei falar com o amigo do meu pai, juntos encontraremos um meio de ajudar meu irmão.

— Apoiarei a sua decisão, espero que consiga encontrar um meio legal de o ajudar. — Se afastou um pouco e pegou nas mãos dele e o conduziu até a poltrona de leituras e se sentou e o fez fazer o mesmo, olhando nos olhos do rapaz tornou a falar.

— Agora, mudemos de assunto. Em relação ao seu casamento, realmente está seguro de sua decisão? Tem certeza que será ela a sua noiva?

— Sim mamãe estou convicto. — Afagou seu rosto dela. — Avise ao Luke que irei falar com ele e tenho certeza que não se oporá que assuma um compromisso de noivado com Desirée. Ela é que me agrada.

 

(...)

 

Godfrey Chewbacca, tinha um carisma especial, todos na vila o admiravam e o queriam bem, pois, sempre ajudava quem precisava e, principalmente livrar as pessoas da opressão de Snoke e do delegado corrupto da região, Hux Armitage.

O velho advogado sempre tinha a visita de um certo pirata que desde a sua adolescência vinha a casa de Chewie e recebia a ajuda e a educação formal para se tornar um homem inteligente e perspicaz, contudo, uma coisa que ele não conseguiu demover de sua personalidade foi sua obstinação e orgulho.

O mais jovem andava de um lado para o outro como um animal enjaulado, enquanto Godfrey ponderava.

  — Kylo Ren, seja mais prudente, observe que desde que você cortou relações com o delegado, e não faz mais o que ele quer, está te perseguindo e procurando um meio para te prender, tenha cuidado meu filho.

— Velho, não se preocupe comigo, sabe que sei me livrar das emboscadas desse sujeitinho raquítico. — Sorriu para o homem.

Nesse instante a porta bate e o advogado pergunta.

— Quem é?

— Sou eu, Chewie, Ben Solo.

Chewbacca olhou para Kylo como tentando ler o que se passava dentro do rapaz tempestuoso, Kylo deu de ombros.

— Atenda logo a porta, a sua visita não pode ficar esperando. — A voz soou seca.

O homem abriu a porta pesada de madeira e avistou um jovem sorridente, ele pode notar. De fato, os irmãos eram muito parecidos. As diferenças eram poucas, enquanto um usava os cabelos mais longos, Ben tinham eles curtos. Kylo tinha uma tez mais bronzeada, devido ao seu trabalho no mar, como capitão do Infernus, usava roupas sem convenções sociais, enquanto o outro se trajava como um cavalheiro.

Ao entrar na sala do escritório ficou satisfeito ao se dar conta que havia acertado em ter vindo até ali, pois, tinha encontrado o irmão que há muito não via.

— Kylo que bom lhe ver, vim conversar com Chewie. — Estava empolgado. — Por coincidência sobre você. — O pirata o olhou com desconfiança. — Vim saber se há um modo de lhe ajudar. Como nosso pai gostaria.

— Obrigado! — Soou áspero. — Não preciso da sua ajuda e a de ninguém. — Encarou o irmão com fúria nos olhos e sem se despedir saiu batendo a porta.

— Não fique surpreso, meu jovem. — Chewbacca analisava o rapaz. — Kylo é assim mesmo, no princípio ele se mostra na defensiva e arredio, porém, quando o conhece verá que ele tem um bom coração. — Sorriu ao falar aquilo, com isso pegou um charuto numa caixa de madeira muito bem entalhada, o acendeu e, tornou a pronunciar. — Então Ben, como pretende ajudar seu irmão? — Sugou o fumo para dentro de seus pulmões e expeliu a fumaça pelas narinas. — A propósito você ou sua mãe encontrou a carta de seu pai?

— Ainda não. — O semblante estava desanimado nesse momento. O velho amigo da família se recostou na cadeira de modo contemplativo.

— Acredito, que teremos uma complicação, pois, Kylo Ren só aceitará o que tiver naquela carta. — Sorveu mais uma vez o charuto. — O convenci ao longo dos anos que o conteúdo dela era o seu direito. Para ele, desde então, tudo além disso, é donativo, não aceitaria. — Baforou a fumaça.

— Por isso estou aqui Chewie, juntos vamos encontrar um jeito de o ajudar. — O advogado anuiu.


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Notas finais do capítulo

Agradeço o apoio
Desculpa por algum errinho que eventualmente tenha passado
Beijos!



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