Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 3
Capítulo 3 O Retorno




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Outono 1805.

O céu estava azul límpido e nuvens brancas suspensas flutuavam leves. O ar fresco e levemente gélido era refrescante. As alamedas arborizadas davam uma beleza singular própria da estação, as folhas avermelhadas se equilibravam em seus galhos, mas vencidas pela gravidade caiam suavemente ao chão.

 As ruas da capital estavam cheias de transeuntes que caminhavam e charretes deslizando suavemente as moças com seus vestidos bem ataviados de sombrinhas acima das cabeças com cores que combinavam com seu vestuário, enquanto os homens de chapéus e bastões desfilavam elegantemente.

 Na casa de Amilyn Holdo estava um grupo de convidados dando boas-vindas aos recém-formados na marinha, entre eles estavam Ben Solo muito bem alinhado em seu uniforme azul de um escuro que parecia preto, tinha um porte majestoso como um homem que realmente surgiu da realeza, e próximo de si, tinha o seu amigo Poe Dameron que também concluiu os estudos junto com ele. O rapaz também tinha um belo porte.

 A casa da anfitriã estava rodeada de amigos e convidados, burburinho de conversas e sorriso a animação preenchia todos os espaços e, estava muito bem arrumada com flores que alegravam o ambiente, cortinas e tapetes muito refinados, mas uma beleza se destacava na casa, que conversava com algumas moças e vez por outra sorria delicadamente. Fitava os rapazes.

 Quando Poe notou que seu colega se deteve em olhar para a linda jovem à sua frente, com cabelos dourados como o sol a pele alva, olhos azuis como o céu um rosto muito bem emoldurado com um nariz afilado e os lábios pequenos e rosados abanava suavemente um leque de cetim róseo que combinavam com o seu vestido muito ajustado em seu corpo pequeno e delicado.

 Dameron cutucou o sujeito de modo divertido o provocando.

— Quer fazer um quadro da beldade? — Sorriu e completou. — Lembre-se que você tem um compromisso com a jovem Rey Carlson.

 — Não me esqueci. Apenas penso que conhecer novas pessoas não faz mal nenhum. — Gracejou e se afastou do rapaz e caminhou até a garota que chamava a sua atenção.

— Olá, senhorita, deixe que me apresente. — Retirou o chapéu da cabeça numa vênia. — Meu nome é Solo. — Sorriu gentilmente e beijou o dorso da mão de moça.

— Ben? — A garota falou animada.

— Sim sou! — Falou um tanto confuso.

— Sou Desirée Carlson, irmã caçula de Rey.

O colega estava se aproximando da dupla com um sorriso irônico.

— Mas vejam só vocês que mundo pequeno. — Falou com humor.

— Permita apresentar meu amigo Poe Dameron, se formou comigo na marinha. — O rapaz galanteador cumprimentou a jovem que sorriu timidamente. — Ben prosseguiu. — Essa é Desirée Carlson, protegida de Skywalker. — Ela fez uma pequena mesura.

 Nesse instante Amilyn se aproximou do trio que conversavam alegremente e sorriu.

— Vejo que Ben encontrou sua futura cunhada. — A menina sorriu forçado.

— Sim Madrinha, e veja que coincidência eles também estão voltando para Coruscant, poderia aproveitar e retornar com eles.

 — Não acho apropriado, querida. — Falou pontual e a garota se emburrou um pouco por ter sido contrariada. O rapaz notou que Desirée ficou chateada com a decisão da mais velha.

— Sua madrinha tem razão. — Sorriu Ben Solo. — Mas podemos nos encontrar por lá. Com isso ela abriu um sorriso amplo, e a conversa continuou a transcorrer animada. Ao final da reunião enquanto todos estavam se despedindo e agradecendo aquele belo sarau, A garota se afastou do grupo. Então, escreveu um pequeno bilhete e ao se despedir do rapaz depositou um diminuto pedaço de papel em suas mãos, o conteúdo da nota era um convite para se encontrarem em privado no dia seguinte.

(…)

 Na hora marcada do encontro um rapaz empolgado caminhava pela rua arborizada com o seu uniforme todo sorridente ao pensar na linda jovem que lhe fez esse doce convite.

 A tarde estava clara o sol ainda alto no céu, a brisa era amena que acariciava a face do oficial que carregava seu quepe embaixo do braço, alcançou uma porta lateral da casa de Holdo, que dava acesso direto ao jardim que estava muito florido e o perfume delas ocupava todo o ambiente.

 Adentrou o ambiente e encontrou Desirée sentada delicadamente tomando um chá que fumegava numa xícara, a olhou encantado ao perceber que estava sendo observada sorriu matreiramente.

— Olá Solo, como vai? O rapaz devolveu o sorriso.

— Olá Desirée! Pode me chamar de Ben. — Beijou delicadamente o dorso macio da mão da jovem, que o fitou provocante.

— Combinado! — Sua voz era convidativa. — Sente-se. — Ele aceitou o convite e se recostou a mesa.

O lanche estava todo arrumado no tampo com torradas geleias e frutas frescas e bolos quentinhos e cheirosos. O rapaz mal conseguia pensar na mesa a sua frente a única coisa que fixava sua visão era a garota a sua frente, e a sua voz quebra seu devaneio.

 — Chá? — Seu olhar era intenso.

— Perdão! — Estava um pouco desconcertado por não prestar atenção no que ela dizia.

 — Como vai querer seu chá? — Riu baixinho.

— Com Creme e açúcar, por favor. — Ela anuiu e iniciou o preparo.

 Ben Solo olhou ao seu redor coçou a sua nuca e na tentativa de iniciar uma conversação mais atenta com a jovem respirou mais forte.

— Então, vejo que não se tornou freira, como era o desejo de meu tio.

— Oh! Não! — Roçou seu mindinho ao passar a bebida tépida as mãos do rapaz, que gostou da sensação do toque em seus dedos. — Você saiu muito jovem para estudar, então não se lembra, sua mãe percebeu que não, tinha qualquer vocação para o noviciado, assim apenas estudei com as freiras assim como minha irmã.

— Entendo. — Enquanto seus olhos passeavam pela bela face da jovem que o mirava de modo provocador.

— Mas chega de falar de mim. — Falou divertida. — Me fale de você, o que pretende?

 — Voltar para Millenium e ajudar minha mãe. — Suspirou triste. — Cumprir uma promessa que fiz ao meu pai.

 A garota bebericava sua bebida enquanto o avaliava e de modo astuto o inquiriu.

— Quanto a Rey? Você irá se casar com minha irmã?

A pergunta direta dela o deixou desconcertado ele queria resolver a situação com a irmã mais velha primeiro, não desejava mais manter o compromisso, para isso precisava conversar com sua genitora e o seu tio sobre esse assunto tão importante e delicado, antes de firmar qualquer compromisso com a mais nova. A encarou.

— Precisarei acertar algumas coisas com minha mãe e meu tio primeiro, mas no tempo devido você ficará sabendo. — Sorriu gentilmente.

 Desirée continuava a avaliar o rapaz a sua frente, precisava ter um pretendente o mais rápido possível, pois, do contrário teria que se trancafiar num convento e, essa era última coisa desejada por ela. Lançou seu charme ao jovem que estava cada vez mais encantado por ela.

 A tarde passou suave e a conversa entre os dois estava muito agradável. A moça nunca deixava de sorrir e investir olhares provocantes que encantavam cada vez mais ao Ben.

 (…)

Em Coruscant todos se conheciam e se cumprimentavam ao passar uns pelos outros pelas ruas. As alamedas eram de pedras colocadas uma a uma que davam uma beleza rustica ao local, ao centro de tudo ficava uma igreja muito bela no estilo barroco e de frente a ela uma praça lindamente arborizada que deixava a localidade muito mais refrigerada.

 Rey caminhava com um cesto envolto do braço e sorria gentilmente cumprimentado a todos que cruzavam seu caminho e parando em frente ao templo. Padre Kenobi sorriu e a chamou.

— Olá, minha filha!

— Benção, Padre!

 — Deus te abençoe, criança! — Falou paternalmente. — Soube por Skywalker que sua irmã está voltando. Fico muito feliz, assim você terá a ajuda dela para terminar os preparativos de seu casamento.

— Sim Padre é verdade! — Seu semblante mostrava felicidade. — Vai ser muito bom ter Desirée novamente conosco.

Nesse instante, Rose Tico se aproximou da dupla sorridente, pois, era o ponto de encontro das amigas.

— Benção, Padre Kenobi!

— Deus te abençoe. — Fez o sinal da cruz no ar e concluiu. — Agora vão, minhas jovens. Vocês têm muitos afazeres. — As garotas riram e se despediram do sacerdote e rumaram para a casa de Luke.

Elas caminhavam distraídas com sorrisinhos ao cochicharem em várias confidências nem se deram conta que um homem alto de cabelos negros ondulados que caiam por seu ombro e um olhar intenso cruzou o caminho da dupla, enquanto ainda atravessavam a rua.

 — Olá! Protegida de Skywalker. — Se inclinou numa reverência ácida.

 A garota desviou do homem o ignorando seguindo o seu caminho tranquilamente sem olhar para trás. Nesse momento Rose apavorada quebra o silêncio.

— Aquele sujeito que acabou de falar com você não é Kylo Ren, o pirata? Dizem que ele vendeu sua alma ao diabo e que ele conversa com o próprio. — Ao falar isso se benzeu cruzando seus dedos sobre o seu coração, com a finalidade de se proteger.

— Tudo boatos e conversa desse povoado. — Riu para a amiga. — Tudo bobagem que as pessoas contam, ele não discorda para que o povo sinta medo dele e o respeite.

 Nesse instante abriu a porta da casa modesta de Luke, retirou o chapéu e o apoiou no móvel com a sombrinha e Tico fez o mesmo. Skywalker adentra a sala com um envelope em mãos.

— Olá, meninas!

 — Olá Pai!

— Olá tio! — Falaram ao mesmo tempo.

O homem sorriu e, então colocou nas mãos de sua filha uma carta. A garota segurou firme e começou a ler o conteúdo era notícias de Leia, dizendo que Ben Solo estava retornando a Fazenda Millenium. A notícia a deixou imensamente feliz. Agora sua vida estava completa, seu noivo estava regressando e seu casamento era mais real agora.

 — Boas notícias pelo que vejo em seus olhinhos brilhando. — Observou o mais velho.

— Sim, pai! Ben Solo está voltando. — O tratamento que Rey dirigia ao mais velho era assim desde muito pequena, pois, foi o único pai que conheceu na vida os seus pais biológicos morreram tragicamente num acidente de carruagem. O senhor ficou feliz ao ver a euforia em sua filha.

 (…)

Amanheceu com o frescor típico do outono, Rey tinha um xale envolto de seus ombros, caminhava pela cozinha tranquila com a finalidade de aprontar o dejejum e para servir ao seu tutor, o aroma do café sendo filtrado no coador de pano era delicioso as torradas eram assadas num forno a lenha enquanto o leite teimava em querer derramar, enquanto isso Lireth arrumava a mesa para a refeição.

 A jovem retirava a leiteira do fogão, quando ouviu batidas na porta da frente, então correu para atender, retirou o avental de si e rodou a maçaneta suavemente com isso surge em sua frente a irmã que há muito tempo não via, ela olhava tudo com muito desdém, pois não queria estar ali, tudo era muito pequeno, demasiado simples, ela almejava mais, muito mais, olhou para sua irmã mais velha.

— Bom dia, irmãzinha! — Cumprimentou polidamente.

 Rey de modo amoroso e fraternal abraça a mais nova com muito carinho, e com lágrimas nos olhos. — Desirée, quantas saudades eu senti de você! — O abraço se prolongou mais do que a outra gostaria. Sentindo todo o drama da maior revirou os olhos. Luke entra nesse momento na sala, porém, de costas para a caçula e vê às duas irmãs abraçadas e sente muita alegria em vê-las unidas novamente.

(…)

 Na Fazenda Millenium, Leia estava em grande expectativa com a chegada de seu único filho. Completou seus estudos na Marinha e agora estava de volta para o seu lar.

Os negócios nas terras estavam indo bem. Todavia, não havia mais o mesmo brilho de anos atrás. Sem o seu marido tudo estava inexpressivo e sem vida. Nesse ínterim entrou o capataz na sala de leitura onde Organa se encontrava. Bateu levemente na ombreira da porta, com a finalidade de sinalizar a sua presença no recinto.

— Patroa, seu filho está na Millenium! — A mulher levantou rapidamente como se tivesse lavado um choque.

— Senhor Fett, que ótima notícia! Vou preparar o quarto de meu filho. — O brilho surgiu no olhar da mulher e seu semblante transpareceu novamente esperança. Boba Fett ao notar a animação da patroa se sentiu coagido, ela não poderia saber das negociações escusas que fazia nas terras da patroa, dentre muitas, a mais cruel era a venda de trabalhadores locais para serem escravos em outras propriedades.

 Nesse instante, Ben entrou em sua casa, muito animado, e como era muito amoroso correu para o cômodo onde sua genitora se encontrava e lhe abraçou e beijou carinhosamente o topo de sua cabeça, pois, ela era baixinha e seu filho era muito maior. O afago se demorou por alguns instantes e a mulher tinha lágrimas nos olhos e o rapaz as enxugou com seu indicador e a fitou de modo amoroso e tornou a beijar sua face.

 — Por favor, não chore mãe estou em casa.

— Sim, meu filho, sei. São apenas lágrimas de felicidade. — Olhou para o capataz. — Obrigada por avisar, por favor leve as malas de Ben para o seu antigo quarto. — O homem anuiu e se retirou.

— Ah! Mãe, antes de mais nada quero lhe apresentar meu amigo, Poe Dameron, será nosso hóspede.

— Sim meu querido, o que quiser. Vou providenciar um quarto para o convidado. — Então se voltou para o rapaz. — Prazer em conhece-lo, meu jovem será sempre bem-vindo na Fazenda Millenium.

— O prazer é todo meu, Senhora Organa Solo. — O visitante a olhou intensamente e, apanhou a mão da mulher e beijou o dorso dela esse gesto deixou sua anfitriã um tanto deslocada, e Poe completou. — Agradeço sua hospitalidade.

— Ótimo senhor Dameron! — Desviou sua face do rapaz que insistia em fixar o olhar na mulher. — Vou chamar Connix para lhe mostrar o caminho. — O moço concordou e acompanhou a jovem até o cômodo indicado. Ben Solo estava tão ansioso de conversar com sua mãe sobre tantas coisas que nem se deteve aquele momento tão inesperado que ocorreu entre sua mãe e seu amigo.

 — Mãe, preciso falar com a senhora.

A mulher se espantou ao notar a seriedade do filho pelo tom de urgência que ele tinha em sua voz.

— Vamos conversar na biblioteca, lá ninguém nos perturbará. — Caminharam de volta ao recinto.

O cômodo espaçoso repleto de prateleiras com muitos livros enfileirados devidamente catalogados o cheiro de umidade e papéis eram fragrantes. O local era muito amplo e o rapaz andava de um lado para o outro como um animal enjaulado, não estava com o seu uniforme militar, vestia roupas de um civil. Então a mulher o olhava um tanto preocupada, com isso quebrou o silêncio.

— Fale, querido o que está lhe afligindo?

O rapaz olhou para a sua genitora, de modo desassossegado. Respirou profundo como que escolhendo muito bem as palavras que deveria escolher, no entanto, qualquer uma que procurasse ainda sim saberia que ela ficaria muito agitada, assim preferiu falar direto, sem rodeios.

 — Mãe! — Manteve o olhar em Leia. — Não posso me casar com Rey Carlson, a protegida de Luke. A mais velha deu um passo atrás como que tentando absorver aquele golpe e encontrou uma poltrona para sentar.

 — Como assim, meu filho? — A voz saiu aflita. — Você não pode tomar uma decisão dessas assim precipitadamente, cancelar um compromisso de anos assim tão repentinamente. — Fitou o rapaz. — Amor, pense com calma. — Seu semblante estava tenso.

— Não posso me casar com Rey. — Tornou a afirmar. — Nem a conheço, muito menos conversamos, como poderia continuar esse enlace se não a amo. — Se abaixou na altura de onde ela estava sentada, com isso ela afagou os cabelos negros do filho e ele a encarou. — Fale com Luke ele entenderá.

— Vamos fazer um trato Ben, conheça a sua noiva primeiro converse com ela, e depois você decide se quer cancelar seu compromisso, mas tenho certeza que se a visitar vai mudar de ideia, verá que é uma jovenzinha muito gentil e prendada e, além disso, é muito bonita. — Tentava arrazoar com o filho.

 — Não duvido dona Leia. — Respirou fundo, contudo, ela notou que o rapaz tinha algo em seu coração, alguém que morava em seus pensamentos.

 — Percebo que você tem mais coisas que deseja me falar. — Pontuou perspicaz, o jovem a olhou sincero.

— Não posso continuar com o que a senhora e o meu tio acertaram a tantos anos atrás, pois, estou apaixonado por outra moça.

A notícia pegou a mulher de surpresa que se levantou subitamente da cadeira. Caminhou até as janelas amplas do local e mirava ao longe a vegetação verde e novamente voltou a mirar o seu rebento.

— Pois, quem é a garota de sorte que roubou seu coração, meu filho?

Ben Solo deu passos até a sua genitora e pousou suas mãos nos ombros dela e com um sorriso aberto.

— Desirée Carlson, protegida de meu tio.

O rosto de Leia se empalideceu ao ouvir o nome da pretendente de seu amado filho, sentiu um misto de tristeza e alívio, pois, perderia Rey, no entanto, teria Desirée que também fora criada por seu irmão, então ambos se abraçaram.

— Vamos pensar no melhor jeito de resolver isso. Agora vá descansar sua viagem foi longa e cansativa. — Ben assentiu beijou o topo da cabeça dela e se retirou. Ela, no entanto, sentiu um peso em seu coração como se pressentisse que algo ruim iria acontecer por causa disso, meneou a cabeça para afugentar tais pensamentos e saiu do local cerrando a porta atrás de si.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que apreciem
beijos!



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