Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 5
Capítulo 5 Um plano perigoso.




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A estrada poeirenta e quente desgastava os pés delicados de uma jovem que embora vestisse roupas comuns das mulheres da aldeia podia se ver que era alguém que tinha nascido com privilégios, a dama de companhia seguia ao seu lado carregando um cesto de palha, com as suas vestimentas guardadas nele. O caminho era todo margeado de árvores que por vezes davam sombra, isso aliviava o calor haviam flores que coloriam a senda.

Desviaram da estrada principal e adentraram na mata mais densa, o acesso à cabana de Maz Kanata era difícil e muito acidentado a trilha era muito estreita as árvores nesse ponto da floresta era tão fechada que cobriam o céu parecia ser noite. O cheiro da vegetação adentrava as narinas das jovens, era quase sufocante,  a umidade do ar deixava a garota mais exausta do que o normal e gotas de suor brotavam em sua testa como pingos de orvalho. Quando a voz de Lireth soou animada.

— Veja senhorita a casa da curandeira!

Desirée ergueu a vista e uma onda de alívio percorreu todo o seu corpo ao se dar conta que a mulher existia, que não era apenas uma lenda local que o povo falava. Caminhou mais alguns passos e alcançou o alpendre da cabana que era muito antiga a madeira estava enegrecida pelo tempo, o musgo verde alcançava as ombreiras das janelas e portas sentiu que o assoalho poderia cair a qualquer momento, devido ao apodrecimento do chão. Fez Lireth bater na porta de madeira maciça. Ouviram uma voz abafada.

— Quem está aí fora?

— Sou uma doméstica, vim aqui em busca de conselhos. — A voz saiu trêmula, Lireth estava apavorada em estar ali tão longe de casa.

Com isso a porta se abriu Desirée adentrou impetuosa, enquanto sua dama de companhia vinha mais atrás, não parava de se benzer. O ambiente dentro do casebre estava tão velho e medonho quanto a sua parte externa o cheiro de bolor e umidade nauseava a garota. Nesse instante surge na frente de Desirée uma senhora baixinha que parecia ter séculos de vida, como que tivesse esquecido de morrer. A mais nova sentiu uma certa repulsa pela aparência envelhecida da figura feminina que a olhava avaliativa, parecia que conseguia ler por dentro do coração distorcido da forasteira.

— No que posso ajudar? — A voz era grave.

A mais jovem se empertigou temperando a garganta com o intuito de se mostrar mais segura e sua voz não falhar.

— Estou aqui porque é a única capaz de ajudar. Sou colhedora de café com minha família, por isso venho em nome de uma irmã muito querida. — A anciã ouvia atentamente e avaliava a sua interlocutora percebia que aquilo que a jovem falava não era verdade, pois, não tinha traços de uma mulher que sofria na labuta dos campos, sua pele não era castigada pelo sol diário que essa profissão exigia, todavia continuou a ouvi-la sem interferir. A jovem prosseguiu em seu monólogo. — Ela é casada e tem muitos filhos, não há possibilidades de ela ter mais bebês, além disso, como alimentar tantas crianças? Não poderia se negar ao seu marido, precisa cumprir seu papel de esposa. — Respirou fundo e completou. — Precisa de algo, uma erva forte talvez, para evitar filhos e, mesmo assim poderia cumprir seu dever de mulher. — Estendeu o dinheiro em um pequeno abano. — Pagarei, economizei meu salário.

A mulher aprumou seus óculos de grau, pareciam fundos de garrafa, chegou mais perto da consulente segurou suas mãos e, confirmou o que já sabia, eram finas e delicadas, com certeza não pertenciam a uma trabalhadora braçal. Com certeza tinha seus motivos para se ocultar e omitir suas verdades. Com isso a feiticeira, deu de ombros e caminhou até uma prateleira toda empoeirada, sacudiu o pó. Voltando para a mais moça.

— Sei que não é para uma irmã. — Continuou a encará-la. — São para VOCÊ!

Desirée ficou pálida ao ouvir aquelas palavras tão diretas, o ambiente estava todo envolto na penumbra a deixou mais aflita, a cabeça começou a rodar mirando todos aqueles amuletos, ervas penduradas e um caldeirão na lareira quase perdeu os sentidos, quando a velha sacudiu sua mão com mais energia.

— Não se preocupe, seu segredo estará bem guardado comigo. — Soltou-a. — Além do mais não me interesso com o que irá fazer de sua vida. — Olhou-a bem, no fundo dos olhos e a instruiu. — Tome essa erva assim que seu ciclo se encerrar e, terá que tomar em jejum, tem que ser preparada bem forte, e tomar três dias seguidos, depois poderá ter relações que não irá ter filhos, mas lembre-se terá que repetir todos os meses ao final de cada ciclo.

A jovem pegou as plantas de modo firme com uma mão, queria sair dali o mais rápido possível, e com a outra pagou pelo serviço. Maz Kanata pegou o valor e segurou-a com força, o que fez a garota se assustar.

— Advirto que todas as ações trazem consequências. — Falava como se tivesse proferindo uma maldição. — Você está buscando a desgraça para a sua vida. Ele NÃO ficará contigo. — Se livrou das mãos da anciã.

— Me deixe em paz sua velha! — Saiu da cabana completamente amedrontada. As palavras que acabara de ouvir a deixou muito agitada. Lireth correu atrás da patroa.

 

(...)

 

A água fervia no fogão a lenha, Rey cantarolava enquanto iniciava os preparativos da refeição, Luke adentrou na cozinha e de modo brincalhão alfinetou.

— Hum! O cheiro está bom!

— Pare de brincar eu ainda não comecei, é apenas água fervendo. — Ria para o tutor.

— Onde está sua irmã? — Olhava em volta segurando os ombros da menina beijando a sua cabeça, aquela pergunta parecia que tinha virado rotina naquela casa sempre procurar por Desirée.

— Ela saiu muito cedo. — Colocava os legumes fatiados na panela que fervilhava.

— Não quero que fique andando por aí sozinha, já avisei que é perigoso. — O homem parecia impaciente.

— Calma, pai, ela saiu com Lireth. Foi acompanhada como o senhor orientou. — Partia uns tomates na tábua de fatiar vegetais.

Nesse ínterim, o sino da frente anunciava que alguém estava em frente à residência, uma visita inesperada.

— Quem será? — Luke soou curioso.

— Não sei, mas vou atender. — Esqueceu de retirar o avental e caminhou graciosamente até a porta. A abriu e sentiu seu corpo estremecer ao se deparar com o seu amor de longos anos materializado ali na sua frente. Deixava de ser um sonho agora era bastante real e tateável. Não pode deixar de reparar a postura majestosa e a beleza garbosa do rapaz.

— Deixe que me apresente, sou Ben Solo, sobrinho de Luke, sei que tudo isso é muito inconveniente, mas a senhorita por gentileza poderia chamar o meu tio?

Ele não a conhecia, julgava que se tratava de alguma moça que Skywalker sempre ajudava, pois, nunca houve um interesse efetivo em saber como ela era, contudo, Rey o conhecia muito bem, pois, Leia sempre falava dele e trazia as notícias que ele lhe escrevia, não para ela, mas para sua mãe. Até mesmo uma foto, preto e branco que havia tirado com seu uniforme da marinha, a mais velha presenteou a sua protegida.

A garota estava pálida e petrificada ali diante do suposto noivo ao constatar que ela era indiferente para ele, não conseguia pronunciar qualquer palavra. Ele simplesmente não sabia quem era ela.

— Senhorita, está se sentindo bem? — Colocou preocupado.

— Ben, que bom o ver. — A voz de Luke soou mais atrás. — Entre sobrinho.

O rapaz cruzou a sala numa postura imperiosa e se sentou empertigado na frente de Luke.

 — Rey, por favor, querida prepare um chá para nós. — Pediu educadamente.

O rapaz ficou totalmente sem jeito ao se aperceber que deparou com a única pessoa que precisava evitar o encontro, pelo menos por enquanto, julgava que a garota, embora muito bonita, pensava que era apenas uma empregada viu o avental e concluiu precipitadamente, se sentiu desconfortável  naquela situação. Olhou de soslaio para ela.

— Como o senhor prefere o seu chá? — Estava pálida.

— Apenas creme, por favor! — Tentou passar um tom natural. A jovem anuiu e com uma vênia suave desapareceu porta adentro. O rapaz ficou estarrecido ao avistar a jovem que supostamente tinha um compromisso, firmado por seus responsáveis não por ele, e que seria a última a saber que estaria ali para desmanchar o enlace. Com isso olhou para o tio.

— Luke, sei que tudo isso é muito inconveniente e fora do protocolo. — Deu um meio sorriso inseguro. — Mas eu preciso conversar com o senhor quanto antes.

O mais velho se encheu de curiosidade.

— Pode falar meu filho!

— Podemos falar em privado? Não quero que ninguém nos atrapalhe. — Essas palavras deixaram Skywalker um pouco mais preocupado.

— Vamos ao meu escritório. Lá podemos conversar mais tranquilamente. — Caminharam na direção do cômodo.

 

— Tio o que tenho para lhe contar é surpreendente. — Adentrando no local, sentou-se a convite do anfitrião. — Minha mãe pediu para refletir mais, antes de conversar com o senhor e me decidir. — Aprumou sua coluna na poltrona. — No entanto, estou inteiramente convencido de que minha decisão está tomada e, é a melhor para mim e por consequência para todos.

— Prossiga meu jovem, qual é essa decisão tão séria que você tomou? — Colocou enfático.

— Estou aqui para desmanchar meu compromisso com Rey. Não posso continuar com isso tendo outra jovem em meu coração.

Luke piscou um par de vezes para absorver aquela informação, lembrou-se do que seu cunhado havia dito há muitos anos sobre arranjos de casamentos com pessoas muito jovens. Tentou ser o mais racional possível.

— Quem seria a tal jovem afortunada que lhe roubou as atenções?

O rapaz se levantou com os braços cruzados nas costas caminhou de um lado para o outro tentando criar coragem para prosseguir com as suas declarações, abaixou a cabeça mirando os seus sapatos e de volta encarando os olhos azuis do seu tio que o perscrutava em busca de respostas plausíveis.

— Estou aqui para pedir a mão de Desirée em casamento. — O ancião ficou aturdido e sua voz soou áspera.

— E quanto a Rey?

— Não posso me casar com ela, quando tenho outra em meus pensamentos. — Tornou a se sentar, mostrava toda a sua determinação em defender a sua decisão. — Além do mais, Rey e eu nunca fomos noivos, foram vocês que acertaram tudo a respeito desse enlace. Não nós.

As palavras de Ben Solo atingiram o homem em cheio, sabia que tinha razão, mesmo sabendo que faria sua amável tutelada sofrer com o término repentino do noivado que só ele e Leia alimentaram na alma da menina. Seria melhor não a iludir mais com aquilo.

— O que posso dizer? — Se largou na sua cadeira.

— Apenas que me dê a sua permissão e benção para desposar sua filha mais nova.

— E sua mãe o que acha disso? — Luke notou no início do diálogo com o jovem ao mencionar Leia, este colocou ela numa postura de ponderação, então de modo a examinar o que ele realmente sentia e pretendia fazer tal pergunta arguciosa.

— Ela concordou com minha decisão. — Se adiantado em sua ansiedade de ter Desirée ao seu lado. — Me apoia em tudo. — O tutor da menina observava tudo que o seu sobrinho intencionava. Ouvia tudo atentamente. — Posso ver Desirée?

O homem coçou a barba avaliando todos os pontos em questão e todas as pessoas envolvidas, achava mais prudente uma atitude de espera, assim se levantou e caminhou até Ben e, apoiando suas mãos nos ombros dele, soou paternal.

— Julgo que não seria o mais sensato. — Deu umas batidinhas nos braços dele. — Deixa primeiro resolver as coisas com a Rey. Além do mais a jovem em questão não se encontra, está revendo a vila ao lado de Lireth.

— Tudo bem, esperarei as coisas se acertarem. — Sorriu um pouco decepcionado, pois, queria muito ver a garota de olhos encantadores. — Não voltarei para a fazenda por esses dias. Ficarei aguardando o seu chamado na minha casa aqui no povoado. A alegria estava evidente na face do rapaz que acabara de formar um compromisso de noivado com a sua amada.

O mais velho anuiu e pronunciou. — Vamos tomar o chá agora.

 

(...)

 

A praia estava deserta o mar estava cristalino as ondas quebravam na areia numa espuma branca e morna, a garota vinha displicente molhava os pés para refrescar o calor, preferiu voltar pela enseada era o caminho mais longo, porém, este tinha mais probabilidade de encontrar um certo pirata, sua dama de companhia andava um pouco atrás notou que alguém vinha as acompanhando.

— Senhorita, julgo que estamos sendo seguidas. — Lireth estava amedrontada. Olhava com preocupação a sua volta.

Desirée sorriu já se antecipando saber de quem se tratava a figura que as espreitava. Nesse instante, surge um homem todo de negro na sua frente.

— Se fosse MINHA, não ficaria caminhando sozinha por aí. De onde está vindo? — A garota comprimiu os lábios disfarçando o sorriso de satisfação, virou um pouco a face para não notar.

— Não interessa onde estive. — Fez um charme com os cabelos. — Além disso, não sou SUA e nem de ninguém. — Mordeu o lábio inferior para o provocar.

— Mas percebo que você quer ser! — Atiçou.

— Lireth nos deixe a sós. — A menina concordou e se afastou.

— Como tem tanta certeza? — Levantou nas pontas dos dedos para alcançar a face do sujeito e, ainda assim não conseguiu. Ele sorriu maliciosamente. Inclinou a cabeça em direção da boca da jovem e numa distância perigosa falou excitante.

— Sei que você quer! Sinto sua energia. — Desirée estremeceu ao ouvir sua voz grave e sentir o hálito do homem tão próximo ao seu, o corpo dele morno tão próximo, tão tentador. Avançou também mais uns milímetros aceitando aquela situação tentadora.

— Penso que está sentindo demais! — Sorriu convidativa e se afastou de Kylo. Dando as costas ao sujeito para o estimular. Seguiu os passos dela e pousou suas mãos firmes nos seus ombros.

— Quero que saiba que não, sou qualquer uma. Quero ser exclusiva. Não vou dividi-lo com mais ninguém!

— Sempre será única. — Sorriu. — Sempre será MINHA. — Virou o corpo pequeno da jovem, levantou o queixo dela e pendeu seu rosto tocando-lhe os lábios suavemente e, em seguida foi se intensificando e se tornando possessivo invadindo a sua boca pedindo passagem de modo faminto, a haver o encontro das suas línguas numa dança intensa e sensual. O espaço entre eles ficou nulo e, Desirée envolveu seus braços na nuca do homem acariciando suas madeixas sedosas. Ela sentiu o membro dele rijo contra seu corpo, sentiu uma satisfação maldosa por provoca-lo daquele modo.

Com isso, se afastou se desfazendo do beijo, ambos respiravam descompensados. Ele tentou enlaça-la num beijo, porém, a jovem astutamente pousou seu dedo indicador sensualmente nos lábios carnudos de Ren.

— Agora não. — Continuava a deslizar a falange na boca do pirata. — Quando for o momento, mandarei Lireth vir lhe avisar. — Sorriu traquina.

— Esperarei, a tua chamada. — A beijou suavemente, então a garota se afastou aos poucos em direção de sua dama de companhia, precisava voltar o mais rápido possível para casa.  


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo apoio
Desculpa algum errinho que passou
Até mais!



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