Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 2
Capítulo 2 Grande Infortúnio




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O dia na fazenda Millenium começava com o sol deixando o cafezal dourado e a brisa suave fazia com que os arbustos bailassem. Enquanto os trabalhadores colhiam os grãos num movimento ritmado.

Na mesa do café da manhã uma lauta refeição, a família reunida comia sem emitir nenhum som, apenas o tilintar dos talheres nos pratos. A notícia do filho ilegítimo de Han Solo pegou a todos de surpresa. Leia tentava se reorganizar para aceitar aquela notícia tão momentosa.

Nesse momento entra Godfrey com um garoto arredio pela sala de jantar, o rapazote vestia apenas farrapos e estava na casa dos quinze anos, a semelhança com o marido a surpreendeu. Ela olhou o garoto que tinha cabelos negros, olhar expressivo, lábios volumosos e já tinha uma boa estatura.

A mulher caminhou na direção do adolescente que mantinha uma postura defensiva, ela tentou passar a mão no rosto dele como um afago, todavia Kylo desviou a face para não receber o carinho.

­ — Chewie, leve o garoto para um banho. Peça a minha auxiliar que dê roupas de Ben para ele vestir. — O homem anuiu e o levou.

— O garoto é muito esquivo. — Observou Luke.

 — Relaxa! O garoto só precisa se adaptar.

— Han, sempre otimista. — Sorriu Leia. — Luke, poderia ajudar o menino, assim como você faz com o Ben. — O irmão assentiu.

Nesse momento entra muito feliz Ben Solo, um menino bondoso e muito ingênuo, tinha treze anos, porém, estava próximo seu aniversário, nisso abraçou seu pai e o beijou.

— Pai, o que trouxe para mim de presente?

— Eu trouxe isso! — Apontava para um relógio de bolso. O adolescente sorriu e pegou o objeto das mãos do seu progenitor.

— E como se diz mesmo, Ben? — Leia o censurava divertidamente.

— Muito obrigado, pai! — Sorriu docemente, com isso o genitor beijou o topo de sua cabeça.

— De nada! — Acariciou o cabelo do menino.

Por conseguinte, Kylo que já estava arrumado, assistia a tudo aquilo com uma pontada de tristeza, pois, não tinha mais a sua mãe consigo e por não sentir afeição pelo homem que o trouxe para a sua casa e seu convívio. Han olhou para o jovem e o trouxe para mais perto. Em um leve acomodar de mãos nos ombros dele.

— Kylo, esse é seu meio-irmão, Ben Solo!

— Com vai, irmão? — A voz do filho de Leia soou animada.

O outro girou os olhos e bufou rodou os calcanhares e saiu porta afora. Todos se entreolharam abismados com a atitude pouco amistosa do rapazinho que havia entrado em suas vidas tão repentinamente.

— Como eu disse o garoto precisa de modos. — Luke colocou.

— É por isso, meu irmão, que quero que o ensine.

— Eu penso que ele não irá desejar isso, é melhor aprender comigo e Chewie.

— Não concordo Han, ele precisa se tornar um cavalheiro, assim como Ben, assim sendo, eles serão ensinados por meu irmão.

— Minha querida, deixo isso em suas mãos, afinal você sempre sabe o que é melhor. — Beijou a face da mulher, ela sorriu. — Além disso, estou sempre viajando. — Se afastou da esposa olhou para o amigo que observava tudo atentamente sem, pronunciar qualquer parecer, mesmo já tendo muitos pontos em sua cabeça, que no momento devido aconselharia seu camarada. Tornou a olhar Leia.

— Ah! Propósito! Terei que me ausentar novamente, viajarei para negociar as sacas de café. — O olhar da mulher ficou triste, o marido não parava nunca. O único alívio que tinha era lutar contra as injustiças que as fazendas circunvizinhas cometiam, num sistema de abusos e servidão.

A Fazenda Millenium era diferenciada de todas as outras, pois, desde que se casou com Han Solo, colocou seu projeto em prática e seu esposo a apoiou. Ela e seu irmão usava uma espécie de cooperativa, onde todos os trabalhadores recebiam uma participação e viviam dignamente.

As pessoas que moravam nas terras do casal se sentiam seguras e o labor delas, não era em vão, e acima disso elas eram bem tratadas, não, havia qualquer castigo ou punições como surras e privação de alimentos.

Nesse momento, Boba Fett, o capataz da propriedade, aparece na presença dos patrões, e numa falsa abnegação se dirige a Han, Chewbacca o encara com um ar de reprovação, não confiava naquele homem.

— Patrão os senhores das terras vizinhas querem ter uma reunião com a sua pessoa.

— Sim, Boba! Após o almoço, sele meu cavalo, o Falcon.

— Ele é muito velho, Han vá com um animal mais jovem! — Se adiantou a esposa.

— Acho melhor você não ir a essa reunião. — Ponderou o advogado.

— Que bobagem Chewie. — Sorriu para o seu conselheiro. Caminhou até a esposa e a abraçou. — Ele é velho sim, mas é meu leal companheiro. — Beijou a esposa mais uma vez e afagou o rosto do filho e lhe deu uma piscadela que fez o menino sorrir para o mais velho. — Vá Boba apronte minhas coisas para depois do almoço.

O trabalhador assentiu e saiu para arrumar tudo para a partida do patrão. Luke aproveitou o momento.

— Bom, minha irmã, preciso ir com as meninas para Coruscant, para me assegurar que a educação deles seja bem-feita, e voltarei para buscar Ben e Kylo, para iniciar seus estudos.

— Ótimo! Quanto antes melhor!

— Viajarei amanhã. — Luke saiu para arrumar sua partida, com suas protegidas.

 (...)

No estábulo Fett arrumava Falcon e ao selar o cavalo depositou um espinho de ouriço entre a sela e a pele do animal, de modo que, quando o cavaleiro apertasse os estribos causariam uma ferida no corcel, provocando um acidente.

O capataz não gostava se seu patrão e, para completar ele era um mercenário desprezível, venderia a sua própria mãe para obter vantagens. Foi exatamente isso que ocorreu, alguns fazendeiros desgostosos com a prosperidade das terras de Han Solo e como mais, e mais trabalhadores eram atraídos para lá, com isso pagaram para que o seu capataz o traísse e o matasse.

(...)

Kylo Ren estava na beira do rio atirava pedrinhas nele observando o seixo quicar algumas vezes até afundar. Pensava numa maneira de sair dali o mais rápido possível enquanto, que o sol aquecia sua pele num leve bronzeado, o cheiro de lodo das pedras na margem do curso d’água invadia as narinas do menino, que enxia seus pulmões e soltava calmamente vendo a mata enquanto suas ideias de liberdade se perdiam no verde intenso das copas.

Nesse instante, Ben Solo se aproxima.

— O que está fazendo?

 — Pensando numa maneira de fugir. Arrumar um barco e cruzar os sete mares. — Soou sincero.

 — Puxa! Isso deve ser mesmo emocionante. — O meio-irmão falava eufórico.

— Deixa eu ir com você?

Ren sorriu maliciosamente.

 — Claro que pode! — Olhou de um lado para o outro para se certificar que não havia ninguém os vigiando. — Mas antes precisamos de fundos para a nossa jornada. Você tem dinheiro?

 — Sim tenho algumas economias que meus pais me dão.

— Perfeito! Vá buscar que ficarei aqui esperando.

Ben correu em direção a casa, todo animado. Imaginando todas as aventuras que viveria com o seu irmão, entrou sorrateiro sem que ninguém percebesse sua presença e adentrou em seu quarto e tirou uma pequena caixa de dentro da gaveta do criado mudo. Foi empolgado em direção ao seu suposto destino. Alguns minutos se passaram e de repente surge um rapazinho ofegante e animado na frente do outro sentado molemente na raiz exposta de uma árvore.

— Aqui está! — Deposita o objeto nas mãos do mais velho.

— Obrigado Ben Solo, não vou me esquecer da gentileza com que me tratou. — Se afastou um pouco e pegando o dinheiro, soltou a caixa ao chão e correu mata afora. Ben gritou para que Ren o esperasse, mas o rapazote era rápido e num piscar de olhos sumiu. O outro que ficou sentiu uma grande tristeza por ter sido abandonado tão prematuramente. Se recostou na árvore e chorou amargamente.

(...)

Han Solo estava no estábulo dando as últimas instruções a Boba Fett e, entregou uma carta ao homem e lhe orientou que entregasse somente a Godfrey Chewbacca, este saberia o que fazer. Ele pegou o envelope e anuiu com a cabeça.

Assim Solo montou no Falcon rapidamente rumo à fazenda vizinha. Sem saber que ia de encontro a uma emboscada. Mal sabia ele que sua vida corria grande perigo.

O homem em posse da carta sem nenhum escrúpulo, a abriu e leu o seu conteúdo, que tinha as instruções para o advogado ajeitar o nome do rapaz que havia sido acolhido pela família, e o reconhecer como filho, dar seu sobrenome e uma parte de sua herança. Fett sorriu sinistramente e correu para sua casa e escondeu o envelope na fresta do piso de seu quarto.

(...)

O homem cavalgava rapidamente em uma estrada sinuosa e cheia de precipícios, não pensava em nada, apenas em chegar ao local antes de anoitecer, quando de repente uma árvore tombada no meio do caminho fez o cavaleiro apertar suas pernas na sela e o espinho feriu a carne do animal, se assustou fazendo o sujeito cair despenhadeiro abaixo. O corcel correu em direção a fazenda, enquanto Han Solo estava desacordado na ribanceira.

Falcon chegou na fazenda, sozinho, então o capataz foi até a sela e retirou o material que o incriminaria da pele, foi avisar a Senhora Leia o que havia acontecido. Entrou na sala de leitura, onde a esposa de Han bordava alguns lenços tranquilamente.

— Minha senhora, tenho uma notícia para lhe trazer.

— Fale senhor Fett o que aconteceu? — Abandonando o bastidor no sofá. Ele tirou o chapéu de sua cabeça e recostou na altura do peito.

— Falcon voltou para Millenium sozinho.

— E meu marido onde ele está? — A pergunta saiu sem propósito, visto que o pior já tinha acontecido e ela não conseguia organizar seus pensamentos de modo racional.

— Não saberia dizer, patroa. Está ficando escuro lá fora, mas vou colocar homens para procurar o patrão.

A mulher estava em pânico e uma aflição tomava o seu coração, sentia o arrepio da morte percorrer seu corpo inteiro. Respirou fundo para recobrar o controle da situação, então falou de modo firme, porém, destroçada por dentro.

— Muito bem! Reúna todos que puderem para ir procurar meu marido e, não voltem sem respostas. — O capataz fez uma pequena vênia e saiu da presença da mulher.

Ela correu em direção do quarto do irmão onde este terminava de organizar os últimos preparativos da viagem. Entrou tempestivamente.

— O que houve Leia? Está pálida!

 — Han desapareceu. — Cuspiu as palavras. — Falcon voltou para casa sozinho. O pior pode ter acontecido ao meu marido.

— Irmã, respire fundo. — Tentou consolar. — Vamos esperar as notícias chegarem. Onde estão Ben e Kylo?

— Eu não os vejo desde a hora do almoço. — Falou tristonha.

Nesse instante, ouviram uma agitação no salão principal um grupo de trabalhadores entravam com o patrão todo ensanguentado e gemia com muitas dores.

— Dona Leia, senhor Luke! — Ouviram o chamado. Os gêmeos foram para o corredor e olharam para baixo lágrimas gordas escorriam pela face da mulher que correu em direção do marido.

— Han, meu amor!

— Leia! — Sussurrou o ferido. Chegou mais perto do homem todo machucado e o acariciou e beijou suavemente

— O que foi que houve, Han?

— Falcon se assustou e eu caí morro abaixo e julgo que bati minhas costelas numa rocha pontiaguda. — Dizia arfando de dor. A esposa olhou os ferimentos e notou que eram muito graves.

Com isso, Chewie entrou na sala, estarrecido, tentava entender tudo aquilo que estava a sua volta ver seu amigo naquele estado o deixou completamente sem rumo, olhou que o menino entrava no ambiente e o segurou de modo carinhoso e confuso este recebeu o amparo. Leia olhava para todos e firmou no irmão.

— Luke, por favor vá chamar o médico! — Segurava o choro para se mostrar forte, mas o desespero tentava a dominar. Luke saiu imediatamente a pedido dela. Ben, entrou no cômodo perdido e parou ao lado do advogado que chorava pelo companheiro, observava tudo aquilo muito aflito e lágrimas começaram a rolar impiedosas, e o garoto começou a se debater inquieto e foi em direção ao homem machucado.

— Pai! — Com o rosto vermelho e inchado de chorar.

— Ben, meu filho! — O garoto se recostou suavemente no peito do genitor.

— Prometa para mim que vai cuidar de seu meio-irmão. — Sim pai prometo que farei! Mas, o senhor não irá morrer! — O homem sorriu fracamente, a dor tomava o seu corpo inteiro, então chamou pela esposa.

— Leia eu te amo! Quanto a uma carta que deixei para Chewie contém instruções precisas para reconhecer Kylo Ren como meu filho e tem minha assinatura. Ajude-o, por favor. — Acariciou o rosto da esposa pela última vez e antes de ouvir a jura de sua mulher seu braço foi baixando lentamente, enquanto o seu semblante foi suavizando e suas pálpebras se fecharam. Leia chorou baixinho junto ao rosto do marido e seu filho chorava recostado no seu peito. Todos choravam por tamanha perda.

O alvorecer ia surgindo e junto com ele as primeiras luzes que adentravam pela vidraça. Formava um quadro doloroso de se ver, Chewbacca ao se dar conta que seu querido amigo morreu, urrou com tamanha tristeza ao vê-lo assim inerte.

Chegou mais próximo de Leia e Ben e os consolou, com o choro rolando em suas faces. Luke entrou com o médico, todavia já era tarde demais, seu cunhado havia falecido. O doutor o examinou e confirmou que Han Solo tinha perfurado o pulmão, portanto, não havia nada que se pudesse fazer.

(...)

A tarde era claro o sol ardia na pele o cheiro da vegetação preenchia o ambiente, o céu estava azul límpido, as pessoas caminhavam silenciosas seguindo o cortejo fúnebre. No enterro, todos da região foram prestar suas últimas homenagens ao homem carismático e bondoso e, consolar a sua família que estavam sentidos pela perda.

 O caixão baixava suavemente para dentro da terra, enquanto Leia pensava em encontrar aquela carta que o seu marido escreveu e a fez prometer ajudar, e fazer justiça ao menino castigado pela vida. Ser forte para manter Millenium livre da opressão que assolava as outras fazendas. Principalmente, ser forte para o bem de seu filho amado.      


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Notas finais do capítulo

Desculpe algum errinho que eventualmente passou



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