Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 25
Capítulo 25 Um Presente Surpreendente




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O único som que era possível ser ouvido parecia de gotas caindo copiosamente na pia. Seus olhos percorriam o lugar com muita curiosidade, estava tudo limpo e organizado seu coração batia com um compasso pesado, tentava segurar sua tremura por esfregar uma mão na outra. Estava em pé na porta da cozinha, esperava a dona da casa com muita ansiedade. Uma garota o atendeu com um sorriso alegre, tinha os cabelos castanhos com tranças e com olhos alegres de um verde profundo. Pediu para ele esperar que a senhora já o receberia.

Respirou fundo ao pensar nos pedidos que o delegado lhe fez. Não se sentia bem em fazer aquilo, mas não podia se negar, sua avó junto com o seu irmão sofreriam as consequências de sua recusa. A isso uma jovem muito bonita com roupas finas entrou no cômodo com uma expressão afável, parecia flutuar como num sonho ao mirar a esposa de Kylo Ren. Meneou a cabeça para se concentrar no que precisa falar, principalmente ouvir o que ela tinha a dizer.

— Você deve ser Joaquim. — Sua voz era suave. Ele apenas balançou a cabeça em confirmação seus olhos estavam arregalados. — Já conheceu a Bea? — Novamente não conseguiu responder à patroa, estava enfeitiçado por ela, sua beleza era luminescente. Ela sorriu. — Sabe ler? Escrever?

Joaquim piscou algumas vezes como se estivesse acordando. Então tentou responder alguma das questões. — Er… Sim… Sim…

— Ei! Responde direito a sua nova senhora. Parece maluco! — A garota estava impaciente com a lerdeza do rapaz.

— Está tudo bem, Bea. — Olhou com paciência para a menina, depois fitou o outro. — Ele deve estar acanhado. Não precisa ficar amedrontado aqui todos seremos uma grande família.

— Sim, meu nome é Joaquim. — Endireitou a postura. — Sei ler e escrever, senhora. — Tentou esboçar um rosto animado.

— Ótimo, você será muito útil. — Apontou para o espaço e para a menina. — Serão meus ajudantes aqui. Quando precisar de coisas na rua ou na feira, mandarei você para os serviços, Bea me auxiliará na cozinha. Quando precisarmos de um trabalho mais pesado, você vai ser o nosso apoio. — Sorriu.

— As roupas dos patrões, lençóis de cama e outras peças, quem vai cuidar? — O menino queria saber.

— Que garoto insolente, respeite a sua senhora. — Bea estava incomodada com a intromissão do outro.

— Está tudo bem. — Falou brandamente. — A pergunta é pertinente. — Se sentou junto ao balcão. — As roupas serão cuidadas por umas senhoras que cuidavam das coisas de Kylo quando era solteiro, não quis mudar para que elas não perdessem o trabalho e o salário.

— A senhora é muito generosa. — A garota estava admirada. — Vai ser muito bom trabalhar com o senhor Ren e a senhora. — Fez uma mesura.

— Estou agradecido por me dar esta oportunidade. — Repetindo o gesto da colega.

— Vou falar o que espero dos dois. Tudo é muito simples em cumprir. — Com isso Rey explicou os afazeres que cada um deveria cumprir, ouviam tudo com muita atenção os detalhes das atividades dentro da casa. A dupla percebeu que a jovem não era mesquinha e muito menos os exploraria, como era costume dos seus pares. Sentiram aliviados em estar em um lugar tão acolhedor. A patroa se levantou com suavidade, encarou aos seus subordinados.

— Qualquer dúvida, não hesitem em me perguntar, não brigarei com vocês, certo? — Bea e Joaquim concordaram, então ela os dispensou, mas antes os lembrou. — Ren me levará numa pequena viagem, quero que organizem tudo na minha ausência. — Então desapareceu.

Bea olhou para o menino, bufando bateu palmas bem rente ao seu rosto o fazendo levar um susto.

— Vamos acorde! A patroa já saiu. — Deu um chute na canela do rapaz. — Vai buscar água no poço para poder preparar o almoço da patroa. Faça um favor, pare de babar quando estiver na presença da senhora desta casa. — Girou os olhos ao falar. — O patrão não vai querer uma coisa dessa aqui. Sugiro que se controle, ou irá perder o emprego.

Joaquim flexionou a perna para alisar o machucado. A encarou em desafio. — Não babava pela senhora. Estava ouvindo as instruções. — Abaixou chegando bem junto do rosto da menina raivosa. — Pare de falar o que não sabe, não quero perder o trabalho por causa de sua língua cumprida. — Antes que a jovem pudesse refutar o garoto, ele já tinha ido fazer o que ela solicitou. Bea bateu os pés no chão para controlar a raiva que estava sentindo.

Então ela caminhou até a despensa, com a finalidade de selecionar os ingredientes necessários para fazer uma boa refeição, lembrou do que o pirata gostava de comer quando visitava a sua casa. Começou a cantarolar músicas sobre o mar. Fora do armário, levou um susto ao ver que o garoto de pronto havia trazido o que ela havia pedido.

— Onde coloco? — Foi sucinto.

— Pode despejar um pouco no caldeirão. — Apontou o objeto. — O restante coloque na bacia. — O garoto fez exatamente o que a menina de tranças pediu.

O trabalho entre a dupla fluiu entre atividades e alfinetadas. Bea sentia que havia algo estranho no rapaz, não era de sua vila, estranhou Kylo Ren deixar que alguém de fora estivesse em sua casa, tão próximo de suas coisas. Deu de ombros e preferiu se concentrar em suas funções, os patrões que se resolvessem.

Não demorou muito até ter findado de arrumar todas as coisas para o almoço. Arrumou a mesa na sala de jantar com muito capricho, foi até a sala onde Rey estava sentada com um bastidor na mão, bordava uma lindo “k” em um lenço de linho. Ela baixou o tecido encarando a garota.

— Algum problema para resolver?

— Nenhum, senhora, vim avisar que o almoço está servido. — Sorriu.

— Ótimo! — Ajeitou os materiais na caixa de costura com muito cuidado. — Vou avisar meu marido, vamos logo em seguida. — A menina anuiu se retirando.

Rey seguiu pelo corredor indo para o escritório do marido, bateu na porta suavemente, colocando a cabeça no vão.

— Posso entrar?

Kylo Ren ergueu a vista observando a jovem que se espreitava na ombreira, seu rosto se iluminou ao vê-la. Fazendo um gesto com a mão sinalizando para que entrasse. Deixou a papelada de lado se levantando indo de encontro a sua esposa.

— Precisa da algo? — Abraçou com carinho a jovem.

— Vim lhe chamar para almoçarmos juntos. — Sorriu afável.

— Estou com muita fome. — Beijou o topo da cabeça dela.

— Ótimo!

Desta feita os dois seguiram lado a lado até a sala de jantar. A refeição estava muito convidativa o cheiro agradável entrava pela narina do casal que sentiam as barrigas reclamarem por alimento, Kylo auxiliou a sua esposa para sentar ajeitando o guardanapo de linho em seu colo, em seguida se sentou ao lado dela, ambos exprimiam muita felicidade no olhar. Rey começou a servir o homem primeiro que aceitou com solenidade a gentileza da mulher.

A isso começaram a se deliciar com a refeição, à medida que conversavam tranquilamente sobre a viagem que iriam fazer no dia seguinte. Rey ria muito descontraída estava empolgada em velejar com o seu marido. Ren estava encantado em assistir o entusiasmo da sua esposa. Ajustaram os preparativos, com a finalidade de que tudo ocorresse sem nenhuma complicação.

(…)

O dia ainda não tinha começado, o céu era escuro com alguns tons de vermelho no horizonte. Rey estava acordada arrumando uma cesta com o auxílio de Bea. A medida que organizava as coisas, fazia recomendações de como se comportar. Seu tutor e Chewie iriam se revezar para ficarem na casa auxiliando os jovens. A menina ouvia tudo atentamente não queria falhar com os seus patrões. Bea tinha conhecimento que Kylo Ren sempre foi muito generoso com os seus subordinados, no entanto, não admitia falhas, punindo com severidade os erros.

— Por favor, Bea, poderia tirar os lençóis dos baús. Eles precisam de um pouco de sol e ar.

— Sim, senho… — Olhou com acanhamento. — … Rey, farei tudo certinho.

Às duas prosseguiram com as atividades, até que, surgiu Joaquim na porta.

— O patrão está esperando a senhora. — Viu que Rey o encarava. Ele desviou o olhar. Pegou a cesta que estava pronta, saiu rapidamente antes de ser corrigido, não desejava ter liberdade com eles, sentia muita vergonha do que faria nos dias à frente. Nada o livraria se alguém o descobrisse, fez uma prece breve para que Deus lhe perdoasse.

Rey saiu logo atrás vestia um casaco pesado de viagem verde vivo, recomendação de seu marido, alegando que no mar a madrugada sempre é muito fria, não importa em qual continente você estivesse. Seu cabelo tinha um coque alto não queria que seus cabelos se emaranhassem com o vento. A saia era de veludo verde envelhecido. Estava linda. Kylo Ren se sentia afortunado por ter ela como esposa.

Pegou a sua mão com delicadeza e a levou até a carruagem que os conduziria até o porto da vila. Ao chegarem no local Rey ficou fascinada ao ver o Darkness imponente flutuando em águas tranquilas, os raios solares davam os contornos as velas imensas do navio. Estava empolgada em embarcar, seus olhos percorriam com animação todo o transporte, então ouviu a voz do marido.

— Gostou dele? — Apoiou suas mãos nos ombros dela.

— Kylo … Ele é lindo! — O pirata sorriu com satisfação.

— Vamos subir a bordo? — Guiou a sua esposa pela prancha, a auxiliava para não se desequilibrar. Contudo, a mulher era muito ágil chegando rapidamente no convés. O lugar estava bem limpo, com poucos marujos. Ren sorriu. — Ficaremos mais à vontade. — A esposa anuiu.

Rey corria com os olhos todo o ambiente, o sol já aquecia a sua pele, mas a brisa matutina ainda era gélida. Ela alisou os ombros para se aquecer. O pirata se aproximou colocando uma manta macia ao seu redor.

— Obrigada! — Sua voz era trêmula pelo frio. O vento era forte especialmente esta manhã.

— Vamos a cabine lá está mais aquecido.

O casal seguiu para o local, passando pelo passadiço ao entrar no espaço, Rey ficou impressionada com o luxo, tudo estava muito bonito e organizado, notou que tudo havia sido arrumado para a receber. O coração acelerou ao sentir a mão do seu marido alisar as suas costas. Ele roçou os lábios em seu pescoço sussurrando.

— Está tão calada. Está sentindo alguma coisa?

Negou com a cabeça. Com um semblante entusiasmado sussurrou. — Ele é muito bonito. — Girou para ficar em frente ao homem. — O seu barco é imenso. — Seu tom era de admiração. Estava encantada com a embarcação, nunca esteve em mar aberto antes, gostava da sensação que o balanço do mar causava no assoalho, parecia flutuar. Kylo Ren envolveu seu corpo suave num terno abraço, baixou o rosto bem próximo dela.

— Santa Rey! — Um sorriso brotou em seus lábios.

— Não gosto que me chame assim. — Tentou se afastar do marido, estava chateada.

— Será o nome do meu outro barco. — Beijou a ponta do nariz de Rey. Riu do gracejo dele. — É um nome muito bonito não acha? — A trazendo para mais perto. Ele iniciava os movimentos para lhe tocar os lábios, então um homem muito alto e forte aparece na porta que estava aberta.

— O almoço vai ser aqui ou prefere num lugar mais arejado? — Uma sobrancelha se ergueu com um ar muito divertido.

— Será lá em cima, mais ventilado com uma vista bonita. — Fitou a esposa com carinho.

— Ótima ideia. — Entrou na cabine com um prato de frutas. — No tempo que apronto as coisas no convés comam alguma coisa. — Depositou a porcelana na mesa e se retirou. Kylo e Rey puderam ouvir a gargalhada do chefe da cozinha pelo corredor do barco.

Ele não pode se conter contagiado com a risada do marujo rindo abertamente, sua esposa estava muito acanhada com o flagrante não sabia onde se esconder, contudo a alegria dele era tão genuína que o acompanhou no divertimento, ambos se encurvaram segurando a barriga por rirem descontroladamente, estavam muito felizes. Rey enxugou as lágrimas, ajeitando a roupa aprumando a postura, alisava as saias, olhou fixamente para Ren. Voltou para o assunto que falavam antes da entrada do homem.

— Não está falando sério?

— Claro que estou. — Fechou a porta. Se voltando para ela. — Minha nova aquisição será batizado de Santa Rey! — Pegou na mão delicada dela. — Você estará na cerimônia e quebrará uma garrafa do melhor rum no casco para trazer boa sorte.

— Nunca estive num ritual destes. — Piscou um par de vezes seus olhos eram tão luminosos. — Vai ser uma honra estar lá com você! — Kylo anuiu e a beijou com urgência e devoção. O casal se abraçou e de modo mágico se entregaram aos carinhos e atenções que um tinha pelo outro, ficaram assim por uns instantes. Com isto, Rey apoiou o queixo no tronco dele. — Vai ser maravilhoso presenciar algo totalmente novo. — Os lábios dele tocou a pele dela que se arrepiou com o toque.

 O carinho foi se aprofundando os beijos ficaram mais intensos e necessitados. Tudo se dissolvia em volta do casal quando estavam juntos. Kylo habilmente foi desnudando sua linda mulher ao mesmo tempo que se livrava de suas roupas, sentiam a necessidade de terem mais contato, lambia e sorvia a essência da mulher que gemia baixinho. O frenesi teve o ápice com os dois arfando extasiados um nos braços do outro.

Os dois se afastaram com tranquilidade, não tinham pressa alguma, contudo, ele saiu da cabine precisava se certificar que a viagem seria segura e tranquila. Rey ficou mais tempo se arrumando, colocando uma roupa adequada, penteou os seus cabelos colocando alguns adereços para lhe enfeitar as mechas. Colocou uma sapatilha confortável para caminhar pelo barco com mais agilidade.

Ao alcançar o convés sorveu o ar marinho com prazer, levantou a cabeça para visualizar a enorme vela que se abaulava com a força do vento, percorreu seus olhos por todo o ambiente repleto de cordas e polias tecidos e redes, tudo era estranho a ela, não sabia como os objetos se chamavam e muito menos para que serviam, então seus olhos se cruzaram com os do pirata que vestia uma linda casaca azul marinho que lhe dava uma aparência imponente, seus cabelos negros soltos se movendo com a brisa fez Rey sentir o seu coração acelerar. Sorriu para o marido que largou o leme na responsabilidade de Tomie. O imediato não perdeu tempo e de pronto tomou a posição de comando.

Em passos largos foi até a sua mulher ela fixava seus olhos amendoados nos dele, que se suavizaram ao ver o semblante feliz que ela tinha.

— Vamos almoçar? — Pegou em seu cotovelo delicado a conduzindo até a ponte de comando. O local era mais elevado dando uma visão boa de todo o convés. A ajudou a se sentar. — É muito forte, Rey, me surpreendeu bastante. — Indo se sentar em sua frente.

— Como? — O olhou confusa. — Porque diz isso?

— Não está enjoada com o marulho… — Sorriu para ela, percebeu que não entendia alguns termos marítimos voltou a se explicar. — … Com o balançar do navio.

— Ah! Até que gosto desse movimento, tenho a sensação de estar flutuando.

— Fico feliz em saber. Confesso que estava preocupado com isto, algumas pessoas não se sentem bem com o balanço. Ficando muito doentes. Todavia este não é o seu caso. — Serviu um pouco de vinho para a sua esposa e para si.

— O Darkness é realmente muito lindo. — Voltou a elogiar a embarcação. — Vamos brindar a ele.

— Não… — A mirou de modo traquina. — … Vamos brindar a nós, a nossa vida que se inicia. — Com isto eles bateram levemente as taças, bebericando da bebida rubra. Eles se serviram do almoço feito pelo cozinheiro que tinha uma aparência assustadora, no entanto, cozia com muito talento tudo estava muito saboroso.

Os marujos trabalhavam tão discretamente que nem parecia que havia alguém no convés, além deles. Após a refeição, caminharam pelo barco Rey estava muito animada em conhecer um novo vocabulário cheio de curiosidades e algumas utilidades para se sobreviver confinada numa embarcação. O pirata seguiu ensinando a sua jovem esposa tudo o que ela perguntava. Então apontou para o alto como uma menina traquina.

— Qual é mesmo o nome daquilo? — Sorria com as bochechas coradas apontando ao alto.

— Cesta da gávea. — Explicava tudo com muita paciência e descontração.

— Por que tem um rapaz lá em cima. Meu Deus isto deve ser perigoso.

— O marujo fica ali para avistar qualquer perigo, como balcões de areia ou rochedos e ilhas não mapeadas. — Sorria ao explicar as coisas, ela ouvia tudo com muita curiosidade.

O tempo passou rapidamente, Rey nem se deu conta que o dia havia chegado ao fim com um pôr do sol espetacular, que se assemelhava a uma grande fogueira no horizonte. Kylo a tomou nos braços então sussurrou em seu ouvido.

— Daqui a pouco as estrelas irão brilhar no firmamento.

— Amo admirar o céu noturno. — Ergueu a vista para o ver melhor. Seus olhos estavam fixos nela.

— Então, você vai ter uma bela visão.

A noite os alcançou em notas suaves de lilás e azul, a primeira estrela surgiu no céu com um brilho intenso, o som das ondulações do mar quebrando no casco que cortava elas com uma velocidade suave. Com isso, Ren ouviu sua esposa suspirar de satisfação.

— É realmente mágico estar flutuando sobre as ondas. — Se afastou um pouco caminhando para a amurada para poder ver o mar. Voltou o tronco para o seu marido. — A lua irá surgir daqui a pouco. — Sorriu.

— Está ficando frio. — A abraçou para esquentar a sua mulher. — Melhor entrar, antes que pegue um resfriado. Você já está gelada.

— Quero ver o nascer lunar. — Se recostou no tronco musculoso dele. Ouvia a batida do seu coração era firme e constante.

— Vou buscar seu casaco. — Se afastou para buscar o agasalho de Rey.

A jovem concordou, ficou sozinha no convés sentindo a brisa fria que vinha do mar. Abraçou seu próprio corpo para manter o calor em sua pele, caminhava bem perto das grades de proteção. Sorveu o ar salino com força para os pulmões os soltando pelo nariz. O marulho causava leves movimentos na embarcação, Rey sentiu vontade de conduzir o Darkness. Sorriu para si mesma pensando nesta oportunidade, meneava a cabeça. Com isso tomou um leve susto ao ouvir uma voz atrás de si.

— Não é muito seguro ficar tão próximo da beirada. — O imediato falou com respeito.

— Estava apenas querendo ver o mar quebrar no casco. — Afastou-se do local. A noite já dominava todo o convés.

— Com todo o respeito, senhora, — esticou as mãos entregando um lampião para ela — só queria lhe entregar isto, já está escuro, para que você não tropece em nada. Fez uma vênia e antes de se retirar ouviu só uma voz doce.

— Obrigada, senhor. — Ela apenas viu o homem que lhe deu as costas a deixando novamente só com os seus pensamentos.

A lua surgia no mar como um grande disco avermelhado. Rey ficou paralisada diante da beleza do satélite. Lembrou de alguns mitos sobre o assunto, algumas divindades femininas eram representadas por tal beleza como, por exemplo Ishtar, a deusa suméria da noite e do luar.

A lenda dizia que era uma mulher muito bela que em noite de lua crescente ou cheia ela surgia lindamente, por isso trazia períodos de fertilidade à terra, aos animais e humanos. Quando vinha à terra ensinava aos homens a arte do êxtase sensorial e espiritual. Nas fases minguantes espalhava a escuridão e a infertilidade. A jovem seguia em seus pensamentos ao levar um susto ao sentir uma mão a cobrir com um casaco que lhe aqueceu os braços. Ele alisou seu corpo com o intuito de lhe esquentar mais rápido.

— Te assustei? No que estava pensando?

 Ela o encarou com serenidade ajustando o casaco em seu corpo. Sorriu cúmplice voltando a sua atenção para a lua que já estava mais prateada, refletindo sua luz pálida no oceano tranquilo.

— Estava admirando a paisagem e pensando em algumas mitologias sobre a lua.

— Também conheço uma lenda marítima, de um garoto cigano chamado Zumiro. O rapazote fugindo dos “homens civilizados” que atearam fogo nas carruagens de sua família, foi parar num navio com bandeira inglesa, mas quando estava em alto mar. Avistou uma outra figura hasteada. — Ergueu o braço apontando para a sua flâmula. — O símbolo pirata. Então o imediato o encontrou e transformou em escravo na embarcação. O jovem cigano sofreu vários maus-tratos. Com isso fez um feitiço de seu povo amaldiçoando toda a embarcação. — Fez um ar reticente.

— Onde está a lua nesta lenda? — Ficou curiosa.

— Em noites de lua cheia alguns marujos juram de pés juntos que veem a embarcação amaldiçoada navegando pelos mares.

— Ah! Não quero ver este navio.

— Todavia seria uma sorte encontra-lo, pois dizem que está repleto de tesouros. — Riu a abraçando. — Em quais lendas você pensava?

— As lendas sumérias…

— Sumérias? — Virou ela para o encarar de frente. — Por que elas te atraem? Sempre a vejo lendo algo destes povos.

— Elas são muito interessantes. A maioria das lendas e da religiosidade dos povos primitivos partiram dos sumérios e acádios, assim se quiser aprender sobre mitologia e espiritualidade primitiva este é o início. Por isso gosto de ler sobre eles.

— Compreendo. — A abraçou com vontade. — Promete me ensinar sobre estes povos.

— Vai ser muito bom compartilhar meus estudos contigo. — Suspirou. — Meu pai fazia isto, me ouvia quando esboçava minhas teorias.

— Agora tem a mim. — Beijou a sua têmpora. — Serei conhecedor de lendas piratas e sumérias. — Os dois riram baixo.

Então o homenzarrão os interrompe mais uma vez.

— O jantar está servido. — Não esperou nenhuma resposta, desapareceu rapidamente do convés.

Os dois caminharam até a mesa arrumada. A refeição estava com um aroma maravilhoso, a barriga de Rey como sempre reclamou alto, ela esfregou o estômago meio envergonhada. Kylo sorriu a ajudando a se acomodar na cadeira. Ambos compartilharam de uma comida muito saborosa e bem preparada. Conversaram sobre antiguidades e curiosidades. Seu esposo também tinha muitas coisas a compartilhar, a cada descoberta sobre as qualidades do pirata, mais cativada ela se sentia.

Rey ficou por um momento em silêncio olhando fixamente para o leme do Darkness. Ren acompanhou a direção do que prendia a atenção de sua esposa, ficou curioso.

— O que lhe chamou a atenção ali na ponte de comando?

Ela meneou a cabeça como se estivesse acordando. Seus olhos brilhavam com a luz do lampião, pareciam brasas a trepidar.

— É difícil conduzir um navio? — Sua voz soava animada.

— Quer dirigir ele? — Ergueu uma sobrancelha em divertimento.

— Não foi isto que perguntei. — Baixou a vista estava rubra. — Mas já que perguntou… — Ergueu a face para o ver melhor. — Poderia velejar nele?

Kylo Ren se recostou na poltrona de um modo descontraído, limpou seus lábios calmamente seu semblante era enigmático, colocou as pernas longas sobre a mesa. Cruzou os braços sobre o tórax.

— Acredita que você tenha a força necessária nos braços para o conduzir com firmeza? — Se esforçou em manter a postura sombria.

— Tenho certeza que consigo manter o Darkness alinhado. — Manteve uma postura firme, não desviou o olhar do marido. Então ele gargalhou com vontade.

— É claro que pode aprender a segurar o leme do nosso barco. Conduzir ele. — Encolheu as pernas e se aproximou da jovem que estava vermelha só não sabia dizer que se era de vergonha ou raiva. A beijou com paixão. Ela se apartou do carinho. Isto demonstrou que ela estava enraivecida com a brincadeira. — Por favor não se zangue comigo. — Fez um rosto de menino pedinte.

Ela não resistiu e sorriu para ele como uma aceitação tácita de seu pedido de perdão. Então voltou a olhar para o leme.

— Verdade que me deixa conduzir o barco?

— Claro que deixo. — Pegou em suas mãos suaves. — Mas amanhã fazemos isto, a luz do dia é mais seguro.

— Ah! Estou muito animada para fazer isto.

Os dois continuaram por mais um tempo, abraçados admirando a lua e conversando sobre os termos náuticos que Rey vez ou outra perguntava ao marido. Então ele a conduziu a cabine para que ela pudesse descansar um pouco. Ele ficou com ela até que pegasse no sono, ao perceber que ela dormia foi até Tomie para se certificar que a viagem estava no controle. Trocaram algumas palavras e Tomie foi descansar, ao passo que Kylo conduziu seu barco com firmeza e perícia.

O dia começou com um céu azul sem nenhuma nuvem próxima, o sol deixava as ondas suaves douradas, se assemelhando a ouro, a embarcação já se encontrava no comando de Tomie. Ren estava em sua cabine dormia tranquilo nos braços de sua esposa.

Então o rapaz no alto do mastro berrou. — Ilha à vista!

O imediato pegou a sua luneta se certificando que haviam chegado ao lugar que combinou com o seu capitão. O homem sorriu. Repetindo para a tripulação o comando.

— Ilha à vista! Baixar as velas!

Neste instante os marujos iniciaram suas atividades frenéticas, brotaram como mágica por todo o convés. Executando com maestria as suas funções. Novamente Tomie berrou.

— Caçar as aderiças! — Os homens voltaram a puxar as cordas.

— Fundiar a âncora! — Com isso o Darkness não mais ganhava movimento apenas flutuava ao sabor das marolas que batiam no casco.

Rey piscou com a claridade que invadia a cabine, se voltou olhando para Kylo Ren deitado de bruços com os braços musculosos flexionados em baixo do travesseiro, descansando calmamente, soube que ele ficou fora várias horas na direção da embarcação, se deitando ali só com os primeiros raios da manhã, ela se levantou bem devagar para não o acordar. Sorriu para si.

Rey na verdade se acordou com o berreiro lá fora, uma movimentação frenética no convés, mas tudo aquilo nem de longe despertou o pirata, já estava habituado a essa agitação. Com isso foi se arrumar com muito cuidado fez um coque frouxo no alto da cabeça, um vestido leve amarelo-claro. Caminhou até o convés, o brilho do astro que estava a pino ofuscou os seus olhos, fez uma proteção com as mãos para ver melhor. Estava maravilhada com a paisagem. Quando sua vista se acomodou pode ver a cor do mar era de um lindo azul-turquesa que ia ganhando tons esverdeados até bordear uma linda ilha de areias branquinhas.

Tudo era tão maravilhoso que nem se deu conta que todos os marujos pararam por um instante, encantados com a beleza tranquila da esposa de Ren, a isso Tomie fez todos voltarem aos seus afazeres, se aproximou dela, numa mesura educada.

— Bom dia, madame.

 — Bom dia! — Sorriu. — Onde estamos?

— Estamos numa ilha não mapeada oficialmente. — Kylo falou atrás dos dois. Tomie cumprimentou o pirata e se afastou.

— É muito bonita. Podemos ir lá? — Tinha uma feição alegre.

— Claro que iremos. — A abraçou. — Por isso que lhe trouxe aqui.

Rey se afastou só um pouco estava envergonhada dos corsários assistirem aos dois daquela maneira. Ren olhou para eles com aspereza, todos entenderam o recado e saíram do convés. A isso Kylo volta a lhe fazer carinho ela olhou em volta e não havia mais ninguém à vista. Ele a beijou com vontade e a garota se enroscou na nuca do marido entregue ao carinho. Ele se afastou alguns milímetros sussurrando disse.

— Vamos pegar um bote para irmos à ilha? — Ela anuiu com brilho nos olhos, nunca tinha vivido uma aventura semelhante.

Com isso os marujos aprontaram a pequena embarcação para chegarem na praia. O chefe da cozinha arrumou todos os víveres para ficarem pelo tempo que Ren desejasse. Umas comodidades também foram acrescentadas para o casal. Kylo ajudou a sua esposa para entrar no barco menor, entrou em seguida. Os homens começaram a mexer nas polias que fizeram as cordas deslizarem fazendo o bote baixar até o nível das águas.

Ren começou a remar em direção a ilha. Rey olhava toda a paisagem que era em cores vívidas de tirar o fôlego o aroma salgado do mar ela sorvia com prazer, colocou a mão na água cristalina, estava morna, olhou o céu azul límpido, duas gaivotas cruzaram o ar como uma dança serena.

O movimento que seu marido fazia com os remos deixavam os seus músculos em evidência, ela fixou seus olhos no homem. Ele parou por um instante a olhando preocupado.

— Algo está lhe incomodando?

— Não, tudo é tão lindo! — O rosto estava bronzeado, ela desviou a vista, tentado mostrar animação para disfarçar a vergonha por ser pega contemplando o seu marido. Kylo sentiu lisonjeado por Rey o fitar daquela maneira.

A isso a embarcação alcançou a praia, não havia ondas a maré estava baixa, ele desceu pulando na água espirrando um pouco nela que riu do feito. O pirata empurrou o bote até a margem, auxiliando Rey a tocar seus pés na areia macia.

— Vamos andar até a outra praia. — Avaliou o semblante da sua esposa. — Tem algum problema caminharmos um pouco?

— Claro que não. — Olhou a praia deserta. — Vou amar conhecer mais este lugar. Além disso, adoro andar.

Kylo Ren puxou o pequeno barco para perto da vegetação, assim mesmo com a maré alta, não o levaria embora. Depois disto, pegou uma mochila com suprimentos, pegou a mão de Rey e adentraram na ilha.

O lugar todo era mágico as plantas, flores deixavam um perfume agradável no ambiente, ela não estava preocupada ou assustada, confiava em seu marido que abria caminho com uma faca. Ouviram um rugido de cachoeira, quanto mais se aproximaram mais a garoa do véu da queda d’água os molhava.

Rey ficou maravilhada com a paisagem, parecia que estava num paraíso.

 — Podemos ficar aqui um momento?

Ren sorriu para ela com carinho.

— Claro. — Afagou o rosto suave da garota. — Vamos descansar um pouco. — Colocou a bolsa no chão. Esticou a sua coluna. — Vou tomar um banho vem comigo? — Estendeu a mão num convite sensual.

      — Ficarei aqui esperando por você. — Olhou para ele tímida. — Acredito que a água está gelada.

— Tudo bem. — Tirou a camisa de linho que estava molhada de suor expondo seu tórax e bíceps bem definidos. Baixou as calças ficando nu diante da garota que não sabia para onde olhar, ao voltar a sua atenção ao homem desnudo apenas viu as costas largas entrar no corpo de água.

Ela foi até a margem do lago que se formava se sentando numa rocha descansou as pernas, continuou a admirar seu marido nadar livremente para perto da cachoeira. Seu corpo eram músculos e perfeição. Rey engoliu em seco seu corpo todo estava vibrando desperto ao fitar aquele homem que parecia um herói saído dos mitos que ela tanto lia. Puxou o ar com força para os pulmões. Mordeu seus lábios estava eufórica com aquela visão. Kylo parecia se fundir naquela paisagem paradisíaca.

Nem se deu conta que Kylo já estava de volta. Ela perdeu o ar ao ver caminhando confortavelmente com a sua nudez. Seu corpo inteiro era superlativo. Ele parou na frente dela com um sorriso travesso. Pegou sua camisa para enxugar o torço se sentou perto de sua mulher.

— Devia entrar. A água está maravilhosa. — Roçou o pescoço dela. Ela gemeu baixinho. O homem investiu beijos no ombro dela, seguia o caminho seguro do corpo macio e delicado de Rey, o pirata não se cansava de explorar aquela pele clara. Ela sempre era doce, sua serenidade se assemelhava a mares tranquilos, se sentia em paz com a esposa. Rey deslizava seus dedos com uma leve timidez pelas cicatrizes e contornos dos músculos definidos do homem, ele sentia o tato num deslizar quase imperceptível, o fazia gemer grave junto ao ouvido da garota.

Ela se sentiu poderosa ao se dar conta que um homem tão temido e dono de si, contudo, quando estavam compartilhando momentos íntimos, se mostrava tão vulnerável e entregue. Ele abocanhou seu pescoço com volúpia arrancando gemidos suaves, com isso ele deslizou sua mão grande e ávida por entre as saias volumosas até que alcançou seu ponto mais sensível estava pronta para o receber. Retirou os tecidos com muita habilidade a deixando apenas com a sua combinação, se livrou delas também voltando a beijar e acariciar todo o corpo desnudo dela.

A deitou com suavidade na relva, juntando suas dermes, o encontro das peles os arrepiaram e entre um roçar leve de lábios e suaves chupões a penetrou com lentidão ambos sentiam o prazer os transbordar, o membro viril de Ren conquistando o sexo de Rey em movimentos lânguidos. O universo inteiro cabia naquela ilha, só eles existiam naquela imensidão de mar e céu. O clímax foi uma explosão de emoções e sentimentos, então Rey sussurrou o nome de Kylo. Ela se emocionou ao ouvir o pirata lhe jurar amor eterno, no seu ouvido. Uma lágrima de alegria rolou em sua face rubra e suada pelo prazer que ambos compartilharam.

Permaneceram abraçados por alguns instantes, ele alisava o braço dela que afagava o tórax dele, recostada no ombro dele, ainda respiravam descompensado, Kylo sorvia o aroma suave de flores que vinham dos cabelos da esposa. Amava sentir o cheiro dela.

— Falei muito sério. Te amo! — Afagou os seus cabelos. — Não dividirei você com mais ninguém.

— Não me dividirá! — Sorriu ternamente. — Não me importa o que já lhe disseram ou prometeram, jamais voltarei atrás. — Fechou os olhos com força. — Agora me prometa também que não quebrará a sua palavra para comigo. Que não me abandonará!

Tem medo que lhe deixe? — Ren estranhou. Sempre pensava nela indo embora, nunca pensou na hipótese dela também estar apegada a ele. Pela primeira vez pode ver além do óbvio ela também estava afeiçoada a ele. A abraçou com força. — Te juro com a minha vida que nada nos separará. — Então se levantou ajudando a sua esposa e os dois entraram no lago gelado, nadaram até a queda d’água ambos sentindo tudo e nada. Permaneceram na cachoeira por alguns momentos mágicos ao sentirem o peso do líquido em seus corpos, abraçados apenas as suas línguas aqueciam e varriam suas peles lisas e desejosas por mais daquele roce frenético e sensual.

Ao saírem do lago se secaram rapidamente ajeitando as roupas, seguiram rumo ao lugar que Ren tinha em mente. O caminho foi sem nenhuma dificuldade. Alcançaram uma praia paradisíaca o mar era verde cristalino, coqueiros sombreavam a areia dourada, Rey soltou uma exclamação.

— Que lugar maravilhoso!

— Gostou? — A abraçou ternamente. Falou bem perto de sua face.

— Muito, é lindo!

— Esta ilha é sua! — Ela piscou assombrada com a notícia.

— Está falando sério? Não está brincando comigo?

Ele meneou a cabeça em negação.

— É muito sério, Rey, ela é sua! — Tocou suavemente seus lábios. — Como irá chamar esta ilha?

— Não sei, Kylo, é tão repentino. — Ele sorriu compreensivo.

— Tenho uma sugestão.

— Santa Rey? — Fez uma caretinha divertida. — Não dispenso a recomendação. Pode usar para o seu novo barco.

— Quer dizer que posso batizar meu barco assim?

— Pode. — O olhou com sensualidade. — Mas não pode ir dando meu nome a tudo que vê. — Se afastou correndo para longe de Ren em meio a gargalhadas. Kylo percebeu que ela queria brincar com ele como uma menina. Então ele foi fazendo movimentos ameaçadores como se fosse caça-la.

— Vou colocar o seu nome em tudo que for precioso para mim. — Fez uma expressão de que ia correr. Ela deu um grito em meio aos risos. — Te alcançarei para lhe fazer cócegas.

— Por favor não faça isso. — Fez zigue-zague na frente do homem rindo descontraída.

— Farei! — Esticou os braços largos a puxando para si. Saiu um som alegre da garota. Que ria com felicidade! Os dedos de Ren se mexiam habilmente, arrancando gargalhadas dela. De cócegas ele passou a afagar o corpo da jovem com volúpia.

Neste momento os dois se beijaram com desejo. Estavam famintos um do outro. Assim foram os momentos que passaram na ilha. Em perfeita união deles com a natureza. Quando o momento chegou para voltarem ao Darkness, Rey olhou com saudades para a ilha.

— Voltaremos a sua ilha, quando você quiser.

— Sim tenho certeza. — Ela olhou para trás num último adeus. Então os dois subiram no bote. Ren remou até o seu navio. Ao chegar perto, ele atou as polias na pequena embarcação. Os homens começaram içar eles. A bordo do barco Kylo foi dando as ordens para que iniciassem sua viajem de regresso a Chandrila.

Rey seguiu para a cabine para vestir uma roupa limpa. Pensava nos momentos íntimos que experimentou com o seu marido tinha um sorriso nos lábios ao reviver as sensações. Ren demorou mais um pouco para entra no local. A isso a voz do pirata soou jovial.

— O que está ponderando? — Ela olhou para o homem.

— Estava me lembrando da promessa que me fez.

— Qual delas? — Se aproximou da esposa.

— Você me deixaria conduzir o Darkness.

— Sim, vou cumprir hoje! — Ele a pegou pela mão e a levou a ponte de comando.

— Agora? — A voz saiu indecisa. Acompanhando o capitão do barco.

No seu íntimo tinha uma mistura de euforia e temor, contudo não desistiria de ter este momento único em sua vida comandar um navio pirata, caminhava pelo assoalho de madeira que rangia sob seus pés, era emocionante pensar em segurar o leme daquele poderoso navio, ao chegarem na ponte, Kylo Ren a conduziu até o timão.

— Tomie se afaste um momento. — O homem atendeu o comando sem vacilar.

O capitão do Darkness posicionou Rey diante da grande roda de madeira com entalhes de caveiras e ossos. A fez segurar com firmeza o objeto. O imediato observava tudo com muita curiosidade, nunca tinha visto o capitão entregar o comando do seu barco a qualquer um que não fosse ele que demorou anos para conquistar tal privilégio. Então Ren falou para a esposa.

— Diga içar a âncora. — Se posicionou logo atrás dela.

Içar a âncora. — A voz dela foi baixa, só o marido e o subalterno ouviram. Kylo riu com gosto da situação. A jovem não gostou nada da postura dele. Então bradou a plenos pulmões.

— IÇAR A ÂNCORA!

Os dois homens ficaram admirados com a determinação da garota, os marujos do convés também se espantaram por um momento, todos se voltaram para a mulher que alardeava o comando. Com isso Tomie berrou.

 — Içar a âncora! — Então todos os corsários voltaram a trabalhar em suas funções.

Mais uma vez Kylo sussurrou no ouvido da mulher, e ela repetiu com a mesma força.

— APROAR AO VENTO! CAÇAR A BUJARRONA!

O imediato soltou os comandos aos homens que não paravam de se movimentar por todo o convés. Rey ficou entusiasmada ao sentir o Darkness criando vida sob os seus comandos. Ela sorria como uma menina que havia ganhado um lindo presente de natal. O pirata estava muito orgulhoso de sua esposa.

— Agora é uma capitã de navio. — Ela virou só um pouco o rosto para ver os olhos dele que refletiam carinho e entusiasmo, sorriu para ele muito feliz. — Olhe para o horizonte. — Ela atendeu à solicitação, o marido pegou nas mãos dela com suavidade e girou o leme apenas um quarto da roda. Soltou a sua mão. — Você está velejando sozinha, segure firme!

Com o rosto corado de emoção anuiu para o marido, sentia todo o navio em suas mãos. Sentia o vento ser apanhado pelas velas era tudo muito vibrante, vivenciava tudo como parte do todo, a brisa em seus cabelos, o sol aquecendo a sua pele, o trepidar suave do timão ao passar pelos marulhos, o ranger das cordas pelas aderiças e o farfalhar dos tecidos. Tinha a sensação de poder, a capacidade de controlar seu destino. O rosto dela esboçava toda a sua animação. O Darkness, seguia seu curso com toda a sua majestade.

Kylo Ren estava perto da esposa, admirado como a garota que aprendeu rapidamente a comandar seu navio. Foi uma linda surpresa, saber que para ela nada seria uma barreira, além de ser uma linda mulher era uma guerreira preparada para qualquer coisa. Deste modo, a abraçou com carinho, enquanto estivessem juntos navegando em águas tranquilas, nada poderia os abalar.


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Notas finais do capítulo

Oie!

Obrigadaaa por todo o apoio e carinho ...

Beijos!



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