Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 1
Capítulo 1 Amores Indomados




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Verão de 1870

A brisa da noite era quente e úmida vindas do mar. As estrelas estavam cintilando no céu num veludo de um azul profundo. O farfalhar das palmeiras faziam as folhas bailarem ritmado, enquanto dois homens caminhavam calmamente em direção de uma taberna.

 A conversa transcorria tranquila, as pessoas passavam pela dupla de cavalheiros sem muita pressa, pois, o clima estava muito agradável para um passeio refrescante, a brisa morna atingia os rostos dos homens e o cheiro de maresia invadia todo o ambiente.

 Enquanto isso um garoto sem se aperceberem os acompanhava, ele ouvia a palestra dos mais velhos e prestava a atenção a todos os movimentos, precisava falar com eles, antes de entrarem no estabelecimento. Assim se precipitou na frente dos homens e os surpreendeu.

— O senhor é Han Solo? — Os senhores deram um passo atrás em um susto.

— Sou eu. Porque quer saber, garoto? — Falou um tanto irritado.

— Sou seu filho! — Jogou as palavras cruamente.

— Que brincadeira é essa? Eu não sou seu pai, moleque!

— Han, deixe o rapazinho se explicar. — Godfrey Chewbacca tentava apaziguar os ânimos. Ele era um estrangeiro vindo da Noruega, de estatura alto cabelos ruivos, advogado eloquente e perspicaz, amigo de Solo, além de ser seu conselheiro. — Fale, garoto diga logo tudo de uma vez. — Falou manso.

— Sou filho de Q’ira, a cigana que mora na vila dos pescadores. Ela me contou que o seu pai a contratou há tempos atrás para trabalhar na colheita em suas terras. Ao ouvir aquele nome, seu corpo todo estremeceu, há muito tempo não ouvira falar naquela moça, que ele amou um dia e, como um passe de mágica ela havia se evaporado, ainda a procurou, mas sem nenhum sucesso. Agora olhava para um garoto com cerca da mesma idade de seu sumiço. Assim mais tranquilo inquiriu.

— Garoto, como se chama? Onde está a sua mãe?

 O rapazote arredio, hesitou em responder, parecia um animalzinho encurralado. Tinha muito rancor em seus olhos, então Chewbacca interferiu bondosamente.

— Tudo bem meu jovem, não fique assustado, responda só se sentir vontade. — Solo girou os olhos ao ouvir o amigo.

 — Eu não tenho MEDO de nada! — Olhava com fúria para os mais velhos. — Meu nome é Kylo Ren, e sou perverso! Todos na vila têm medo de mim. — Mantinha o rosto erguido. — Minha mãe dizia que não, mas sei o que sou. Em seu leito de morte, me fez jurar encontrar o senhor, mas quero que saiba que não preciso de você e nem de ninguém para nada!

A notícia pegou o homem totalmente desprevenido, foi como um grande soco na boca do estômago, ouvir tudo aquilo de modo tão brusco. Antes que ele pudesse falar qualquer coisa para o garoto e procurar saber onde morava, o menino havia sumido na escuridão. Olhou para o seu leal amigo de modo atônito.

— O garoto não pode ser meu filho.

— Mas você deve admitir, ele é a sua semelhança.

— Chewie! Não comece com as suas bobagens.

— Mas você deve concordar. — Sorria bondosamente para o homem. Ao entrarem na taberna que estava com alguns cavalheiros bebendo e conversando relaxadamente, seguiram por algumas mesas até se sentaram numa mesa recostada na parede, pediram ao taberneiro trazer cerveja para eles. Enquanto esperavam a bebida.

— Pois, bem! Então. Já que julga que o rapaz é meu filho investigue para sanar de vez a dúvida, sobre onde ele mora, e se a mãe dele é quem ele diz ser. — O advogado anuiu e, nesse momento chegaram os canecos cheios de um líquido espumante. Os dois recostados a mesa conversara mais um pouco a respeito dos assuntos da fazenda, e o quanto Godfrey estava desconfiado do capataz, e pediu para o amigo ser cauteloso em relação ao sujeito. Todavia Han como sempre pensou que seu amigo estava exagerando, e que devia relaxar mais. Assim tomaram mais algumas cervejas e se despediram, e cada um foi para a sua casa.

(…)

 A casa grande estava toda iluminada com velas em castiçais com suas chamas trepidando, O cheiro de parafina derretida estava por todo o ambiente. A noite era muito agradável, o clima trazia um vento morno vindos do litoral. Os cafezais balançam com o passar suave do vento, ouvia as folhas balançarem nos arbustos.

 Sentados em uma sala de leitura se encontravam duas garotas com seus oito e seis anos, respectivamente brincando com um menino que tinha seus doze anos. A diversão parecia entreter muito aos meninos que o passatempo os absorvia completamente ignorando todas as coisas que aconteciam a sua volta.

Sentados no sofá observando os infantes brincando. Os irmãos conversavam sobre o futuro daquelas criaturas, e assim acertaram o destino do trio.

— Meu irmão, você cuida dessas meninas desde bebês, como tutor. Sei como elas são bem-educadas, assim sendo, quero que Rey, no tempo devido se case com o meu Ben.

— Entendo Leia, então vamos acertar isso. — Luke olhou para a mais nova e de volta a irmã. — E quanto a Desirée?

— Ela poderá estudar com você por mais alguns anos e, após isso podemos manda-la para Amilyn Holdo, lá na capital terá condições de arrumar um bom casamento e, se caso não consiga ela tem a alternativa de ser uma freira, a serviço do Senhor. — O irmão meneou a cabeça em concordância e, assim o destino das garotas foi traçado.

Nesse momento, Han Solo entra intempestivamente na casa e agita todo o ambiente. Mal cumprimenta a esposa e o cunhado. As crianças correm para abraçar o homem que o faz sem muito afinco. A esposa notou que ele não estava bem, pois, sempre dava toda atenção a seu filho e as meninas.

— O que foi querido, algum problema? — Colocou preocupada.

— Nada Leia, não se preocupe. São apenas negócios. — A mulher beijou o topo da cabeça do sujeito preocupado. Afastou as crianças de perto dele.

— Vamos crianças. Brinquem em outro lugar, pois, daqui a pouco é hora de todos dormirem. — A criançada protestou por alguns instantes, mas logo atenderam ao pedido da mulher e saíram para continuarem seus jogos em outro lugar. Então, Leia numa tentativa de animar o esposo começou.

 — Eu e Luke, estamos acertando o futuro dos meninos. Quero que Rey e Ben se casem quando estiverem mais velhos. — Sorria para o marido.

— Eu não acredito em casamentos arranjados. Não penso que funcionem. — Olhou incrédulo para os gêmeos. — Não tenho nada contra as meninas, apenas eu preferiria que meu filho pudesse fazer suas escolhas, e encontrasse a sua esposa. Se fosse qualquer uma delas, ou outra mocinha de bons costumes, eu ficaria orgulhoso.

— Han, esse arranjo no casamento é perfeitamente normal em nossa sociedade, além do mais, minhas tuteladas, serão bem-criadas e, qualquer cidadão de bem irão querer desposá-las.

— Entendo isso, Luke. Não me entenda mal. — Pousou suas mãos conciliadoramente nos ombros do cunhado e, falou. — Continuo a afirmar não tenho nada contra você, ou suas filhas. Apenas gostaria que meu Ben tivesse o privilégio de escolher sobre sua vida, mas, como vocês estão à frente nesses assuntos, façam o que for melhor.

— Muito bem! Querido, assim ficamos acertados. — Com isso todos sorriram. Naquele momento Solo não tinha nenhum contra-argumento a tecer para defender seu ponto de vista em relação à vida do filho seu coração ficou congelado e sentiu um mau pressentimento sobre tudo aquilo. Todavia não tinha a intenção de se indispor com a esposa. Suspirou pesadamente.

 — Desculpem a minha indelicadeza, mas vou me retirar. — Leia soube desde quando ele entrou em casa havia um peso em seu coração e uma sombra pairava em seu semblante.

— Han, algo ruim lhe aconteceu sinto que alguma coisa lhe preocupa. — Olhava-o como tentando ler a sua alma. — E não me diga novamente são os negócios, porque não é esse o motivo.

 O homem caminhou de um lado para o outro tentando escolher bem as palavras que iria dizer, pois, sabia que aquilo não, era algo fácil de se ouvir e aceitar. Relembrou a imagem do garoto vestido em trapos na sua frente alegando que era seu filho. Meneou a cabeça com o intuito de afugentar os fantasmas, assim ergueu o rosto.

— Aproveitando a oportunidade que vocês estão aqui. Estou comunicando que vou trazer um garoto para morar aqui conosco.

Luke e Leia olharam para o interlocutor atônitos.

— E, porque você o traria para cá? — Leia perguntou curiosa. — Quem é esse garoto?

— O nome dele é Kylo Ren, acabou de ficar órfão. — Sorriu fraco.

— Ele não tem mais nenhum parente vivo? — Pontuou Skywalker.

— Supostamente é meu filho. — Falou incerto.

A revelação pegou a esposa repentinamente como se fosse uma grande tempestade que tirasse todas as coisas do lugar, ela procurou uma poltrona para se sentar, de modo a buscar forças para absorver todas aquelas informações bombásticas.

 — Então quer dizer que você me traiu e, que esse garoto é fruto dessa sua ação? — A sua voz saiu fraca.

— Não Leia! Em absoluto, jamais faria isso com nossa família, e principalmente com você, meu amor. — Então se ajoelhou de frente a esposa e recostou sua cabeça nos joelhos dela e continuou. — Esse garoto é mais velho que Ben, foi fruto de um relacionamento que tive muito antes de me casar com você. Eu não sabia da existência dele até hoje, quando ele me surpreendeu com essa história intrigante. — Levantou a vista para olhar nos olhos da esposa. — Mas Chewie vai averiguar essas informações e verificar se coincidem.

A mulher olhou ternamente para o marido como se visse sinceridade em seu semblante e afagou o rosto do homem aflito a sua frente. Percebendo que o rapazote não, tinha qualquer culpa dos infortúnios que a vida lhe impunha e, sabia disso muito bem, que seu marido antes de se casar com ela tinha um passado. Suspirou profundo.

— Então traga o rapazinho para ter mais oportunidade na vida. Fazer parte de nossa família.

 Han sorriu francamente para a mulher que devolveu belamente o gesto. Solo sentiu paz ao constatar mais uma vez o quanto sua esposa era bondosa e generosa. Os dois se abraçaram e convidaram Luke para o abraço que sorriu e aceitou o convite.


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Notas finais do capítulo

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