Nemesis escrita por ariiuu


Capítulo 39
A inauguração da Torre dos Vingadores




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A inauguração da Torre dos Vingadores

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29 de Junho de 2012, 07:35 PM

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Manhattan – Nova York

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A festa de inauguração da Torre dos Vingadores começaria oficialmente às oito da noite.

Todo o edifício estava pronto para ser apresentado ao mundo.

Tony Stark e Pepper Potts, os anfitriões da festa, deixavam tudo impecavelmente surpreendente para receber os convidados, que variava de políticos, militares, grandes empresários, pessoas ligadas a SHIELD e ao Conselho Mundial de Segurança.

Todos os Vingadores estariam presentes.

Tony, Steve, Thor, Bruce, Natasha e Clint.

Com exceção do Homem de Ferro que já recepcionava as pessoas na entrada ao lado da presidente das Indústrias Stark, os demais ainda se aprontavam para o evento.

Alguns andares abaixo, cada Vingador se arrumava em seu devido aposento, e não seria diferente com o Capitão América.

Em seu quarto, ele terminava de ajeitar a parte de cima do paletó, mas havia um grande empecilho que estava tomando todo o seu tempo e que o faria se atrasar com certeza...

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Steve não conseguia dar nó decente em sua gravata.

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Ele tentou de tudo, até tutoriais no YouTube, mas seu nó saia muito amassado e desordenado.

Não era como se nunca tivesse feito aquilo antes, mas era a primeira vez que se importava em fazer um nó impecável, afinal, era um evento importante e ele era o líder dos Vingadores.

Irritado, a única coisa que lhe passou na mente era abrir a porta do quarto, atravessar o corredor, ir até os aposentos de Natasha e pedir gentilmente para que a Viúva Negra o socorresse naquele momento.

E foi o que o loiro fez.

Steve cruzava o longo corredor, já de olho na porta do quarto da ruiva, porém, quando pensou que nada daria de errado e ele podia apenas seguir com seu plano...

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Mary Crystal saia do quarto da espiã, encostando a porta em seguida.

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Naquele instante, o Capitão pensou em dar meia volta e fingir que não a viu, mas já era tarde, pois a loirinha o avistava e soltava um provocante e sonoro...

— Hey, Cap!

O Super Soldado virou o rosto, evitando olhar para frente... ele ainda estava bastante aborrecido pela discussão que tiveram alguns dias atrás, mas Mary era cara de pau o suficiente para fingir que nada havia acontecido.

A loira soltava um assobio agudo, olhando-o de baixo em cima, impressionada com a aparência do Capitão.

— É hoje que você será laçado por alguma mulher!

Steve virou o rosto novamente, já exasperado por aquele comentário infantil.

— Olha aqui, senhorita Ellis, se você pensa que-...

O loiro não conseguiu continuar seu sermão... e tudo isso porque agora prestava atenção na aparência da garota, a ponto de se sentir chocado.

Mary estava incrivelmente linda e deslumbrante...

Suas roupas eram ousadas, mas com toques discretos.

Ela trajava um vestido franzido, rodado e repleto de linhas cinzas bordadas, salto agulha, e um leve decote na frente e nas costas, além do penteado requintado num rabo de cavalo baixo, com algumas mechas soltas propositalmente na frente de seu rosto...

Steve se concentrava na maquiagem leve e nos brincos em forma de flores e pétalas, harmonizando o rosto feminino.

O olhar do Super Soldado corria em torno do olhar bem delineado, realçando o verde de seus olhos, além dos cílios avantajados e por último, sua visão recaía para os lábios brilhantes numa cor natural... a cor natural dela...

O loiro sentia um nó na garganta, engolindo a seco... não era de hoje que se sentia intimidado diante da beleza cristalizada de Mary... ela possuía algo que mexia com ele...

— Cap...? Alô, tá aí? – A Segundo-Tenente acenava na frente do rosto dele, tentando chamar sua atenção.

Kiara nem imaginava que ele estava assim porque se encontrava imerso e hipnotizado por sua atual aparência.

— Aah... eu... como estava dizendo... ah... o que eu estava dizendo mesmo...? – A indagava, perdido e um pouco envergonhado por não lembrar o que dizia antes.

— Você estava prestes a me dar uma bronca. – A Segundo-Tenente o recordava e ele voltava a si.

— Sim... você... pare de fazer essas piadas infames a meu respeito, ao menos essa noite.

— Sabe que isso é impossível. – A loirinha sorria, sordidamente, atentando para a gravata malfeita ao redor do pescoço dele.

A garota achava aquilo tão patético... o Capitão América não sabia nem se arrumar para uma festa?

— Sabe dizer se a Romanoff está no quarto dela?

— Vai pedir pra ela ajeitar esse nó aí? – A Segundo-Tenente apontava, deixando-o constrangido.

— Bem... e-eu não tenho muita habilidade com isso, então p-pensei em pedir ajuda, já que t-tentei várias vezes e não consegui, e-

Antes que terminasse de se justificar, Kiara se aproximou rapidamente, e em pequenos passos a estendeu as mãos, no intuito de arrumar o nó na gravata preta que ele vestia.

Steve ficou imóvel, estático e completamente parado, com a respiração entalada na garganta, ao tê-la tão perto e fazendo algo tão... ousado...

Como Mary Crystal sabia ajeitar uma gravata?

— Antes que me pergunte, eu fazia a do meu pai e a do meu irmão. Sou expert e o meu nó é perfeito. – Ela redarguia, com o olhar fixado no pescoço do Capitão.

O loiro sentia a intensidade da presença dela... seu límpido e doce perfume... o timbre de sua voz penetrando seus ouvidos era alucinante...

Mary acelerava todas as funções do seu corpo... e o contorno daquele rosto e daquele ameno corpo, era o seu desenho favorito.

De longe, os dois pareciam um casal recém-casado.

Ele atentava para os nobres e perfeitos olhos da Segundo-Tenente... verdes raros de imponência... raras pedras lapidadas, e a aparência daquele verde diamante, o transformava num perfeito viajante... que adentrava em sua constelação...

A garota finalmente terminava de ajeitar a gravata.

— Agora sim! Você está pronto para arrasar nessa festa! – Mary sorria largamente, olhando para o nó perfeito da gravata.

— Não vou arrasar em nada, senhorita Ellis. Tenho que manter uma postura correta como líder dos Vingadores.

— Ok, senhor líder dos Vingadores. Espero que tudo dê certo e você se saia bem. – Ela sorria para ele.

— Me sairei ótimo. – Ele sorriu de volta.

Naquele instante, Natasha saia de seu quarto, já avistando a dupla briguenta.

— Olá meninos, estão prontos para a festa?

— Eu só estou aqui pela comida. – Kiara brincava.

— Então vamos nessa. – A ruiva pegou no braço de Steve de um lado e no braço de Mary do outro lado, obrigando-os a atravessar todo o local ao lado dela.

A Viúva Negra adorava aquele jogo que acontecia entre ambos, mas tinha feito sua aposta numa pessoa que ninguém ali tinha ideia...

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Sharon Carter.

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Sim, ela sabia sobre a missão secreta da Agente 13 e estava ansiosa para descobrir até onde tudo aquilo iria.

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Quando os três chegaram ao salão, avistavam pessoas conhecidas e desconhecidas.

Tudo estava decorado impecavelmente e simetricamente. As luzes, a decoração, a disposição dos móveis e dos objetos...

Mary cumprimentava figuras importantes que a conheciam, mas logo depois, correu para o balcão e pediu uma bebida.

Ali estavam Sam e Riley, que logo a cumprimentaram.

— E aí fadinha voadora? – Sam a provocava com seu típico apelido da Força Aérea.

— Boa noite, cinderela. Por que a dama está sozinha? – Riley também entrava na brincadeira, a importunando.

— Olá, rapazes. Felizes por me vigiarem essa noite?

— Mais ou menos... mas nos diga: por que você está sozinha nessa festa? Esperando o Capitão América chegar?

— Cala a boca, Sam. Não viu que eu entrei aqui ao lado dele? – Kiara pegava a taça com champanhe, hostilizando a brincadeira do aviador.

— Desculpe, futura senhora Rogers... não vamos mais lhe importunar.

— Se um dia eu casar com Steve Rogers, saiba que é porque a HYDRA fez alguma lavagem cerebral em mim...

— Sei... – O Falcão a olhava de baixo em cima, vendo que Mary parecia estar mentindo.

E Riley atentava para o outro lado, vendo que Steve não conseguia tirar os olhos dela, por mais que tentasse.

Era muito estranho... o Capitão América não era um cara que fazia aquele tipo de coisa.

Era tão nítido que rolava algo entre ambos...

— Bem, se me dão licença, vou para a sacada do salão, porque isso aqui tá muito chato. Tchau! – A loirinha se despedia, levando a taça na mão.

— Até mais, fadinha.

E então, enquanto Mary andava para um lado, Steve aproveitava para se aproximar dos dois aviadores.

As únicas pessoas que o Super Soldado reconhecia ali, além do Coronel Rhodes e dos próprios Vingadores, era Sam e Riley.

O loiro então se aproximava das pessoas com que ele mais tinha afinidade no momento.

— Oi, rapazes. – Ele os cumprimentava.

— E aí, Cap? Tá curtindo a festa?

— Mais ou menos... não gosto muito desse tipo de evento.

— Mas você se saiu bem na sua turnê do Capitão América nos anos 40. – Sam o relembrava.

— Eu era forçado a fazer aquele papel ridículo. Aquilo nunca foi a minha área.

— Sei... sua área é a guerra. Nós entendemos.

— Pois é...

— E você tem conseguido resolver seus problemas com a Mary? – O Falcão o indagava.

Steve respirou fundo, impaciente enquanto fitava o chão.

— Não.

Sam e Riley sabiam exatamente o que acontecia ali. Existia uma tensão estranha entre Steve e Mary, que era muito mais do que amizade ou inimizade.

— Olha, se quer um conselho, eu só te digo uma coisa: fuja dos três acidentes geométricos da vida: círculos viciosos, triângulos amorosos e bestas quadradas. – Sam o aconselhava, e Steve parecia não entender.

— Círculos viciosos até entendo, mas triângulos amorosos e bestas quadradas não. Tem esse tipo de gente por perto?

— Aah, tem sim. – O Falcão afirmava, porque já havia avistado alguém nos corredores do salão, prestes a subir ali.

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Kate Sanders...

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Os dois aviadores já sabiam que a enfermeira tinha um forte interesse no Super Soldado, mas eles ainda eram fieis ao time STARY.

Kate ainda não tinha visto Steve, e por isso, se limitou a ficar na entrada, conversando com algumas pessoas.

Steve, Sam e Riley continuavam conversando normalmente, mas no momento em que os três se entretinham, Tony chegava segurando duas taças de champanhe.

— E aí, chefe, tá afim de um drink? – O Homem de Ferro erguia a taça na direção de Steve, que resolvia aceitar.

— A festa está linda, Stark. – O Capitão ignorava a taça que o bilionário segurava.

— Claro, porque fui que organizei. Festas são minha especialidade.

Os dois observavam o ambiente. Havia pessoas importantes de Nova York presentes e elas conversavam sobre política, esportes e negócios.

As paredes estavam adornadas com luzes azuis cintilantes, a decoração se encontrava impecável, o som que saia das caixas era muito fluído e tudo perfeitamente em harmonia.

— Não vai chamar a cachinhos dourados pra dançar?

— E por que eu deveria?

— Se eu fosse você, a pegaria rápido. Garotas assim não vão ficar sozinhas por muito tempo. Convide-a para uma dança. Ela vai ficar surpreendida e lisonjeada. Isso vai impressioná-la.

— Eu duvido...

— Ao menos tente... vai lá, Capicolé, você consegue!

— Não vou fazer isso, Stark...

— Eu sei que tem algo bem estranho acontecendo entre vocês dois, Cap. Não sou cego, mas posso te aconselhar em algo?

— Claro, vá em frente, Tony.

— Você deve temer muito mais o amor de uma mulher do que o ódio de um homem. Lembre-se disso.

— E por que acha que ela me ama?

— Vá por mim, eu sei das coisas...

— Acho que você está delirando, ou melhor ficando bêbado. – O Super Soldado confessava, um pouco sem paciência aquela noite.

— Ainda acho que devia chama-la pra dançar. Olha como a Supergirl está solitária... – Tony apontava para Mary, sozinha na sacada do salão, olhando para Manhattan a noite, do alto da torre.

Depois de muito relutar, Steve resolvia seguir os conselhos de Tony e ir atrás de Kiara para convidá-la para uma dança. Ela estava linda... apoiada no parapeito do salão, observando as luzes ao redor, com uma taça de champanhe na mão e uma expressão entediada.

Mas ao vislumbrar o charme fatal da Segundo-Tenente, o loiro recuava para trás, não tendo coragem de prosseguir. Era como se algo nele o impedisse de tentar qualquer contato com ela.

Os dois passaram por muitas coisas juntos e até compartilharam momentos íntimos, mas o Super Soldado se encontrava inseguro e até temeroso.

O que estava acontecendo afinal?

No meio do caminho, um grupo de mulheres o reconheceu e passou a cerca-lo, enchendo-o de elogios e cantadas, com direito a toques físicos.

Kiara, que resolvia olhar pra baixo, segurava sua taça, bebericando mais um gole e achando a cena um tanto hilária...

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— Está cercado de mulheres e não sabe como agir na frente delas... mas é um idiota mesmo... acho melhor socorrer esse virgem inexperiente...

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Ela dizia pra si mesmo enquanto sorria sordidamente...

E então, a garota desceu as escadas, deixou a taça em cima da bandeja de um garçom que passava no corredor e ao terminar de descer, ela se aproximou do loiro, cercado por várias desconhecidas...

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— Olá, garotas, posso participar da conversa!? - Kiara agarrou o braço de Steve, que não sabia se sentia aliviado por ela estar ali e espantar aquelas mulheres, ou crucificado porque a mesma se juntaria a elas para tirar alguma onda de sua cara.

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— E você quem é...? – Uma delas indagava, desconfiada e com cara de desprezo.

— Eu sou a única e verdadeira mulher da vida dele! Então eu vou raptar o Capitão agora, tudo bem, garotas!? Tenham uma ótima noite! – A Segundo-Tenente o arrastava dali, com força, e o Super Soldado apenas se deixava ser guiado por ela.

Depois de puxá-lo para a sacada do prédio, longe de tudo e todos, Mary soltava o braço de Steve.

— Você é uma lesma mesmo. Por que não mandou aquelas barangas passearem?

— Eu deveria estar grato por ter me tirado de lá, mas não estou. Nada que vem de você me faz bem... – Steve redarguia, com o cenho franzido e o olhar estreito.

— Tsc... Mal-agradecido... – Ela esboçava uma careta assombrosa em resposta.

Os dois olhavam para o horizonte da cidade de Nova York a noite... as luzes de uma grande metrópole, de longe, era como um mar... um mar de prédios resplandecentes.

Steve voltava seu olhar para o rosto de Mary Crystal mais uma vez, notando o brilho ameno e alaranjado na pele nívea...

— Por que está me encarando? – A Segundo-Tenente retorquia, sem olhar na direção dele, já sabendo que o mesmo prestava atenção nela.

— Quer a verdade? Estou cansado do seu rosto... desse seu belo rosto esculpido. – O loiro revelava, de forma audaciosa, deixando-a levemente surpresa.

— É mesmo...? Se você gosta tanto assim do meu rosto, pode se aproximar, pra olhar ainda mais de perto. – Ela o provocava.

— Não, obrigado.

— Eu sei que secretamente você tem uma quedinha por mim, Cap. É inegável! – A garota soltava um risinho bobo e divertido, fazendo-o bufar.

— Todas as pessoas ao nosso redor conseguem se entender... menos nós.

— É a vida.... - Mary redarguia, de modo zombeteiro.

O Capitão sentia que aquela era a brecha perfeita para fazer a pergunta que estava lhe deixando apavorado...

O loiro se voltava para ela novamente. Ele coçou a nuca por um tempo e pigarreou, hesitante, até que...

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— Você... quer dançar...?

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Steve a convidava para uma dança, mas com a certeza de que ela diria não e ainda faria uma piada.

— Dançar com você? Por quê? Você acabou de dizer que nós não nos entendemos nunca. – Ela esbanjava uma carranca, birrenta.

— Sim, mas não voltaria atrás com tudo o que vivemos... não para perder o que temos...

— E o que nós temos, Steve?

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— Essa noite...

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Kiara contemplava a expressão determinada na face do Super Soldado...

Estando tão perto dele, a garota absorvia a calmaria que aquele olhar lhe presenteava... aquele olhar era paz para suas tempestades...

Inevitavelmente, o perfume da colônia tão pura e fresca do Capitão, nublava seus sentidos... era a flagrância do paraíso, já que Steve parecia um anjo...

A garota respirou fundo, um pouco impaciente...

— Nós temos essa noite? Você está flertando descaradamente comigo, Capitão Rogers?

— Não, claro que não! Eu jamais faria isso! – Ele replicava, constrangido.

— Eu não sou a sua musa inspiradora... – A loirinha confessava, irritada.

Steve bufou em resposta... por que Mary Crystal tinha sempre que estragar tudo?

— Por favor, senhorita Ellis... não destrua as coisas bonitas que enxergo em você.

— Que coisas bonitas?

— Bem... já que você se produziu toda essa noite, acho que devíamos dançar... é por isso que estou te convidando. – O loiro insistia, ainda muito inseguro e tímido com a resposta.

— Que cavalheiro! Mas não é comigo que você quer dançar... é com ela! - E então Kiara aponta para Kate, que acabava de subir as escadas, notando finalmente a presença de Steve.

A enfermeira estava deslumbrantemente linda e por um momento, nem mesmo ele resistia ao charme fatalmente sedutor que ela exalava.

— Vai lá, Capitão...

E então, vendo que Kate o observava de longe, esperando que fosse até ela, Steve sentia-se perdido entre deixar Mary ali e ir até Kate, ou a cumprimentar e voltar para perto da Segundo-Tenente.

Quando o loiro deu um passo na direção para fora da sacada, Kiara saia correndo, passando por ele.

E então, a garota cruzava com várias pessoas, indo na direção de um rapaz...

Um homem alto, branco, cabelos castanhos e olhos verdes.

Mary abraçava calorosamente o tal homem, sorrindo largamente enquanto se cumprimentavam.

Os dois pareciam bem íntimos, mas...

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Quem era aquele cara...?

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O Capitão havia se aproximado de Kate, com o intuito de cumprimenta-la, mas sua atenção estava totalmente em Mary.

— Oi, América. Tudo bem? – A enfermeira acenava, um pouco tímida, discreta, mas incrivelmente esbelta naqueles trajes de gala.

— Kate... – O Super Soldado acenava com a cabeça, e já sabendo que ele sempre se mantinha afastado mesmo nessas horas, a loira tomava a liberdade de se aproximar e cumprimenta-lo com um beijo no rosto.

Steve não esperava por aquele movimento, no entanto, tal gesto não lhe incomodava... ele simplesmente...

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Não sentia nada...

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E do outro lado, Mary conversava com seu colega da Força Aérea, piloto e o número 2 da lista de pretendentes do senhor Presidente para a filha...

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Johnny Watson.

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— Você veio mesmo até Nova York só pra me ver!? Será que devo me sentir lisonjeada!? – A garota sorria, e Johnny sorria de volta.

Ele era um rapaz charmoso, incrivelmente bonito e estava vestido deslumbrantemente para a ocasião.

— Bem, o Coronel Rhodes disse que você estava por aqui e me convidou para essa festa. Resolvi aceitar... já faz meses que não nos vemos.

— É verdade, mas para a minha defesa, fui impedida por culpa de um certo pirata caolho, digo, Diretor da SHIELD. Mas é temporário.

— Assim espero... eu não aguentaria passar tanto tempo longe de você, Kiara... – E então, o galante rapaz, piloto e Major da Força Aérea sorria de modo esplêndido enquanto piscava, encantado por ver a mulher que mais admirava no mundo, ali... tão linda, plena e encantadora...

Do outro lado, Steve conversava com Kate.

Ao ver tantos casais na pista de dança, como Tony e Pepper, o Super Soldado se via na obrigação de convidar a enfermeira para uma dança, mas tudo o que ele conseguiu dizer, foi...

— Eu realmente não sei dançar... – Redarguia, tímido, como de costume.

Kate sorriu completamente, achando aquela expressão introvertida a coisa mais encantadora do mundo.

— Não se preocupe, eu vou te ensinar. Terei o maior prazer em te acompanhar... – Ela sorria de volta.

Steve estendeu a mão para Kate.

A enfermeira pegou na mão firme do Capitão.

Os dois pararam no meio da pista de dança, e ambos podiam sentir todos os olhares fixados neles.

A loira se aproximava ainda mais, dizendo no ouvido do loiro...

— Você move seus pés ao ritmo da música em um quadrado, você conta até quatro e vai repetindo o processo várias e várias vezes...

— Acho que entendi... – O Super Soldado sorria, respondendo baixo no ouvido dela.

Era um pouco diferente de quando dançou com Mary na festa dos Veteranos.

Ele podia sentir o brilhante perfume de lavanda vindo do pescoço da enfermeira.

Kate o sentia colando a mão delicadamente em sua cintura e fez o mesmo com as costas dele. Steve a puxou para mais perto, para que estivessem a menos de um centímetro de distância um do outro.

Cada música era dançada de uma forma diferente. As músicas variavam de Coldplay e Nickelback a Bon Jovi, mas como a playlist era em ordem aleatória e o Homem de Ferro deixava suas escolhas pessoais ali, uma música conhecida dos amantes do antigo seriado “The O.C – Um Estranho no Paraíso” começava.

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Feels Like Tonight – Daughtry.

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Kate aproveitava cada minuto ao lado de Steve... era simplesmente perfeito... a sensação de seus braços fortes ao redor dela, era alucinante...

Tudo e todos ao redor não existiam... era apenas ela, Steve e a música...

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You, you got me, (Você, você me pegou)

Thinking that'll be alright, (Pensando que daria tudo certo)

You, you told me, (Você, você me disse)

"Come and take a look inside", (Venha e dê uma olhada dentro)

You believed me, (Você acreditou em mim)

In every single lie, (Em todas as mentiras)

But I, I failed you this time… (Mas eu, eu fracassei com você desta vez)

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Um sorriso suave se espalhava pelo rosto do Super Soldado enquanto olhava para ela... Kate era tão leve, plácida e doce...

Já Kiara...

Dançava com Johnny enquanto os dois começavam a rir igual a dois macacos com esquizofrenia, fazendo piadas de todos os casais que se encontravam na pista.

— Olha aqueles ali! Bonito casal, não dou uma semana! – Mary apontava para um homem e uma mulher aleatória.

— E aqueles dois ali? O alien e o predador de mãos dadas, que nojo!

— Você sabe que vai pro inferno, né Johnny!? – A loirinha segurava o riso, quase engasgando com o ar.

— Você também vai e no dia do juízo final, as fotos que seus amigos te marcaram no Facebook vão passar em um telão!

— Vai dormir, Johnny. O caminhão de lixo passa cedo...

— Certo... eu vou é dar risada, porque dar tiro ainda é crime... – O rapaz desviava o olhar, enquanto os dois dançavam de modo destrambelhado na pista de dança, fazendo piada de tudo e todos.

— Não tem coragem de me matar... – Ela piscava, meiga, fofa e amável.

— Paga pra ver... – Johnny apertava a mão de Kiara com força, sorrindo de modo sacana para ela.

Do outro lado, Steve observava atentamente a cena, vendo Mary e Johnny rindo espontaneamente, de modo natural, como se nada mais importasse.

Ela nunca riu daquela forma na frente dele. Ela nunca sorriu de modo genuíno tão facilmente... por que Mary conseguia mostrar aquele lado somente para aquele rapaz? Quem era aquele rapaz afinal...?

Steve olhava para o rapaz que dançava com a loirinha... por que ela tinha que ser tão inconveniente? Com certeza eles estavam rindo dele.

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And it feels like tonight… (E parece que hoje à noite)

I can't believe, I'm broken inside, (Eu não posso acreditar que eu estou machucado por dentro)

 

Can't you see that there's nothing that I wanna do, (Você não consegue ver que não há nada que eu queira fazer)

But try to make it up to you? (Além de tentar fazer as pazes com você?)

And it feels like tonight, (E parece como esta noite)

Tonight... (Essa noite)

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Com uma carranca visivelmente assombrosa no rosto, o Super Soldado apenas resolvia expulsar tais sentimentos de raiva para fora.

— Você é tão gentil, educada e refinada, Kate... bem diferente de uma certa pessoa que acha gestos educados algo brega, sem graça e vergonhoso, e ainda fica sorrindo à toa pra qualquer um que aparece em sua frente. – O Capitão mantinha a visão em Mary e Johnny achando afrontoso tudo aquilo. Será que os dois estavam mesmo rindo dele?

— Steve, de quem você tá falando? -  A enfermeira indagava, confusa.

— De ninguém... desculpe...

E do mesmo jeito que Steve espionava Kiara, a Segundo-Tenente corria o olhar para o casal maravilha ao seu lado.

Uma cólera eletrizante percorria seu corpo... Steve tinha lhe chamado para uma dança, mas foi só aquela enfermeira de araque chegar e ele rapidinho mudou de ideia.

— Que bom que você não é um senhor puritano, lerdo e incapaz de processar minhas piadas, porque é um ser atrasado, antiquado e velho.

— Do que você tá falando, Kiara...? Fumou umas antes de entrar na festa? – Johnny a contestava, não entendendo pra quem era a indireta.

— Esquece, não é nada. – A garota bufou, exasperada.

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I was waiting, (Eu estava esperando)

For the day you'd come around, (Pelo dia que você viria)

I was chasing, (Eu estava perseguindo)

And nothing was all I found, (E nada foi tudo que eu achei)

From the moment you came into my life, (Desde o momento que você entrou em minha vida)

You, you showed me it was right… (Você, você me mostrou o que era certo)

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O loiro olhava para Kiara de longe e ela o encarava de volta, ambos com muita raiva.

Lasers podiam ser vistos saltando dos olhos dos dois, numa guerra mental invisível.

Era como se seus parceiros de dança nem existissem mais... tudo o que existia era a guerra intangível que eles insistiam em manter de longe, através de olhares afrontosos, repleto de raios, como se tudo fosse explodir.

E bem do lado deles, Tony notava tudo, achando hilário.

O Homem de Ferro começava a rir enquanto dançava com Pepper.

— Do que você tá rindo, Tony?

— Sabe senhorita Potts, o olhar de quem ama é mais penetrante do que o olhar de quem odeia, mas o ódio tem melhor memória do que o amor.

A presidente das Indústrias Stark arqueou uma sobrancelha, não entendendo nada.

— Do que você tá falando? – Ela arqueava uma sobrancelha.

— Nada não... – E então, ambos continuavam dançando.

Mas em meio aquela guerra devastadora entre Mary e Steve, a loirinha continuava dançando com Johnny.

— Olha, não adianta você fingir que está fazendo tudo isso só porque acha engraçado. Sei exatamente que está causando ciúmes em alguém. – Johnny confessava, deixando-a surpresa.

— Eu fazendo ciúmes? Em quem?

— No Capitão América. Eu não o conheço, mas estou sabendo de uns lances envolvendo vocês dois.

— E quem disse? Os fofoqueiros do Sam e do Riley?

— Mais ou menos... – Johnny sorria de canto, apenas para deixa-la mais irritada.

— Ah, por favor! Pare de dar ouvidos para aqueles dois! Eles não sabem de nada!

O rapaz suspirou profundamente, recuperando o fôlego e então, resolvia fazer a maior de suas confissões para ela.

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— Você sabe que teve uma época em que fui apaixonado por você, não sabe, Mary? E eu simplesmente cansei de esperar o que nunca aconteceria... – O rapaz se declarava, mas despretensiosamente e sem vergonha alguma de admitir seus antigos sentimentos.

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— A Amber tinha me dito isso um tempo atrás, mas... desculpa, eu não estava e nem estou interessada em relacionamentos... – A garota replicava, um pouco tímida.

— Mas agora você está aqui, comigo, me usando descaradamente pra fazer ciúmes no Capitão América e eu estou bem chocado que você realmente possa estar gostando de alguém de verdade.

Quando Johnny terminava de dizer tais palavras, Mary Crystal arregalava os olhos, totalmente desacreditada.

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— Hey! Eu não estou gostando de ninguém!

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— Eu não sou cego, e se fosse em outra época, ficaria bem chateado com você, mas te entendo... ele é um homem incrível... o maior herói da América, então é obvio que você olharia para ele com esses olhos...

— E que tipo de pessoa você acha que ele é?

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— Que tipo...? Digno de você...

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O rapaz piscava, a fitando profundamente convicto.

— Você não é a primeira pessoa que me fala isso, mas está fora de cogitação! Eu e o Capitão Rogers não temos nada a ver um com o outro!

— Não é verdade. Pare de ser dura com ele e consigo mesma. Eu te ajudei, jogando seu joguinho pra deixá-lo com ciúmes, dançando aqui com você, mas não vou continuar fazendo parte disso se for pra você fazê-lo sofrer. É muito obvio que ele gosta de você, Kiara!

— Hey, como você pode tirar essas conclusões se chegou aqui agora? E como pode ter tanta certeza que ele gosta de mim?

— Sou bastante observador, Mary... – O rapaz piscava.

— Você bebeu e está delirando.

— Pare de negar que você não sabe.

— Olha aqui, Johnny, eu não sei de nada! A única coisa que sei é que o Capitão Rogers não vai com a minha cara! Esse é o único fato absoluto que existe entre nós, então se me der licença, vou para o bar pegar outro drink, porque essa conversa está me dando dor de cabeça! – E então a garota se desvencilhava do enlace entre os dois, e saia da pista de dança pisando duro, com uma carranca visível no rosto.

Johnny ficava ali, observando sua colega da Força Aérea se irritar por lhe esfregar verdades na cara... sim, porque poucos minutos dançando ao lado dela, era notável os ciúmes que a mesma sentia pelo fato de Steve estar dançando com Kate.

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I was waiting, (Eu estava esperando)

For the day you'd come around, (Pelo dia que você viria)

I was chasing, (Eu estava perseguindo)

And nothing was all I found, (E nada foi tudo que eu achei)

From the moment you came into my life, (Desde o momento que você entrou em minha vida)

You, you showed me it was right… (Você, você me mostrou o que era certo)

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Mary subia as escadas e se sentava em um dos bancos do bar, irritada com todas as afirmações descabidas que Johnny lhe dissera.

Por que todos insistiam em tal loucura? Ela não estava a fim de Steve Rogers. Tinha plena certeza disso.

E quando a loirinha pensava que poderia ficar ali, longe, sozinha e desfrutar do drink que acabava de pedir ao garçom, Tony Stark surgia em sua frente, ao lado de Natasha e Clint.

— Hey, garotinha, vai deixar que a enfermeira roube sua alma gêmea? – O Homem de Ferro era rápido, direto e certeiro.

— Almas gêmeas não existem, Stark. O que você está fazendo aqui!? – Ela revirava os olhos, de forma odiosa.

— Devia parar de beber, Supergirl.

— O bom da vida é beber.

— Beber pra esquecer... sei como é isso... o estágio entre vocês anda bem avançado.

Kiara inclinou o rosto, arqueando uma sobrancelha.

— Do que você tá falando?

— Que você levou um tiro por ele, aliás, vários tiros na missão em Tijuana, mas é como dizem por aí, o amor dói.

— Eu mereço... – A garota virava o copo de whisky de uma vez.

— Olha, mocinha, esse tipo de reação pode convencer várias pessoas, mas não a mim. Pode fingir na frente de todos, porém, vai ser difícil me enganar. – Tony cruzava os braços ao lado dela, enquanto Clint e Nat apenas ouviam a conversa, achando tudo engraçado.

— Por quê? Você agora é um agente secreto especializado em relacionamentos?

— Quase isso...

— Nossa... devia dar consultoria então...

— Quer minha consultoria agora? Faço sem compromisso.

— Eu não preciso de um guru amoroso, Stark... desculpe... – Ela piscava, debochada.

— Você tem quantos anos mesmo, cachinhos dourados?

— 24.

— Ainda é muito nova pra entender essas coisas...

— Eu realmente não quero ter essa conversa, então será que podemos falar de outra coisa!? Como por exemplo... o que os hipopótamos africanos comem na hora do almoço!? – Ela colocava o copo em cima do balcão. – Garçom, eu quero outra! – Mary pedia mais uma dose alta de whisky.

— Negar é a melhor solução, certo? – O Homem de Ferro continuava a provoca-la.

— Eu não estou negando nada, porque essa "suposta negação" não existe.

— Você é osso duro de roer, hein garota? Mas não vou desistir... você e o Cap é o meu ship favorito no momento.

— É melhor parar de bancar o cupido e trabalhar, não acha? Você não é o anfitrião da festa?

— Ah, eu posso fazer os dois. - Ele piscou.

— Eu não preciso de ajuda, Stark. Meu cupido trabalha na NASA, e tá perdido no espaço, então não queira assumir a função dele.

— Mais um motivo para te ajudar.

— Mas que saco, Tony, eu não estou a fim do Capitão Rogers! Ele é uma pessoa chata, cheio de regras de conduta, quer sempre passar aqueles sermões que nem mesmo meu avô me dava, é um mala sem alça com pedras dentro, que quer passar uma imagem de herói perfeito, mas possui traumas, cicatrizes, medos e receios como qualquer ser humano comum! Ele não é esse símbolo de perfeição!

Nesse momento, Clint entrava na frente de Tony, numa postura severa.

— Escuta aqui, garota, você não é a única mulher na face da terra. Está chovendo de mulheres que fariam de tudo pra ter um encontro com o Capitão, então, se você gosta dele como ele gosta de você, é bom que comece a tratá-lo bem ou eu juro que vou fazer de tudo pra que ele vire seu inimigo número um, então aí eu quero ver se você vai aguentar a pressão!

— Suas ameaças não me intimidam, Agente Barton... – Mary Crystal sorria sadicamente nefanda.

— Você é o verdadeiro pé no saco aqui, garotinha! – O Gavião Arqueiro a encarava com um olhar colérico. Ele nunca escondeu que não possuía simpatia alguma pela filha do Presidente.

— Adoro ser um pé no saco... – A Segundo-Tenente apoiava os cotovelos no balcão sorrindo largamente em resposta, numa nítida afronta contra o espião da SHIELD.

— Menos, senhorita Ellis. Deixe de ser convencida, porque se essa enfermeira entrou na disputa, a probabilidade de o Capitão escolher a ela, é muito alta. – Dessa vez era Natasha quem entrava na conversa, expondo sua opinião.

— Eu não estou afim de competir com ninguém, agente Romanoff. Gosto do jogo e não do troféu.

— É assim que você enxerga o Capicolé? Um troféu? – Tony a indagava, fazendo a menina gargalhar alto.

— Ele não é tudo isso pra ser um troféu, além do mais, essa conversa não tem o menor sentido porque não, eu não estou a fim do Capitão Rogers e não, ele não está a fim de mim como vocês estão dizendo! Isso tudo é um delírio que vem dessas cabecinhas de super-heróis desocupados!

— Desocupados? Diferente de você que sai por aí pra assistir jogos de baseball nos estádios, nós trabalhamos, sua garotinha mimada! – Clint a rebatia, irritado, e Natasha segurava seu braço, no ímpeto de acalmá-lo.

— Vingadores, Vingadores... que uma sonsa, muda e sem opinião seja o símbolo da paz que vocês tanto buscam... adeus...! – E então, Mary Crystal se levantava do banco do bar, já pensando em sair dali.

Ela sentia uma leve vertigem por conta da bebida e... céus, estava muito estressada... não devia ter ido nessa festa idiota.

Quando a garota cruzava o corredor, ela desequilibrava do salto e por um triz não caiu no chão...

Isso se Tony não a tivesse segurado.

— Olha aqui, Princesa Aurora, acho melhor você pegar leve. Tá alterada demais hoje...

— Me deixa em paz, Stark. Você e aqueles espiões só vieram atrás de mim pra me forçar assumir algo que sequer está acontecendo. Eu não estou apaixonada pelo Capitão Rogers! – E então, ao terminar de dizer aquelas palavras, Steve aparecia por trás de Tony, muito chocado com o que acabava de ouvir...

.

.

Mary Crystal apaixonada por ele...?

.

.

— Sei... aposto que saiu correndo da pista de dança porque ele estava com a enfermeira.

— Eu não...

— Stark, o que está acontecendo? – O Capitão entrava no meio dos dois, perplexo pelo que acabava de ouvir.

— Péssima hora pra estar aqui, Cap. Volte mais tarde! – Tony o empurrava gentilmente, mas Mary já resolvia arrumar confusão.

— Os seus amigos Vingadores estão deduzindo que eu estou apaixonada por você, Capitão. Eu não sei de onde eles tiraram isso, mas como esse absurdo está me incomodando, resolvi sair da festa, então... divirtam-se sem mim! – A garota puxava seu braço das mãos do Homem de Ferro, no entanto, Steve entrava em sua frente.

— Você está bêbada... vai embora nesse estado?

— Vou. Algum problema?

— Eu te levo pra casa. Minha moto está no estacionamento.

— Não mesmo!

— Espera! – O loiro agarrava o pulso feminino, impedindo-a de ir.

— O que é!?

— Me diga que... história é essa de você estar apaixonada por mim... – O Super Soldado desviava o olhar, constrangido, tímido e impossibilitado de encará-la, embora estivesse ali, lhe pedindo respostas.

— Você tá viajando? Eu não estou apaixonada por você!

— Eu acho que ela estava com ciúmes da enfermeira. – Tony jogava mais lenha na fogueira, dando palpites apenas para ver a reação do Capitão.

— Isso... é verdade...? – Os olhos azuis a fitaram, como se estivesse implorando pra lhe dizer o que realmente estava acontecendo.

— Se algum dia eu tiver ciúmes de você, sinta-se estupidamente importante em minha vida, mas como esse dia nunca vai chegar, apenas solte meu braço e me deixe ir!

— Claro, você está louca que eu solte seu braço, pra você ir até aquele cara com quem estava dançando agora a pouco, não é mesmo!? – O loiro replicava, irritado, numa postura severa.

— E se for!?

— Cai na real, senhorita Ellis! Esse cara não está na sua!

— Uau, Steve... tá parecendo um namorado com ciúmes... sério, é você quem tem ciúmes de mim, não eu!

— A arrogância é o caminho mais rápido para a solidão, senhorita!

— Antes só do que mal acompanhada!

— Saia do seu mundo de fantasias e aceite sua realidade, Mary Crystal! Eu já estou cansado de suas piadas e brincadeiras idiotas!!!

.

— AH, VAI, AGORA VOCÊS VÃO TRANSAR AQUI!?

.

Tony entrava no meio, achando aquela discussão idiota o cúmulo do absurdo, mas os dois apenas o encararam com raiva.

— Ok... podem ficar aí se matando... qualquer coisa, me chamem, mas se não, já digo de antemão que há camisinhas no quarto do Capitão aqui na torre, caso vocês resolvam parar de charminho e se atracarem logo. Tchauzinho! – E então, o Homem de Ferro acenava para Steve e Mary, deixando-os a sós.

— Vai continuar segurando meu braço!? – Ela redarguia, ríspida e implacável.

— Vai agir como adulta daqui pra frente!?

— Eu ajo do jeito como eu quiser! Me larga! – Ela o ameaçava, mas Steve não se deixava intimidar.

— E eu achando que havíamos progredido...

— Ah, você quer uma amiga!? Sinto muito, mas não posso ser isso!

— É exatamente como a Kate disse...

Mary mordia o canto dos lábios, provocativa.

.

.

— Kate? Aah, a Agente 13? Ela disse isso de mim? Sabe, acho que ela seria uma excelente namorada!

.

.

Steve arqueava uma sobrancelha, não entendendo aquelas palavras.

— Agente 13? Do que você está falando?

.

— A sua nova amiga e aspirante a namorada não te disse que o verdadeiro nome dela não é Kate?

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Kiara sorria diabolicamente cruel, se deliciando com a expressão chocada do Super Soldado.

— O quê...?

— Acho que você não sabe muita coisa sobre ela, Cap, e amigos verdadeiros... não mentem para outros amigos, certo?

— O que quer dizer?

— Quero dizer que você ainda é muito inocente. Pergunte a ela... e... ah, não se esqueça de perguntar o sobrenome dela também, porque é mais importante que o próprio nome!

— Do que... você está falando...? – O loiro não entendia... Kate estava mentindo? Mary estava mesmo dizendo a verdade ou era só uma brincadeira?

— Vai soltar o meu braço, ou vamos lutar aqui!?

— Me diga a verdade! Por que está dizendo que o nome dela não é Kate!?

— Descubra por si próprio, e me largue, antes que eu faça a dança dos punhos na sua cara!!!

— Não! Você começou, então termine!

Kiara o defrontou através do olhar mais colérico de toda a sua vida...

.

.

— Spero che tu muoia una morte lenta e dolorosa e bruci tra le fiamme dell'inferno, infelice capitano américa (Eu espero que você tenha uma morte lenta e dolorosa e queime nas chamas do inferno, capitão infeliz américa)

.

.

E então, Mary puxava seu braço com força, saindo dali, deixando-o irritado, confuso e muito, muito irado...

.

Por que Mary Crystal sempre estragava tudo? Por que ela era tão hostil e violenta com ele? Por que nunca havia bandeira branca entre os dois?

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Notas finais do capítulo

Olha o barracooooooo! Esses dois não param de brigar! Eu amo tanto essa tensão entre eles. Teremos mais cenas de briga, mas... pegue um suquinho de maracujá e prepare sua bisnaguinha da Seven Boys, porque teremos uma luta épica no próximo: SOLDADO INVERNAL VS FEITICEIRA ESCARLATE! Vai ser de matar, literalmente, e sabe por quê? Porque teremos um momento tenso, violento, mas até amigável entre esse casal sombrio. E claro, o nosso casal principal se achegando, por conta de novos problemas, então, veremos o nosso Cap sofrendo e finalmente (CORO DE ALELUIA DE FUNDO) uma Mary carinhosa, preocupada e compassiva para confortá-lo. Será fofo e encantador, logo adianto :P

A música do capítulo é essa: https://www.youtube.com/watch?v=3e1y1qgbk58
Fãs de The O.C reconhecerão o/

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