Nemesis escrita por ariiuu


Capítulo 24
A fuga de Steve Rogers




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A fuga de Steve Rogers

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27 de Abril de 2012, 09:06 PM

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Washington DC

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Mary Crystal caminhava na direção do Super Soldado em lentos passos...

Steve permaneceu parado, observando-a se aproximar... vagarosamente...

Quando Kiara parou diante do Capitão América, ela o mirou, olhando dentro de seus olhos...

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— A culpa foi sua, com certeza... devia ter procurado o cadáver dele quando caiu do trem, mas segundo os registros, você se enfiou numa taberna destruída, foi encher a cara e choramingar no colo da Peggy Carter...

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Steve alargou o olhar, um pouco perplexo por conta das palavras da Segundo-Tenente, que falavam explicitamente sobre... Bucky Barnes.

Quem foi que disse a Mary sobre o Sargento James Buchanan Barnes e porque ela se achava no direito de chegar ali, apontando o dedo para ele, o culpando?

Se fosse em outra época, ele a ignoraria, mas... estava tão fora de si, que tudo o que Steve fez, foi soltar um riso derrotado, culpado e melancólico, para então responder...

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— Encher a cara...? Como? Se não fico bêbado...?

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A garota estreitou o olhar, reprovando a reação pacífica do Super Soldado.

— Isso só mostra o quão burro você foi.

O loiro soltou outro riso, achando um tanto bizarro a filha do Presidente chegar ali e já fazer seus julgamentos, lhe acusando com o único intuito de lhe fazer se sentir pior, mas... por mais errado que aquilo soasse...

Mary Crystal estava lhe fazendo bem em dizer exatamente o que ele pensava de si mesmo...

Ao menos ele não era o único que se culpava, e era terapêutico estar diante de alguém que sabia porque estava tão para baixo daquela forma.

— Senhorita Ellis... como sabe que eu estou assim por causa do Sargento Barnes?

— É porque você é um homem muito previsível e eu não sou nenhuma amadora, Capitão Rogers. Acha que não perguntei ao Fury quem eram os caras presos aquele dia em San Diego? A tal Fantasma não foi a única que deu trabalho, eu sei.

Ele a fitava com um semblante divertido e um sorriso nos lábios...

— Certo, acho que te subestimei... perdão...

— Perdão!? Aonde está aquele soldado aguerrido que sempre bate de frente comigo quando eu o desafio!?

— Acho que ele... está... como diz o Stark... off-line no momento... – O loiro sorria mais uma vez, desatinado, sobrepujado, perdido e fora de si...

De fato, aquele na frente dela podia ser qualquer um, menos Steve Rogers.

Não era o herói intrépido... o militar guerreiro e patriota que se arriscava por tudo e todos, mas o fraco, frágil e confuso garoto do Brooklyn...

Mary Crystal olhava para a figura patética diante de si e não se conformava...

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Ela queria o velho e irritante Steve Rogers de volta.

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— Você saiu para me procurar, mas quem te achou fui eu. Não tem vergonha em ter falhado nessa missão?

— Eu já tinha desistido de te procurar...

— E você me diz isso tão desavergonhadamente? Não era a sua missão me trazer de volta ao grupo!?

— Eu não estou me importando se você disser que não vai voltar mais, senhorita Ellis.

— Eu sei, e é por isso que estou aqui. Agora vá embora e deixe que eu assuma daqui para frente.

Steve estreitou o olhar...

— Quer que eu vá embora? O que quer dizer com isso?

— O que quero dizer? Saia da sua posição de líder que assumiu hoje. Desapareça e não volte aqui enquanto não resolver seus problemas internos, porque acredite você ou não, eu não estou em posição de aturar suas falhas, já que preciso de sua colaboração para terminar essas malditas missões o mais rápido possível e assim poder voltar para a Força Aérea. – Ela o rebateu, com ímpeto e muita rigidez em sua voz. A garota mantinha as mãos nos bolsos de sua enorme blusa de moletom.

Steve franziu o cenho, desacreditado...

— A Força Aérea é tão importante assim para você, senhorita Ellis?

— Importante...? Me coloque diante de uma aeronave e você verá qual é o sentido da minha vida. – Redarguiu, convicta, firme, segura e extremamente tenaz.

A convicção da garota era admirável, mas...

— Isso não está ajudando, senhorita...

— E quem disse que eu quero te ajudar? Mas se quer um conselho... devia esfriar sua cabeça e ir atrás de seu amigo, no futuro. Todos estão o tratando como um assassino e eu sei exatamente o tipo de método que a HYDRA fez para transformá-lo numa arma.

O Capitão se surpreendia pelas palavras da Segundo-Tenente. Ele não tinha ideia do quanto Mary sabia sobre aquele caso, mas ela estava certa...

— Seu conselho é um pouco obvio... e eu... vou fazer de tudo para tirá-lo daquela prisão de segurança máxima.

Mary balançou a cabeça, em desaprovação.

— Eu não estou dizendo o obvio, Capitão Rogers, estou dizendo pra se manter afastado por enquanto, até que você esteja em seu perfeito juízo e também que ele esteja pronto para te ver.

— O quê...?

— Eu li os arquivos do Soldado Invernal. Com certeza ele não vai se lembrar de você, então não seja um idiota e nem pense em procurar por ele agora, porque você só vai se machucar ainda mais.

Perplexidade e assombro decorria nos olhos azuis de Steve Rogers.

Ele estava assustado diante das palavras secas, frias e lógicas da Segundo-Tenente.

— Eu... não tinha pensado em nada disso, senhorita Ellis...

— Ótimo, então tenha isso em mente: se você for até ele depois de hoje, e ficar com esse sentimentalismo todo, vai ser pior. Seja racional, Steve...

Kiara não costumava chama-lo por seu primeiro nome com frequência... se ela o fez três ou quatro vezes, foi muito...

O Capitão sentia que a Segundo-Tenente regava sua dor com um tipo estranho de empatia...

Qualquer mulher confortaria a dor de um homem de uma forma carinhosa, com um abraço, um beijo, palavras bonitas e doces conselhos, mas não Mary Crystal... a garota fazia questão de deixá-lo pior, tocando na ferida e jogando verdades dolorosas em sua cara, só que...

O efeito era o contrário... porque se ela estava pensando em se vingar deixando-o ainda mais triste, acabava de falhar miseravelmente...

Steve a fitou com um semblante leve e plácido e um perfeito sorriso naqueles lábios maravilhosos...

— A Casa Branca é aqui do lado... não vai ver seu pai...? – Ele se recordava de quando a ouviu falando ao telefone com alguém a poucos dias, dizendo que não aprovava a reeleição de seu pai, e tentaria provoca-la para ver se a garota ficava furiosa por citar o Presidente no meio daquela conversa.

Ele tinha direito, afinal, Mary não chegou ali se metendo em sua vida? Então isso lhe dava automaticamente o direito de também se meter na vida dela.

— Ele está no Tennessee. Não está na capital. – Respondia na lata, já entendendo o joguinho dele.

— Você não sente falta dele...?

— Sim, muita. Assim como você sente falta do seu amigo. – Replicava enquanto revirava os olhos, sem paciência alguma.

— Por que está tão estressada, senhorita...?

— Olha o motivo do meu estresse me perguntando por que estou estressada... – A garota suspirava profundamente, rezingada.

Steve a olhou por longos segundos... até desviar o olhar para baixo... sentindo o ápice da tristeza e a culpa subindo como chamas por sua garganta...

Ele conteve a imensa vontade de deixar que uma lágrima escapasse...

Diante daquela cena, Mary revirou os olhos.

— Olha, não há problema em sentir falta dele. Você é um ser humano e sente dor, então não precisa engolir a vontade de chorar.

— Eu jamais choraria em sua frente...

— Por quê? Eu chorei na sua frente a dois dias. Pare de agir como uma princesinha frágil.

O loiro continuava contendo a vontade de desabar na frente da filha do Presidente.

— Você realmente leu os arquivos sobre ele?

— Sim...

— Entendo... e confesso que não consegui terminar... foram coisas muito cruéis...

— Eu li na íntegra e ainda não consigo entender como ele sobreviveu.

— Quando Hill, Romanoff e Barton me entregaram os arquivos, me disseram que tudo ia ficar bem no final, mas... nenhum deles entende...

— A vida não é um jogo em que somos obrigados a sempre ganhar. Essa máscara que você carrega... eu sei que ela te sobrecarrega e você não a suporta mais, então jogue-a fora. Seja seu foco e faça as coisas apenas por você.

Pela primeira vez, alguém lhe dizia apenas para se deixar levar por suas dores e jogá-las para fora... o loiro estava sobressaltado com a postura firme e racional da garota.

Quando o Super Soldado inclinou o rosto para fita-la, Mary vislumbrou parte do peso que Steve carregava...

O olhar melancólico dele... quebrava seu coração...

Depois de descobrir o que a HYDRA fez com seu amigo, o Capitão não conseguiu se manter forte. Aquela fortaleza que Kiara sempre via, começava a quebrar lentamente... ruindo...

Em alguns segundos, os olhos do loiro passaram a ficar marejados...

Em lágrimas...

A garota então tirou um lenço do bolso de sua calça e...

Estendeu na direção dele...

Sem qualquer resistência, Steve se permitiu aceitar o nobre e gentil gesto da Segundo-Tenente.

O lenço da garota tinha um perfume delicado e ameno de flor de lótus, uma planta aquática que florescia sobre a água... e aquela doce fragrância parecia irradiar a paz que ele tanto precisava no momento...

Era muito estranho vislumbrar Steve Rogers numa condição tão frágil... tão delicada... tão... humana...

Os heróis também choravam... e com ele não seria diferente...

Ambos ficaram ali, frente a frente, parados por muito tempo, sem falar nada um com o outro...

O Super Soldado apenas chorava, fungava...

Mas em meio ao silêncio, Mary resolvia dizer coisas que o confortassem...

— Todo mundo precisa morrer de vez em quando, pra conseguir viver corretamente...

Steve ainda enxugava suas próprias lágrimas enquanto a ouvia...

— E é isso que você faz? Morre para viver?

— Sim... e pra não pensar em nada, eu me encho de coisas. Me encho de hobbies, esportes, livros, músicas... é meu jeito de contornar a dor até estar pronta para encarar o mundo de novo...

Diante daquelas palavras, o Super Soldado se recordava quando foi submetido ao projeto Renascimento.

Depois que o soro foi inserido e a radiação com os raios vita passaram dos 70%, a dor foi insuportável. Mas ele aguentou até o fim...

A dor que sentia naquele momento, era maior do que a da radiação enquanto o soro de Super Soldado corria por todas as veias de seu corpo...

— Entendo... acho que cada um tem sua forma de fugir dos problemas... – Ele a respondia, tentando fazer com que suas lágrimas cessassem.

— Fuja você também...

— Você sabe que não posso, senhorita...

— Você não é obrigado a nada, Capitão! Se não está aguentando a pressão, suma por uns tempos! Vá espairecer!

— Acabei de ser nomeado como líder dos Vingadores. Tenho responsabilidades a cumprir. Além desse enigma do futuro, ainda temos que varrer a HYDRA da SHIELD e achar Alexander Pierce.

— E daí!? Você está sendo ameaçado de morte por isso!? Assinou algum contrato!? Sequestraram algum ente querido e estão exigindo seus serviços em troca de resgate!? Você não deve nada ao Fury e nem aos Vingadores!

— Eu... não acho que isso seja o certo...

— Capitão... já se perguntou se qualquer um deles não fugiria se algo terrível acontecesse? Eu tenho certeza que todos eles pensariam em si mesmos em primeiro lugar, então porque você é o único que precisa se sacrificar no final!? Apenas vá!

— Por mais que eu queira... tenho meu senso de justiça imaculado...

— Quebre esse senso em vários pedaços. – Ela replicava, com raiva em sua voz.

— Eu realmente não posso...

— Você pode!

— Acho que não vamos chegar a lugar algum com essa discussão.

— Capitão, dê o fora! Mande o Fury e a Iniciativa Vingadores pro inferno! Eles que lutem!

— Não consigo ser inconsequente, embora entenda seus motivos para me dizer isso, senhorita Ellis...

— E o que você prefere!? Ficar choramingando pelos cantos, fingindo pra todos que está bem, sendo que está sofrendo sozinho!? Acorda, Steve! Para de passar essa imagem de Superman para todos e mostre suas fraquezas! Você também é um ser humano! Está até chorando na minha frente!

— Você não entende...

— Você é que não entende! Você tem o direito de se sentir triste e dar um tempo. Não precisa colocar todas as suas obrigações em primeiro lugar. Vá espairecer, suma por umas semanas até se recuperar. Eu vou falar com o Fury e vou te ajudar a ficar fora do radar.

— Você está fazendo isso pra se livrar de mim?

— Seria ótimo me livrar de você, mas não, esse não é o intuito, só que estou ficando irritada com sua teimosia! Você esqueceu que tem TEPT!? Isso vai agravar os sintomas!

— Você realmente quer que eu acredite que está fazendo isso porque se compadece da minha dor?

— Você não tem que carregar todo o peso do mundo nas costas, e não, não estou fingindo, se é o que está pensando. Estou dizendo o que eu acho de verdade. Essa sou eu, sem máscaras, sem fingimento, sem dissimulação, sem personagens...

O Capitão ficou em silêncio por longos segundos, refletindo no que Mary Crystal lhe dizia. Será que ela estava certa?

Estava tão cansado de tudo... mal havia saído do gelo e lá estava ele, perdido, sozinho, sobrecarregado e sem ter respostas para os piores questionamentos em sua mente.

Será que ficar um tempo fora, apenas para colocar sua mente nos eixos, era realmente o melhor a se fazer?

— Você realmente pode me ajudar a ficar distante um tempo?

— Claro que sim. Você vai ou não?

O loiro relutou por algum tempo antes de responder, e então...

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— Vou...

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— Então pare de chorar e desapareça. Só volte quando estiver melhor. – A garota se aproximou dele, com o rosto erguido em sua direção.

Steve vislumbrava um sorriso de canto nos lábios de Mary Crystal e aquilo trazia uma espécie de alívio e refrigério... algo que ele realmente não entendia...

— Eu deveria dizer obrigado, mas não vou... – O Super Soldado sorriu singelamente de volta.

— E eu nem quero! Não consigo ter paciência com menininhos chorando perto de mim!

— Precisa se decidir se sou um menino ou um idoso, senhorita... – E então, Steve colocava os óculos e o boné de volta, já prestes a sair dali, guardando lenço da garota no bolso, mas Mary segurou seu braço, impedindo-o de ir.

— Espera...

O loiro virou o rosto na direção dela e a observa tirar um pequeno frasco do bolso.

Quando ele entendeu o que era, seus olhos alargaram levemente por trás dos óculos.

— Leve isso com você. – E então a loira erguia o vidro com os calmantes que a mesma havia colocado no chá que preparou para ele, dias atrás quando Steve sofria de insônia.

— Por que está me dando isso...?

— Olha, não precisa usar se quiser, mas é evidente que você não está dormindo direito. Suas olheiras estão nítidas...

O loiro estreitou o olhar, um pouco desacreditado do que ouvira.

— Desde quando anda reparando em mim, senhorita Ellis?

— Como disse antes, quero voltar para Colorado Springs o mais rápido possível, então você precisa estar bem pra liderar essas malditas missões, logo, você precisa dormir.

O loiro ficou em silêncio por um tempo, hesitando pegar aquele frasco das mãos da Segundo-Tenente.

— Eu não sei se deveria...

— Você deve! E nesse tempo em que estiver fora, procure um médico. Você precisa tratar o seu transtorno traumático, ou vai colocar tudo a perder.

Steve fitava Mary Crystal com extrema precisão. Ela parecia tão diferente da garota idiota e inconsequente que costumava ser na maioria das vezes.

— Obrigado pelo lembrete, senhorita Ellis, mas isso desrespeito apena a mim. Dispenso sua preocupação.

— Ok... você sabe o que faz... então já que não quer meus conselhos e nem os remédios, te desejo uma insônia cheia de lembranças minhas... – E então, Mary virou o rosto enquanto segurava o frasco, dando um giro de 180 graus, indo embora dali.

Steve observava a loira saindo de sua presença, em lentos passos...

Tudo o que ela dizia era verdade, por mais que odiasse admitir...

Céus... por que aquela garotinha mafiosa tinha que ser tão irritante e esfregar em sua cara que estava errado?

Então, o Capitão suspirou profundamente e em largos passos a alcançou...

Ele segurou o braço dela, forçando-a a se virar de frente para ele.

O olhar esverdeado de Mary Crystal alargou e ele pôde vislumbrar um semblante de surpresa em sua face.

Como ela conseguia lhe passar tanta força e energia apenas por lhe dizer aquelas verdades?

Steve não a odiava, mas... sabia que faltava apenas um passo para que sua inimizade com Kiara virasse ódio de verdade...

Por mais que não possuísse nada que lhe fizesse admirá-la, o loiro queria apenas esquecer todos os episódios marcantes em que Mary esteve junto dele...

O primeiro olhar que ela lançou para ele...

O beijo na festa dos veteranos...

As lágrimas que derramou enquanto chorava em seu peito, dias atrás...

E agora, o lenço que ela lhe deu, e que o mesmo fazia questão de levar embora consigo...

Aqueles malditos, perfeitos e maravilhosos momentos que o Capitão América gostaria muito de apagar de sua mente, lhe deixavam indecisos sobre a Segundo-Tenente...

Kiara o encarava com um ponto de interrogação estampado em sua face, até que o loiro resolvia dizer porque havia lhe parado.

— Acho que devo ficar com isso, se me permite. – E então, Steve pegou o frasco de remédios das mãos dela, deixando-a levemente surpreendida.

A garota franziu o cenho.

— Por quê?

— Se você é do tipo que não é capaz de lidar com meu barulho, então não mexa com meu silêncio. – O loiro afirmava, num tom de voz áspero.

Mary esboçou um sorriso triunfante em resposta.

— Você me odeia, não é mesmo, Capitão Rogers?

— Sei que também me odeia, senhorita Ellis...

— Olha, não estamos tão longe de odiar um ao outro, porém eu tenho um conselho: Se me odeia, então deite num caixão, porque na Route 66 desviam de animais.

— Não vou seguir seu conselho. Obrigado. – E então, o Super Soldado soltou o braço dela, dando as costas para a mesma.

Ele colocou as mãos nos bolsos, prestes a ir embora e sumir... sabe-se lá por quanto tempo.

Kiara sorriu... um sorriso puro, genuíno e cristalino... tão terno e jovial que a garota podia sentir um calor subindo por seu peito.

— Steve... – Ela o chamou, e ele cessou os passos, virando o rosto.

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— Eu desejo do fundo do meu coração, que você MORRA... de saudades de mim...

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E então, o loiro pôde contemplar o sorriso mais bonito que Kiara lhe lançava desde que se conheceram.

Não importava quantas vezes tenha olhado aquele sorriso... ele só o deixava convicto de que toda vez que o visse, sempre se sentiria como um cego que viu o céu pela primeira vez...

— Volte para o quartel general da SHIELD, senhorita Ellis. É perigoso que a filha do Presidente fique andando por aí sozinha. – E então, ele se despedia, virando de costas e saindo finalmente dali...

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Um dia depois, Fury não conseguia fazer contato com Steve e passou a desconfiar do comportamento de Mary diante do sumiço dele.

A garota estava ao lado dos demais Vingadores no Quartel General da SHIELD, acompanhando os próximos passos das missões futuras, mas Fury simplesmente não podia deixar de indaga-la sobre o desaparecimento de Steve Rogers.

— O Capitão saiu ontem para te procurar e hoje é ele quem desaparece? Isso não faz sentido...

— Pois é... as coisas não fazem muito sentido mesmo... – A Segundo-Tenente respondia com um sorriso de escárnio no rosto.

— Nós não conseguimos localizá-lo. Ele não é um soldado qualquer. Sabe se camuflar e isso explica porque não achamos imagens dele em nenhuma câmera aqui em Washington. – Natasha explicava que não havia nenhum indício da fuga do Super Soldado em canto nenhum.

O Diretor da SHIELD encarou Kiara com desconfiança.

— Você incentivou o Capitão a sumir, Mary?

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— Sim, por quê? Algum problema?

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— Você não podia ter feito isso. Precisamos dele!

— É mesmo!? Vocês prendem o melhor amigo dele numa prisão de segurança máxima, o proíbem de vê-lo, não dão informações sobre qual é o atual estado dele e ainda querem que o Capitão tenha saúde mental pra trabalhar pra SHIELD!? Você perdeu a noção da realidade, Fury!?

— Como você conseguiu convencê-lo? O Rogers não é do tipo de acatar ideias de uma pessoa como você. Ele sempre colocou as responsabilidades que tinha, em primeiro lugar em sua vida. O que você disse para que ele saísse da cidade sem nos dizer nada!? – O espião mostrava o quão irritado estava, não entendendo qual método a garota usou para convencê-lo a se afastar da SHIELD e dos Vingadores.

Diante das palavras do Diretor da SHIELD, Kiara se aproximou de Fury, o encarando seriamente, com uma expressão indignada em sua face.

— Pare de tratar o Capitão Rogers como um soldado que tem que seguir suas ordens cegamente, Fury! Ele é um ser humano e tem suas limitações!

— Você não tem o direito de se meter nesses assuntos e sugerir nada a ele! Nós fomos os primeiros a acha-lo no gelo depois de quase 70 anos e os primeiros a estender a mão!

— Claro, em troca de seus serviços como o Super Soldado que deteve Johann Schmidt na segunda guerra! Você é só mais um que tem o tratado apenas como um soldado e não como uma pessoa comum!

— Não venha me dizer sobre como trata-lo, Kiara! Você é a pessoa que mais tem causado dor de cabeça ao Capitão!

— Sim, você tem razão, mas isso não me impede de trata-lo como um ser humano quando ele está perdido, com dor e se sentindo sozinho, então não venha tentar me convencer que todos vocês estão preocupados com ele de verdade, porque eu sei que não estão! – A Segundo-Tenente batia de frente com Nick Fury, deixando todos no salão um tanto abismados.

Tony e Banner se olharam, achando um pouco estranho a agressividade da garota em defender Steve, sendo que eles brigavam como cão e gato.

Natasha e Clint tinham a mesma impressão.

— Ela tá parecendo uma namorada obsessiva... - O Homem de Ferro cochichava com o cientista.

— Para de viajar, Tony. Vamos voltar ao trabalho. – Bruce tocava o ombro do bilionário, que ainda olhava para a filha do Presidente, totalmente desconfiado...

Na concepção dele, algo estranho estava rolando entre Mary e Steve...

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28 de Abril de 2012, 11:34 PM

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Sokovia

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Wanda e Pietro Maximoff treinavam suas habilidades como aprimorados, sob supervisão do Doutor List e Von Strucker.

A HYDRA se escondia do mundo, mas tinha planos para voltar a assumir o controle...

Alexander Pierce, que se encontrava foragido, havia dado ordens expressas para que os aprimorados em Sokovia, fossem enviados para os Estados Unidos em breve.

O plano era que Wanda e Pietro fossem atrás de Tony Stark, que ao ver de Pierce, era o coração dos Vingadores.

O grupo de cinco pessoas (sem Thor, que estava fora da terra), dificultava as coisas, então o novo plano era ataca-los individualmente.

Wanda estava numa sala, treinando suas habilidades com telecinese, enquanto Pietro corria de um lado para o outro, em alta velocidade, ainda dominando seus poderes de super velocidade.

Os gêmeos em breve entrariam em cena, e o alvo era o Homem de Ferro...

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29 de Abril de 2012, 03:01 AM

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Prisão Balsa - Oceano Atlântico Norte

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O Soldado Invernal foi trancafiado numa prisão para pessoas com habilidades especiais, no meio do oceano.

Os prisioneiros não tinham contato com o mundo exterior.

O Punho da Hydra estava preso numa sala, com uma camisa de força e uma coleira de choque, para evitar que se soltasse.

Depois de dias, Bucky Barnes foi levado para um laboratório a fim de lhe interrogarem e extraírem informações relevantes sobre a HYDRA, mas tudo o que conseguiram, foram...

Palavras desconexas...

A mente do sargento estava uma bagunça. Suas memórias se encontravam desordenadas e fora de contexto, mas havia algo que ainda pulsava fortemente dentro de si...

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A imagem do homem de uniforme azul com uma estrela branca...

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Bucky não tinha ideia de quem ele era, mas de alguma forma, havia algo que o deixava transtornado...

Fragmentos de imagens antigas, em outra época e em outro lugar, tomavam conta da mente do soldado.

Quem era aquele homem...? E por que tinha a impressão de conhece-lo...?

Após horas tentando obter informações, os Agentes da SHIELD que trabalhavam ali, cuidando de Bucky Barnes, resolveram mostrar algumas fotos do Capitão América para o prisioneiro, que se sentia confuso...

— Você sabe quem ele é...? – Um deles o interrogava, esperando que o mesmo dissesse algo relacionado a Steve Rogers, mas, para a surpresa de todos...

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— Eu... não o conheço...

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Alguns Agentes achavam estranho aquela resposta, porém...

Bucky Barnes sabia que estava sendo interrogado e teria de sair dali...

Sua missão...?

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Acabar com os Vingadores...

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Notas finais do capítulo

Finalmente estamos tendo vislumbres mais detalhados do casal secundário. A Wanda deve entrar na história no capítulo 29. Haverá um conflito que fará com que ela acabe parando no mesmo lugar onde o Bucky está e então, o lindo encontro entre os dois acontecerá... Vocês acham que será romântico? O Soldado e a Feiticeira protagonizarão uma luta épica no futuro. Caos vs Caos... vai ser lindo de se ver ♥

O que teremos no próximo? Querem spoilers?

— O Cap voltando de suas... mini-férias

— O reencontro de Kiara com uma antiga amiga (que é uma personagem do filme do Dr. Estranho)

— Steve e Sharon se conhecem... e as coisas vão começar a esquentar muito com a entrada dessa personagem na história, mas o mais importante é ver a loirinha aqui trollando o nosso Cap o/

Não esqueça seu comentário. Ele é muito importante... deixe a autora motivada a escrever.

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