Nemesis escrita por ariiuu


Capítulo 14
A chegada na Califórnia




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A chegada na Califórnia

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17 de Abril de 2012, 6:01 AM

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Seattle – Washington

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Alexander Pierce e os principais membros da S.T.R.I.K.E. se encontravam em uma das bases secretas da HYDRA na cidade de Seattle no estado de Washington.

Ali, o grupo preparava o Soldado Invernal para um provável embate contra alguns agentes da SHIELD e até mesmo os Vingadores.

A HYDRA sabia que os Vingadores estavam se dispersando por alguns lugares paralelos, em especial Nick Fury e seus maiores agentes de elite.

Em meio aos planos de enfrentamento contra Nick e os Vingadores, o líder da HYDRA agora falava com um de seus álibis...

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Ava Starr... conhecida pelos agentes por... Fantasma...

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A jovem espiã que era capaz de se tornar intangível, invisível e de amplificar sua força, mas sofria lenta deterioração de sua própria estrutura quântica, conversava com Alexander Pierce.

— Tudo o que você precisa fazer é contê-los. A nossa maior arma vai destruí-los, um a um. Você dará cobertura a ele.

— Você está muito confiante de que ele sozinho conseguirá derrubar os Vingadores. – A garota que se encontrava em seu uniforme furtivo, redarguia, com certo desdém em sua voz.

— Ele foi preparado para isso, mas vocês não estarão sozinhos. A S.T.R.I.K.E. será o maior apoio nessa missão, além de os pegarmos com um ataque surpresa. – Pierce completava.

— Já sabe onde eles estarão?

— Sim. Na Califórnia. Em breve você e o Soldado entrarão em ação.

E então, mediante as palavras de Alexander Pierce, a Fantasma se aproximou e o encarou por breves segundos.

— Espero que cumpra sua palavra no que tratamos, caso contrário, não pensarei duas vezes em me voltar contra você. – As palavras de Ava fluíam em tom de ameaça, e o líder da HYDRA sorriu de canto.

— Cumpra o seu papel e em breve daremos o que você quer.

Ali, os dois selavam o pacto, que nada mais era do que...

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Acabar com Nick Fury e os Vingadores...

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17 de Abril de 2012, 00:27 AM

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Соковиja – Sokovia

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Em Sokovia, Strucker e List faziam experimentos com o cetro, extraindo energia da joia da mente e replicando através de suas tecnologias, elementos que pudessem ser usados nos recrutas, dentre eles...

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Os irmãos Maximoff...

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Os gêmeos estavam trancados numa sala, imersos nos efeitos colaterais depois de terem contato com a joia da mente.

Pietro corria de um canto para o outro, como se sua mente estivesse em transe, e Wanda encontrava-se perdida em seus próprios pensamentos, olhando para o nada...

Os olhos dela possuíam uma coloração avermelhada...

A garota parecia ter várias visões em sua mente, e vez outra exibia uma feição de assombro, para logo depois sorrir de forma enigmática.

Ninguém sabia o que aconteceria com eles, mas os cientistas estavam de olho nos dois.

As ordens passadas a Strucker eram claras...

Todos os recrutas tinham o objetivo claro de ajudar no plano de Alexander Pierce de destruir a SHIELD e agora também, os Vingadores...

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17 de Abril de 2012, 7:30 AM

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Nova York – Manhattan

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Os Vingadores se encontravam na Torre Stark, que já era considerada para todos eles como...

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A Torre dos Vingadores.

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Tony havia decidido sobre isso primeiramente com Pepper, e logo depois de conversar com toda a equipe, a decisão foi unânime.

Imediatamente a reforma começaria e teriam de passar um tempo fora até que tudo estivesse 100% reconstruído.

O Homem de Ferro decidiu passar algum tempo em sua casa em Malibu, juntamente com Bruce Banner. Ambos trabalhariam em conjunto na construção de novas tecnologias que os ajudassem a desvendar toda a bagunça que havia acontecido no futuro.

Natasha e Clint atuariam juntos com outros agentes de elite no ataque surpresa a todas as bases da HYDRA que se encontravam no mapa que Mary Crystal entregou a Nick Fury.

Thor estava fora da terra e ninguém sabia quando o asgardiano voltaria.

Steve encontraria com Mary em Los Angeles e teria de embarcar num voo em menos de duas horas.

Ambos iriam atrás do Doutor Hank Pym.

Tony ofereceu um jatinho das Indústrias Stark para que o Capitão viajasse com mais conforto, mas Steve recusou. Preferia fazer as coisas como uma pessoa normal, ainda que demorasse mais tempo.

— A missão de todos nós é algo que requer foco, empenho e muita disciplina - menos a do Capitão — então o que eu tenho para dizer é: Lembrem-se que quanto mais rápido tivermos respostas sobre o que aconteceu no futuro, mais rápido também vamos conseguir desfazer qualquer catástrofe e evitar um futuro apocalíptico. – Tony tentava motivar a todos, mas arrancou um sorriso de deboche de Natasha e Clint, um joinha de Banner e um suspiro impaciente de Steve.

— Por favor, Stark, não coloque a minha missão como algo mais fácil do que a de vocês. – O loiro reprovava as palavras do bilionário, porque para ele, estar ao lado da peste da filha do Presidente, era um verdadeiro suplício.

— Por quê? A filha do Presidente é linda e não sei como você vai conseguir andar com essa beldade pra cima e pra baixo sem se sentir tentado. – O Homem de Ferro replicava, em tom de zombaria.

— Diferente de você, Stark, eu não me deixo controlar pela aparência das pessoas. – O Capitão, que estava de braços cruzados, se aproximou, ficando frente a frente com Tony.

Ele ficou em silêncio até que...

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— Ok, virgem de 90 anos. Foi mal...

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— O-o quê...? – Steve balbuciava, um pouco chocado.

— Desculpe... mas é bem obvio que você ainda não atingiu certo patamar na escala masculina, sabe... – E então, Tony o encarou com um olhar sério, porém cínico.

— Oh meu Deus, Steve, você é VIRGEM!? - Banner gritou em choque, com os olhos arregalados.

A pergunta ecoou de forma audível pelo grande salão, arrancando risos baixos de Natasha e Clint.

Steve ficou vermelho enquanto Tony gargalhou.

— É melhor a gente deixar de lado a vida sexual do Capitão e discutir o que realmente importa, então... – O Gavião Arqueiro interrompia o bullying gratuito que Tony Stark fazia com Steve Rogers, entregando um panfleto na mão do Super Soldado logo depois.

Ele olhou para o espião, confuso.

— Isso é sobre a palestra do Doutor Hank Pym. – Clint esclarecia o conteúdo do papel.

— Capitão, você tem que ter em mente que o Doutor Pym é um homem arrogante, desconfiado, individualista e provavelmente não estará interessado no que tenha a dizer a ele. – Natasha narrava a personalidade do CEO da PYM Tech.

— E como vou convencê-lo? – O loiro a questionava.

— A filha dele estará no evento. Ela com certeza deve ouvir o que vocês dirão, então ela é o plano B, entendeu?

— Qual é o nome dela?

— Hope Van Dyne. Ela não tem uma boa relação com o pai, mas trabalha junto com ele. Aqui está a ficha dela. – A ruiva entregava uma pasta com todas as informações de Hank Pym e Hope nas mãos do Capitão.

— Sabe, acho que seu maior empecilho nessa missão não deve ser falar com o Doutor Pym, mas sim aguentar aquela bruxa da Mary Crystal. – O Gavião Arqueiro dava sua opinião sobre o que achava da Segundo-Tenente, arrancando uma feição desanimada de Steve.

— Ela me odeia... – O loiro confessava.

— Sim...

— Ok, ela pode ser uma gracinha e uma encrenca em todos os sentidos, mas também é inteligente. Talvez você devesse tentar conhece-la melhor e entende-la em vez de apenas julgá-la só porque vocês dois são tão diferentes, não acha, Capitão? – Tony tentava convencer Steve a se dar bem com a filha do Presidente, mas pela reação dele, aquilo não parecia improvável e sim...

Impossível...

— Stark... eu não vou entrar num debate repleto de sarcasmo e argumentos estúpidos o tempo todo, desculpe.

— Entendemos que você perde a razão e com motivos, mas não desista da Mary. Tente ficar amigo dela. – Bruce sugeria, fazendo o Super Soldado arquear uma sobrancelha.

— É um pouco estranho ouvir isso de você, Doutor Banner... desculpe... – Steve olhava para o cientista, um tanto chocado, já que o mesmo sempre evitava estar na presença de pessoas que pudessem deixa-lo irritado.

— Sabe, você é um soldado e precisa do calor de uma guerra pra sua vida ter sentido, não é? Nada melhor do que alguém que incentive esses instintos de conflito, não acha? A Mary é a parceira perfeita pra isso! – Tony dizia o que achava, mas aquilo não parecia um conselho e sim uma piada...

— Você quer que eu comece uma guerra com ela?

— Uma guerra verbal. Vai ser legal... além de melhorar seu poder de persuasão e de controle da raiva, com certeza faz bem pra pele e é recomendado por nove a cada dez médicos. – O Homem de Ferro concluía, e todos ali concordavam que ele estava sendo irônico além da conta.

Steve ignorou as sandices de Tony e resolveu olhar para o relógio.

— Está na minha hora, então já vou indo. – O Capitão pegava a mala que estava no canto do salão enquanto carregava a pasta que Natasha havia lhe dado.

— Boa viagem, Steve. Vê se não se estressa. – Banner acenava para ele.

— Quando chegar, nos avise. O Fury já deixou tudo preparado pra quando você desembarcar em Los Angeles. – Natasha reforçava o que o loiro já sabia.

— Tenha cuidado com aquela peste, Capitão. – Clint se despedia do Super Soldado, obviamente deixando claro que a filha do Presidente era de fato, uma diabinha.

— Boa sorte com a Mary, Capicolé! Vê se não se apaixona! – E dessa vez, era Tony quem dava tchauzinho, fazendo mais uma piada daquela situação, arrancando uma carranca do loiro, que já cruzava a porta.

Quando entrou no elevador, Steve acenou para todos e então, a porta se fechou.

O Capitão América embarcou no aeroporto John F. Kennedy no Queens e chegou em Los Angeles num voo que durou por volta de 6 horas.

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17 de Abril de 2012, 3:50 PM

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Los Angeles – Califórnia

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Depois de pegar sua mala, Steve olhava atentamente para a sinalização de dentro do aeroporto internacional de Los Angeles, procurando a direção do estacionamento.

Aquela era a sua primeira vez em Los Angeles.

Ele sempre ouviu falar sobre a Califórnia, como sendo um lugar para pessoas que gostavam de altas temperaturas, praia e arte, então era um pouco surpreendente estar ali, naquela época...

A parte ruim era que Fury havia dito que Mary Crystal o pegaria de carro no aeroporto e os dois seguiriam para um hotel próximo ao evento em que o Doutor Hank Pym palestraria no dia seguinte.

Ele caminhava pelo lugar, que era amplo e estava repleto de pessoas, principalmente turistas.

E embora tivesse acordado quase 70 anos depois, algumas pessoas o reconheceram logo de cara, porém, a maioria tinha receios de se aproximar, porque de longe, Steve Rogers transparecia uma postura muito imponente, que ofuscava o olhar de todos.

Muitas pessoas cochichavam, mas o elogiando e algumas que o abordaram, o trataram muito bem.

Os homens ficavam admirados e as mulheres suspiravam.

Embora fosse o maior herói do país, suas roupas eram simples, no entanto, sociais.

Ele trajava uma camisa azul clara, calça social musgo e sapatos sociais de couro. O penteado era sempre o mesmo e tradicional que estava acostumado a usar.

Quando finalmente o loiro encontrou o caminho do estacionamento, ele olhou para todos os lados, no intuito de localizar Mary Crystal lhe esperando, mas...

Ela não estava ali...

O Capitão suspirou impaciente enquanto olhava para o relógio que marcava quase quatro horas da tarde.

Mal havia chegado e aquela garota irritante já estava lhe tirando do sério... e ela sequer estava ali, o que tornava tudo ainda mais inacreditável.

Depois de esperar por dez minutos e prestes a acionar Maria Hill pelo telefone, um carro chegava ao estacionamento rapidamente e de forma extravagante...

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Um Porsche amarelo conversível, com os alto-falantes no volume máximo, tocando uma música pesada...

Metallica – Whiskey in the Jar.

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A pessoa que dirigia o veículo, era ninguém mais e ninguém menos que... Mary Crystal...

A loira acelerava numa velocidade acima do normal, fazendo todos notarem sua presença...

Os pneus do carro cantaram quando a garota freou bruscamente na frente dele, fazendo um barulho ensurdecedor.

O Capitão a encarou perplexo... e ela...

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Sorriu maliciosamente...

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A Segundo-Tenente tirou os óculos escuros com a mão direita e olhou fixamente nos olhos dele, ainda sorrindo luminosamente maligna...

— Vai ficar aí parado? Entra. – A voz dela soava alegre demais e ele não entendia o motivo de toda aquela felicidade...

Steve arqueou uma sobrancelha, respirou profundamente, contou 1, 2, 3 mentalmente e deu a volta no veículo, colocando sua mala no banco de trás.

Ele abriu a porta do carro e a primeira coisa que percebeu, foi algo que lhe deixou totalmente desconfortável...

A roupa de Mary, basicamente era um vestido preto muito colado no corpo e extremamente curto, expondo quase por inteiro suas pernas.

Steve pensou em dizer algo, mas achou que seria melhor ficar em silêncio, pois desejava não começar um debate desnecessário.

A Segundo-Tenente colocou os óculos de volta no rosto e o encarou.

— E aí, garotão!? – Ela o cumprimentava de uma forma diferente, ainda muito risonha... como se não tivessem discutido de forma violenta a poucos dias e ela não tivesse lhe dado um soco na cara.

Steve virou o rosto para o lado, sequer a olhando de volta.

— Por que está me chamando assim...? – O tom de sua voz era tenebroso e Mary percebia, mas pouco se importava com a personalidade ranzinza do Capitão.

— Quer que te chame como? Vovô!?

— Sou indiferente a isso, então não tente intimidades. – Replicava de forma ríspida, fazendo-a alargar os olhos por trás dos óculos de sol.

— Uau, parece que alguém tá de TPM hoje!

E então, o Capitão resolveu encará-la. Seu olhar era de fúria.

— Vamos combinar o seguinte: Você e eu falamos apenas o necessário e quando convir, entendeu!?

— Se seu dia não foi bom, isso não é motivo pra você estragar o dos outros, Capitão Rogers... – Ela redarguia, ainda com uma expressão alegre e luminosa.

O Super Soldado suspirou, muito irritado.

Havia passado apenas um minuto ao lado dela, e lá estava ele... prestes a entrar em erupção e explodir.

Mas outra coisa o incomodava...

— Como vamos andar por aí? Você é a filha do Presidente e eu sou o Capitão América. As pessoas nos reconheceriam.

— Achei que estivesse obvio que nem todos me conhecem, então isso me dá mais liberdade para andar por aí, já você... acho difícil não saberem quem é.

— Ok, senhorita Ellis, mas pise no acelerador e nos tire daqui. Está muito quente... – Steve reclamava, secando parte do suor de sua testa com as costas da mão direita.

Ele se praguejava por ter que andar num carro conversível, justo naquele dia tão quente.

— Relaxa, Cap... você está na Califórnia, o lugar que possui as melhores praias! Aqui é quente e tem calor humano, coisa que a congelada e sem graça Nova York não tem. É normal que não esteja acostumado com o clima daqui.

— Se fosse apenas o clima, estaria ótimo.

— Está dizendo que minha presença te incomoda? – O questionava, cinicamente.

— Achei que isso estivesse obvio desde o começo. – Ele bufou, completamente impaciente.

O mau-humor de Steve era tão nítido, que Kiara começou a rir...

Irritado com a risada extravagante da garota, mais uma vez ele resolveu dizer o que pensava.

— Será que é tão difícil você apenas me levar para o hotel?

A garota o encarou por trás dos óculos, numa postura cínica e debochada.

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— Olha, Cap... um dia você vai encontrar uma pessoa que vai te entender como ninguém nesse mundo... e só vai cobrar 100 dólares a consulta!

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E então, a Segundo-Tenente sorriu maldosamente de canto e pisou no acelerador.

Steve estava perplexo diante das últimas palavras de Mary... ela estava o mandando a um psicólogo na cara dura?

Na concepção do loiro, era ela quem precisava de um... para tratar aquela loucura toda...

Kiara aumentou o volume da música, vibrando diante dos riffs das guitarras de Kirk e James.

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Musha rain dum a doo, dum a da…

Whack for my daddy, (Um brinde para meu pai)

Whack for my daddy, (Um brinde para meu pai)

There's whiskey in the jar… (Tem Uísque na jarra)

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Ao sair do aeroporto, a garota pegava a Avenida Vista Del Mar, apenas para passar ao lado da praia.

Ela acelerava, sentindo a vibração e o ritmo da música narcotizarem seus sentidos e suas mãos e pés fazerem marcação rítmica de acordo com o compasso da melodia.

A Segundo-Tenente sorria enquanto o vento batia em seus longos cabelos loiros. A brisa da Califórnia era diferente de todas as outras... a maresia daquele lugar despertava sensações nostálgicas dos melhores anos de sua vida.

O Capitão não entendia a alegria dela, porque Mary parecia outra pessoa... e não aquela garota descontrolada que lhe dera um soco a poucos dias.

Ela dirigia muito bem, mesmo em alta velocidade, e vez ou outra, acabava dando algumas derrapadas estilosas e de propósito.

Embora parecesse uma louca dirigindo, ela sabia exatamente o que fazia, afinal, Mary pilotava coisas muito mais complexas do que um simples carro.

Ela deu a volta e depois passou por Venice Beach e Santa Mônica.

Enquanto Kiara dirigia, o Capitão analisava um mapa de papel, já que não conseguia entender o GPS de seu iPhone.

Como o mesmo era muito bom com mapas, notava que a garota parecia estar fazendo uma rota mais longa, pois o hotel em que se hospedariam, ficava em Mar Vista.

— Para onde estamos indo? – Ele a contestava, achando estranho que a mesma tivesse passado de onde deveriam parar.

— Santa Mônica.

— E por quê? O hotel fica antes desse lugar.

— Porque eu tenho uma garagem aqui e preciso pegar algo que deixei lá.

— Garagem?

— Sim. É onde deixo meu carro. Tenho uma aqui e outra em Colorado Springs.

— E só por causa disso está atrasando nossa ida para o hotel? – Ele arqueava uma sobrancelha, desacreditado.

— Sim, é isso mesmo. Eu mando e você obedece, já que o carro é meu e estou te fazendo um favor ao te dar uma carona. – Ela respondia na lata, pouco se importando se ele ia ou não gostar.

O loiro a encarou de modo colérico... céus, a cada segundo que passava ao lado dela, tinha a estranha sensação de começar a odiá-la... e ele não costumava odiar ninguém.

Mary estacionou o veículo em frente a um lugar que parecia um pequeno galpão.

— Fique aqui e me espere por cinco minutos.

Steve não respondeu. Apenas assentiu com a cabeça, com uma expressão impaciente.

Quando Kiara levantou do banco, ela puxou discretamente seu vestido para baixo.

O Capitão achava aquele comportamento um tanto indecente.

E era extremamente vergonhoso para si mesmo, ter que lutar contra seus princípios moralistas e ao mesmo tempo contra seus sentidos... porque era instintivo que o homem fosse um ser muito visual e acabasse apreciando, ainda que não quisesse, todos os atributos físicos de uma mulher.

Ele suspirou, completamente irritado ao avistá-la puxando seu vestido curto para baixo.

— Dá pra notar o seu desconforto nessa roupa, sabia? – Ele afirmava, ríspido e irritado, já ela...

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— Desculpe... é o meu pinto...

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Mary Crystal Respondia ironicamente, sorrindo de modo debochado, como de costume.

Ela bateu a porta do carro e passou a caminhar.

O Super Soldado respirou profundamente, contou até três e tentou se acalmar.

Por que ela sempre tinha uma resposta tão atrevida e obscena para cada afirmação ou pergunta que ele fazia?

Ele a observava andando...

Mary era uma mulher linda... Ela não possuía uma beleza exagerada, mas algo delicado e ameno... era essa impressão que ele tinha do corpo dela, quando seus olhos visualizavam e se perdiam nas curvas de sua cintura e na simetria de suas pernas encantadoramente torneadas.

Ela andava descalça, com a chave do carro e da garagem na mão e uma bolsa no ombro, além do par de sapatos de salto alto.

O loiro a esperou por seis minutos, até que finalmente, a mesma saia da garagem.

Ela caminhava tranquilamente enquanto cantarolava uma música, mas do nada...

Começou a dançar, dando uma pequena voltinha...

Steve revirava os olhos diante daquela cena. Como ela conseguiu ser uma Segundo-Tenente? Como uma pessoa com aquele tipo de comportamento podia ser filha do Presidente dos Estados Unidos?

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— Take me down to the paradise city, where the grass is green and the girls are pretty… oh, won't you, please, take me home… yeah yeah! (Me leve para a cidade paraíso, onde a grama é verde e as garotas são lindas... oh, você não poderia, por favor, me levar pra casa?)

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Ela entrava no carro cantando uma música estranha, que ele não tinha ideia do contexto.

Quando a garota sentou no banco, notava o quão incomodado o loiro estava, por causa de sua alegria. Era muito óbvio...

— Desculpe se minha alegria te incomoda. Não sabia que o Capitão América era um ser tão ranzinza assim.

— Você é uma Segundo-Tenente. Mantenha uma conduta mais discreta e séria.

— Desculpe, Cap. Eu tenho essa mania de cabelos soltos e pés descaço. Sou pedaços de músicas, passos de danças, fragmentos de textos, sou um pouco de muito e uma mistura de tudo. Não posso ser o que você acha que devo ser.

— Parabéns pela coragem, porque noção você não tem... – Rebatia, ainda com muito peso em sua voz. Steve não conseguia se manter calmo diante daquela garota e seus modos estranhos.

— Você tem tanta sorte que hoje estou de bom-humor! – E então, Mary sorria amplamente brilhante.

— Senhorita Ellis... se já terminou de fazer o que tinha pra fazer, apenas me leve para o hotel.

— É pra já, senhor! – E então, ela bateu continência para o Super Soldado, que se encontrava com uma carranca muito visível na face.

Eles saíram dali, atravessaram algumas Avenidas e finalmente chegaram ao lugar onde ficariam hospedados.

Kiara deixava o veículo no estacionamento enquanto colocava seu salto, saindo do carro logo depois.

Steve bateu a porta do Porsche, pegando sua mala.

Ele a observava puxar seu vestido mais uma vez...

Céus... o que o pai dela diria se a visse naquelas circunstâncias?

Os dois caminharam na direção do elevador e logo chegaram na recepção, prontos para fazerem o check-in.

A garota foi na frente, falando com a recepcionista, e por um motivo que o loiro não entendia, Mary Crystal parecia uma pessoa extremamente diferente ali. Ela falava com as pessoas com muita educação, sempre sorrindo e tratando a todos com muita cortesia e requinte.

Será que ela estava interpretando?

A Segundo-Tenente andava na direção dele.

— Aqui está a chave do seu quarto, Cap. Fica no oitavo andar.

— Obrigado. – Ele agradecia, com uma carranca no rosto enquanto pegava as chaves da mão dela, virando de costas logo em seguida, deixando-a sozinha ali.

Kiara deu de ombros diante da reação ríspida.

Steve caminhava rumo ao elevador.

Mary o seguiu, mantendo-se atrás dele, e obviamente, o mesmo notou.

Os dois entraram no elevador, mas o loiro virou de frente para ela, com um ponto de interrogação no rosto.

— Por que está me seguindo?

— Porque meu quarto fica do lado do seu. – Ela sorriu, e o loiro notava resquícios de cinismo naquele sorriso... Já era tão típico dela...

Os dois se encaravam intensamente...

Ele com raiva...

Ela com alegria...

A dupla saiu do elevador e Steve começava a procurar por seu quarto, mas...

Ele parou no meio do corredor, se virou para Mary, resolvendo lhe questionar sobre o que estava em sua mente.

— O que você está escondendo afinal? – O Capitão a questionava, achando suspeito tudo o que envolvia aquela garota.

— Escondendo? Como assim?

— Aquele dia, na torre... depois de descobrir que viajar no tempo é possível, você não esboçou nenhuma reação de surpresa. Qualquer outra pessoa ficaria terrivelmente assustada, mas você não. Por quê?

— É porque eu não me importo... – Respondia na lata.

— Isso não responde a minha pergunta.

— Mas é a verdade. Eu não me importo e foi por isso que não achei nada demais. Não me importo com o passado e nem com o futuro. A única coisa importante pra mim é o presente.

Ele a analisava com extrema precisão, achando a resposta da garota um tanto incomum, e aquilo não fazia sentido algum.

— Isso não me convence. Você está escondendo algo, e vou descobrir o que é.

— Uau... vai me investigar agora?

— Se for preciso, sim.

— Ok, vá em frente se puder, mas te adianto... não vá ficar pirado depois de desvendar tudo a meu respeito... a menos que seu plano de saúde cubra loucura... – Ela sorriu, petulante.

— Eu não estou intimidado com suas ameaças em forma de piadas, Senhorita Ellis.

— Ah, relaxa, Capitão Rogers. Você está muito tenso! Tem um clube de strippers em Beverly Hills que é o melhor da Califórnia. Por que não vai pra lá hoje a noite!?

— Você acha que vou ficar irritado com os seus deboches? Sua postura infantil só mostra quem você realmente é: Uma criança carente, querendo atenção dos adultos.

— Ui, desculpa aí, senhor adulto, mas não esqueça... você sabe apenas o meu nome, não a minha história.

— Não estou interessado em saber sobre a sua história. Você apenas tem que cumprir todas missões que fará junto comigo, e então, se no meio do caminho eu descobrir algo que as prejudiquem, pode ter certeza que você sofrerá as consequências. - Ele se aproximou da garota, ficando muito próximo, com o rosto inclinado em sua direção e os olhos fixos nos dela, numa postura ameaçadora e intimidante.

Kiara o analisava debaixo para cima...

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— Dio, dammi la pazienza di sopportare questo essere preistorico... (Deus, me dê paciência para aturar esse ser pré-histórico...)

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— Pare de falar só pra você mesma entender, senhorita...

Mediante a carranca dele, ela soltou um sorriso de escárnio.

— Sabe, Capitão... de longe você parece um asno... e de perto mais ainda... - Ela sorria de modo insolente.

Steve mantinha uma postura intransigente e rigorosa, a encarando com impetuosidade, cara a cara...

— Se eu pudesse te dar algo, daria a capacidade de se ver através dos meus olhos... assim você perceberia o quanto é repugnante... – Ele alegava com extremo desprezo.

— Pela lógica, eu não agrado a todos. E pela minha vontade, eu não faço questão... – E então, ela piscou para ele, sorrindo largamente, mostrando que não seria atingida pelas palavras grosseiras que o mesmo lhe dizia.

— Amanhã temos que sair daqui por volta das nove horas. Me espere em frente a recepção. – E então, Steve deu as costas para ela, caminhando rumo a seu quarto.

— Sim senhor! – Ela batia continência mais uma vez, em tom de brincadeira.

Steve continuou caminhando pelo corredor, procurando pelo número do quarto, carregando sua mala na mão direita.

Mary o observava, atentando para o traseiro dele.

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— É o ser mais patético e retrógrado que existe, mas tem uma bunda maravilhosa... - Ela mordia o lábio inferior, admirando as partes baixas do Capitão.

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Notas finais do capítulo

Essa Mary não presta né, gente? Ela nem disfarça que ama ficar secando a bunda do Cap e teremos uma cena bem engraçada envolvendo o traseiro do Steve no futuro kkkkk

Pra quem não sabe, a música que a Mary apareceu cantando nesse capítulo é Paradise City do Guns N’ Roses, e que... pasmem, menciona o Capitão América na letra. É bem bizarro, porque narra justamente a tristeza do Steve por causa da Peggy. Essa música vai aparecer direto aqui e vou colocar a partezinha onde o Cap é mencionado. É bem engraçado kkkkk

Pra quem não sabe, a Ava Starr é a Fantasma, a vilã de Homem Formiga e a Vespa. Quem está boiando, assista Homem Formiga e a Vespa ;D

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