Anne With An "E" - Versão Gilbert Blythe escrita por Bruna Gabrielle Belle


Capítulo 21
Mudanças... Seriam bem vindas.




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Anne With an E – Terceira Temporada: Episodio 7

Naquela madrugada quando estava deitado em meu quarto, comecei a raciocinar como seria meu futuro, não somente a faculdade e sim meu futuro como homem e se eu teria alguma companheira, fiquei boa parte da madrugada pensando nisso e quando dei por mim, já era de manhã e eu teria que ir a missa e quando peguei o jornal notei uma única pagina cheia com uma matéria que Anne havia escrito, completamente sozinha, pois pelo que pude ver o burburinho na igreja ninguém sabia sobre isso e ficaram espantados, enquanto eu lia o jornal a senhorita Stacy chegou à igreja e eu lhe passei o jornal e suspirei.

Josie Pye saiu completamente desolada da igreja e foi seguida por seus pais, eu teria que ler com mais afinco a matéria de Anne e compreender melhor o que sua matéria tão tensa queria realmente dizer, permaneci em completo silêncio durante a missa e tentei segurar para não ignorar as palavras do pastor e ler letra por letra, frase por frase o que Anne havia escrito as escondidas e com toda certeza Anne estaria em uma grande enrascada, o que a cidade havia acostumado com ela poderia voltar “as origens” e a tratar quase tão rudemente quando ela havia chegado em Avonlea, me sentei no celeiro onde estaria completamente sozinho e li o artigo de Anne com uma concentração exagerada e me fixando em partes nas quais notei que algumas pessoas não haviam compreendido e na manhã seguinte eu faria algo por ela.

Durante a aula todos davam sua opinião sobre o ocorrido e Anne permanecia em completo silencio na sala.

Quando conseguimos um silencio quase que fúnebre eu revisei meus pensamentos sobre o que lera e falei.

—- Creio que essa discussão que estamos tendo aqui está completamente equivocada – comecei e todos me encararam seriamente e eu respirei fundo, não era agora que alguém ali me calaria ou me intimidaria.

—- Não deveríamos estar discutindo sobre a Anne – falei indicando a ruiva que parecia indiferente a todos.

—- E sim sobre o que é justo... – mas acabei sendo interrompido pela mesma que parecia estar nervosa.

—- O titulo do meu artigo é sobre “O que é justo”... – começou Anne e a professora Stacy a interrompeu.

—- Anne, agora escute o Gilbert – murmurou ela e se virou para mim – Por favor, continue Gilbert – disse.

—- Como estava dizendo, o que é justo para nós... Para o time todo – falei indo para a frente da ruiva brava.

—- Você poderia ter falado sobre o que pensava para a matéria principal e poderíamos trabalhar juntos e eu tenho a mais absoluta certeza de que todos juntos poderíamos falar sobre igualdade sem arruinar a vida de uma garota que sabe – se lá se tem culpa ou não no acontecido na festa do celeiro...

—- Agora você tem algo a dizer Gilbert? – murmurou Anne ainda com raiva e eu respirei fundo, ela era difícil

—- Seria a mesma opinião que eu teria ontem, caso você tivesse me questionado – soltei frio e ela se irritou.

—- Que assunto interessante! – disse ela friamente com os olhos azuis injetados por raiva e ódio e me olhou

—- Por que na feira eu poderia jurar que o vi negociar um terreno... Oh, não uma esposa! – disse ela fria e aquilo me pegou de guarda baixa, me atingiu quase tão forte quanto à lousada no rosto há alguns anos.

A professora resolveu censurar nossas escritas logo após a discussão e voltamos a nossos trabalhos e eu apesar de estar com a mente lotada pelas palavras de Anne resolvi ler seu texto quando voltasse pra casa.

Quando a aula acabou e eu voltei para casa, Bash estava cuidando de Delphine e eu me mantive longe dele, não queria falar com ninguém e me concentrar totalmente na matéria de Anne, na qual eu estava lendo trancado em meu quarto há horas, só me toquei que havia se passado muito tempo quando Bash gritou do andar de baixo me pedindo auxílio para cuidar do jantar e Delphine que começava a chorar alto.

 Quando acordei algumas horas mais tarde, com o jornal sob meu corpo, uma idéia surgiu em minha mente e eu lendo novamente alguns trechos que havia grifado do jornal e corri para escola, Anne teria que ouvir o que eu tinha a dizer e todos ali na sala de aula, não poderíamos perder essa incrível oportunidade e eu ri.

Mas quando cheguei na escola, Anne não estava presente as noticias da senhorita Stacy não eram das melhores.

—- Mas, ninguém está forçando o prefeito, o pastor e ninguém das autoridades a ler o jornal da escola.

Ela deu de ombros e respirou fundo e alguns de meus colegas protestou e eu voltei a atenção a professora.

—- Quais as regras? – murmurei e ela me passou o papel com as “sugestões” com as mais novas matérias.

Quando li em voz alta as sugestões e ouvi a opinião de Moody sobre o que Anne pensaria voltei a falar.

—- Espera aí! – falei me afastando da carteira na qual eu estava encostado e me coloquei numa postura reta

—- Não vamos esquecer como toda essa situação que estamos vivendo no momento se iniciou... Começou com o Billy Andrews desrespeitando a Josie Pye... – fui interrompido por Tille que de certa forma concordava com Moody e aquilo me encheu de um pesar indescritível e voltei a falar a minha opnião.

—- Ela apenas defendeu uma garota que estava sendo vitima de algo cruel e poderia facilmente ser você.

Todos ficaram em completo silencio com seus pensamentos e eu peguei novamente o jornal com a matéria

Li em voz alta os trechos que eu havia grifado no jornal para todos ali na sala e lhes fiz uma pergunta.

—- Alguém discorda deste trecho que acabei de ler? – questionei e todos permaneceram em silencio, então prossegui, novamente lendo os trechos e me coloquei novamente em pé e encarei Moody e lhe perguntei:

—- O que acha sobre isso Moody? – o questionei e ele mantinha a cabeça baixa, arrependido do que dissera.

—- Acha que sabe mais do que Ruby pensa, do que ela mesma? – questionei e ele pareceu surpreso com isso.

—- Não... Não sei nada do que ela pensa – murmurou ele e Ruby com um leve sorriso nos lábios respondeu.

—- Eu com toda certeza sei muito mais do que ele – murmurou ela sorrindo graciosamente e eu suspirei.

Li novamente mais um trecho e voltei a falar com meus colegas sobre a matéria de Anne e todos ouviram.

—- Anne com toda certeza defenderia cada um de vocês aqui presentes... Apesar do que estão falando sobre a matéria e sobre ela mesma e isso que ela escreveu no jornal nos mostra quem a Anne realmente é.

Ouvi um forte barulho na porta da frente da sala e Anne estava com madeiras nos braços e se desculpou.

Todas as meninas correram na direção dela que parecia assustada e surpresa com a reação de todos ali e eu sorri discretamente quando ela olhava para todos ali e abriu um lindo sorriso satisfatório por ninguém a ter rejeitado novamente por causa de sua matéria sobre o assedio sofrido por Josie Pye e eu sorri com isso.

Quando ela se aproximou nos mostrando suas tabuas e contou sobre seu plano aquilo fez todos sorrirem.

Algumas horas mais tarde fomos todos pegar algumas tabuas em um local num tanto afastado e caminhamos para o celeiro de Green Gables para colocar o plano de Anne em pratica, algumas horas mais tarde depois de termos todos feitos nossas respectivas placas caminhei para a frente da garota ruiva e sorri

—- Será um grande dia amanhã – murmurei limpando minhas mãos uma na outra e Anne apenas assentiu.

—- O maior – disse ela e eu assenti e me retirei ignorando meu estomago “emborboletado” e coração perdendo mais uma batida e me coloquei para fora daquele celeiro e estava ansioso pelo dia de amanhã.

Quando cheguei em casa acabei percebendo que ainda estava com as “sugestões” em meu bolso e sorri.

Levantei o mais rápido possível e peguei uma maçã na cesta e me despedi de Bash com um toque no ombro e dei um beijo no alto da cabeça de Delphine, Bash me questionou minha pressa, mas apenas saí correndo fechando a porta na seqüência e me coloquei na estrada e subi na carroça onde estavam Anne, Marilla e Matthew, com minha pressa encostei (e muito) em Anne e aquilo me fez corar o rosto e o pescoço, permaneci em completo silencio até chegarmos na escola e não havia ninguém a nossa espera.

Anne estava nervosa, pude perceber como ela tremia a ponta da bota contra o solado de madeira e como apertava os braços em torno do peito com tamanha força que questionei se estaria evitando tremer.

—- Depois de tudo isso... Será que eles não vem? – murmurou ela olhando para todos os lados e eu sorri.

—- Tenha fé... – murmurei e ela me encarou como se eu tivesse falando algum tipo de absurdo e logo me retratei.

—- Não estou dizendo o que você tem que fazer... É apenas uma sugestão... Amigável – murmurei e ela riu.

Anne sorriu discretamente e aquilo inflou meu coração fazendo as borboletas de meu estomago girarem.

Logo na seqüência, a senhorita Stacy e nossos colegas de turma apareceram e Anne sorriu feliz com isso.

Caminhamos todos na direção do centro de Avonlea, mais precisamente para a prefeitura da cidade, e assim que chegamos pegamos nossas respectivas placas e lenços brancos e entramos na grande sala e subimos no palco que havia no grande salão e Anne fez seu discurso sobre nossos direitos de expressão.

Permaneci atrás do palco na hora de puxar a cortina e tentaram tirar as placas das mãos de meus colegas, uma fotografia foi tirada da cena e eu fui para a frente do palco mostrando a “lista de sugestões” ao pastor e a rasguei de frente a seu rosto, mostrando que nenhum de nós ali seria calado por causa da censura.

—- Obrigado pelas sugestões – murmurei serio e todos ali bateram palmas por nossa atitude e mais tarde fomos a uma “festa de comemoração” na casa da senhorita Stacy e enquanto conversava com meus amigos... Vi Anne tomando um ponche na cozinha e meu coração se aqueceu, eu gostava da mulher que ela era... Da verdadeira Anne por trás de seu jeito de menina, ela era uma mulher forte e decidia e eu teria que ser muito mais do que apenas um medico para ser digno de um coração forte, puro e corajoso como o dela, aquela atitude na prefeitura significou muito pra mim a minha volta a Avonlea e eu sentiria muita falta das minhas amizades no dia que eu fosse para a faculdade, resolvi tentar conversar com Anne, ela com toda certeza me daria uma visão diferente do que eu estava pensando e resolvi arriscar conversar.

Quando a vi sumir para fora da casa, a segui, mas meu coração tinha outras intenções sobre a conversa.

—- Você com certeza conseguiu – murmurei assim que a encontrei sentada na escadaria na frente da casa.

—- Nós conseguimos – murmurou Anne, como sempre não desmerecendo ninguém ou se vangloriando.

Me sentei ao lado dela, tentando ignorar as borboletas e meu coração que parecia quase sair do peito.

—- O que você disse ao pessoal para fazer eles mudarem de idéia sobre mim? – questionou ela e eu sorri.

—- Apenas lembrei a eles que você sempre encontra uma maneira de fazer as coisas darem certo – falei.

—- Bom, eu histórico de tentar fazer isso sempre me diz o contrario – murmurou ela pensativa e eu sorri.

Sorri com seu comentário, não estava totalmente errado, mas também não estava completamente certa.

—- Falando nisso... – murmurou ela conseguindo toda a minha atenção – Não deveríamos estar discutindo?

—- Provavelmente – murmurei e ela sorriu discretamente e eu apenas a imitei – Quer começar? - perguntei.

—- Não, não consigo pensar em nada nesse momento – murmurou ela olhando para o céu estrado e eu sorri

—- Também não – murmurei, mas na verdade eu estava pensando como era naquela escuridão parecia algo divino, alguma coisa além do meu alcance, mas que estava tão perto e meu coração batia freneticamente.

—- Depois de todos esses anos... – comecei e ela me encarou – Quem imaginaria que faríamos um belo de um T-I-M-E?

Anne me encarou por alguns minutos e meu coração parecia querer sair voando como as borboletas de meu estomago, mas antes que eu pudesse dizer algo referente a esses sentimentos Anne quebrou o clima.

—- A Winifred... É uma garota de sorte – murmurou ela e aquilo fez tudo o que eu sentia perder força.

—- Obrigada por hoje e por tudo Gilbert... Eu tenho que voltar pra dentro – disse ela desaparecendo para dentro da casa me deixando no escuro completamente sozinho, apenas acompanhado da lua e das estrelas, olhei para a bebida que ainda tinha em meu copo e desisti de beber dando – me um tapa na cara.


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