Anne With An "E" - Versão Gilbert Blythe escrita por Bruna Gabrielle Belle


Capítulo 20
Eu estou tão... Confuso.




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Anne With an E – Terceira Temporada: Episodio 6

Na manhã de domingo, prometi buscar Winifred e seus pais nos quais havia convidado para a festa do condado, era uma festa familiar com muitos jogos e comidas típicas e sorri assim poderia ver como as pessoas reagiriam comigo acompanhado por uma garota “da cidade grande” e eu mesmo me  entenderia.

Estava nervoso e fiquei trocando de roupa varias e varias vezes durante uma boa parte da manhã, Bash que estava tricotando um novo gorro para Delphine parecia se divertir e ao mesmo tempo se entediar com meu desespero.

—- O que acha? - questionei - o pela milésima vez com uma nova calça preta social e uma das minhas camisas de linho nova e ele me olhou e sorriu abertamente e eu o encarei esperando uma resposta valida.

—- Parece uma camisa branca, igual a todas as outras camisas brancas que você experimentou há pouco.

—- Mas esta aqui precisa de abotoaduras – murmurei segurando os punhos da mesma e suspirei – Nas quais eu não tenho mais desde que Elijah veio em casa e levou as que meu pai havia me deixado – resmunguei.

—- Eu poderia tricotar uma camisa de linha em você durante todo esse tempo que você troca de roupa – murmurou Bash voltando sua atenção para o gorro amarelo de Delphine e eu revirei os olhos cansados.

—- Eu tenho que estar bem vestido para dar uma boa impressão para as pessoas, são meus convidados.

Bash me ignorou e murmurou alguma coisa para Delphine, mas me recusei a voltar para escutar o que era.

—- Você parece tão nervoso quanto uma noiva Blyte! – gritou ele ao longe enquanto eu trocava de roupa.

Quando voltei e fiz o famoso “tá dá” erguendo meus braços lhe mostrando meu colete cinza Bash me olhou.

—- E essa pdorução toda significa que você escolheu a tal de Winifred? – murmurou ele e eu o encarei.

—- Hã? Oh... Não – murmurei abotoando meu colete e pensando no que ele queria me dizer com “escolher”.

—- Eu me sinto bem com a Winnie... Quer dizer... Eu gosto dela... Só isso – murmurei fechando os botões.

—- Então gosta dela o suficiente para se casar? – disse Bash e eu o encarei boquiaberto com sua pergunta.

—- Não estou pensando assim tão longe Sebastian – o respondi me virando de frente para ele e ele sorriu.

—- Bom, Mary e eu passeamos apenas uma única vez e na seqüência eu a pedi em casamento – respondeu.

—- Winnie  não espera que eu tenha uma atitude como esta – respondi a Bash que riu e me encarou sério.

—- Se os pais estão envolvidos é porque ela está pensando em casamento com toda certeza – disse ele rindo.

Bash acabou me confundindo ainda mais com suas questões e eu preferi voltar a trocar de roupa e ele riu.

Me cansei de escolher as roupas e decidi pela camisa de linho, só precisava de abotoaduras e lembrei que talvez Matthew me emprestaria as dele e sai rapidamente de casa e peguei meu cavalo e fui até Green Gables, cumprimentei Jerry que disse que Matthew estava no jardim da frente e resolvi cumprimentar Marilla que com toda certeza estava fazendo seus maravilhosos bolinhos de ameixa e ver Anne e sorri.

Assim que subi as escadas para a porta da cozinha de Marilla vi Anne debruçada sob dois grandes bolos.

—- Olá, Anne – murmurei da porta e ela me encarou, notei que ela estava toda suja de farinha e tinha o nariz muito mais muito vermelho e parecia estar com um inicio de uma gripe forte e aquilo me preocupou.

—- Matthew está em casa? Eu precisava das abotoaduras dele emprestadas por algum tempo... – murmurei e Anne estava com os olhos marejados, achei que estaria fazendo alguma coisa salgada antes e questionei.

—- Estava cortando... Cebolas? – perguntei desconfiado de que ela estaria gripada, mas preferi perguntar.

Antes que ela pudesse me responder Matthew apareceu na outra porta dos fundos com um enorme rabanete.

—- Minha nossa, que rabanete espetacular! – murmurei indo na direção de Matthew Anne o avisou sobre as abotoaduras e rapidamente desapareceu da cozinha nos deixando a sós e Matthew apenas me encarou.

—- Abotoaduras? – questionou ele e eu assenti e ele pediu para que eu o acompanhasse e foi o que eu fiz.

—- Alguma ocasião especial para usar elas? – questionou Matthew e eu novamente parei para pensar e sorri

—- Não, na verdade não – murmurei e Matthew pegava algumas caixas de seu criado mudo e eu suspirei.

—- Anne me parecia um pouco... Nervosa – questionei e Matthew sorriu procurando as abotoaduras nas caixas.

—- Ela está nervosa por causa da feira e quer causar uma boa impressão com os bolos que Mary ensinou, mas esta começando a ficar gripada – murmurou Matthew e eu me dei um tapa na testa e respirei fundo.

—- Anne vai se dar bem no concurso, ela aprendeu com a melhor cozinheira que já conheci... Depois da Marilla é claro – murmurei e Matthew me entregou suas abotoaduras e eu as peguei e sorri para ele.

—- Alguma recomendação para o resfriado de Anne? – perguntou ele baixinho e eu respirei fundo, era alguma forma de eu me redimir por ter feito uma pergunta idiota a ela e segurei um sorriso no rosto.

—- Acho que ela deveria tomar alguma bebida quente como chá e evitar sair e tomar friagem – murmurei.

—- Obrigado Gilbert, use essas abotoaduras com sabedoria – disse Matthew e eu sai de sua casa e enquanto subia em meu cavalo pude ouvir Anne sentada ao lado de sua janela espirrando e eu acenei para ela sorrindo, ela retribuiu o aceno e eu ao longe pude ver seu nariz com a ponta vermelha e suspirei e assim que cheguei em casa questionei a mim mesmo me arrumando de frente para o espelho de meu quarto.

—- Eu me dedicarei meus estudos e honrarei e a tratarei Anne e todos meus pacientes com todo o carinho do mundo.

Acordei bem cedo e parti para a estação onde esperaria pelo trem que traria Winnie e seus pais de Charlottetown, não antes de deixar Bash e Delly na feira, mas o carrinho de Delly estava me atrasando.

—- Parece que o tio Gilby está nervoso esta manhã princesa Delly – murmurou Bash e aquilo me irritou.

—- Não estou nervoso – murmurei irritado – Eu apenas quero passar uma tarde agradável com a minha amiga e os pais dela... O que eu tenho a oferecer para uma garota como a Winnie? Sou órfão e tudo é complicado na minha vida.

—- Quer uma lista? A primeira delas é que você não sabe cozinhar – murmurou Bash e eu revirei os olhos.

—- Vamos logo Sebastian – resmunguei e subimos na carroça e ele continuou com sua lista e eu o ignorei.

Assim que os deixei na feira parti rapidamente para a estação e bem a tempo de ver Winnie e seus pais descerem do trem, Winnie acenou para mim de longe e acenei de volta indo na direção dela e do casal que sorriu para mim, me virei cumprimentando a mãe de Winnie e seu pai que parecia me avaliar sorri educadamente e os encaminhei para minha carroça e lhes mostrei como era minha cidade e eles sorriram.

Quando estávamos andando pela feira, o pai de Winnie resolveu conversar comigo durante o trajeto.

—- Por que se preocupar com a faculdade de medicina se tem um sujeito como este na feira? – disse ele quando passamos ao lado de um homem que vendia “remédios caseiros” que “prometiam curas fixas”.

—- Talvez eu deva parar e estudar um pouco com ele sobre seus medicamentos é mais barato que Sorbonne

—- Sorbonne? Então é esse o seu destino na carreira como medico então? – disse ele eu assenti sorrindo.

—- Sorbonne existe apenas nos meus sonhos, estou certo em conseguir uma vaga na Queen’s Academy.

—- Quais são suas reais intenções com a minha filha meu jovem rapaz? – disse ele me encarando seriamente.

—- O que? Eu? Não, é que – respondi nervoso e ele começou a rir e eu sentir meu sangue gelar na espinha.

—- É brincadeira rapaz – murmurou ele e a mãe de Winifred encarou o marido e sorriu por causa de minha expressão assustada.

—- Francamente Nigel, precisava assustar o pobre garoto desta forma? Olha como ele perdeu a cor.

—- Podemos todos, por favor, aproveitar este dia lindo? – disse Winnie e eu me mantive em completo silencio.

—- Se precisar de ajuda Gilbert Blythe, eu posso te ajudar a entrar na faculdade de medicina – disse Nigel.

Sorri com a proposta dele e vi Bash com Delphine convergindo para nós e eu me virei para o casal e Winnie

—- Há uma pessoa que eu gostaria que conhecessem – murmurei e os três me acompanharam até perto as sorveteria o pai de Winnie comprou sorvete para todos e eu tinha receio de ter preconceito com Bash e Delphine.

Apresentei – os e graças aos céus nenhum deles eram preconceituosos com negros e sorri abertamente.

Quando Bash nos avisou sobre a competição de bolos e eu sorri revisando meus planos em minha mente.

Quando chegamos à competição, Marilla e Matthew parecia preocupados com a ausência de Anne e antes que eu pudesse apresentar Winifred e seus pais aos Cuthbert Anne apareceu ali vestida de azul claro.

—- Eu estou aqui, estou aqui – disse Anne que se virou e encarou Winnie com os olhos azuis arregalados.

—- Essa é a Anne, minha colega de classe e amiga de minha família – murmurei para Winnie e seus pais.

Anne apenas estendeu a mão para Winnie e se virou para ver a avaliação de seu bolo e eu a encarei.

Por que ela tinha aquela expressão indecifrável no rosto? E principalmente porque eu estava vendo novamente, mas de um jeito diferente uma nova tristeza azul pesada dentro de seus olhos claros?

Os jurados odiaram o bolo que Anne havia feito e ela desapareceu da tenta e eu a segui rapidamente.

—- Anne! – gritei tentando acompanhar a garota ruiva que corria por entre as barracas da feira e ela parou.

—- Está tudo bem Gilbert – murmurou ela e me encarou com seu olhar entristecido, eu honestamente, eu te desejo toda a felicidade do mundo – murmurou ela e desapareceu novamente, me deixando sozinho e eu fiquei com sua frase martelando em minha mente... O que ela queria dizer com isso? Meu coração falhou.

Voltei para onde Winnie e seus pais estavam com Bash e resolvi mudar de assunto, precisava me distrair.

Quando estava levando Winnie e seus pais para a apresentação no celeiro, pude ver Anne, Matthew e Marilla dentro do grande balão e eles iam muito alto, sorri discretamente e fomos para o celeiro onde havia a apresentação da coreografia que ensaiávamos há alguns dias e sorri abertamente com o sorriso de Anne que conversava animadamente com Diana durante a dança, mas Winnie sempre me distraia do foco na conversa entre a morena e a ruiva e quando ficamos lado a lado ela evitou olhar para mim e principalmente para Winnie que educadamente a ignorou e não me questionou sobre os motivos disso.

Winnie e eu conversávamos sobre a apresentação e os motivos da apresentação da dança e ela elogiava a festa e seus práticos típicos e me agradecia e muito por minha hospitalidade e pelo convite sorri com isso.

No meio da festa alguma coisa aconteceu, pois Anne correu ferozmente para frente de Billy Andrews.

Me aproximei pois todos ali no “salão do celeiro” encaravam Anne que defendia Josie que tinha desaparecido, algumas horas mais tarde (depois do escândalo no qual todos ficaram falando por horas a fio) levei Winnie e seus pais para a estação e quando vim embora encontrei Bash que havia vindo embora com Matthew e Marilla e depois que colocou Delphine em seu berço comentou sobre a expressão de Anne

—- Ela parecia magoada pelo que houve com a amiga dela Blythe, parecia que tinha sido com ela o acontecido.

Assenti pensando em como tinha sido meu dia e como seria na manhã seguinte ao ir para escola o assunto de Josie que naquele dia tinha faltado na escola e Billy ainda rendia e muito no grupo das meninas e vendo que elas não fazia nada para dar idéias para o jornal resolvi intervir em seu grupo e Anne me encarou fria.

—- Acho que deveríamos trabalhar, pois é muito mais importante do que falar sobre a reputação de alguém.

—- Vamos discutir sobre quem teve o maior vegetal da feira do que discutir algo que interferem a respeito de um gênero inteiro? Porque essa pressa toda em encerrar a matéria de hoje Gilbert Blyte? Está com tanta pressa assim para pegar o trem que o leva para Charlottetown é? – questionou Anne secamente, voltei ao meu trabalho no jornal escolar e a encarei sem entender os motivos por ter citado Charlottetown e no final da tarde após todas as matérias estavam completas, Anne permaneceu em completo silencio.

 


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