Anne With An "E" - Versão Gilbert Blythe escrita por Bruna Gabrielle Belle


Capítulo 14
Ninguém poderia saber que eu sinto ciúmes de você.




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Anne With an E – Segunda Temporada: Episodio 10

(“O que há de bom no mundo”)

 

Larguei a cerca para lá e caminhei até o cemitério e me sentei no banco de mármore e respirei fundo.

Conversei com meu pai em voz alta, eu precisava de alguma resposta de algum sinal porque estava tudo uma completa bagunça na minha vida desde que ele havia partido e mais ainda com o desaparecimento de Bash e fiquei lá “falando sozinho” e logo uma nova idéia surgiu em minha mente e corri para executa – lá.

Peguei todos os documentos referentes à minha casa e tudo mais e caminhei para o cartório de Avonlea, a passagem que eu havia reservado era pra mais tarde então eu teria tempo para resolver tudo o que pensei

Conversei no cartório com o escrivão sobre as mudanças no documento e ele depois de toda a discussão sobre o que eu queria muito poder modificar no documento ele o atualizou permanentemente e eu sorri.

No caminho que estava saindo do cartório me encontrei com Cole que parecia meio perdido no centro.

—- Cole bom dia – o cumprimentei e ele apenas assentiu parecia estar andando há algum tempo e o acompanhei.

—- Fiquei sabendo que Billy estragou algumas coisas que você fez... Na floresta – murmurei e ele me encarou.

—- Anne te contou alguma coisa? – disse ele um pouco alarmado e eu ergui minha sobrancelha, é aquela hora ela tinha ido mesmo atrás dele então? Respirei fundo e neguei e ele continuou me encarando frio.

—- Na verdade eu não falei com ela depois da confusão – respondi – O Billy mesmo acabou me contanto.

—- Estou pensando em como pedir desculpas para aquele imbecil preconceituoso – disse Cole irritado.

—- Fale o que você sente em seu coração, sempre é a melhor opção, até mesmo para idiotas como ele.

Cole deu um meio sorriso e me olhou de cima a baixo e mordeu o lábio inferir e suspirou.

—- Você falou igualzinho a Anne – disse ele e eu apenas assenti e o encarei seriamente.

 – Você deve gostar muito dela – murmurei escondendo a pontada de ciúme que surgiu em minha voz.

—- Óbvio, ela entende pelo que estou passando e além disso é uma garota especial e ela não me julgou.

—- Sobre? – questionei no caminho e ele me olhou meio desconfiado sobre minha pergunta e ficou quieto.

—- Me desculpe se fui intrometido, é que você falou dela com tanto afinco que não percebi que se gostam.

—- Não é esse o assunto – disse Cole parando no meio do caminho e eu o encarei seriamente frio e ele riu.

—- Algum problema? – perguntou ele e surgiu a vontade de falar para ele “sobre a Anne”, mas me calei.

—- Não é nada, mas porque você estava tão pensativo quando te encontrei no centro e quis saber o motivo.

—- Na verdade eu ainda estou pensando em como me desculpar com o Billy – respondeu Cole e eu suspirei.

 -- Deve fazer o que acha certo Cole, como disse pra você anteriormente faça o que é certo, não foi isso que a Anne te disse? – falei novamente esperando que ele falasse mais alguma coisa sobre a ruivinha.

—- Obrigado pelo conselho Gilbert, estou ainda mais certo sobre o que fazer – disse Cole e eu assenti e sorri.

—- Espero que a Anne também fique feliz por ter compactuado com o conselho dela – murmurei e ele riu.

—- Sabe Gilbert, você é como um livro aberto – disse Cole delicadamente e eu ergui uma sobrancelha.

—- Como assim? – perguntei e Cole riu ajeitando a boina sob sua cabeça e colocou as mãos no bolso.

—- Pra sua sorte sou um bom leitor e entendi o que você tanto esconde nos seus olhos castanho azulado.

—- Eu não... Eu não queria ofender... – murmurei e Cole sorriu largamente e me encarou feliz e riu alto.

—- Obrigado pelo conselho Blythe e com toda certeza Anne ficara feliz com isso, tenho que ir tchau – disse ele e caminhou para longe de mim, continuei parado no meio da estrada e voltei para o centro da cidade e quando cheguei na estação de Avonlea e olhei meu rosto numa das janelas de vidro da estação e olhei para mim fixamente e percebi que não sabia interpretar o que Cole havia visto dentro de meus olhos.

Permaneci sentado na estação a espera do trem enquanto pensava no que Cole havia dito, mas nada surgia em minha mente, tentei pensar, mas a minha preocupação com Bash e a senhorita Stacy bagunçavam ainda mais minha mente dispersa, respirei fundo e ouvi o trem se aproximando da estação.

Entrei dentro do trem e fiquei observando a movimentação da estação pela janela para dispersar ou tentar “organizar meus pensamentos confusos e completamente fora de controle” e suspirei pesadamente e da janela do vagão que eu estava pude ver Diana e Ruby correndo pelos trilhos na direção do vagão de carga e notei uma cabeleira ruiva as ajudando a subir no vagão coloquei metade de meu corpo para fora e vi Cole e Moody correndo para o mesmo lugar e fiquei tenso quando Moody caiu e o fiscal estava a poucos metros deles todos, por sorte eles conseguiu subir no vagão antes que o fiscal os visse e após ouvir a buzina do trem, anunciando sua partida eu senti um intenso alivio quando voltei para minha posição inicial no banco, estava um pouco tenso por ter presenciado a clandestinidade deles, mas aliviado por “estarem seguros”.

Quando o trem parou na estação de Charlottetown fui o primeiro a sair do trem e parei em frente ao vagão que vi Anne e os outros entrarem e olhei para todos os lados com medo dos fiscais ou policiais e assim que a porta se abriu o primeiro rosto que vi foi o de Anne que se assustou com minha presença.

Ela começou a perguntar o que eu estava fazendo ali e eu encarei Cole que parecia pensativo e ignorei os “olhares estranhos” de Ruby e quase sorri com a cara de espanto de Moody também surpreso comigo ali.

Anne desceu e começamos a conversar, lhe contei meu motivo por estar em Charlottetown e ela sobre os motivos dela e dos outros por estarem na cidade clandestinamente e eu sorri com a astucia da ruivinha.

Assim que me afastei de Anne vi Cole ir conversar com ela e revirei meus olhos, não entendia o motivo de eu ter tanto ciúme de Cole com Anne, ela também podia ser minha amiga, mas porque eu sentia isso? Aff.

Caminhei rapidamente pelo gueto e logo que encontrei a casa de Mary ela abriu rapidamente a porta.

Mary tinha os olhos cheios de lagrimas e eu entrei dentro de sua casa e ela me ofereceu um café quente e me contou o motivo para Bash ter desaparecido na noite anterior e logo o filho dela Elijah apareceu ali.

Me levantei e estendi a mão para cumprimenta – lo, e pude perceber era um cara arrogante e suspirei.

Depois que Elijah saiu da casa e Mary parecia esconder sua preocupação questionei seus motivos para ocultar a história de Bash e ela me encarou e justificou o “segredo” e suspirei entendendo perfeitamente.

Mary e eu corremos em direção à lavanderia, Bash com toda certeza estaria naquele local sempre quente.

Mary e eu o acordamos de “sua cama improvisada” e ele nos encarou com o olhar perdido por causa da bebida.

Intervi quando Mary começou a contar sobre Elijah e a expressão de Bash modificou novamente e ele riu.

E logo em seguida ele a pediu em casamento, algo que eu nunca tinha presenciado na minha vida e sorri.

O ajudei a levantar da grande cesta de roupas e rapidamente lhe entreguei meu “presente de casamento”

Aproveitei a deixa e fiz meu pedido de desculpas que estava planejando desde a noite anterior e ele sorriu abertamente e após apertar minha mão me puxou para um forte abraço no qual apenas meu pai me dava.

Bash demoraria alguns dias para voltar para Avonlea e eu resolvi pegar o próximo trem e encontrei com Anne e os outros com suas lâmpadas para salvarem a senhoria Stacy e Anne parecia cansada com as caixas de lâmpadas em seu colo e eu peguei a ajudando a colocar no trem e ela ficou do lado de fora conversando com Cole, não consegui entender o que tanto ambos conversavam e procurei não tentar entender aquilo estava me dando nos nervos e os ignorei friamente olhando para o outro lado, evitando até o olhar de Ruby e depois de colocar as lâmpadas de Anne no compartimento de bagagens me encaminhei para outro banco o mais distante dos meus colegas e principalmente o mais distante possível de Anne e respirei fundo

Anne voltou para o trem com os olhos completamente cheios de lagrimas e aquilo me feriu por dentro, mas meu ciúme do garoto loiro era tão grande que tentei me manter o mais distante possível da garota ruiva que parecia triste com alguma coisa, eu quis saber o motivo, mas dependendo dele eu com toda certeza voltaria para Charlottetown para dar um soco na cara daquele magricelo, mas procurei pensar que logo Bash voltaria para casa com Mary e seriamos como uma família como as muitas de Avonlea e suspirei.

Mas assim que descemos em Avonlea os acompanhei na charrete de Moody em direção ao teatro onde estava ocorrendo o ultimato da senhorita Stacy e resolvi me juntar a eles, mesmo com esse sentimento de ciúmes e preocupação com Anne que apesar dos olhos estarem livres das lagrimas estavam perdidos assim como seus pensamentos... O que teria ocorrido entre ela e Cole para ela ter chorado? Para Gilbert, exigi.

Estávamos ocultos no segundo andar do teatro e observamos senhorita Stacy justificar seus métodos de ensino e logo Anne anunciou que precisávamos agir rápido para ajudar a professora contra todos os outros

Refizemos a aula pratica que foi o inicio de tudo aquilo e caminhamos em direção ao palco chamando a atenção de todos ali e Anne tomou a frente da fila com sua “batata elétrica” e foi seguida por todos os outros sorri com a cena e continuei caminhando firmemente na mesma direção que e ela encarou a todos.

Anne fez um intenso e valoroso discurso sobre como aprenderíamos com a senhorita Stacy que era uma inspiração para todos ali e suas palavras eram um incentivo até para mim que estava com “raiva dela”.

Quando Matthew se pronunciou aquilo me deu um gás e eu resolvi falar também e todos me encararam.

E logo Marilla também tomou a frente e resolveu falar também e todos ali sorriram e então senhora Lynde se levantou pedindo a todos que votassem sobre as atitudes da senhorita Stacy e Anne ergueu sua “batata elétrica” assim com eu e todos os outros colegas e a maioria das pessoas ergueram suas mãos apoiando os métodos de ensino da senhoria Stacy que sorria abertamente e Anne foi abraçada por Diana e os outros.

Na manhã seguinte, a escola estava completamente em festa pela mais nova professora de Avonlea e eu ri.

E alguns dias mais tarde Sebastian e Mary se casavam na pequena igreja do centro de Avonlea e Anne estava sentada ao meu lado juntamente com Marilla e Matthew e eu sorri abertamente com o casamento.

Deixei meus braços apoiados em meu colo, mas ainda assim meus ombros encostavam nas mangas bufantes do vestido de Anne e um pouco de seu braço estava encostado no meu e eu sorri discretamente.

Quando o casamento terminou eu e Anne nos afastamos quando alguns convidados cumprimentavam o mais novo casal de Avonlea e Anne parecia inquieta com alguma coisa e eu engoli em seco e iniciei uma conversa, ela sorriu concordando com minha opinião e respirou fundo e me encarou seriamente e sorriu.

Contei a ela que a faculdade ficava para mais tarde e que eu queria passar mais tempo com minha família.

Anne concordou feliz com minha decisão e me contou a dela e seu sorri admirando seu rosto sardento.

—- Com o romance trágico e tudo mais? – comentei sorrindo e ela apenas assentiu e me encarou sorrindo.

—- Vamos ver no futuro – murmurou ela e permanecemos nos encarando até Mary nos interromper dizendo que era pra irmos para o “almoço de casamento” e Anne e eu sorrimos indo até “nossas famílias.”


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