Anne With An "E" - Versão Gilbert Blythe escrita por Bruna Gabrielle Belle


Capítulo 13
Podemos conseguir se tentarmos.




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Anne With na E – Segunda Temporada: Episodio 9

(“O que fomos faz parte daquilo que somos”)

Depois do escândalo no casamento de Prissy, a teatro e seus conselheiros resolveram contratar um novo professor, ou melhor, uma nova professora a senhoria Muriel Stacy foi convocada, mesmo todas as pessoas “importantes e sensatas” dizendo que ela parecia inadequada para nos dar aula por causa de “métodos não convencionais de ensino” revirei os olhos, as pessoas de Avonlea tinham as mentes muito fechadas e o mundo era muito grande e sofreríamos com suas mudanças é claro, mas era empolgante ter um novo rosto em Avonlea e uma nova forma de ensino, na qual eu ansiava muito que ela pudesse me ajudar para conseguir entrar na Queen’s Academy ou em uma outra faculdade de medicina sorri com isso.

Quando cheguei na escola vi os garotos falando sobre uma raposa vermelha que andava pela região comendo os ovos dos galinheiros e todos estavam querendo caçar o pobre animal que estava faminto.

Billy estava com sua arma dentro da sala de aula e pelo que eu havia estudado sobre os estragos que um tiro fazia com o corpo de um ser humano, pedi secamente para que Billy a retirasse da sala de aula, ele riu.

Assim que a professora entrou fez o mesmo pedido a Billy que colocou a arma na parte dos casacos e eu ri.

Assim que ela nos pediu para nos aproximarmos para ela nos conhecer melhor aquilo já me animou.

Quando nos pediu para falarmos nossas qualidades com as letras de nossos nomes (inicial e final) aquilo me fez pensar bastante, notei Anne estranhamente empolgada com a professora, mas ela logo se calou, talvez por ter falado além do demais ou porque simplesmente por algum motivo não sabia o que dizer.

No final da aula, pedi gentilmente para ela me auxiliar em algumas aulas extras e ela concordou comigo, quando me virei vi Anne com uma expressão estranha no rosto e eu sorri para ela mas logo sai dali.

Cheguei em casa e Bash estava desapontado por não conseguir arrumar uma cerca que separava os terrenos uns dos outros e eu também estava preocupado com a raposa que andava pela região.

Na manhã seguinte, acordei mais cedo para minha primeira aula extra com a nova professora e Bash disse que precisava de ajuda com a cerca que o irritara na manhã anterior, justifiquei minha ausência, mas ele parecia irritado por eu adiar nossos planos por causa de acelerar meus estudos para ir para faculdade.

Sai rapidamente de casa irritado com Bash por achar que estava prejudicando o plano inicial, caminhei a passos duros pra longe de casa, o preconceito contra ele estava nos prejudicando a convivência, era algo horrível, não entendia o motivo de tanto ódio por uma pessoa de cor diferente balancei a cabeça para dispersar tais pensamentos e focar nos estudos avançados para meu futuro na faculdade de medicina.

Assim que cheguei a senhorita Stacy me deu um novo livro para atualizar minhas leituras anteriores com novas versões de livros que ela havia trazido de seu acervo pessoal, me sentei numa cadeira avulsa e comecei os estudos, ouvi a porta de abrir e notei Anne e Marilla entrando na sala de aula e Anne parecia justificar alguma coisa para a professora, mas não me importei em ouvir e permaneci focado no livro.

Até que Anne pigarreou ao meu lado me tirando da concentração a leitura e parecia brava com algo.

—- Estou tentando estudar – murmurei lhe mostrando o livro com minhas anotações e ela bufou irritada.

—- Também preciso da ajuda da professora para a minha vocação, espero que não me atrapalhe – disse ela.

—- Faça o que bem entender Anne – murmurei voltando a ler o livro e aquilo pareceu a irritar ainda mais.

—- Por que está agindo desse jeito? – perguntou ela completamente irritada e aquilo me irritou também.

—- Não tenho interesse algum em te prejudicar em seja lá qual for a sua vocação Anne – murmurei irritado.

—- Desculpe a interrupção com seus estudos, doutor Blyte – disse Anne com desdém e se afastou de mim.

Assim que ela saiu pisando duro de tão brava, acabei notando as pequenas tranças adornadas em seu cabelo com delicadas fitas cor de chocolate batendo em seus ombros e revirei os olhos, pimentinha. Pensei

Estava tão distraído estudando e pensando no temperamento “apimentado” de Anne que quando a professora Stacy chamou minha atenção para voltar ao meu lugar me assustei e sai dali rapidamente cedendo a cadeira para Marilla que me cumprimentou enquanto a professora iniciava mais uma aula.

Senhorita Stacy iniciou uma aula sobre ciências e sobre eletricidade na qual eu tinha lido há algum tempo.

Anne e eu estávamos lado a lado em frente à professora que tinha diversas coisas espalhadas pela mesma e o que me intrigou foi o monte de fios e diversas batatas espalhadas pela mesma e sorri com a explicação.

Algumas vezes eu e Anne nos encostávamos sem querer e eu tentava evitar aquilo e apertei ainda mais meus braços cruzados na frente de meu peito, mas mesmo assim parecia que algo me puxava para ela.

Notei ela cruzar os braços também e segurei mais firme os meus até sentir meus dedos pressionados contra minhas costelas ficarem doloridos, porque às vezes meu corpo parecia não obedecer meu cérebro?

Foquei na explicação da professora mesmo vira e mexe esbarrando levemente no braço de Anne e suspirei.

Quando ela perguntou sobre onde havíamos visto eletricidade ergui minha mão e senti meus dedos formigarem e estarem de cor diferente por causa da pressão que eu fazia e como Anne havia erguido a mão também reparei que os dedos dela, mais brancos e finos que os meus estavam quase roxos e suspirei.

“Será que ela também estava se esforçando para não encostar em mim? Ou teria outro motivo?— pensei.

Com a pergunta da professora Stacy sobre como as junções dos átomos e tudo mais o que acontecia, Anne e eu respondemos juntos e logo nos encaramos e percebi Marilla olhar para a nós e resolvi me calar e me afastei um pouco novamente cruzando os braços em meu peito e senti meu coração perder uma batida.

Quando a senhora Lynde e algumas mães de Avonlea apareceram na sala interrompendo a aula descruzei meus braços e apertei e soltei minhas mãos para relaxar meus punhos e notei Moody pegar uma das batatas que estava sob a mesa e levar elas a boca com a justificativa de ver se “tinha gosto de chocolate”

Anne e eu gritamos para ele não fazer isso, mas era tarde demais o idiota derrubou a lâmpada e tudo mais que tinha conectado na mesa pelos fios de cobre no chão fazendo uma tremenda bagunça, me afastei da mesa colocando minha não na frente do corpo de Anne que afastava da mesa e conseqüentemente empurrou Marilla para trás e Diana apenas nos acompanhou e assim como os outros parecia assustada.

A professora saiu rapidamente procurando uma vassoura no quarto dos fundos enquanto todos nos dispersávamos para não ter fragmentos sob os pés como ela dissera e fui olhar Moody que parecia ter queimado a língua quando pegou a batata com o fio de cobre e o prego, aproximei dele e de sua mãe que parecia alarmada com a situação da aula de ciências, pedi para ele me mostrar a língua e pelo que havia estudado com o doutor Ward a queimadura era superficial e não teria problemas apenas um leve incômodo na região, acalmei ele e a mãe dizendo que tudo ficaria bem e que não era pra fazer isso de novo.

Mas a confusão estava instalada, algumas mães retiraram os filhos da sala de aula e ainda por cima xingavam a professora com comentários maldosos sobre seus “métodos arriscados de ensino pratico” e algumas das mães de um grupo de “mães progressistas” criticavam a professora e eu me aproximei no momento em que a senhora Lynde dizia que aquela aula de ciências era “um circo” e aquilo me irritou.

Falei minha opinião para aquelas mulheres que se diziam que entendiam de ensino e Anne também resolveu se pronunciar, mas aquilo não pareceu surtir o efeito desejado e a senhorita Stacy teve um ultimato e a aula acabou mais cedo, com isso resolvi ajudar Bash com a cerca da fazenda fui para casa, mas no meio do caminho resolvi passar na feira do centro de Avonlea e comprei um caranguejo vivo para me desculpar com Bash pela grosseria daquela manhã, mas quando entrei em casa não o encontrei lá dentro.

E sob a mesa da sala de jantar estava a blusa de meu pai que eu havia dado a ele e um bilhete que me alarmou e muito me sentei na mesa sem saber exatamente como agir e nem mesmo o que eu iria fazer.

Fui para escola mais cedo para meus estudos e iria atrás de Bash assim que eu saísse da escola, eu sabia que havia quebrado a promessa que havia feito a ele e iria me redimir com ele com o que fosse necessário, mas quando a professora chegou na escola sua expressão não era das melhores em lugar nenhum, ela passou por nós e entrou na pequena sala nos fundos da classe e eu fiquei sem entender o que poderia ter acontecido até que a porta da frente da sala foi aberta abruptamente e Cole entrou correndo dentro as sala saltando violentamente para cima de Billy Andrews que estava sentado sob sua carteira e caiu com toda a força no chão de madeira e ambos começaram uma luta violenta e cheia de socos, chutes e empurrões, algumas garotas gritavam para que eles parassem e alguns dos amigos de Billy tentaram entrar na briga (não apartar como pensei) e empurrei um deles para longe dos dois que ainda estavam no chão.

Cole parecia não ter muita experiência com brigas e seu punho parecia não estar “normal” e rolou no chão pressionando o rosto de Billy contra a lareira na qual fez uma enorme queimadura na orelha do mesmo.

Billy gritou e muito dentro da sala de aula e ainda mais no colo da irmã mais velha, Prissy que estava desesperada pelo grito do irmão, gritei para que me arrumassem um pano molhado e limpo para tapar a ferida na orelha de Billy e Diana apareceu com ele que peguei colocando na orelha de Billy que gritou ainda mais e pedi para Prissy fazer pressão contra o ferimento e Billy gritava cada vez mais alto a professora suspendeu a aula e eu me coloquei para ajudar Prissy e Jane a levar Billy até o posto medico do centro e olhei para trás a tempo de ver Anne sair correndo da sala de aula atrás de Cole e aquilo fez meu estomago ter um movimento estranho, não qual eu estava acostumado e sim com algo que eu conhecia... Ciúmes.

Sai rapidamente da escola juntamente com a professora e fomos para o posto medico, Billy parecia estar aguentando um pouco mais a dor e perguntei o que ele tinha feito de tão grave para causar a ira de Cole.

—- Arruinei uma das “estatuas de barro” dele ele é uma aberração, ele tem que pagar pelo que me fez.

—- Não Billy, ele não tem que pagar por nada – falei em alto e bom som – Você o provocou, você provoca todo mundo que te desafia ou que intimida e usa da falta de educação e ameaça e usa da violência.

Prissy e Jane apenas assentiram para o irmão e resolvi me calar, já tinha dito coisas demais para ele pensar.

Chegamos ao posto medico e logo ele foi atendido, a queimadura apesar de dolorosa, também tinha sido “superficial”, mas precisava de cuidados e juntamente com a senhoria Stacy e suas irmãs os deixei irem para casa enquanto eu me encaminhava para a estação de trem reservar minha passagem até Charlottetown para ir atrás de Bash, mas primeiro resolvi arrumar a cerca na qual foi o motivo de minha discussão com Bash e caramba como estava difícil arrumar aquilo completamente sozinho e respirei fundo.


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