Anne With An "E" - Versão Gilbert Blythe escrita por Bruna Gabrielle Belle


Capítulo 15
Assim com o passar do tempo...




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Anne With an E – Terceira Temporada: Episodio 01

Acordei cedo e caminhei até o celeiro, Mary e Bash ainda dormiam, pois Delphine havia dado um baile na noite anterior, tentei ajudar, mas Mary insistia em me fazer descansar dizendo que meu sono era quase tão importante quanto meus estudos, peguei meu velho taco e caminhei pelas planícies geladas de Avonlea a caminho de onde meus colegas haviam marcado de jogar uma partida de hóquei respirei aquele ar gélido e o fiz penetrar meus pulmões e congelar minhas narinas e sorri, quando cheguei fui nomeado um dos capitão de um dos times e Billy do outro, revirei os olhos e começamos a partida, algumas de nossas colegas começaram a se juntar para assistir a partida e eu procurei ignorar os “olhares estranhos” de Ruby toda vez que eu acertava uma tacada ou algo parecido, olhei de relance em volta do campo e pelos pinheiros cobertos por neve onde jogávamos, mas Anne não estava ali, suspirei voltando ao jogo.

Enquanto estávamos jogando com muito afinco, notei que Ruby havia colocado um dos cadernos para anotação do nosso jornal escolar no meio da neve, talvez estivesse memorizando para depois escrever a matéria sobre o jogo e nesse momento ouvi um relincho e por entre as arvores vi Anne se aproximando das garotas, voltei meu foco no jogo, mas aquela ruivinha insistia em prender a minha atenção mesmo não fazendo nada, achei estranho ela tomar o caderno de Ruby no mesmo instante vi Billy acertar um pouco de gelo nos pés e nas pernas de Josie Pye e todas ali riram alto, inclusive Anne e eu procurei me concentrar no jogo enquanto todas as garotas conversavam animadamente vi Anne começar a escrever no caderno e estranhei, Moody até se aproximou para cumprimentar Diana, mas se desequilibrou e Billy zombou disso, aproveitei a brecha e me aproximei de Anne e as outras estranhando porque o artigo estava novamente nas mãos de Anne, coloquei um de meus pés na neve fofa para me equilibrar e questionei o que estava ocorrendo sobre o artigo e Tille respondeu no lugar de Anne e Jane deu uma risada alta, olhei de relance para Ruby que me olhou com os mesmos olhares estranhos e a ignorei, todas estavam muito estranhas.

Voltei a jogo e vi Ruby sorrir e comentar alguma coisa com Diana e Anne lhe deu um olhar estranho, enquanto passava as jogadas para meu time vi um enorme índio se aproximando pela lateral do campo, Moody havia me contado que ele que esculpia novos tacos e me interessei, precisava mesmo trocar o meu

Billy novamente “abandonou” o jogo e perdeu algumas jogas e se aproximou de Josie e as outras reclamando que estava “perdendo pela má qualidade do taco” eu revirei os olhos, cara dramático, eca.

Moody se aproximou do índio e da filha do mesmo para pegar o novo taco e jogou seu antigo, aquilo foi muito grosseiro por parte dele e eu travei meu maxilar, se ele estivesse no meu time levaria uma bronca.

Assim que ele saiu de perto do grande homem índio, eu me aproximei humildemente, ele tinha o rosto serio, mas seu sorriso era simpático e a filha dele tinha os olhos brilhantes na minha direção e eu sorri.

Assim que encomendei meu novo taco e voltei para o jogo vi Anne pelo canto dos olhos indo falar com o índio, mais precisamente com a criança que percebi um sorriso maior do que já estava brotar em seus lábios, Anne mostrou um de nossos mais recentes artigos para a criança que parecia interessada no assunto, mas eu estava perdendo no jogo e resolvi desfocar dela e me concentrar no jogo, mas estava complicado, Moody parecia determinado a chamar a atenção de Diana com seu novo taco e queria cobrir praticamente todas as grandes jogadas e aquilo estava complicado e novamente Billy abandonou o jogo e dessa vez eu iria reclamar, mas o vi se aproximando de Anne e dos índios e ele parecia ter falado alguma besteira, pois a criança jogou o lenço vermelho que ele usava em seu rosto segurei uma risada alta e sorri.

O índio parecia ter retrucado a ofensa de Billy, pois vi Anne prender os lábios para conter um riso e Billy se afastou dali com a cara fechada e trocou de lugar com Moody e foi reclamar do índio para Josie que sorria para ele e as outras garotas cochichavam e riam de alguma coisa, o que estava acontecendo com elas?

A pequena criança voltou a conversar com Anne e eu tentei focar no jogo, ultimamente os estudos para a queen’s estava tomando boa parte de meu tempo, para minha sorte Bash e Mary juntos conseguiam dar conta de boa parte da fazenda e eu os ajudava em meus intervalos entre a escola, o estagio e os estudos.

Encerramos o jogo com um empate técnico e também porque estava ficando muito frio e eu precisava ir para casa trocar de roupa e ajudar Bash e Mary em alguma coisa, eles me ajudavam muito com a fazenda e eu tinha que retribuir e ainda por cima eu não tinha tomado café da manhã e a fome começou a apertar.

Notei Billy que estava fora da escola há alguns meses para trabalhar com o pai acompanhar Josie Pye e aquilo me fez questionar os motivos pelos quais todas as garotas estavam rindo... Flerte? Era isso? Sorri.

Anne subiu em sua égua e desapareceu mesmo lugar que tinha surgido e eu segui para casa, resolvi ajudar em casa naquela parte da manhã antes dos meus estudos e tudo mais Mary ficaria satisfeita e Bash feliz.

Durante a noite depois da refeição maravilhosa que Mary preparou eu me deitei em meu quarto e olhei pela janela, eu estava crescendo e me tornando o homem que meu pai dizia que eu me tornaria um dia, mas será que eu conseguiria ter sentimentos vendeiros por alguma garota e ela retribuir os mesmos?

Acordei cedo e fui ajudar Bash com a fazenda e assim que entrei em casa Mary já foi conversando com Bash e eu fui colocar o leite para conservar para Delphine que descansava enrolada nas costas de Mary.

E zoei com a cara dele enquanto ele pegava a bebê que sorriu para o pai e tomei meu café da manhã observando aquela linda família e tentando entender os motivos para ambos serem tão felizes juntos.

Terminei meu café da manhã rapidamente e coloquei meu prato na pia e fui me despedir de todos eles e me encaminhei para escola, àquela manhã seria de grupo de estudos avançados para a prova da Queen’s.

Cheguei antes mesmo da professora e me sentei próximo a janela e peguei um livro para ler enquanto meus colegas conversavam sobre os jogos e assuntos aleatórios e eu respirei fundo... Como seria o futuro?

As garotas estavam do lado de fora e logo entraram, na área dos casacos e chapéus Anne e Ruby conversavam e tinha novamente cara de choro, era uma menina muito dramática para o normal, certa vez li em um dos livros do doutor Ward que algumas pessoas tinham problemas sérios por serem sensíveis demais e outras por serem “secas” e que tudo precisava de equilíbrio ou a gente tinha que aprender a lidar e um dos momentos mais complicados para os sentimentos era a fase da adolescência e ele me questionava algumas vezes, eu me sentia maduro para conversar com ele, mas em alguns momentos e sobre alguns assuntos eu me sentia mais perdido que um garotinho no meio da floresta e vi Charlie cumprimentar Anne que lhe deu uma resposta seca e o mesmo ficou com cara de decepcionado e eu ri.

Continuei sentado onde estava e olhei pela janela, na manhã seguinte eu teria estagio e resolvi aprofundar meus estudos com o doutor Ward, havia coisas que ainda não compreendia não as doenças do corpo é claro, mas sim algumas coisas que pareciam afetar nossas almas e principalmente meu cérebro que depois de ficar observando o relacionamento de Mary e Bash me fez querer entender mais sobre “sentimentos”.

Enquanto eu encerrava um dos capítulos de um dos meus livros de medicina, Anne se aproximou e eu me coloquei em pé para conversarmos melhor, não entendi logo de cara o que ela dizia, ouvi um burburinho sobre o quadro de “tomei conhecimento” tinha sido “ativado” novamente, mas aquilo não me interessou.

Anne falava sobre o quadro com um interesse nato e aquilo começou a fazer algo em mim se aquecer, meu coração parecia querer pular para fora ou pifar de uma vez por todas e as borboletas em meu estomago pareciam estar em uma revoada como a dos gansos que eu havia visto pela janela alguns minutos antes.

Ela falava sobre postar um recado sutil no quadro, e aquilo começou a me deixar feliz, será que ela tinha mesmo interesse por mim como Bash dizia que eu tinha por ela? Quando a questionei sobre para quem postar no quadro de avisos ela logo me falou sobre Ruby e aquilo fez meu coração ter um aperto não muito feliz e as borboletas de meu estomago cessaram seu bater de asas e fizeram as paredes do mesmo doerem. Anne não estava interessada em mim e pelo que pude notar os olhares de Ruby na minha direção eram de interesse amoroso e aquilo me fez fechar a cara, ela nunca falava comigo direito e eu nem a via além da escola, uma vez ou outra no comercio, mas ela apenas me olhava e sorria, nunca conversamos.

Recusei educadamente a intercessão de Anne com relação aos sentimentos de Ruby por mim e voltei aos meus estudos, Anne sorriu discretamente e se encaminhou para sua carteira dela e eu continuei parado ao lado de minha carteira assimilando tudo aquilo, as duvidas que já tinha em mente foram substituídas por outras e mais outras e  tudo isso estava me deixando cada vez mais confuso com os meus sentimentos.

Me sentei em meu lugar e todos estavam animados com o quadro de tomei conhecimento e estavam todos conversando sobre isso, até mesmo Charlie o mais quieto da sala parecia interessado no tal quadro.

Revirei meus olhos, porque tanto burburinho e animação sobre um quadro? Porque tinha que contar a todos seus interesses e seus sentimentos? Se alguém realmente se importava não os espalharia ao vento.

Quando a professora chegou na sala de aula anunciando nosso novo estudo foquei apenas nos meus livros e tentando evitar os sentimentos confusos que tentavam invadir a minha mente com as palavras que Anne havia falado sobre Ruby, aquilo estava(totalmente) fora de questão Ruby e eu? Jamais, era inconcebível.

Nossos artigos de hoje eram sobre descendência familiar e Diana fora uma das primeiras a ler sobre sua “arvore genealógica” e lendo em seu caderno explicou para todos nós tínhamos que dar sua opinião, Moody parecia impressionado com a linhagem real dela e se entristeceu por não ter nada que compactuasse ou que melhorasse seu interesse por ela e Charlie apenas sorriu discretamente para ele, foquei na minha parte em avaliar todos os textos e artigos presente ali e ignorei todas as outras questões e Diana parecia entristecida com isso, ela não iria para Queens e Anne ficaria sem sua melhor amiga, suspirei

A professora Stacy estava focada em corrigir o artigo que Anne havia escrito sobre os índios e eu sorri com os elogios da professora a sua redação, não havia tido a oportunidade de o ler antes da edição, mas assim que ele fosse editado eu o leria com toda certeza e novamente olhei para as minhas próprias anotações sobre a minha linhagem, não era tão “perfeita” como a de Diana, mas era uma boa história para artigos.

Quando a professora anunciou sobre termos uma impressora como a dos grandes jornais aquilo me fez sorrir abertamente, com toda certeza todos em Avonlea leriam nossas histórias e finalmente mudariam suas mentes fechadas com relação às pessoas e aquilo me animou sobre o mundo estar evoluindo e sorri.

Assim que ela encerrou o anuncio voltou a ler uma de suas folhas sobre “arvore genealógica” e chamou Anne o que a fez conseguir totalmente minha atenção (como se já não tivesse) espera atenção? Estava mesmo interessado e querendo (e muito) saber (ainda) mais sobre a linhagem de Anne porque eu queria... Aquele quadro estava bagunçando meu cérebro e quando ela resumiu sua vida em poucas palavras aquilo me fez questionar como teria sido sua vida antes de Marilla e Matthew a adotarem e principalmente seus pais... Porque abandonariam uma pessoa como Anne? Eu nunca a deix... Cérebro para de pensar, cala boca.

A professora a chamou para a sala dos fundos parecia ter receio de ter ofendido Anne por algum motivo e fomos ouvir a tediosa história sobre a família Sloane e aquilo quase estava me fazendo dormir em pé.

E assim foi consecutivamente e depois que passou a minha vez resolvi olhar meus livros e ouvir apenas por cima o restante das histórias da turma e Anne parecia estar pensativa sobre sua “real história de vida”.

Após a historia dos artigos e arvores genealógicas, voltamos para nossos lugares e iniciamos nosso grupo de estudos avançados para entrar para a faculdade, consegui fazer meu cérebro parar de focar em Anne e em sua história e principalmente consegui ignorar os cochichos dos garotos que iriam colocar seus bilhetes no quadro de aviso sobre as garotas e procurei focar em meu objetivo e estava feliz com conseguir isso.

Alguns minutos após senhorita Stacy anunciar o final da aula todos saíram correndo para fora a fim de colocar seus anúncios no quadro de “tomei conhecimento” permaneci atrás de todos enquanto todos saiam animados para fora dali e arrumei meu material e me vesti calmamente não estava interessado em anunciar meus sentimentos como se fosse a venda ou o aluguel de alguma coisa, e então alguém pigarreou nas minhas costas e eu rapidamente me vire e encontrei com o rosto cheio de sardas de Anne e travei.

Ficamos nos encarando por vários e vários minutos até que meu cérebro resolveu voltar a funcionar e eu após falar com ela caminhei rapidamente para fora de casa... De novo essa história de olhos? Eu precisava pedir para o doutor Ward me encaminhar para seu amigo oculista, deveria ter algo estranho nos meus olhos que os outros viam, bom na verdade Cole e Anne viam alguma coisa... Mas o que será que eles viam?

Cheguei em casa e tomei um longo banho e me encaminhei para meu quarto e ajeitei meu material para a manhã seguinte, fiquei na companhia de Mary e Bash que trocavam sorrisos e carinhos e suspirei, eu tinha mesmo que estudar para entender os sentimentos, um que estava começando a sentir e não estava entendendo o motivo era a inveja que eu tinha da felicidade deles dois... Agora o porquê disso? Eu realmente precisava conversar com alguém que entendesse disso, estava com medo de estar ficando louco

Peguei o trem logo de manhã cedo e me encaminhei para o estagio e conversei com o doutor Ward, ele disse que tais “sintomas” que eu sentia era porque eu estava me interessando e criando sentimentos além dos quais eu conhecia como, amizade, companheirismo e que isso era normal para um garoto da minha idade e disse que boa parte desses sentimentos vinham de hormônios e eles podiam refletir em determinadas partes de meu corpo e que não era para eu me assustar pois era completamente normal. O questionei sobre como saber se o que eu sentia era real e ele riu alto dizendo que não saberia como explicar, mas que um de seus colegas da faculdade fez algo parecido colocou uma amiga de infância, uma recente e uma desconhecida e conviveu com elas para ver como lidaria com seus sentimentos... O resultado não foi o esperado por ele e muito menos a reação das moças... Achei interessante o que ele havia dito, meio insensível é claro... Mas algo em minha mente parecia mudar o enredo dos sentimentos.


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